As Patricinhas de Beverly Hills e o ápice dos anos 90

(Foto: Reprodução)

Isabella Siqueira

“Ugh, As If!” – Cher Horowitz

Estreava 25 anos atrás, o filme Clueless, ou (como foi intitulado no Brasil) As Patricinhas de Beverly Hills. Esse clássico da cultura jovem recontou o livro Emma, da escritora Jane Austen, mas levando a trama inglesa para o alto de Beverly Hills. O longa-metragem escrito e dirigido pela cineasta Amy Heckerling, conquista pelos clichês adolescentes que ainda hoje fazem sucesso. Com uma trama simples, o filme consegue mesclar bem a comédia e os estereótipos jovens: os maconheiros, os skatistas e as “material girls”.

Interpretada pela maravilhosa Alicia Silverstone, Cher Horowitz é uma patricinha rica e fútil, mas muito carismática. A protagonista que mora em Beverly Hills, é filha de um advogado e vive constantemente irritada com seu meio-irmão Josh. Paul Rudd, o intérprete do Homem Formiga no Universo Marvel, entrega muito bem o jovem idealista sempre zombando da vaidade da garota.  

Assim, ela concilia os dramas escolares, sua popularidade e ainda algumas boas ações durante o filme. Com sua melhor amiga Dionne (Stacey Dash), o caminho para o amadurecimento terá seus altos e baixos, mas com certeza será mais engraçado. Importante ressaltar que a química entre as duas atrizes é impecável. Seja falando sobre problemas amorosos, sexo, popularidade, notas escolares ou a paixão pelo amigo gay, a comédia possui um tom descontraído que ironiza bem a alienação dos personagens na história.

Stacey Dash e Alicia Silverstone (Foto: Reprodução)

Cher é uma garota mimada cujos hobbies consistem em: passeios no shopping, manipulação do próprio boletim escolar e bancar a cupido com os colegas. É, justamente, nessa futilidade que ela encanta. Dentre tantos problemas típicos de adolescente a evolução da personagem acontece de forma engraçada. Aliás, é seu o icônico armário tecnológico que ainda seria útil mais de 20 anos depois.  

Tentando ser menos fútil, a protagonista adota a novata na escola Tai Frasier, vivida pela atriz Brittany Murphy, sob suas asas. Com direito a um makeover e péssimos conselhos amorosos, Murphy consegue roubar a cena em diversos momentos. É necessário reforçar o talento da atriz que morreu jovem em 2009, mas que ainda é lembrada em filmes como Garota, Interrompida e Grande Menina, Pequena Mulher.

Foto do grupo (Foto: Reprodução)

Os modelos icônicos foram elaborados pela figurinista Mona May, os looks da personagem são um dos elementos que mais chamam atenção na obra. A moda dos anos 90 inclui queridas patricinhas da televisão americana como Rachel Green (Friends) e Hillary Banks (Um Maluco no Pedaço), nesse sentido devemos nos lembrar das roupas incríveis de Cher. P.S A boina voltou! 

A trilha sonora é composta por uma mistura de pop, hip hop e rock anos 90. Composta por David Kitay, que também trabalhou em filmes como Todo Mundo em Pânico e Vamps que foi uma parceria entre Kitay e a diretora Amy Heckerling. Beastie Boys, The Muffs e Radiohead são alguns dos artistas presentes na trilha. 

Iggy Azalea e Charli XCX apresentando a música Fancy no programa Late Night with Seth Meyers (Foto: Reprodução)

Após tamanho sucesso, o filme foi eternizado na cultura pop. Em 2014 serviu como referência direta para o clipe “Fancy” da rapper Iggy Azalea com participação da cantora Charli XCX. A homenagem está presente tantos nos figurinos, com o conjunto amarelo quadriculado composto de saia e blazer escolar, quanto nos cenários. O clipe, inclusive, foi gravado na mesma escola onde o filme se passa. E, por causa do sucesso, em 1995, um ano depois os mesmos produtores criaram um spin-off para televisão, com Cher dessa vez interpretada por Rachel Blanchard. 

Ao contrário da maldosa Regina George (Meninas Malvadas), terminamos o filme amando Cher Horowitz em toda sua futilidade. O longa se tornou uma grande referência no mundo pop, e mesmo 25 anos depois, permanece contagiante, jovial e cheio de tendências. 

“Rollin’ with my homies”

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