Poker Face não esconde o jogo, mas tem várias cartas na manga

Cena da série Poker Face. Nela vemos Natasha Lyonne interpretando Charlie Cale, uma mulher branca de cabelo loiro extremamente bagunçado. Charlie veste uma camiseta laranja, um casaco de couro na cor marrom e calça e botas pretas. Ela está em um bar onde ocorre um show de rock, por isso, há uma multidão a erguendo.
Poker Face é uma forte candidata para o título honorário de ‘Melhor Série do Ano que Você Não Viu’ (Foto: Peacock)

Guilherme Veiga

A TV é um território onde não se pode errar, mesmo com as produções desastrosas sempre existindo, inclusive na história recente. Nesse sentido, criou-se um lugar seguro de gêneros em que se pode transitar. Tais segmentos definem uma moda em seu respectivo tempo: os anos 2000 foram férteis para as séries de ‘casos da semana’ com House, Supernatural e CSI nadando de braçada; atualmente, as antologias tem seu lugar ao sol com o sucesso estrondoso de Black Mirror e seus filhos como Love, Death & Robots

Porém, toda moda, na verdade, é cíclica. As antologias retomam Além da Imaginação e Contos da Cripta, enquanto o que moldou a Televisão no início deste século bebe de Columbo, série dos anos 1970 que catapultou o gênero de investigação como o conhecemos. Respeitando o intervalo de, pelo menos, duas décadas entre tendências, assim como a estética y2k, Poker Face promete ser a precursora de um possível movimento de retorno.

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Annette é um conto de fadas turbulento

Cena do filme Annette. Vemos homens, mulheres e crianças parados na calçada de uma rua de Los Angeles. As que estão na frente estão ajoelhadas, olhando para cima. As pessoas no fundo estão em pé. Duas delas, uma mulher branca com cabelo loiro e uma mulher negra, conversam no canto superior esquerdo.
O musical liderado por Adam Driver e Marion Cotillard faz parte da Perspectiva Internacional da 45ª Mostra de Cinema de SP (Foto: MUBI)

Caio Machado 

O cinema de Leos Carax sempre teve uma relação íntima com a Música, indo da belíssima caminhada noturna ao som de David Bowie em Boy Meets Girl ao “intervalo” com uma impressionante versão instrumental de Let My Baby Ride em Holy Motors. Nesse sentido, Annette, novo trabalho do cineasta francês exibido na 45ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, extrapola esse laço com a Música de uma forma nada convencional. 

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