Greve dos Roteiristas: a classe que parou a indústria do audiovisual

Foto da passeata da greve dos roteiristas. Na imagem, há pessoas segurando cartazes retangulares divididos nas cores preta e vermelha. Está escrito “Sindicato dos roteiristas americanos em greve!” e “Sindicato dos roteiristas em greve! hey, CEOs - vocês podem nos pagar de forma justa e ainda serem repugnantemente ricos”. Além disso, atrás desses cartazes há outras pessoas protestando com cartazes relacionados à greve dos roteiristas
A Greve dos Roteiristas refletiu o histórico repetitivo de descaso com os trabalhadores de Hollywood (Foto: Chris Pizzello/The Associated Press)

Amabile Zioli e Guilherme Machado Leal 

Ao assistirmos a uma obra cultural, esquecemos de todo o processo por trás de sua criação. Engana-se quem resume o papel da Arte somente ao conteúdo que ela traz, já que, no final do dia, empresários enxergam filmes e séries como fontes de renda. Ver um conteúdo sendo adiado mexe com o coração dos fãs, mas antes disso, não ter o seu trabalho reconhecido também atrapalha o amor de quem tem o audiovisual como emprego. Afinal, a indústria hollywoodiana foi construída nos moldes da sociedade capitalista e, dessa forma, o dinheiro faz parte desse meio. Por isso, entender as demandas exigidas na greve dos roteiristas, mesmo que ela já tenha sido encerrada, é fundamental para que a conversa sobre o tema seja compreendida da melhor forma, até para blindar um futuro mais sólido para o setor.     

No dia 2 de Maio de 2023, o Sindicato dos Roteiristas da América (o Writers Guild of America ou WGA) entrou em greve. As principais exigências da categoria contra a Alliance of Motion Picture and Television Producers (AMPTP), associação comercial que representa os estúdios de Hollywood, eram melhores condições de trabalho e um aumento salarial. A remuneração residual também foi pauta, principalmente no que se refere aos serviços de streaming, que não possuem tanto controle das reproduções quanto as TVs.

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Não Olhe para Cima, seu imbecil!

Com estrelas e meteoros, Não Olhe para Cima chega ao Oscar 2022 nas listas de Melhor Filme, Roteiro Original, Trilha Sonora Original e Montagem (Foto: Netflix)

Nathália Mendes

O que você faria se descobrisse um meteoro vindo em sua direção? Diminuindo a distância que o separa do planeta Terra a cada vez que você respira, ou na medida em que lê essas palavras? O diretor Adam McKay achou que seria apropriado rir das nossas caras de tacho. E assim, nasceu Não Olhe para Cima (Don’t Look Up), com seu elenco estrelado vomitando o iminente fim da humanidade. O que você faria então, mediante tamanho desastre? Desviaria o olhar, vestiria seu uniforme de imbecil, e abriria o TikTok para ser feliz novamente vendo vídeos de cachorros fofos, com certeza.

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