No dia 17 de abril de 2011, a HBO exibiu o primeiro episódio de Game of Thrones, dando início a um dos maiores marcos da cultura pop da década passada. A experiência de acompanhar a série durante o lançamento de seus capítulos, e até mesmo a decepção do final, pode ser comparada à de assistir Lost, a todo momento um cérebro explodindo e um olhar desesperado de “e agora?”.
RuPaul, por favor, está demais! Sem folga, a máquina Drag Race mastigou e nos entregou mais uma edição de sua infinita coleção de franquias. Dessa vez, é hora de analisar a segunda temporada de Drag Race Holland, uma das primas europeias do show. Setembro de 2021, mês de encerramento desse ciclo, foi histórico para a comunidade trans, que assistiu a duas mulheres serem coroadas como as Próximas Super Estrelas Drags. Kylie bradou vitória na América, enquanto a Holanda foi o lugar do triunfo de Vanessa Van Cartier.
São seis horas da tarde. O Zapping Zone começa com aquele gosto de comida de vó no jantar. Os olhos estão compenetrados na TV, aguardando o primeiro episódio da nova série do Disney Channel. A sinestesia é tão grande que quase posso me imaginar no sofá, com o olhar vidrado na vinheta promocional. Infelizmente, já não é 2011 e não tenho mais 11 anos. Porém, a lembrança permanece tão fresca na memória que nem parece que uma década se passou desde a estreia de Austin & Ally.
Retratando um cenário particular que reflete as diferentes realidades da maternidade, Maid exibe com fidelidade o machismo e a falta de oportunidade vivenciada por mães que sofrem com algum tipo de violência. A minissérie original da Netflix estreou arrebatando emoções e nos obrigando a preparar os lencinhos. Jovem, Alex (Margaret Qualley) larga os estudos e o sonho de ser escritora para cuidar da filha Maddy (Rylea Nevaeh Whittet), mal sabendo que no futuro, o conjunto de registros realizados durante o seu trabalho como faxineira a salvariam.
Com centenas de lançamentos por mês, é cada vez mais fatigante encontrar uma série adolescente interessante na Netflix. De clichês entediantes até os cancelamentos iminentes, a plataforma luta para conversar com esse público da maneira correta. Um dos maiores acertos dos últimos anos, no entanto, foi a excelentíssima Sex Education. Com sua despretensiosa narrativa teen e complexa gama de personagens, a obra conseguiu conquistar seu espaço na lista de melhores produções do streaming e, em 2021, entrega sua terceira temporada com ainda mais encanto.
Rotulada como uma comédia que“nos faz sentir bem”, é uma reviravolta e tanto que o ano dois de Ted Lasso decida concluir sua trama futebolística em notas tão amargas. “É ‘O Império Contra-Ataca’”, definiu boa parte do elenco sobre a segunda temporada. Com isso, o público pôde pescar que questões sobre paternidade, rancor e traição fossem tomar parte na tela, visto que tudo isso ocorreu no longínquo episódio cinco de Guerra nas Estrelas. Mas o baque foi mais forte que o prometido.
Round 6, a nova série original da Netflix, foi lançada no dia 17 de setembro e já conta com uma legião de fãs e recordes de audiência. A história narra como 456 pessoas afundadas em dívidas aceitaram participar de uma sequência de seis jogos, onde o vitorioso levaria um prêmio bilionário e os perdedores morreriam. Claro, jogos de sobrevivência não são novidade – alguns sucessos como Jogos Vorazes, Jogos Mortaise Escape Roomjá retrataram isso antes –, contudo as semelhanças param por aí. Squid Game tem um roteiro muito original, que oferece não só ação como um conceito e uma crítica muito importantes por trás de tudo, além de uma estética nova que mistura um pouco da realidade com elementos surreais.
Não há medo mais apavorante do que o da solidão. Construímos nosso entendimento de mundo baseado em nossas conexões afetivas e, logo com a chegada da vida adulta, nos deparamos com a instância de trilhar um caminho tortuoso por conta própria. Nesse temor pelo desconhecido e por não pertencer, Machado, Lay e Lio – ou Tuyo, como os conhecemos juntos – encheram sua casa de gente, para não se sentirem sozinhos. Diante disso, Chegamos Sozinhos em Casa, o novo projeto artístico da banda, imerge na psique de seus integrantes, explorando o instante em que essas pessoas voltam para onde vieram, ou criam seus novos espaços, e o que sobra da gente quando, enfim, estamos sós.
De cara, não tem como mentir: escrever sobre RuPaul’s Drag Race é uma tarefa e tanto. Afinal, são horas e horas de episódios extensos, sem contar o Untuckede seus bastidores, os programas de recapitulação (oficiais e não-oficiais) e, é claro, a internet. As drag queens presentes nas temporadas são pessoas de verdade, tem dramas, conquistas e presença forte no mundo real, sempre expandindo a narrativa do programa para além dos televisores. 2021 se empanturrou da Corrida das Loucas e, depois de viajar da Espanha à Oceania, Mama Ru olha para as segundas chances dentro da América, no sensacional All Stars 6.
Embarcando na modinha de podcasts true crime e a popularização ainda maior de casos criminais, a Hulu decidiu trazer essa aposta para o streaming com Only Murders in the Building (ou, como popularmente ficou conhecida, a série da Selena Gomez). Na contramão, ao invés de escalar um grupo de cinco atores adultos interpretando adolescentes do high school dos Estados Unidos – como a conturbada Pretty Little Liars e a perdida Riverdale – a produção traz de volta três renomados (e nostálgicos) nomes da Televisão norte-americana: a dupla dinâmica, Martin Short e Steve Martin, e Selena Gomez (afinal, para a década de 2020 até o nome da cantora se tornou nostálgico na TV).