Sutilmente se despedindo da TV, Mom recebeu 3 indicações ao Emmy 2021 (Foto: CBS)
Vitor Evangelista
A era das grandes comédias da Televisão aberta está chegando ao fim. Enquanto os anos 2000 geraram longas produções, que facilmente alcançaram a lendária marca dos cem capítulos, as décadas de dez e vinte cumpriram a solene tarefa de findar essas jornadas. Quando o assunto é sitcom estadunidense, pode ter certeza que Chuck Lorre está no meio, e com Mom a história não é diferente. Dando adeus após 8 temporadas, a série guiada pelo encanto de Allison Janney enfim acabou.
Com o sucesso do drama entre Olivia Rodrigo e Joshua Bassett fora das câmeras, as expectativas para o novo ano de HSMTMTS eram tremendas (Foto: Disney+)
Larissa Vieira
Janeiro de 2021, drivers license, Olivia Rodrigo e Joshua Bassett. Os nomes até podem ter soado novos para o mundo da Música, mas, para os fãs de High School Musical ou para os nostálgicos do Disney Channel, eles já tinham marcado presença muito antes. Em 2019, o Disney+, ainda nem lançado no Brasil, começou a era dos reboots e revivalstrazendo de volta sua clássica trilogia, com rostos novos.
E claro que, logo de cara, esses rostos – não só os protagonistas – agradaram aqueles que ainda tem um apego emocional à trama, e souberam deixar para trás as histórias do passado (e Zac Efron). Quem lidou com isso, e aproveitou o draminha romântico da primeira temporada, criou ainda mais expectativas quando o casal principal, Nini (Olivia Rodrigo) e Ricky (Joshua Bassett), saiu da tela do streaming para viver uma montanha-russa de emoções aqui fora.
As melhores amigas estão de volta com mais tretas e muito amor envolvido (Foto: Netflix)
Maria Vitória Bertotti
Um triângulo amoroso; uma nova colega de classe também indiana; traumas à tona e hormônios à flor da pele. Com a trama ainda mais recheada de representatividade e situações comuns da adolescência, asegunda temporada de Eu Nunca… estádisponível desde 15 de julho na Netflix para arrasar o coração dos amantes da série e dividir opiniões sobre quem Devi Vishwakumar (Maitreyi Ramakrishnan) deve escolher como namorado antes de se mudar para a Índia.
A comédia de mistério de Kaley Cuoco foi indicada à nove categorias do Emmy 2021 (Foto: HBO Max)
Gabriel Oliveira F. Arruda
Levantando voo após mais de uma década interpretando Penny em The Big Bang Theory, Kaley Cuoco não só estrela como também produz a comédia do HBO Max baseada no livro de Chris Bohjalian, The Flight Attendant. A série, que estreou em novembro de 2020 nos Estados Unidos, chegou junto com o serviço de streaming no Brasil, onde sua narrativa bagunçada e suas performances excepcionais ajudaram a conquistar os novos assinantes.
Indicado a Melhor Documentário ou Especial de Não-Ficção no Emmy 2021, Boys State é um retrato agridoce do presente e do futuro (Foto: Apple TV+)
Raquel Dutra
A aspiração de homens brancos pela política é um dos fatos mais óbvios deste mundo. Dos números às suas interpretações, algo é compreendido: não há lugar melhor para indivíduos criados como os donos do futuro darem vazão às suas síndromes de poder do que um ambiente institucional deliberativo. Os Parlamentos sabem bem disso, as Câmaras sabem bem disso, os Palácios, Tribunais, Prefeituras e Senados, todos ocupados por uma maioria masculina branca na em boa parte dos governos do mundo, sabem muito bem disso.
O trabalho de base é forte, começando com a própria existência destes numa sociedade racista e patriarcal. E na chamada maior democracia do mundo, o processo é favorecido por algumas iniciativas, que junto da ação das estruturas de poder do século 21, trabalham para evocar nesses futuros líderes as suas noções políticas. Uma delas é o Boys State, um programa de verão realizado desde 1937 em cada um dos estados dos EUA pela Legião Americana, entidade formada por veteranos de guerra estadunidenses. Todo ano, os membros da instituição escolhem 1.200 jovens para participar do projeto que cria o estado dos meninos, onde eles vivem a experiência de construir um governo do zero.
Indicado ao Emmy 2021, o documentário original da Netflix, As Mortes de Dick Johnson, é uma carta de amor da diretora Kirsten Johnson ao pai, Dick (Foto: Netflix)
As caracterizações satirizadas dos personagens foram o que garantiu mais um ano de indicação para The Politician no Emmy 2021 (Foto: Netflix)
Isabela Cristina Barbosa de Oliveira e Larissa Vieira
Apesar de nunca ter dado a devida atenção, em setembro de 2019 a Netflix estreou uma de suas originais mais satíricas possíveis: The Politician. Debutando com sua primeira produção no streaming, Ryan Murphy trouxe a sua principal e brilhante característica: a habilidade articular um humor ácido a fim de fazer críticas aos costumes estadunidenses. Mas, além do renomado produtor, Ben Platt, o sucesso dos teatros, também estava à frente da comédia dramática como o grande protagonista, fazendo então com que as expectativas da produção fossem lá em cima.
“É melhor correrem, ela é nossa amiga e é doida!” — Dustin Henderson
Amigos não mentem (Foto: Netflix)
Júlia Caroline Fonte
Poucas obras audiovisuais conseguem se consagrar como um marco do entretenimento, mas Stranger Things é uma delas. A série poderia facilmente ter saído direto dos anos 80 e se destacado como um clássico da época, e por mais que não pareça, ela completa em 2021 apenas 5 anos desde que torcemos muito para Joyce ter Will de volta em seus braços. E é também curioso que seu aniversário de meia década seja no auge dos conflitos das gerações, causando, antes mesmo de seu encerramento, nostalgia em qualquer pessoa que tenha uma alma cringe.
Tudo que é bom acaba: Tina Turner se despede da vida pública em documentário indicado três vezes ao Emmy 2021; na foto, a cantora esbanja estilo em solo brasileiro (Foto: Dave Hogan)
Eduardo Rota Hilário
Sucesso, fama e uma multidão de fãs. Se a abertura contagiante do documentário Tina parece dimensionar muito bem a figura de Tina Turner, verdadeira lenda do rock’n’roll, poucos minutos são necessários para que surjam pontos contrastantes em relação a esse clima festivo. Decerto, são as dores dessa artista mundialmente venerada que protagonizam, na maior parte do tempo, a narrativa de um filme honesto, memorialístico e quase melancólico. Dividido em cinco partes, o longa-metragem dirigido e roteirizado por Daniel Lindsay e T.J. Martin é uma boa escolha para quem se despede da vida pública.
A produção da HBO conquistou duas indicações ao Emmy 2021 (Foto: HBO)
Vitória Silva
Nós nos adaptamos aos famigerados plot twists. As grandes reviravoltas, viradas de mesa e acontecimentos mais que inesperados nas histórias que assistimos. Virou até sinônimo de qualidade assistir a um filme ou uma série que saiba conduzir o dito-cujo com veemência, dando um final de nos deixar de boca aberta. Por esse motivo que obras como Dark, Seven e Donnie Darko ficaram amplamente reconhecidas. E The Undoing brinca e se diverte com esse anseio comum.