Mom acabou :’(

Cena da série Mom que mostra um grupo de mulheres brancas adultas se abraçando.
Sutilmente se despedindo da TV, Mom recebeu 3 indicações ao Emmy 2021 (Foto: CBS)

Vitor Evangelista

A era das grandes comédias da Televisão aberta está chegando ao fim. Enquanto os anos 2000 geraram longas produções, que facilmente alcançaram a lendária marca dos cem capítulos, as décadas de dez e vinte cumpriram a solene tarefa de findar essas jornadas. Quando o assunto é sitcom estadunidense, pode ter certeza que Chuck Lorre está no meio, e com Mom a história não é diferente. Dando adeus após 8 temporadas, a série guiada pelo encanto de Allison Janney enfim acabou.

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High School Musical: The Musical: The Series não soube criar um bom enredo sem a base da trilogia

Imagem da série High School Musical: The Musical: The Series. Na imagem, podemos ver, apoiados sobre um piano preto, da esquerda para direita, um homem branco de cabelos pretos usado uma blusa listrada azul e preta; uma mulher negra, de cabelos pretos, usando uma blusa listrada preta e branca e uma jaqueta verde; uma mulher negra, de cabelos castanhos, usando uma camisa amarela e uma jardineira vinho por cima; um homem branco, de cabelos pretos, usando uma camisa verde, azul e bege; um homem branco, de cabelos ruivos, usando um moletom verde escuro; um homem negro, de cabelos pretos, usando uma blusa preta e vermelha; uma mulher branca, de cabelos ruivos, usando uma blusa laranja com uma jaqueta quadriculada cinza por cima; uma mulher branca, loira, usando um vestido cinza, sob uma camiseta branca; um homem branco, loiro, usando uma camisa xadrez verde, sentando de frente ao piano, tocando ele; e por fim, uma mulher branca, de cabelos loiros, usando uma camisa bege e azul e calças azul, saltos finos pretos, no canto direito da imagem. O fundo é uma cortina de teatro azul e um espelho que a reflete.
Com o sucesso do drama entre Olivia Rodrigo e Joshua Bassett fora das câmeras, as expectativas para o novo ano de HSMTMTS eram tremendas (Foto: Disney+)

Larissa Vieira

Janeiro de 2021, drivers license, Olivia Rodrigo e Joshua Bassett. Os nomes até podem ter soado novos para o mundo da Música, mas, para os fãs de High School Musical ou para os nostálgicos do Disney Channel, eles já tinham marcado presença muito antes. Em 2019, o Disney+, ainda nem lançado no Brasil, começou a era dos reboots e revivals trazendo de volta sua clássica trilogia, com rostos novos. 

E claro que, logo de cara, esses rostos – não só os protagonistas – agradaram aqueles que ainda tem um apego emocional à trama, e souberam deixar para trás as histórias do passado (e Zac Efron). Quem lidou com isso, e aproveitou o draminha romântico da primeira temporada, criou ainda mais expectativas quando o casal principal, Nini (Olivia Rodrigo) e Ricky (Joshua Bassett), saiu da tela do streaming para viver uma montanha-russa de emoções aqui fora.

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Expectativas superadas e clima caótico de romance na segunda temporada de Eu Nunca…

Foto. Devi está à esquerda, Eleanor ao centro e Fabiola à direita. Eleanor está abraçando as duas pela cabeça lateralmente então as três estão próximas. Há uma mesa vermelha na frente delas. Todas as três estão sorrindo e com semblante de felicidade. Devi está usando uma jaqueta jeans de lavagem clara e está com o cabelo solto e ondulado. Ela está com o cotovelo direito apoiado na mesa. Eleanor está com uma blusa preta por baixo e uma blusa colorida por cima, de manga comprida, ela é solta no corpo e possui estampas do tipo persa em tons avermelhados e com detalhes em branco. Seu cabelo é castanho escuro liso na altura dos ombros e usa uma franja. Fabiola usa uma camiseta gola careca de manga curta listrada azul marinho com listras menores em azul claro e escuro, rosa queimado, amarelo claro e vermelho. Seu cabelo está solto. Ela está com as mãos cruzadas e apoiadas na mesa. Elas estão em um espaço aberto e o dia está ensolarado. Ao fundo, há algumas janelas brancas e foscas. No chão, bem atrás delas, há um canteiro com arbustos num verde bem vivo e o sol bate neles. 
As melhores amigas estão de volta com mais tretas e muito amor envolvido (Foto: Netflix)

Maria Vitória Bertotti 

Um triângulo amoroso; uma nova colega de classe também indiana; traumas à tona e hormônios à flor da pele. Com a trama ainda mais recheada de representatividade e situações comuns da adolescência, a segunda temporada de Eu Nunca… está disponível desde 15 de julho na Netflix para arrasar o coração dos amantes da série e dividir opiniões sobre quem Devi Vishwakumar (Maitreyi Ramakrishnan) deve escolher como namorado antes de se mudar para a Índia. 

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The Flight Attendant tem um voo de estreia turbulento

 Cena da primeira temporada de The Flight Attendant. Plano próximo na cara chocada da protagonista, Cassie (Kaley Cuoco). Ela é caucasiana, loira e fina. Seu cabelo está puxado para trás com algumas mechas enquadrando seu rosto. Ela possui olhos verdes arregalados e sua boca está aberta. Ela usa um vestido decotado azul com uma borda azul-clara no lado direito do pescoço e um colar fino e dourado. Atrás dela, um quarto de hotel fora de foco, predominantemente em tons frios azuis e pretos.
A comédia de mistério de Kaley Cuoco foi indicada à nove categorias do Emmy 2021 (Foto: HBO Max)

Gabriel Oliveira F. Arruda

Levantando voo após mais de uma década interpretando Penny em The Big Bang Theory, Kaley Cuoco não só estrela como também produz a comédia do HBO Max baseada no livro de Chris Bohjalian, The Flight Attendant. A série, que estreou em novembro de 2020 nos Estados Unidos, chegou junto com o serviço de streaming no Brasil, onde sua narrativa bagunçada e suas performances excepcionais ajudaram a conquistar os novos assinantes.

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Boys State: meninos mimados estão regendo a nação

Indicado a Melhor Documentário ou Especial de Não-Ficção no Emmy 2021, Boys State é um retrato agridoce do presente e do futuro (Foto: Apple TV+)

Raquel Dutra

A aspiração de homens brancos pela política é um dos fatos mais óbvios deste mundo. Dos números às suas interpretações, algo é compreendido: não há lugar melhor para indivíduos criados como os donos do futuro darem vazão às suas síndromes de poder do que um ambiente institucional deliberativo. Os Parlamentos sabem bem disso, as Câmaras sabem bem disso, os Palácios, Tribunais, Prefeituras e Senados, todos ocupados por uma maioria masculina branca na em boa parte dos governos do mundo, sabem muito bem disso. 

O trabalho de base é forte, começando com a própria existência destes numa sociedade racista e patriarcal. E na chamada maior democracia do mundo, o processo é favorecido por algumas iniciativas, que junto da ação das estruturas de poder do século 21, trabalham para evocar nesses futuros líderes as suas noções políticas. Uma delas é o Boys State, um programa de verão realizado desde 1937 em cada um dos estados dos EUA pela Legião Americana, entidade formada por veteranos de guerra estadunidenses. Todo ano, os membros da instituição escolhem 1.200 jovens para participar do projeto que cria o estado dos meninos, onde eles vivem a experiência de construir um governo do zero.

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As Mortes de Dick Johnson: o Cinema ressuscita

Fotografia em paisagem com fundo preto. Ao centro está Dick Johnson, o protagonista do documentário As Mortes de Dick Johnson. Dick é um homem branco de 86 anos, com cabelos castanhos na parte superior da cabeça e brancos nas laterais. Ele veste uma camisa azul bebê e uma jaqueta marrom acinzentada. Ele olha para câmera e sorri, segurando as mãos da diretora e filha, Kirsten Johnson, que o abraça por trás. Kirsten é uma mulher branca de cabelos na altura do ombro e castanhos. Ela abraça o pai à frente, de olhos fechados e cabeça inclinada sobre o ombro do pai. Ela veste um vestido de mangas compridas, com estampas floridas em vermelho e azul.
Indicado ao Emmy 2021, o documentário original da Netflix, As Mortes de Dick Johnson, é uma carta de amor da diretora Kirsten Johnson ao pai, Dick (Foto: Netflix)

Ayra Mori

2020 foi um ano frutífero para os retratos a respeito da velhice. Vimos desde o drama da relação conturbada entre pai e filha no premiado Meu Pai (The Father) ao representante brasileiro a tentar indicação no Oscar 2021, Babenco – Alguém Tem que Ouvir o Coração e Dizer: Parou. E entre os destaques da temporada, o indicado a três categorias no Emmy 2021, As Mortes de Dick Johnson (Dick Johnson Is Dead), não passou em branco.

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The Politician: uma satira perspicaz aos costumes estadunidenses

Imagem da série The Politician. Na figura há uma escultura de um busto de um homem, em madeira marrom clara. Sob um fundo branco, ainda há 2 correntes de aço segurando a escultura.
As caracterizações satirizadas dos personagens foram o que garantiu mais um ano de indicação para The Politician no Emmy 2021 (Foto: Netflix)

Isabela Cristina Barbosa de Oliveira e Larissa Vieira

Apesar de nunca ter dado a devida atenção, em setembro de 2019 a Netflix estreou uma de suas originais mais satíricas possíveis: The Politician. Debutando com sua primeira produção no streaming, Ryan Murphy trouxe a sua principal e brilhante característica: a habilidade articular um humor ácido a fim de fazer críticas aos costumes estadunidenses. Mas, além do renomado produtor, Ben Platt, o sucesso dos teatros, também estava à frente da comédia dramática como o grande protagonista, fazendo então com que as expectativas da produção fossem lá em cima.

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Os 5 anos de Stranger Things confirmam um novo marco da cultura pop

“É melhor correrem, ela é nossa amiga e é doida!”
— Dustin Henderson

A imagem é um plano geral fechado em 4 garotos no centro, ela tem cores fortes e vibrantes. Os 4 estão parados em cima de bicicletas dos anos 80 em uma estrada asfaltada que corta um grande terreno verde com cercas de madeira e arame para delimitá-lo, do lado direito da pista tem uma placa quadrada e pequena, com cores meio roxo escuro e escrito em branco “Welcome to Hawkings” e a esquerda há um poste de madeira com fios que levam a outro poste mais adiante. Ao fundo da imagem há uma pequena floresta com árvores mais escuras. O céu na parte de baixo está em degradê, da esquerda para a direita: amarelo, laranja, vermelho e azul. Acima, há um mar de grandes nuvens de tempestade que parecem estar vindo do fundo e se aproximando dos garotos, mais para o fundo e pra esquerda as nuvens estão vermelho vivo e mais para a direita e próxima ao meio, há um raio branco. Em um pedaço ao fundo à direita as nuvens estão em preto e com um pouco de azul, com um raio azul saindo por entre as nuvens, as nuvens mais próximas da tela estão em preto e um pouco vermelho. Acima das nuvens, há um pouco de nuvens em tons mais claros de vermelho e é possível ver fragmentos de algumas pernas em tons escuros meio escondidas. Os garotos, que devem ter por volta de 11 anos, estão na frente da imagem, parados com as bicicletas apontando para o fundo da imagem; são da esquerda para a direita: Lucas, um garoto negro, magro, de cabeo crespo curto, está com os dois pés no chão, em pé e fora do banco da bicicleta, ele usa uma calça bege clara, um tênis cinza, uma blusa vermelho escuro com duas listras brancas nas mangas e uma mochila cinza nas costas. Em seguida vem Dustin, que está sentado no banco da bicicleta, mas com o pé esquerdo no chão e o direito no pedal, ele é um garoto branco, de cabelo castanho cacheado um pouco curto, ele é levemente mais gordo que os amigos; ele usa um boné azul e branco com aba vermelha, uma jaqueta de moletom azul médio, calça jeans mais azulada, tênis branco e mochila bege. Depois temos Mike, que está em pé e não encosta no banco da bicicleta, ele é o mais alto de todos, tem cabelo preto e não muito curtos, ele é branco e magro, ele usa uma calça vermelha escuro, um tênis branco com um risco preto, uma blusa de manga branca com listras vermelhas um pouco finas espaçadas, e ele usa uma mochila com a parte mais pra trás e as alças verdes, com a frente branca e um bolso preto mais a frente. E Por último temos Will, o menor de todos, ele está sentado no banco da bicicleta com o pé direito apoiado no chão e o esquerdo no pedal; ele é branco, magro, com cabelo loiro escuro em formato tigelinha, ele usa uma calça jeans levemente mais larga, ele usa uma camisa xadrez em tons de azul, e uma mochila escura.
Amigos não mentem (Foto: Netflix)

Júlia Caroline Fonte

Poucas obras audiovisuais conseguem se consagrar como um marco do entretenimento, mas Stranger Things é uma delas. A série poderia facilmente ter saído direto dos anos 80 e se destacado como um clássico da época, e por mais que não pareça, ela completa em 2021 apenas 5 anos desde que torcemos muito para Joyce ter Will de volta em seus braços. E é também curioso que seu aniversário de meia década seja no auge dos conflitos das gerações, causando, antes mesmo de seu encerramento, nostalgia em qualquer pessoa que tenha uma alma cringe.

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Tina: a chave de ouro de uma lenda

Fotografia retangular da cantora Tina Turner. Ao fundo, vemos um estádio de futebol. No centro, sentada em uma cadeira, a artista se dispõe de lado, com pernas dobradas e boca levemente aberta. Ela é uma mulher negra, com sandálias gladiadoras, esmalte e batom vermelhos, um anel e outros adereços.
Tudo que é bom acaba: Tina Turner se despede da vida pública em documentário indicado três vezes ao Emmy 2021; na foto, a cantora esbanja estilo em solo brasileiro (Foto: Dave Hogan)

Eduardo Rota Hilário

Sucesso, fama e uma multidão de fãs. Se a abertura contagiante do documentário Tina parece dimensionar muito bem a figura de Tina Turner, verdadeira lenda do rock’n’roll, poucos minutos são necessários para que surjam pontos contrastantes em relação a esse clima festivo. Decerto, são as dores dessa artista mundialmente venerada que protagonizam, na maior parte do tempo, a narrativa de um filme honesto, memorialístico e quase melancólico. Dividido em cinco partes, o longa-metragem dirigido e roteirizado por Daniel Lindsay e T.J. Martin é uma boa escolha para quem se despede da vida pública

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O jogo não vira em The Undoing

A imagem é uma cena da série The Undoing. Nela Hugh Grant, que interpreta Jonathan Fraser (à esquerda), e Nicole Kidman (à direita), que interpreta Grace Fraser, estão passando entre uma multidão de jornalistas, com um olhar preocupado. Jonathan é um homem branco, com cabelos grisalhos e olhos azuis, ele veste uma camisa, gravata e um terno em tons azuis. Grace é uma mulher branca, de cabelos ruivos e longos, ela veste um vestido e casaco roxos.
A produção da HBO conquistou duas indicações ao Emmy 2021 (Foto: HBO)

Vitória Silva

Nós nos adaptamos aos famigerados plot twists. As grandes reviravoltas, viradas de mesa e acontecimentos mais que inesperados nas histórias que assistimos. Virou até sinônimo de qualidade assistir a um filme ou uma série que saiba conduzir o dito-cujo com veemência, dando um final de nos deixar de boca aberta. Por esse motivo que obras como Dark, Seven e Donnie Darko ficaram amplamente reconhecidas. E The Undoing brinca e se diverte com esse anseio comum. 

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