Ninguém quer estar sozinho em O Céu da Meia Noite

Cena de O Céu da Meia Noite. Vemos o rosto de George Clooney bem próximo, de perfil. Ele interpreta Augustine e está de frente para um microfone preto. Uma luz suave e amarelada em seu rosto contrasta com as sombras e o fundo azul escuro.
A fotografia de O Céu da Meia Noite é essencial para transmitir a solidão de seus personagens (Foto: Reprodução)

Gabriel Fonseca 

George Clooney nos familiarizou ainda mais com o seu trabalho de diretor depois de seu último filme. Produção da Netflix, O Céu da Meia Noite usa a ficção para falar das relações humanas, em especial, a história de um pai e sua filha. Apesar de semelhanças  com Interstellar (2014), o longa é uma adaptação do romance Good Morning, Midnight, de Lily Brooks-Dalton. Além da direção, Clooney se coloca no centro da história, e com um visual diferente dos seus galãs de meia idade.

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Se Algo Acontecer…Te Amo promete te fazer chorar em 12 minutos (e cumpre)

Cena do curta-metragem Se Algo Acontecer...Te amo. Na ilustração, vemos um homem adulto e alto, ele abraça a esposa e a filha. A esposa é uma mulher adulta de cabelos lisos e a filha uma criança usando mochila escolar e cabelo preso. Os três sorriem. O desenho está em quase todo em escala de cinza, possuindo alguns pontos de cor em tons frios.
Se Algo Acontecer…Te Amo é um dos pré-selecionados para o Oscar de Melhor Curta-Metragem de Animação (Foto: Reprodução)

Ana Marcílio

O mundo dos curtas vem crescendo ao longo dos últimos anos. Com uma premissa rápida e certeira, esse mercado tem ganhado um público cada vez mais diverso. E é nessa onda que Se Algo Acontecer… Te Amo (If Anything Happens I Love You), nova aposta da Netflix, ganhou grande visibilidade. Lançado no fim de 2020, o curta-metragem alcançou rapidamente o top 10 da plataforma e se tornou assunto nas redes sociais, como Twitter e TikTok. Além disso, entrou na lista de filmes pré-selecionados para concorrer ao Oscar de Melhor Curta-Metragem de Animação, garantindo a presença da plataforma de streaming na disputa. O filme encantou todos ao redor do mundo, não apenas pelo enredo, mas também pelo cuidado da produção. 

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(Des)encanto: a princesa encantada com a personalidade de Homer Simpson está na terceira parte de sua história

Centralizada e em primeiro plano há a personagem Dagmar, ela tem traços típicos de cartoons como olhos redondos e boca grande. A personagem é desenhada tocando as margens superior e inferior da cena, suas roupas são um vestido decotado em tons escuros, com uma adaga presa à cintura, brincos cinzas e uma coroa dourada. Seu cabelo é liso, longo e branco e sua expressão é de malícia. O plano de fundo da imagem é quase todo coberto com criaturas esquisitas, todas iguais, elas são baixas, tem os olhos redondos e completamente pretos, um nariz exagerado, orelhas pontudas e a pele esverdeada, suas vestes são tocas e vestidos em tons castanhos. A cena é bem sombreada com iluminação em destaque para Dagmar.
(Des)encanto é uma série recheada de referências à cultura pop como um todo, em muitos episódios podemos encontrar menções à outra série de Matt Groening, Os Simpsons (Foto: Reprodução)

Nathalia Franqlin

2021 chegou trazendo a renovação de várias séries nas plataformas de streaming e (Des)encanto foi uma delas. A obra do cartunista Matt Groening – criador de Os Simpsons e de Futurama – está na sua terceira parte e é exclusiva da Netflix. Para o desespero dos fãs, houve atraso na produção em decorrência da pandemia e a estreia da terceira parte foi adiada de setembro de 2020 para janeiro de 2021. Essa foi uma espera particularmente difícil considerando os acontecimentos finais da segunda temporada, como o suspense para sabermos se o Rei Zörg (John DiMaggio) iria sobreviver ao tiro e o que aconteceria com a Princesa Bean (Abbi Jacobson) após ser condenada à fogueira.

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AmarElo: tudo o que ‘nóis’ tem é ‘nóis’

Parte do pôster do documentário AmarElo - É Tudo Pra Ontem. A imagem exibe o rosto de Emicida de perfil, virado para o lado esquerdo da imagem. O artista é negro e tem cabelos cacheados soltos, mas curtos. Emicida também usa um óculos de grau redondo e fino e uma blusa, mas é fotografado apenas do ombro para cima. Atrás dele, existe um fundo cinza e no meio um coração amarelo iluminado gigante. A foto está em tons preto e cinza e somente o coração amarelo ilumina e colore a imagem.
O documentário AmarElo – É Tudo Pra Ontem estreou no catálogo da Netflix no dia 8 de dezembro de 2020 (Foto: Reprodução)

Gabriel Gomes Santana

O recente documentário AmarElo – É Tudo Pra Ontem foi aclamado quase por unanimidade. A produção original da Netflix exibe o evento de estreia do mais recente álbum do rapper Emicida, AmarElo. O artista reúne todas as pessoas que, durante muito tempo, não tiveram a oportunidade de sequer pisar no Theatro Municipal, principal símbolo da cultura erudita do país. Emicida nos revela o porquê de suas letras, mensagens, parcerias e missões. Mais do que isso, o show traz um profundo sentimento de esperança aos seus espectadores. Ao mesmo tempo que evidencia os diferentes males que assolam nosso país, também constrói um forte apelo à esperança de tentar mudar esse cenário. 

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One Day at a Time voltou para deixar mais saudades

Fotografia promocional de One Day At a Time. No centro vemos Penélope, uma mulher latina, de cabelo ondulado na altura dos ombros. Ela veste uma jaqueta azul. Ao seu lado direito temos Alex, adolescente, filho de Penélope. Ele tem cabelo curto e castanho. Ele veste jaqueta vermelha e bege, com bolso verde e amarelo. Ao lado esquerdo de Penélope temos sua filha Elena. Ela tem cabelos longos e pretos. Veste uma jaqueta verde e óculos preto. Acima de Penélope vemos sua mãe, Lydia. Ela tem cabelo na altura da orelha e franja. Veste uma camisa vermelha de manga longa com detalhes em branco. Ao lado direito de Lydia vemos Schneider. Um homem branco, de cabelo curto. Ele tem barba, olhos azuis e usa óculos preto. Ele veste camisa branca e jaqueta jeans. Ao lado esquerdo vemos o Dr. Berkowitz. Um homem mais velho, branco e de cabelo curto. Ele veste uma camisa rosa. O fundo da imagem é azul
Poster promocional da quarta temporada de One Day at a Time (Foto: Reprodução)

Ana Júlia Trevisan

O ano era 2019 e os fãs da série One Day at a Time se revoltavam no Twitter por conta do cancelamento feito pela Netflix. Após muitos pedidos para a renovação, foi entregue uma bem sucedida terceira temporada mostrando que o streaming ainda tinha força e conteúdo para continuar produzindo a queridinha dos assinantes. O cancelamento parecia improvável pois, além dos motivos já citados, o terceiro ano se finaliza com um gancho perfeito para uma nova temporada da série que foi abandonada.

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Pai em Dobro é ‘gratiluz’ para os momentos de crise

Cena do filme Pai em Dobro. Fotografia retangular de Eduardo Moscovis, Maísa e Marcelo Médici, respectivamente, que os três se abraçam. Eduardo é um homem de cabelos grisalhos, barba e bigode branco. Ele veste uma camisa preta de gola, com um bolso próximo ao peito direito. Ele apoia a mão direita no ombro esquerdo e o queixo na cabeça de Maísa. Ela é uma garota de 18 anos de cabelos castanhos. Ele veste uma blusa rosada. Está com uma maquiagem e lantejoulas azuis e brancas nas têmporas. Marcelo Médici é um homem de cabelos grisalhos. Ele veste uma camisa azul marinho e encontra o lado direito das têmporas na cabeça de Maísa. No fundo, acontece um bloco de Carnaval e, por isso, confetes coloridos caem sobre os atores.
Pai em Dobro marca o encontro de gerações televisivas (Foto: Reprodução)

Júlia Paes de Arruda

Nem todos têm a mesma sorte de Maísa, que começou o ano sendo protagonista de seu primeiro filme na tão sonhada “firma” Netflix. A adaptação do livro de Thalita Rebouças chegou ao serviço de streaming com nomes já conhecidos pelo público, como Eduardo Moscovis (Bom dia, Verônica e O Cravo e a Rosa) e Marcelo Médici (Vai que Cola e Haja Coração). Trabalhando na mesma base de Mamma Mia, Pai em Dobro saúda e aflora uma memória da criança interior adormecida. 

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Desculpa, Fate: A Saga Winx, mas definitivamente não quero ser uma de vocês

Pôster oficial para a divulgação da série Winx. Nele, mostra-se as cinco personagens principais, da esquerda para a direita. Primeiro, no canto esquerdo, está Stella, que é branca, tem longos cabelos loiros, e está com o corpo virado para o lado direito encarando a câmera; Ao lado dela, está Terra, que é gorda, branca e com cabelos castanhos na altura do ombro, e também encara a câmera. Ao centro, está Bloom, que é ruiva, branca e está com as mãos no bolso, sorrindo para a câmera. Ao lado direito dela, está Musa, que também sorri para a câmera e está mais ao fundo, usando dois coques em seu cabelo escuro. Ao lado dela, na extremidade direita da imagem, está Aisha, que é uma jovem negra e vestindo uma jaqueta vermelha e também olhando para a câmera. A coloração da imagem é um pouco escurecida, e ela possui algumas faíscas surgindo do canto esquerdo.
Pôster da série Fate: A Saga Winx, adaptação da Netflix do desenho animado amado por uma geração (Foto: Reprodução)

Layla de Oliveira

A nostalgia é poderosa, e faz bem para nós. O esforço para relembrar alguma memória querida a partir fotos antigas, músicas e outros tipos de mídia possibilita facilitar o autoconhecimento e a conexão sentimental, aumentando a vitalidade e dando esperanças para o futuro. Por isso, muitos revivals e reboots estão preenchendo nossas TVs, cinemas e playlists; o consumidor merece receber essa felicidade.  

Então, quando a Netflix anunciou que estava produzindo Fate: A Saga Winx, uma série baseada no desenho italiano O Clube das Winx, a reação não poderia ser outra. Foi uma felicidade quase que generalizada, pois muitas pessoas cresceram e amaram aquelas seis garotas poderosas e incríveis que derrotavam as forças do mal, com direito a transformações mágicas e tudo o que tínhamos direito.

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Big Mouth: a construção de uma identidade e a assustadora chegada da adolescência

Cena da sitcom animada Big Mouth em sua quarta temporada. O cenário da imagem é o interior de um ônibus. No plano principal há três personagens, na parte esquerda da imagem está Connie, uma monstra hormonal, ela está sentada com os pés em cima do banco e a cabeça virada ¾ para a câmera. A personagem está sorrindo, ela é alta e sua cabeça chega à margem superior da imagem, a personagem tem traços extremamente exagerados típicos de cartoons, ela tem um par de chifres amarelos, assim como o resto de seu corpo, um cabelo longo, liso e vermelho escuro amarrado em duas partes, seus braços e pernas são cobertos de pelo marrom e seus pés são de cascos de cavalo. As roupas da personagem são um shorts azul e uma blusa rosa amarrada em cima da cintura. No meio da foto está o personagem Nick, ele é desenhado com sua cabeça e boca extremamente exagerados. Sua expressão é de atenção, ele é pequeno, magro, tem o cabelo castanho, liso e curto, pele branca e olhos azuis. O personagem está usando uma camisa verde claro, shorts azul e tênis roxo. Na parte esquerda da imagem está o personagem Andrew, ele está virado ¾ da frente da imagem para a direita e sua expressão é de tranquilidade. O personagem é branco, tem o cabelo castanho claro, curto e liso, olhos castanhos claros. O personagem usa óculos preto de grau e suas roupas são uma camisa de manga longa roxa e branca e shorts cinza.
O personagem Andrew Goldberg foi inspirado no co-criador da série de mesmo nome (Foto: Reprodução)

Nathalia Franqlin

Finalmente chegou na Netflix a tão esperada continuação de Big Mouth. A série animada de comédia estreou em 2017, surfando nessa onda nova de animações para adultos nas plataformas de streaming. Ela conta com a participação de nomes relevantes no gênero, como seu co-criador Andrew Goldberg, que já participou do roteiro de Uma Família da Pesada. O criador da série, e amigo de infância de Andrew, Nick Kroll, também não é um novato nessa área, ele fez parte do elenco de Festa da Salsicha, que é – de fato – uma predecessora das animações esteticamente infantis, de gosto duvidoso e explicitamente sexuais.

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Cineclube Persona – Janeiro de 2021

Arte retangular vermelha. No canto superior esquerdo, foi adicionado o texto "cineclube persona". No centro, foi adicionado o logo do Persona. No canto inferior direito, foi adicionado o texto "janeiro de 2021". Espalhados pela imagem foram adicionados quatro fotos inseridas dentro de molduras de pinturas antigas: uma foto da série Cobra Kai, da série Shippados, da série Fate: A Saga Winx e do filme Promising Young Woman.
Destaques de Janeiro de 2021: Cobra Kai, Shippados, Fate: A Saga Winx e Promising Young Woman (Foto: Reprodução/Arte: Jho Brunhara/Texto de Abertura: Vitor Evangelista)

Em um ano livre da pandemia, janeiro é considerado o mês dos descartes. A temporada 2020 jogou todas as regras pela janela, entretanto, e lançar filmes no primeiro mês do ano ainda qualifica-os para a glória do Oscar. Dito isso, a Netflix continua sua linha de produção massiva em busca da estatueta dourada, e finalmente disponibilizou sua compra mais importante do Festival de Veneza: o brutal Pieces of a Woman. Na vizinhança ao lado, a Amazon nos agraciou com Uma Noite em Miami…, estreia de Regina King como diretora de longas.

No mundo televisivo, a Netflix reina soberana. O formato de maratona impera no mercado, e novas temporadas de (Des)encanto, o fenômeno Cobra Kai, e as avassaladoras estreias de Lupin e da controversa Fate: A Saga Winx foram pautas de conversas acaloradas nesse início de ciclo. Mas todos os olhos foram vidrados pela aparente esquisitice vintage de WandaVision, primeira investida televisa do Universo da Marvel e que, semanalmente, tem surpreendido pelo delírio.

O Cineclube voltou em 2021 para recapitular o melhor e o pior que passou na TV e no cinema. Para filmes, a regra é simples: entra na Curadoria do Mês o que foi lançado nas salas, no streaming ou o que vazou online. Quando falamos das séries, as que aparecerem aqui devem ser transmitidas por completo no mês (como a Netflix faz), ou finalizar a exibição da temporada (por isso a série da Feiticeira Escarlate só aparecerá em março, quando acabar seu percurso na TV). Por enquanto, vamos descobrir o que Janeiro de 2021 nos proveu em termos audiovisuais.

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Cansei de sentir culpa por gostar de Riverdale

Cena da cena Riverdale. Na cena, vemos uma porção de pessoas sentadas num gramado, sorrindo, enquanto fogos de artifício queimam à frente deles.
Os episódios finais da 4ª temporada não foram concluídos a tempo, então o desfecho da treta das fitas só acontece no início do ano 5 (Foto: Reprodução)

Vitor Evangelista

“O quão funda tem que ser essa cova?”, pergunta um adolescente sarado, para o que outro jovem trincado responde: “bem funda, aqui é Riverdale!”. O que isso quer dizer, você pode se questionar, assistindo à quarta temporada do programa? Eu me prontifico a responder: absolutamente nada, não tem sentido algum. O que, por si só, virou costume em Riverdale, a falta de sentido, coesão e continuidade, e, mesmo assim, o seriado exala um charme inigualável, adocicado para nos viciar.

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