No épico decolonial, Viola Davis é a soberana Mulher Rei

Cena do filme A Mulher Rei, Nanisca (Viola Davis) e Nawi (Thuso Mbedu), à frente de um grupo de guerreiras em uma vila em Daomé, elas usam adornos como colares e pulseiras, Nanisca está de top e mini saia e segura um facão e Nawi está de macacão branco e usa uma espada.
As guerreiras Agojie são a elite do exército de Daomé e defendem o país com tudo que têm (Foto: Sony Pictures)

Guilherme Dias Siqueira

Entre 1600 e 1904, onde hoje se localiza o Benim, existia a monarquia do Reino do Daomé, uma nação soberana que, apesar de ser rica em recursos agrícolas, tinha sua economia baseada no comércio de pessoas escravizadas para as colônias europeias nas Américas. O reino vivia em uma espécie de guerra fria com o vizinho, o Império de Oyó, duas vezes maior em população e que controlava o principal porto da região. É nesse pano de fundo que A Mulher Rei (2022), de Gina Prince-Bythewood, se inicia.

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Cineclube Persona – Os Vencedores do Globo de Ouro 2021

 Uma imagem amarela, com molduras pretas de quadro. Uma com a foto de Daniel levy, homem negro apontando para a camera; outra com a roterista Chloe, sorrindo. Embaixo, as fotos são de Emma, segurando o próprio rosto, e Sacha Baron, ao lado de Isla Fisher. No canto superior direito está escrito “cinemaclube persona”, de branco. Logo embaixo, há o desenho de uma estatueta e está escrito “globo de ouro”, ambos em preto. Por último, no canto inferior direito, há o logo do Persona.
Os destaques do Globo de Ouro 2021 foram Nomadland e a estonteante Chloé Zhao, o trabalho primoroso de Sacha Baron Cohen em Borat 2, Daniel Kaluuya pegando fogo em Judas e o Messias Negro e a avalanche The Crown (Foto: Reprodução/Arte: Ana Júlia Trevisan/Texto de Abertura: Vitor Evangelista)

Nós damos valor demais ao Globo de Ouro. Esse ano, o grupo votante lamenta a morte de seu antigo presidente, Lorenzo Soria, ao mesmo tempo que enfrenta acusações de fraude e uma investigação que revelou o óbvio: a Associação da Imprensa Estrangeira de Hollywood (HFPA) não tem diversidade alguma. Reportagens no Los Angeles Times e no The New York Times estouraram poucos dias antes da 78ª edição do prêmio. Além de descobrirem que a HFPA não tem membros negros, foi escancarado um lobby poderosíssimo ao redor de Emily em Paris, uma das questionáveis indicadas ao Globo de Série de Comédia ou Musical.

É de suma importância relembrar que o GG não é prévia do Oscar de maneira nenhuma. Em questões de marketing e campanha, uma vitória no Globo alavanca sua visibilidade, mas o corpo votante da Academia é composto por mais de 7 mil membros, todos trabalhadores da indústria. A HFPA, por outro lado, é formada por 87 jornalistas, residentes de Los Angeles e que não têm ligação com o Oscar

Todavia, o que acontece é o Globo de Ouro tentando ditar tendências na temporada. Às vezes, as coisas dão ‘certo’: Green Book e Bohemian Rhapsody começaram ganhando aqui e percorreram solenes seu caminho até as estatuetas douradas e carecas. Ano passado, o amor por 1917 e por Sam Mendes caiu por terra quando Parasita e Bong Joon-ho saíram com os louros.

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5 anos depois, O Despertar da Força ainda marca o encontro de Disney e Star Wars

Imagem do filme Star Wars VII: O Despertar da Força.
Os outros sistemas vão se curvar perante a Primeira Ordem” (Foto: Reprodução)

Gustavo Alexandreli

O ano de 2015 foi marcado por grandes sucessos de bilheteria, como Velozes e Furiosos 7, Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros e Vingadores: Era de Ultron. E para encerrar o ano com uma saga clássica e postulante ao sucesso, em 17 de dezembro foi lançado no Brasil Star Wars VII: O Despertar da Força. O êxito – já esperado – se concretizou, assim que o filme tornou-se a maior bilheteria dentre os já lançados pela franquia, e a quarta maior bilheteria mundial, arrecadando um total de 2,066 bilhões de dólares. O Despertar da Força é, cronologicamente – na saga -, o primeiro filme após a trilogia original, iniciada  pelos episódios IV (Uma Nova Esperança, de 1977) e V (O Império Contra-Ataca, de 1980). E 32 anos após o encerramento da história com o episódio VI (O Retorno de Jedi, de 1983), sua continuação chegou aos cinemas.

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