A capa e contracapa do livro contam com ilustrações dos ambientes e personagens que fazem parte da história, e também exalta pessoas nordestinas, já que foi ilustrada por Renata Nolasco, uma artista LGBT e potiguar (Foto: Editora Seguinte)
Monique Marquesini
Uma mudança para a cidade grande, encontros e desencontros, cultura nordestina, amizades, música pop, autoconhecimento e protagonistas LGBTQIA+: essas são algumas características do livro de estreia de Pedro Rhuas. Lançado em julho de 2021 pela Editora Seguinte, o título curioso Enquanto eu não te encontro guarda a simplicidade de um romance adolescente junto da amplitude de novas descobertas para um garoto gay, nordestino e calouro na universidade.
Analisando o impacto da fama na vida de uma jovem estrela, o documentário faz parte da Perspectiva Internacional da Mostra de SP (Foto: Films Boutique)
Vitor Evangelista
1971. Luchino Visconti. Morte em Veneza. Björn Andrésen. A receita para o sucesso pode, em adição, conter os mesmos ingredientes de um trauma que se alonga por uma vida inteira. O Garoto Mais Bonito do Mundo, documentário sueco que integra a Perspectiva Internacional da 45ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, tem em seu cerne a ferida aberta que a fama e o estrelato podem causar nesse alguém ainda em processo de formação.
Integrando a seção Perspectiva Internacional da 45ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, Regresso a Reims (Fragmentos) é um recorte da história da classe média na França [Foto: Les Films de Pierre]Bruno Andrade
Parte considerável dos conflitos geracionais consiste em renegar a vida pregressa do indivíduo que está bem diante de você, comumente associado a alguém antiquado à época. Essa ausência de visão pode transformá-lo em um ser suportável, mas diminuí-lo como ser humano. Pelo menos essa é a lição que tiramos de Pais e Filhos,de Ivan Turguêniev. A essa postura, o diretor e roteirista Jean-Gabriel Périot se opõe ferozmente, e joga luz sobre a história dos trabalhadores franceses em seu documentário Regresso a Reims (Fragmentos), exibido na 45ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo.
Clint Eastwood tem uma longa trajetória no Cinema, atuando em mais de 60 filmes e dirigindo mais de 40 (Foto: Warner Bros.)
Gabriel Fonseca
O Cinema sempre contribuiu para a construção de heróis que fizeram parte do imaginário popular. Alguns duraram pouco e outros atravessaram gerações, como é o caso de Clint Eastwood com o seu tipo durão, para os clássicos de faroeste. Conhecendo a imagem que projetou de si mesmo nas telas, o ator e diretor aproveitou mais de uma oportunidade para se desconstruir, ao mesmo tempo em que conta uma bela história.
Em Cry Macho: O Caminho para Redenção, vemos uma versão atualizada dos heróis que protagonizaram o mito de criação dos Estados Unidos, no qual eles são trazidos para o século XX e se mostram mais humanos. O longa também explora um tom leve, pouco trabalhado nos filmes que Eastwood dirigiu e revela que o diretor ainda está aberto a novas experiências, mesmo que não precise inovar a sua forma de contar histórias.
Submissão oficial do Irã para o Oscar 2022, Um Herói faz parte da Perspectiva Internacional da Mostra de SP (Foto: California Filmes)
Vitor Evangelista
Asghar Farhadi já tem cadeira cativa na Mostra Internacional de São Paulo, e com Um Herói (Ghahreman) a história não mudou. Premiado em Cannes e com um burburinho absurdo desde sua exibição em terras francesas, o novo drama do aclamado diretor aterrissa na capital paulista recheado de tensão e uma discussão muito boa a respeito de lei, moral e até mesmo dos limites da prisão.
A produção integra a Competição Novos Diretores da 45ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo (Foto: Trance Films)
João Batista Signorelli
Uma viúva de meia-idade se aposenta de seu trabalho em uma igreja numa cidadezinha no sul da Alemanha, e aproveita o momento para reencontrar sua família na região onde outrora viveram à beira-mar. Como um de seus filhos se vê impossibilitado de viajar à Alemanha, ela decide ir a Hong Kong onde ele mora e trabalha para encontrá-lo, porém, ele não está lá para recebê-la. Madeira e Água, exibido na 45ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, é um filme contemplativo de poucos diálogos, mas cujas imagens dizem muito.
Morno, Os Inventados promete mas não cumpre na 45ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo (Foto: La Marmota Contenidos)
Caroline Campos
Se a expressão “nadar, nadar para morrer na praia” fosse um filme, com certeza seria Os Inventados. Não que a produção argentina seja similar à sensação de morte por afogamento, mas o cansaço de tanta nadadeira bate de frente com os 91 minutos do selecionado para a Competição Novos Diretores da 45ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo. Conquistando pela sinopse promissora, é o desenvolvimento da narrativa dos diretores Leo Basilico, Nicolás Longinotti e Pablo Rodríguez Pandolfi que perde o ar antes mesmo de começar a conquistá-lo.
As irmãs Tasha e Tracie, filhas de pai nigeriano e mãe brasileira, lançam o EP Diretoria e levam todo o poder de Peri, Zona Norte de SP, para o mundo (Foto: Tasha e Tracie/Ceia Ent.)
Geovana Arruda
Os dias de glória e as rimas sem censura das gêmeas Tasha e Tracie Okereke tornaram Diretoria uma obra-prima do começo ao fim. Desde o lançamento, no dia 19 de agosto de 2021, as paulistanas da Zona Norte conquistaram os fãs e as paradas das plataformas de streaming com verdadeiros hits que ilustram suas conquistas como as poderosas “pretas, chave da favela”. Após o lançamento de Rouff em 2018, as irmãs apresentam majestosamente Diretoria,composto por 7 faixas com o selo da Ceia Ent., coletivo de hip hop que possui grandes lançamentos como JOVEM OG, do rapper Febem, e NU, de Djonga.
A família ainda é importante para Shyamalan (Foto: Universal Studios)
Caio Machado
Na infância, parece que nunca vamos envelhecer. Para nosso cérebro, novo e inocente, “ficar velho” é algo que afeta só os outros e não a nós mesmos. Quando você cresce e olha para o espelho com mais atenção, reparando nas marcas do rosto, a verdade universal vem à tona: a idade chega para todos. O novo filme de M. Night Shyamalan, Tempo, expõe com sinceridade quão perturbador o envelhecimento pode ser para um ser humano.
Uma história real fantástica é o que o longa As Bruxas do Oriente traz para a seção Perspectiva Internacional da 45ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo (Foto: Lightdox)
Raquel Dutra
“Era uma vez, um grupo de mulheres dotadas de poderes sobrenaturais…” poderia sussurar o âmago de As Bruxas do Oriente (Les Sorcières De L’Orient, no original), apenas no caso de o filme em questão não se dedicar à uma história real que em nada se assemelha com os contos de fadas que conhecemos. A atmosfera que o documentário cria na seleção da 45ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, no entanto, é quase a mesma de um conto fantástico, criada na tela do diretor Julien Faraut à medida em que ele nos apresenta a narrativa de uma equipe de voleibol do Japão da década de 60 considerada uma das melhores do mundo todo.