PCC: Poder Secreto apresenta a irmandade envolvida entre os integrantes do Primeiro Comando da Capital

A imagem foca num grupo de 9 integrantes, com camisas e shorts lisos em tons claros, em cima de um telhado, levantando uma bandeira com as iniciais da facção Primeiro Comando da Capital (PCC). Ao lado inferior esquerdo há o logo da série documental escrito “PCC Poder Secreto”.
“Cadeia um cômodo do inferno, seja no outono no inverno”: PCC: Poder Secreto desdobra a história do Primeiro Comando da Capital em narrativas antes ocultadas (Foto: Max)

Marcela Lavorato e Rebecca Ramos

Em 1997, ao lançar o álbum Sobrevivendo no Inferno, os Racionais MC’s propuseram, pela primeira vez na grande mídia, uma reflexão acerca das dificuldades enfrentadas pelas pessoas na periferia, além de questionar o que leva certos indivíduos neste contexto ao dilacerante sistema carcerário. Embora seja incerto o número de participantes de facções dentro de presídios, certamente é algo a ser discutido. O Primeiro Comando da Capital, popularmente conhecido como PCC, tem uma presença enorme dentro e fora das prisões, mas continua-se a ignorar este fato, uma vez que é de extrema delicadeza debater sobre como são tratados indivíduos periféricos num contexto prisional e seus efeitos na sociedade civil.

A cadeia é um moedor de ser humano”. A frase dita pelo ex-agente penitenciário Diorgeres Victorio é o ponto de partida que a direção de PCC: Poder Secreto  – exibida pela Max, antiga HBO Max –  evidencia durante os quatro capítulos da obra. Entre Carandiru, Pedro Juan Caballero, Taubaté e Presidente Venceslau, os presídios são idênticos – não há nenhuma atividade de ressocialização; há somente o trancafiamento. E é a partir daí que começamos a entender o surgimento da facção.

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O fantasma da gentrificação assombra Distopia

Cena do documentário Distopia. A foto é uma captura de um dos trechos do filme Distopia. Quatro prédios amarelos — parte do conjunto habitacional do bairro do Aleixo — estão sendo demolidos. O prédio da direita cai em meio a fumaça, abaixo se encontram outras habitações e um terreno verde.
O documentário chega à Perspectiva Internacional da 46ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo carregando o prêmio HBO Portugal para Melhor Filme da Competição Portuguesa no DocLisboa International Film Festival 2021 (Foto: Bando a Parte)

Enzo Caramori

Se a vida real, capturada em seu fluxo, for passível de ser ficcionalizada para ser compreendida, o documentário português Distopia (2021) é um filme de terror que desde seu início já desmascara os seus monstros. Representando Portugal no repertório da Perspectiva Internacional da 46ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, o filme introduz o fantasma da gentrificação como o motor dos desterramentos e demolições que atravessam a cidade do Porto, em um retrato de treze anos da vida dos bairros de Bacelo, Aleixo e Fontainhas. Dirigido por Tiago Afonso, a forma documental encontra sua força ao direcionar a câmera tanto aos sujeitos atravessados por essa desterritorialização quanto aos espaços e ruínas, o que constitui uma espécie de anti-documento nessa condição de filmar o que está na iminência de não mais existir.

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Pacto Brutal – O Assassinato de Daniella Perez: o resgate de Glória Perez à memória da filha continua

Na imagem vemos Daniella Perez ao lado de sua mãe, a novelista Glória Perez. As duas encontram-se abraçadas, sorrindo e olhando diretamente para a câmera.
A HBO Max divulgou que o documentário se tornou o mais visto do serviço de streaming nacionalmente em apenas um mês (Foto: HBO Max)

Isis da Silva Bianco

Trinta anos após o assassinato de Daniella Perez, Glória Perez, a mãe da atriz, participa de Pacto Brutal – O Assassinato de Daniella Perez, documentário que disseca a breve vida e morte da filha,  assassinada no dia 28 de dezembro de 1992. Em uma tentativa de reviver a memória da primogênita, a escritora reuniu uma dose de coragem e, junto com a HBO Max, produziu a emocionante série documental de cinco episódios. A produção revive a memória do público sobre quem realmente foi Daniella e como, na época, a defesa dos assassinos e a grande mídia criaram uma narrativa que distorceu a sua verdadeira imagem. 

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Antígona 442 A.C.: aplausos para Andrea Beltrão

Cena de Antígona 442 A.C.. Nela está Andrea Beltrão. Vemos apenas o busto da atriz. Ela veste jaqueta de couro preta e em sua mão direita há uma luva preta que não cobre os dedos. Suas mãos estão na altura do rosto e elas seguram uma máscara branca que cobre o rosto da atriz. A imagem é escura e o fundo é preto.
Após a pausa nos teatros, Antígona 442 A.C. estreia na 45ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo (Foto: Taba Filmes)

Ana Júlia Trevisan

Antígona. Filha de Édipo Rei e Jocasta; irmã de Etéocles, Polinice e Ismênia; sobrinha de Creonte. Antígona. Obra do dramaturgo grego Sófocles que conversa com a atualidade e com os valores humanos pautados pela razão e pela emoção, e é a terceira peça da trilogia tebana. Antígona 442 A.C. Monólogo de Andrea Beltrão, dirigido por Maurício Farias, destaque que integra a Mostra Brasil na 45ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo.

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