Os Piores Lançamentos de 2020

Arte com fundo roxo. No canto superior esquerdo, foi adicionado os escritos "OS PIORES LANÇAMENTOS DE 2020" em letras roxas e possui um fundo retangular de cor preta, para destaque. Ao lado direito, foi adicionado o logo do Persona. O logo do Persona é o desenho de um olho com um botão de play no lugar da pupila, e com a íris de cor roxa. Foi adicionado na parte inferior da arte as imagens de personagens de alguns lançamentos de 2020. As imagens foram divididas em duas fileiras. Na fileira superior, em ordem: uma mulher branca e suja de sangue, Laurel da série How to Get Away With Murder, uma mulher latina de pele clara e cabelos escuros, Coriolanus Snow de Cantigas de Pássaros e Serpentes. Já na parte inferior, foram adicionados: Sabrina de O Mundo Sombrio de Sabrina, Justin Bieber e Katy Perry.
Gosto é pessoal: só porque alguma obra está na lista, não quer dizer que é horrível ou não possui nada de aproveitável; o Persona sempre indica que tudo seja consumido, ouvido, assistido e apreciado (Foto: Reprodução)

Conseguir a alcunha de ‘pior do ano’ em 2020 é um feito e tanto. Em meio à pandemia e ao isolamento social, a arte se transformou em confidente e melhor amiga. Assistimos séries repetidas e começamos novas, maratonamos filmes de tudo que é gênero. Foi o momento de reacender a chama da nostalgia, o momento de descobrir novos artistas e se apaixonar por canções inéditas. 

Então, se algo conseguiu desagradar nessa hora de tanta empatia e conforto com os clichês, o erro parece ter sido crasso. Antes de fechar o amaldiçoado 2020 com as tradicionais listas de Melhores do Ano, a Editoria do Persona se reuniu para prestar a última condolência, jogar a última pá de terra no que teve de mais assombroso (mas nem sempre descartável) nos 12 meses que, por si só, já merecem o título de tenebrosos.

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Traições, liberalismo e Lady Di abalam a quarta temporada de The Crown

Na imagem, Lady Di, jovem de cabelos curtos e loiros, usa um vestido de noiva branco, volumoso.
Emma Corrin, aos 24 anos, estreia na Netflix como a jovem Diana Spencer; a produção não recriou a cerimônia do casamento real, mas exibiu Corrin no vestido icônico da princesa (Foto: Reprodução)

Vanessa Marques

Com o fardo e a glória de narrar uma história real, The Crown chega ao seu quarto ano na Netflix. Em novo ciclo, a realeza é ofuscada pela entrada de duas mulheres no elenco: a lendária Lady Di (Emma Corrin), futura ex-esposa do Príncipe Charles, o cara que até hoje aguarda sentado para ser rei, e a irredutível Margaret Thatcher (Gillian Anderson), primeira-ministra do Reino Unido entre 1979 e 1990. Mais uma vez, a produção de Peter Morgan não peca em qualidade, coroando uma narrativa delicada, rica em beleza visual, de modo a unir aspectos de ficção, história e biografia.

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Drag Race Holland é um teste para cardíaco

Na foto vemos quatro drag queens. Da esquerda para a direita: Miss Abby OMG está toda de preto, com um espartilho roxo, Ma'ma Queen usa uma roupa azul e verde, com plumas e asas que lembram o carnaval, seu cabelo é azul claro e ela tem um adereço na cabeça, Envy Peru está de preto com uma grande pluma na cabeça e Janey Jacké veste vermelho, um maiô com meia calça e asas de anjo no mesmo tom de vermelho.
Além do título e da Coroa, a vencedora de Drag Race Holland levou para casa um vestido horroroso, mas avaliado em milhares de euros (Foto: Reprodução)

Vitor Evangelista

Pela primeira vez em 2020, Drag Race premiou quem mereceu a Coroa desde o dia um. Não contestando as brilhantes vitórias de Jaida Essence Hall e Shea Couleé, nem mesmo a coroação de Priyanka, mas o que mudou em Drag Race Holland foi o favoritismo avassalador que a estonteante e belíssima Envy Peru exerceu na órbita de suas concorrentes. A drag queen latina clamou para si o título de Primeira Super Estrela Drag da Holanda, numa temporada com mais altos do que baixos, e que definitivamente colocou o público numa montanha-russa emocional.

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We Are Who We Are, por mais doloroso que seja

Na foto vemos dois jovens numa rua da Itália. Caitlin é uma menina negra, de 14 anos e cabelos raspados. Ela usa uma calça jeans escura e larga, um moletom cinza e uma jaqueta bege por cima. Fraser é um menino branco de 14 anos, ele tem o cabelo descolorido loiro e usa só roupas pretas. Eles se olham, e estão alguns passos distantes.
We Are Who We Are se passa na Itália no período da disputa eleitoral estadunidense entre Donald Trump e Hillary Clinton (Foto: HBO)

Vitor Evangelista

Para alguém que sempre odiou a própria expressão de gênero e a maneira com que se comporta, assistir We Are Who We Are foi um alívio. Quase um fardo sendo descarregado, eu respirava aliviado pelo menos uma hora na semana, momento em que os longos episódios da criação de Luca Guadagnino tomavam parte. Junto dos jovens habitantes de uma base militar italiana, revisitei o Ensino Médio, os julgamentos e as cobranças da adolescência e os corações partidos. Acima de tudo, enxerguei em Fraser (Jack Dylan Grazer) um espelho do que sempre quis ser, ou melhor, assistir.

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Sob Pressão: Plantão Covid une ficção e realidade num retrato da maior crise sanitária do século

Sob Pressão, série médica da Globo, lançou dois episódios especiais sobre a pandemia do coronavírus (Foto: Globo)

Júlia Paschoalino

Após três temporadas de inegável sucesso e uma precoce ameaça de cancelamento, Sob Pressão voltou ao ar com dois episódios especiais. A série, que sempre usou um tom de denúncia social para retratar a realidade da saúde pública brasileira, não podia deixar de contar a sua própria versão da pandemia do novo coronavírus.

O especial se passa em um hospital de campanha da COVID-19. O casal de médicos Evandro (Julio Andrade) e Carolina (Marjorie Estiano), que terminou a última temporada trabalhando em uma missão humanitária no interior do Brasil, é chamado de volta ao Rio de Janeiro para ajudar nos atendimentos contra a doença.

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Ratched: a história colorida de uma enfermeira macabra

A nova série de Ryan Murphy explora o passado de uma das personagens mais temidas da cultura pop (Foto: Reprodução)

Nathalia Franqlin

Ratched é a nova série de Ryan Murphy que chegou em setembro na Netflix, com uma primeira temporada que conta com 8 episódios. Estrelada por Sarah Paulson como a enfermeira Mildred Ratched, a produção traz a assinatura de Murphy em cada camada. Com figurinos e cenários impecáveis, extravagantes e coloridos, a trama se passa, majoritariamente, em um hospital psiquiátrico de luxo numa cidadezinha no litoral dos Estados Unidos, no final da década de 1940, após a Segunda Guerra Mundial. Aqueles que já conhecem o trabalho do produtor podem identificar elementos comuns com outras de suas obras, como American Horror Story e até mesmo Pose

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A ousadia de sobreviver em Lovecraft Country

Horrores cósmicos e sociais perseguem os protagonistas do show, que fez tremer os últimos dez domingos da HBO (Foto: Elizabeth Morris/HBO)

Leonardo Teixeira

Em Lovecraft Country, é constante o diálogo entre passado e futuro. “Quando meu neto nascer, ele será minha fé transformada em carne e osso”, uma personagem diz, em um dos muitos climaxes da trama. Aqui, ícones e referências da cultura negra dão liga a uma trama sobre ancestralidade. Não só sobre as qualidades e ensinamentos passados de mãe para filha, mas também as feridas. A inspiração na obra de um babaca eugenista, em uma história protagonizada por pessoas pretas, adiciona mais força ao texto, que explora a monstruosidade como característica inerente ao ser humano. 

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Upload: um alerta sutil e bem humorado de precaução para o futuro

Capa promocional Amazon Prime (Foto: Reprodução)

Leandro Oliveira

Upload, a esperada nova série de Greg Daniels vem para nos dizer que no céu tem Mcdonald’s. Carregando o nome por trás de sucessos como a versão americana de The Office (2005-2013), Parks and Recreation (2009-2015) e a atual Space Force (2020) da Netflix, a série teve todo o seu marketing em torno do seu criador, deixando os fãs com altas expectativas para a comédia do Amazon Prime Video, que estreou em maio. Recheado de críticas sociais, novas tecnologias e debates sobre os rumos das relações humanas, o show nos assusta e nos conforta nessa primeira temporada.

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A jardinagem dita as regras de A Maldição da Mansão Bly

A vibe da Mansão Bly é bem diferente da Residência Hill, então dê o play consciente disso (Foto: Reprodução)

Vitor Evangelista

A certo momento da nebulosa e densa atmosfera de A Maldição da Mansão Bly, Jamie mostra a dama-da-meia-noite para uma incrédula Dani. Cada botão da flor, de acordo com a jardineira, só floresce uma vez, e morre em seguida. Seu desabrochar é um evento por si só. Dois anos depois da exuberante Residência Hill, a minissérie de Mike Flanagan retorna, com rostos conhecidos e trama diferente, para se equiparar à flor noturna: pode ser que histórias novas demorem a chegar mas, quando o momento vem, o espetáculo é sem tamanho.

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The Walking Dead não tem fim

O objetivo da série nunca foi falar da cura do apocalipse, mas sim lidar com a humanidade e seus medos (Foto: Reprodução)

Vitor Evangelista

Chega a ser cômico escrever um título desses poucas semanas depois da AMC revelar o planos de encerramento para The Walking Dead, mas vamos lá. Após sofrer pausas na pós-produção por conta do coronavírus, TWD exibiu a season finale alguns meses depois do planejado. Num painel remoto da San Diego Comic Con, os produtores anunciaram o lançamento de mais 6 episódios, no início de 2021, para preencher lacunas da temporada atual. Finalizando o arco dos Sussurradores, o seriado se encaminha para dizer adeus mas, mais do que qualquer coisa, existe uma sensação de infinito quando pensamos na crônica de zumbis. E não tem nada a ver com o que você está pensando.

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