O Garoto Mais Bonito do Mundo é o mais triste também

Cena do documentário O Garoto Mais Bonito do Mundo. Em preto e branco, mostra um garoto branco e loiro escondido atrás de uma cadeira de set de gravações. Nas costas da cadeira, está escrito L. Visconti, o nome do diretor.
Analisando o impacto da fama na vida de uma jovem estrela, o documentário faz parte da Perspectiva Internacional da Mostra de SP (Foto: Films Boutique)

Vitor Evangelista

1971. Luchino Visconti. Morte em Veneza. Björn Andrésen. A receita para o sucesso pode, em adição, conter os mesmos ingredientes de um trauma que se alonga por uma vida inteira. O Garoto Mais Bonito do Mundo, documentário sueco que integra a Perspectiva Internacional da 45ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, tem em seu cerne a ferida aberta que a fama e o estrelato podem causar nesse alguém ainda em processo de formação.

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Em Cry Macho: O Caminho para Redenção, Clint Eastwood desmantela o símbolo que já representou um dia

Vemos os personagens Mike e Rafael, interpretados por Clint Eastwood e Eduardo Milett, em uma cena do filme Cry Macho: O caminho para redenção. À esquerda, temos Mike, um homem branco e idoso. Ele veste um chapéu de cowboy, jaqueta marrom, camisa de botões azul claro e calça jeans. Ao seu lado, está Rafael, um adolescente branco, com o tom da pele moreno, cabelos na altura das orelhas e veste uma jaqueta vermelha sobre uma camiseta amarela, além de uma calça bege. Atrás dos dois, vemos um carro grande e laranja.
Clint Eastwood tem uma longa trajetória no Cinema, atuando em mais de 60 filmes e dirigindo mais de 40 (Foto: Warner Bros.)

Gabriel Fonseca

O Cinema sempre contribuiu para a construção de heróis que fizeram parte do imaginário popular. Alguns duraram pouco e outros atravessaram gerações, como é o caso de Clint Eastwood com o seu tipo durão, para os clássicos de faroeste. Conhecendo a imagem que projetou de si mesmo nas telas, o ator e diretor aproveitou mais de uma oportunidade para se desconstruir, ao mesmo tempo em que conta uma bela história.

Em Cry Macho: O Caminho para Redenção, vemos uma versão atualizada dos heróis que protagonizaram o mito de criação dos Estados Unidos, no qual eles são trazidos para o século XX e se mostram mais humanos. O longa também explora um tom leve, pouco trabalhado nos filmes que Eastwood dirigiu e revela que o diretor ainda está aberto a novas experiências, mesmo que não precise inovar a sua forma de contar histórias.

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