Em uma estética a lá memento mori, as roupas de esqueletos foram um dos uniformes da era, nos lembrando de nossa mortalidade (Foto: Instagram/@twentyonepilots)
Guilherme Veiga
Lá em 2011, um grupo de Ohio passava por uma reformulação e almejava ser, na melhor das hipóteses, regional. O que não se esperava era que, dois anos depois, a banda envelheceria tão bem e se lançaria de forma tão contundente no cenário do mainstream alternativo. Agora um duo, os inseguros Tyler Joseph e Josh Dun assinavam seu primeiro contrato profissional como Twenty One Pilots, com a Fueled By Ramen, que hoje é responsável por nomes como Young The Giant e Paramore.
Há 20 anos, Harry, Hermione e Rony se encontravam para começar o segundo ano letivo em Hogwarts (Foto: Warner Bros.)
Felipe Nunes
No auge da juventude, Harry Potter e a Câmara Secretacompleta seus 20 anos de idade. Responsável por dar continuidade ao sucesso estrondoso de seu antecessor, Harry Potter e a Pedra Filosofal, que apresentou o mundo mágico de Hogwarts aos telespectadores livres de magia, os apelidados ‘trouxas’, o longa-metragem manteve as características infantis, fantasiosas e misteriosas presentes no primeiro filme. Dessa vez, a obra conta sobre o segundo ano estudantil do famoso bruxo Harry Potter (Daniel Radcliffe) na escola de feitiçaria de Alvo Dumbledore (Richard Harris).
Os primeiros momentos da produção são carregados pela mágica que tanto encanta o público fã do universo desenvolvido pela Warner Bros. Bruxos voando em vassouras, criaturas místicas, monstros assustadores e muitos feitiços acompanham as narrativas impressionantes construídas no segundo longa. No meio de todo esse encantamento, o enredo central é explorado com a abertura da Câmara Secreta, a qual, segundo as lendas contadas nos pátios de Hogwarts, aprisiona um dos seres mais temidos de todo o mundo bruxo: o Basilisco.
O carinho do público foi o motivo principal para a gravação do projeto (Foto: Marcos Hermes)
Ana Júlia Trevisan
Agosto de 2012, Citibank Hall, São Paulo. Luzes apagadas, músicos subindo ao palco, plateia extasiada. Em seguida vem ela, Maria Rita, grávida de 7 meses, usando roupa branca e carregando a missão de eternizar a memória de sua mãe. A caminhada da coxia até o palco é silenciosa. Não há holofotes ou um grande tapete vermelho para a cantora. Peça essencial do espetáculo, a artista interage de maneira íntima com o mecanismo da banda, deixando explícito que a verdadeira estrela da noite é a única e onipotente Elis Regina. A chegada ao microfone é marcada por uma respiração funda, um frio na espinha e os acordes de um potente piano. Nesse momento a sensação é uniforme, podemos sentir um caloroso abraço: mãe e filha se reencontram.
“Eles estão queimando todas as bruxas, mesmo que você não seja uma” (Foto: Mert and Marcus)
Ana Laura Ferreira
“O mundo gira, outro dia, outro drama” é apenas uma das frases do single de abertura da era reputationque, há 5 anos, revolucionou tudo que sabíamos – ou pensamos saber – sobre Taylor Swift. E ela não poderia ser mais franca. Drama é uma palavra recorrente na vida da cantora, mas que ganhou novos fins ao ser transformado em um dos maiores álbuns pop de todos os tempos. A fama de reputation foi um tanto tardia, com a crítica especializada da época defendendo que ela poderia ter feito mais. Mas como qualquer grande obra de arte, foi apenas depois de anos que nos encontramos maduros o suficiente para apreciar sua grandeza.
A adaptação da história de Christopher McCandless por Sean Penn é carregada de significados (Foto: Paramount Vantage)
Guilherme Veiga
Solidão. Substantivo feminino. Estado de quem está só, retirado do mundo ou de quem se sente desta forma mesmo estando rodeado por outras pessoas; isolamento. Solitude. Substantivo feminino. Condição de quem se isola propositalmente ou está em um momento de reflexão e de interiorização.Popularmente usada em oposição à solidão para indicar que estar sozinho não implica obrigatoriamente estar em sofrimento. Associada à alegria de estar sozinho.
Se tudo é algo, então nada é algo. A relação entre preenchimento e vazio sempre bailou mais junta do que se imagina. Por mais que esses dois extremos estejam bastante próximos, a jornada para percepção dessa curta distância é bem trabalhosa. É essa via-crúcis que Na Natureza Selvagem (2007), filme que completa quinze anos em 19 de Outubro de 2022, busca percorrer.
Häxan significa bruxa em sueco e o filme busca desconstruir a imagem desse ser místico através de sua narrativa semidocumental (Foto: Aljosha Production Company)
Gabriel Gatti
Por muitos anos, homens, crianças e principalmente mulheres foram perseguidos acusados de bruxaria. A criação do livro Malleus Maleficarum, em 1484, serviu como um manual educativo para perseguir e eliminar indivíduos suspeitos de realizar ações paranormais. O guia é de autoria de Heinrich Kraemer, inquisidor famoso durante a Idade Média, e algumas versões da obra chegam a contemplar a bula papal de Inocêncio VIII, chamada Summis Desiderantis Affectibus, que demonstra apoio à caça às bruxas. Ao estudar profundamente o livro, o diretor e roteirista dinamarquês Benjamin Christensen se inspirou para criar sua obra-prima, Häxan – A Feitiçaria Através dos Tempos.
“Todo mundo corre”, tagline principal do marketing de Minority Report, condiz perfeitamente com Tom Cruise, o maior corredor de Hollywood (Foto: 20th Century Studios)
Nathan Nunes
Vinte anos distanciam o atual estado da sociedade do lançamento de Minority Report: A Nova Lei no longínquo ano de 2002. Já em comparação com o futuro retratado no filme de Steven Spielberg, são trinta e dois anos de separação. Seja olhando para frente ou para trás na linha do tempo, é interessante notar que essa obra, como toda boa ficção científica, é cada vez mais parecida com a realidade, em níveis bastante alarmantes e assustadores.
Muito obrigado, senhoras e senhores, agora eu tenho que falar sobre o fabuloso, mais excitante: Baby Driver! (Foto: Sony/TriStar Pictures)
Leticia Stradiotto
Com o pé afundado no acelerador, o criativo Edgar Wright apresenta um passeio de motor que destaca-se entre as obras do gênero. Em Ritmo de Fuga, em inglês Baby Driver, realmente foge do estereótipo de outros feitos cinematográficos que envolvem crimes e carros em alta velocidade. Lançado em 2017, o primeiro filme realizado nos EUA pelo diretor tem a ambientação dos assaltos em Atlanta e resulta na combinação do romance com perseguições de carro, além de nos presentear com uma caracterização visual de tirar o fôlego.
Mesmo sendo seu debut, o disco ainda é o carro chefe dos ingleses (Foto: Noah Kalina)
Guilherme Veiga
Quando o mais novo álbum do alt-J, The Dream, estava prestes a ser lançado, muito se esperava que a banda britânica voltasse às suas raízes, mais especificamente as de uma década atrás. A razão disso é que seu registro de 2012, An Awesome Wave, vencedor do Mercury Prize, prêmio de Melhor Álbum Britânico daquele ano, é irretocável e até hoje é o cartão de visitas do grupo, que naquela época se tornou um expoente do indie britânico.
A juventude é a fase da intensidade. De dramas, sensações, desejos e sonhos. Nela, as amizades são eternas, os amores são infinitos num dia, efêmeros no outro, e os problemas são o fim do mundo. É a fase da rebeldia e das descobertas. Há 15 anos, Skins (UK), ou Juventude à Flor da Pele, explorou tudo isso de forma intimista, sob perspectivas de distintos jovens ingleses que tinham uma coisa em comum: a consciência de que crescer não é fácil, mas que amizades, família e empatia tornam o processo menos cruel.