A Maldição da Residência Hill rompe com as amarras do terror comum

O novo drama de suspense e terror da Netflix foi inspirado por Lost, revelou o criador Mike Flanagan (Foto: Reprodução)

Vitor Evangelista

Maquiada como uma produção de terror e fantasmas, A Maldição da Residência Hill usa de artifícios do gênero para tratar de uma relação familiar conturbada e extremamente relacionável ao mundo fora das telas. Transitando entre o passado e o presente dos moradores da Hill House, a produção de Mike Flanagan trabalha com alegorias e cria a melhor série original do ano da gigante de streaming.
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Seria The Handmaid’s Tale uma distopia feminista?

Elizabeth Moss, produtora e protagonista da série. (Foto: Divulgação/HULU)

Rafaela Martuscelli

Com mais de 20 indicações ao Emmy, O Conto Da Aia (The Handmaid’s Tale) faz sucesso desde a sua estreia. A série é uma adaptação da obra literária da escritora canadense Margaret Antwoord, que foi publicada em 1985, e tem como produtora e protagonista a atriz Elisabeth Moss.

A história se trata de uma distopia. Tal conceito na ficção procura mostrar como a sociedade pode caminhar para um modo de autodestruição – e é dessa forma que ela se desenvolve. O livro foi lançado ao mesmo tempo em que acontecia a segunda onda feminista no mundo, aonde eram exigidos em suas manifestações a igualdade de gêneros e a garantia do direito das mulheres. Os atos tinham como objetivo atingir diretamente a sociedade conservadora que existia na época.

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Em seu segundo ano, This is Us transcende o tempo nas conexões

(Fonte: Reprodução/NBC)

Rayanne Candido

Em meio a dragões, dramas medievais, distopias futuristas e a realeza britânica, “This is us” consegue alcançar diversas indicações a 70º edição do Emmy com seu segundo ano. Numa temporada focada em perdas e superações, o seriado da NBC aproxima ainda mais seu público tratando das crônicas familiares e criando ali uma mitologia emocionante e empática.

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Atlanta: surrealismo e realidade em um mesmo plano

Quando eu encontrar uma explicação para a maçã na boca do elenco, eu trago pra vocês. (Foto: Reprodução/FX)

Egberto Santana Nunes

Se existisse um prêmio real para o artista do ano, Donald Glover provavelmente estaria cotado e até mesmo ganharia. Digo “real” porque o VMA (Video Music Awards) tem essa categoria em sua premiação, mas a gente ignora pois é o VMA. Além de ter todo um outro embasamento, voltado ao mundo da cultura pop e os abalos na indústria. A questão aqui é que Glover se catapultou no mainstream de uma forma que ele não só fosse o assunto do momento, como também fez com que fossem discutidos outros temas bem mais problemáticos. E é claro, no final de 2018, na retrospectiva feita por diversos canais, “This is America” estará lá sendo reprisado e discutido.  Mas hoje o assunto não é o ótimo clipe de Gambino e, sim, seu mais não tão novo trampo, a série de TV Atlanta.

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O caos reina em Game of Thrones

O atraso (proposital) do lançamento tornou o seriado inelegível ao Emmy 2017, concorrendo apenas na edição seguinte, que ocorre em 17 de setembro [Foto: HBO]
Vitor Evangelista

Numa leva menor de capítulos, Game of Thrones aparou as arestas e foi direto ao ponto. Com uma linha narrativa ágil, o penúltimo ano leva o público aos preparativos finais para dar fim às histórias de Westeros. A sétima temporada conseguiu juntar seus protagonistas, guinando a história para seu derradeiro final, a guerra contra o exército do Rei da Noite.

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Alex Strangelove acerta como romance adolescente LGBTQ+ ainda que preso a clichês

 

 

(Foto: Divulgação)

Jho Brunhara

Anunciado em março pela Netflix e lançado em junho, o filme Alex Strangelove, dirigido por Craig Johnson, traz a história de Alex Truelove (Daniel Doheny), um jovem no último ano do ensino médio que namora Claire (Madeline Weinstein), mas começa a questionar seus sentimentos ao conhecer Elliot (Antonio Marziale). Pela Sinopse, se assemelha a qualquer filme adolescente de triângulo amoroso ou do garoto que achava ser hétero e se descobre gay. No começo do ano tivemos o lançamento do filme Com Amor, Simon, outra comédia romântica com temática LGBTQ+, seguindo a mesma linha de aceitação e descobertas. É óbvio que a indústria das produções cinematográficas está vendo a oportunidade de explorar essa temática e alcançar um público específico, mas existe um algo a mais: esses clichês são poderosos.

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A raiva que adoece em Sharp Objects

A parede florida da residência dos Crellin evoca a alma cuidadosa de Adora, semelhante a Mãe Natureza (Foto: Reprodução)

Vitor Evangelista

Estrelada por Amy Adams, a minissérie da HBO adentra o passado da jornalista Camille Preaker, que retorna a sua cidade natal para noticiar a morte de duas jovens garotas. Carregada de ressentimento, a produção caminha a passos lentos e cores quentes para mapear as relações familiares problemáticas de sua protagonista. Camille é uma mulher marcada por abusos. A começar pela distante relação que construiu com a mãe Adora (Patricia Clarkson, sublime), a perda de sua irmã caçula ainda na infância, os anos marcados pela automutilação e alcoolismo, a personagem de Amy Adams tem problemas em encarar o passado e, principalmente, deixá-lo ir. 

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Avatar – A Lenda de Aang: muito além de qualquer preconceito

Muita gente sente uma nostalgia quando ouve: “Água… Terra… Fogo… Ar! Há muito tempo as nações viviam em paz e harmonia, e aí tudo isso mudou quando a nação do fogo atacou. Só o avatar domina os 4 elementos e pode impedi-los, mas, quando o mundo mais precisa dele, ele desaparece.” A animação da Nickelodeon, Avatar: A Lenda de Aang, criada por Michael Dante DiMartino e Bryan Konietzko, teve seu último episódio lançado há 10 anos, encerrando a épica batalha entre o Avatar Aang e o Senhor do Fogo Ozai, com a  instauração de uma era de paz e harmonia.

A Equipe Avatar (Imagem: Reprodução)

Leonardo Dota Zonaro e Raul Galhego da Silva

O conceito de avatar vem da teogonia bramânica, onde um deus encarna no mundo material para a realização de grandes feitos. O avatar, na definição da animação, é a junção de uma alma humana com um espírito ancestral e poderoso, Raava, sendo o único capaz de dominar todos os quatro elementos (habilidade concedida pelas tartarugas leão e possibilitada por Raava). Sendo o responsável por trazer equilíbrio para o mundo, o espírito do avatar é repassado para um recém-nascido da próxima nação assim que o portador atual morre, na ordem: Tribo da Água, Reino da Terra, Nação do Fogo e Nômades do Ar.

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Os rótulos de Unbreakable Kimmy Schmidt

Em um absurdismo cômico, o seriado extrapola metalinguagem e a inversão caricata de papéis (Foto: Reprodução)

Vitor Evangelista

Com o buzz político das denúncias de abuso de Hollywood, passando pelas declarações polêmicas do presidente Donald Trump, a primeira parte da 4a temporada de Unbreakable Kimmy Schmidt discute feminismo e atualidades com propriedade. Calcada num roteiro ácido e com timing cômico impecável, a série de Tina Fey mais uma vez diverte mas sem nunca fazer deixar de refletir.

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A desmistificação da verdade em 13 Reasons Why

Segunda temporada da série original Netflix explora ainda mais os traumas dos adolescentes protagonistas (Foto: Netflix)

Vitor Evangelista

Calcada em polêmicas e no retrato problemático de transtornos e distúrbios psicológicos: foi assim que 13 Reasons Why veio à tona. Após uma estreia provocativa e um final aparentemente fechado, o seriado retorna para um segundo ano na esperança de contar a versão de cada um dos “porquês” que levaram ao suicídio de Hannah Baker (Katherine Langford).
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