10 anos atrás, PRISM refratou todas as cores de Katy Perry

Capa do álbum PRISM da cantora Katy Perry. Na arte da capa, a imagem da cantora está centralizada a partir do busto. Uma borda estilizada apresenta uma paleta de tons suaves com flores nas cores laranja e amarelo. Perry é uma mulher branca de cabelos escuros e olhos claros. Ela está em um campo de girassol. No topo da arte da capa, o nome “Katy Perry” aparece em letras garrafais. Já na parte inferior, o título do disco “PRISM” está escrito da mesma forma.
PRISM debutou no topo da Billboard Hot 200 em 2013 (Foto: Ryan McGinley)

Nathalia Tetzner

Segundo a ciência, o arco-íris é explicado pela refração, dispersão e reflexão da luz solar por gotículas de água presentes na atmosfera. Já para os supersticiosos, o arco luminoso pode significar prosperidade e abundância, tal qual a história clássica do duende e o pote de ouro. Porém, nos versos de Katy Perry, a magia está no Double Rainbow, algo que você somente seria capaz de testemunhar uma vez na vida. 

Mas, afinal, se a misticidade determina que a duplicidade do fenômeno físico pode ocorrer uma única vez ao longo da trajetória de uma pessoa, quantas vezes é possível se alcançar o topo do mundo? Contrariando as estatísticas de discos que são amaldiçoados pelo sucesso estrondoso do anterior, PRISM (2013) refratou todas as cores de Perry ao colocá-la no caminho certo para encontrar a recompensa dourada novamente em sua carreira.

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Nota Musical – Fevereiro de 2021

Destaques do mês de fevereiro: Gal Costa, Taylor Swift, Isaac Dunbar e Daft Punk (Foto: Reprodução/Arte: Ana Júlia Trevisan/Texto de Abertura: Raquel Dutra)

No mês que antecede o evento mais importante da música ocidental, alguns dos grandes nomes do Grammy 2021 aproveitaram para agitar a campanha para a premiação, que acontece no dia 14 de março. A dupla Chloe x Halle vestiu tons frios para Ungodly Hour (Chrome Edition) e para o clipe futurista da canção-título. Dua Lipa juntou novos singles com a tracklist mais famosa de 2020 em Future Nostalgia (The Moonlight Edition). Doja Cat e Megan Thee Stallion comandaram um remix de Ariana Grande, e a banda HAIM cantou mais uma vez – e agora pra valer – com Taylor Swift.

Falando nela, a artista que protagonizou a maior polêmica do mundo pop dos últimos anos iniciou sua volta por cima. Depois de jogar a ***** no ventilador e suscitar uma discussão importante sobre a relação complicada que existe entre direitos autorais, artistas jovens e a indústria musical, Swift alertou que não deixaria barato e que faria o possível para tornar seus trabalhos, que foram vendidos sem a sua permissão, obsoletos, regravando-os. É fato que a cantora de reputation é firme com sua palavra, e assim ela apresentou ao mundo Love Story (Taylor’s Version), anunciando que a nova versão de Fearless, seu segundo álbum, também chegará aos nossos ouvidos em breve.

O maior injustiçado da temporada, por sua vez, brilhou forte em sua performance no intervalo do Super Bowl promovendo The Highlights. A coletânea reforça a relevância e impacto do trabalho de The Weeknd, que não engoliu a desonestidade da Recording Academy. Quem também superou cenários hostis foi Rebecca Black, o assunto da internet e alvo de um episódio de cyberbullying massivo em 2011, que dez anos depois do fatídico clipe de Friday, retorna àquele lugar para um remix da música original.

Ascensão também é uma palavra que se aplica aos artistas brasileiros, que mantiveram a atividade em um fevereiro sem carnaval. Pabllo Vittar voou alto ao interpretar o remix de Man’s World com MARINA e Empress Of. Ludmilla, que sabe pregar o funk como ninguém, colaborou com o trio Major Lazer e ainda encontrou espaço para trazer visibilidade ao grupo baiano ÀTTOOXXÁ e ao artista jamaicano Suku Ward. Luísa Sonza mostrou mais uma vez sua versatilidade num pagode ao lado de Thiaguinho, e Papatinho fez o mesmo ao misturar samba, funk e rap com Seu Jorge e Black Alien.

Já na MPB, celebramos a vida e a carreira de Gal Gosta. Não exatamente como gostaríamos, num show ao vivo lotado de apaixonados por uma das maiores vozes do Brasil, mas da melhor maneira que os moldes pandêmicos podem nos proporcionar, com o disco Nenhuma Dor. Assim como nossa musa, sempre atento e forte, Gilberto Gil se uniu aos seus filhos e netos em Refloresta para fortalecer uma campanha a favor da conservação de nosso bem mais precioso.  

A notícia triste foi o fim de Daft Punk. Depois de 28 anos de carreira, o duo composto por Guy-Manuel de Homem Cristo e Thomas Bangalter deixa um legado incalculável e uma influência que vai muito além da música eletrônica, lar da dupla. Tudo isso e muito mais sobre as movimentações do mundo da música foi registrado no Nota Musical de Fevereiro pela Editoria e colaboradores do Persona, que dessa vez, além de CDs, EPs, singles, clipes e performances, inventaram de falar também sobre as trilhas sonoras de alguns dos filmes mais importantes do mês.

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