A valorização da cultura de origem na construção da própria identidade em A Felicidade das Pequenas Coisas

Cena do filme A Felicidade das Pequenas Coisas. Na imagem, vemos uma garotinha de aproximadamente doze anos. Ela tem cabelos castanhos, lisos e curtos, e usa uma franja, e veste uma blusa azul, de mangas longas, com detalhes em cor de rosa nos punhos e na gola. Ela está sorrindo, e está sentada, com as mãos em cima de uma mesa de madeira, segurando nelas um papel. À direita dela, também sentada de frente para a mesa, há outra garotinha de aproximadamente doze anos. Ela está olhando para frente, e tem cabelos castanhos, lisos, com franja, e está com os cabelos amarrados. No lado esquerdo da imagem, há outra pessoa sentada, no entanto, só é possível ver as suas mãos. Ao fundo há uma parede clara, com uma janela pequena no lado direito, e bem atrás das garotas, há uma espécie de boi deitado no chão. Elas estão em ambiente interno e está de dia.
Indicado ao Oscar de Filme Internacional, A Felicidade das Pequenas Coisas evidencia a simplicidade em uma aldeia do Himalaia e o processo de transformação desse meio no protagonista Ugyen (Foto: Films Boutique)

Sabrina G. Ferreira

No mundo globalizado em que vivemos, cercados por diversas possibilidades de comunicação com os demais, fica difícil entender que existem outras realidades bem diversas às nossas. Essa disparidade é mostrada brilhantemente em A Felicidade das Pequenas Coisas (no inglês, Lunana: A Yak in the Classroom). Com direção e roteiro de Pawo Choyning Dorji (Hema Hema: Sing Me a Song While I Wait), o filme conta a história de Ugyen (Sherab Dorji), um jovem professor que sonha em se tornar cantor na Austrália. Todavia, Ugyen trabalha para o governo, que lhe atribui a missão de lecionar por alguns meses em Lunana, uma aldeia no Butão, país da Ásia Meridional, conhecido como um dos locais mais remotos do mundo. 

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Em Vulture Prince, Arooj Aftab nos ensina a lidar com a dor

Centralizada está a cantora, com um microfone em sua mão direita, na parte esquerda da imagem. Seus olhos estão apontando para o canto inferior direito, a parte do rosto dela que está na parte esquerda da imagem não é reconhecível. No canto superior esquerdo está escrito “Arooj Aftab” com “Vulture Prince” logo abaixo.
Vulture Prince, o terceiro álbum da carreira de Aftab, a vê retornar a suas raízes e lidar com a dor da perda de pessoas importantes (Foto: New Amsterdam Records)

Frederico Tapia

Nascida em 1985 na cidade de Riyadh, na Arábia Saudita, mas criada em Lahore, no atual Paquistão, e atualmente radicada em Nova York, nos Estados Unidos, Arooj Aftab começou a ser conhecida durante os anos 2000 com rendições de músicas de outros artistas, como por exemplo Hallelujah, de Leonard Cohen. Ela se formou no Berklee College of Music em Produção Musical, Engenharia de Som e Composição de Jazz após se mudar para os EUA em 2005. Em 2021, ela lançou seu terceiro álbum de estúdio, Vulture Prince, e conquistou duas indicações ao Grammy 2022, tornando-se a primeira mulher paquistanesa a ser indicada à premiação estadunidense. Uma das indicações é como Artista Revelação, uma das principais categorias do prêmio, e a outra como Melhor Performance de Música Global por Mohabbat.

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Yuni!

O drama adolescente da cineasta Kamila Andini é parte da seção Perspectiva Internacional da 45ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo e a aposta da Indonésia para representar o país no Oscar 2022 (Foto: Cercamon)

Raquel Dutra

O nome do novo filme de Kamila Andini é exclamado em muitos momentos dentro dos 90 minutos que o abrigam. Não é para menos, afinal, as reações à figura que o batiza: uma adolescente cheia de sonhos, perspicácia e incertezas que vive no interior conservador e religioso da Indonésia. Antes de chegar na 45ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, Yuni gerou o mesmo sentimento no Festival de Toronto 2021, de onde saiu com uma recepção muito positiva e agraciada com Platform Prize, que reconhece filmes com “alto mérito artístico” e que também apresentam “uma forte visão de direção”.

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