Ceremonials: há uma década, Florence exorcizava seus demônios e dançava com eles

Ensaio para promoção do álbum Ceremonials. Fotografia retangular em fundo preto. No centro, está Florence acompanhada de dois de seus reflexos em cada lado como se estivessem de costas uma para outra. Uma mulher branca de cabelos ruivos. Ela veste um vestido de gala coberto de esmeraldas. Florence segura seu cotovelo direito com a mão esquerda, enquanto a mão direita está sobre seu peito na altura do coração.
Após sucesso de disco de estreia, Florence vê em um trabalho grandioso a chance de se consolidar (Foto: Tom Beard)

Guilherme Veiga

Os dias de cão acabaram, mas alguns traumas ficaram. Em seu segundo álbum de estúdio, a banda britânica Florence + The Machine tem a difícil missão de conviver com eles além de manter o alto nível que seu disco de estreia Lungs (2009) proporcionou. Para isso, Florence apostou na grande produção e em sua já consolidada poesia e voz. Tal aposta resultou em um grito muito bem afinado com aspirações megalomaníacas, que flerta com o gótico e o gospel ao mesmo tempo, e que demonstra excelência, além de evidenciar a notável evolução do grupo dois anos após seu debut.

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Em Grave, Julia Ducournau está faminta por você

Cena do filme Grave. Justine (Garance Marillier) está no colo de Adrien (Rabah Nait Oufella), com a cabeça apoiada em seu ombro esquerdo, mordendo fortemente seu próprio braço direito. Justine é caucasiana, de cabelos pretos e longos. Ela está nua, e a câmera captura seu olhar animalesco conforme sangue se acumula em seu braço e escorre para a cama. Adrien é caucasiano, tem o cabelo escuro raspado e sua expressão não é visível, sua cabeça apoiada na cama. Ele gentilmente alisa o cabelo de Justine com a mão esquerda. Atrás deles, o resto do quarto está desfocado, mas podemos identificar alguns livros empilhados e roupas espalhadas.
Sim, você (Foto: Focus Features)

Gabriel Oliveira F. Arruda

Antes de adentrarmos mais uma vez na cabeça da diretora e roteirista Julia Ducournau para falar sobre Titane, vale a pena olhar cinco anos para trás e comentar seu poderoso filme de estreia, Grave. A mistura elegante de drama coming-of-age com terror corporal dá um sabor inteiramente próprio à obra, subvertendo clichês dos dois gêneros e clamando para si seu lugar na cultura cinematográfica como um dos filmes mais perturbadores dos últimos tempos.

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45 anos de um clássico do Terror: Carrie, a Estranha se consagra como uma obra atemporal

 Cena do filme Carrie, a Estranha. Nesse cenário, a protagonista está no baile de formatura, que é decorado com um fundo azul e algumas luzes brancas. Na parte central está Carrie, com seus cabelos, roupas e corpo completamente banhados de sangue.
Essa cena mostra Carrie totalmente encharcada de sangue, após uma ação maldosas de seus colegas de turma que tinham a intenção de humilhá-la na frente de toda escola (Foto: Redbank)

Livia de Figueredo

Completando 45 anos de lançamento, a obra cinematográfica Carrie, a Estranha foi inspirada no primeiro romance do lendário autor Stephen King, e tornou-se um clássico do Terror, mudando assim, a história da Sétima Arte. Assinada pelo diretor Brian de Palma, em 1976, a obra aborda questões que ainda hoje se mantêm impregnadas na conjuntura da sociedade, como o fanatismo religioso, bullying, abuso parental e a descoberta da sexualidade. 

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Uma década depois, toda a magia de Once Upon a Time veio com um preço

Capa retangular da série Once Upon a Time. O cenário é uma floresta sombria, com árvores de troncos finos e altos. Ao fundo, sai uma luz azulada clara iluminando o título em letras maiúsculas, ao centro, em prata. A palavra Once está no meio, Upon a está dentro da letra C e Time substitui o traço do meio da letra E.
Os criadores Adam Horowitz e Edward Kitsis escreveram a série em 2004 antes de fazerem parte da equipe de roteiro de Lost, mas só depois da finalização deste seriado que eles se dedicaram ao primeiro projeto (Foto: ABC)

Júlia Paes de Arruda

Em 2011, Once Upon a Time trazia uma premissa em efervescência: a retomada dos contos clássicos. Conhecidas histórias ganharam remakes, como A Garota de Capa Vermelha e A Fera. O clima era promissor para que seu sucesso alavancasse e, sem dúvidas, foi essencial para a constituição das demais temporadas. Porém, como tudo que é bom dura pouco, a ganância falou mais alto, e a série, que já dava indícios de tribulações, viu seu fiasco bater na porta. É por isso que, após 10 anos, lembrar de Era Uma Vez é um misto de tristeza com felicidade. 

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É claro que seu filme de terror favorito é Pânico

Cena do filme Pânico. Nela vemos uma pessoa vestindo um capuz preto e uma máscara branca com olhos pretos e a boca aberta. Há uma faca na mão direita. Na sua frente, e de costas da câmera, há uma mulher loira de cabelo na altura dos ombros. Ela veste um suéter bege. Na mão direita está um telefone branco que ela segura contra a orelha. Há um vidro entre os dois. O fundo é uma sala de jantar.
Em 2021, Pânico celebra 25 anos de sua estreia no mundo do slasher (Foto: Dimension Films)

Ana Júlia Trevisan

Você com certeza já viu essa máscara em algum lugar. Pode não saber sobre o que se trata ou não conhecer o roteiro do filme, mas é certo que conhece a Ghostface. Esse é o efeito Pânico: ser um divisor de águas e marcar de maneira inabalável o Terror apenas por sua identidade visual. Você está sozinha em casa à noite, fazendo pipoca e esperando seu namorado chegar. De repente, o telefone começa a tocar e você se vê dentro de um jogo macabro onde o fim é a morte. Essa é a fenomenal introdução de Scream, a franquia de Wes Craven que colocou o slasher de volta no radar e desmistificou que o subgênero do Horror estava em decadência.

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5 anos de Better Things: mulheres são realmente seres extraordinários

Cena da série Better Things. Imagem estática. As cinco personagens estão andando na rua ao ar livre, durante o dia. No lado esquerdo da foto está Phil, interpretada por Celia Imrie. Ela é uma mulher branca de cabelos castanhos lisos, preso em um coque. Utiliza uma blusa rosa escuro estampada e calça preta. Carrega um casaco marrom e uma sacola bege nas mãos. Ao lado de Phil, está Duke, personagem de Olivia Edward. Ela é uma menina branca de cabelo castanho claro, longo e liso. Veste um suéter listrado em vermelho, bege e preto e calça verde musgo. Ao lado dela está Frankie, interpretada por Hannah Alligood. Ela é uma mulher branca de cabelos castanho claro curto e cacheado. Utiliza uma camisa branca e gravata preta e calça preta. A frente dela está Max, personagem de Mikey Madison. Ela é uma mulher branca de cabelo castanho escuro, longo e meio ondulado. Utiliza um macacão verde folha com detalhes em bege. A frente de Max está Sam, interpretada por Pamela Adlon. Ela é uma mulher branca de cabelo castanho médio, longo e liso. Veste uma blusa preta com um blazer preto. Também utiliza óculos de sol preto e um colar na cor prata.
“Um elogio de uma mulher vale por mil elogios de um homem – Woman in Yellow ” (Foto: FX)

Andreza Santos

Sem romantização e com muita honestidade, Better Things conta a história de Sam Fox (Pamela Adlon, de This Is Us) uma atriz e mãe solteira de 3 filhas, que se desdobra dia após dia para cuidar delas enquanto trabalha em set de gravações de Hollywood. A série, criada por Louis C.K., mais tarde, foi totalmente passada para as mãos de Pamela, após a demissão de C.K. por comportamento inapropriado.

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Bárbara Paz: um olhar sensível perante o mundo

 Foto de Bárbara Paz, mulher branca de olhos verdes e cabelo castanho escuro, em um fundo branco. Cabelo com coque bagunçado, pouca luz escura avermelhando seu corpo, blusa preta e cinza. Luz clara na região dos olhos.
O olhar de Bárbara Paz (Foto: Mauricio Nahas)

Lucas Lima

Dona de um sorriso encantador e com um olhar lindo e marcante, Bárbara Paz sabe, como ninguém, como a vida pode ser amarga e doce ao mesmo tempo. Tendo perdido o pai com 6 anos de idade, a mãe com 17 e, meses depois, sofrido um acidente de carro que a deixou com uma cicatriz no rosto, a artista conseguiu atingir os seus objetivos e chegar ao sucesso. Estudou, trabalhou e, após muitos ‘nãos’, foi, de pouco em pouco, em um trabalho árduo, conseguindo seu espaço e destaque no meio artístico.

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Chegou Quem Faltava veio para mostrar que Um Dia a Gente Se Encontra

Capa do álbum Chegou Quem Faltava da banda Charlie Brown Jr. Desenho de uma lula vermelha, em um fundo com tom de vermelho mais escuro. A lula segura três skates e um microfone, cada qual envolvido em um de seus tentáculos. No canto superior direito está escrito em letras maiúsculas “Chegou Quem Faltava”, em amarelo. No canto inferior direito pode-se ler “Charlie Brown Jr.” na cor branca.
Chegou Quem Faltava, show ao vivo gravado em 2011 chega às plataformas em 2021 em comemoração ao dia mundial do rock (Foto: Sony Music Entertainment Brasil)

Raquel Sampaio

“Charlie Brown não é meu emprego, Charlie Brown é minha vida”. São com palavras diretas como essas, nos intervalos entre as músicas do Chegou Quem Faltava, show gravado em 2011 e publicado em dois volumes em 2021, que Chorão coloca para fora toda a paixão e intensidade dedicadas ao maior projeto de sua história, a banda Charlie Brown Jr.. Carregado de muita nostalgia e um astral contagiante, o disco de 29 faixas chega para celebrar um legado e matar as saudades.

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10 anos de Fastlife: a vida rápida de um Joe Jonas sem os “brothers”

Capa do álbum Fastlife. O fundo possui um degradê decrescente, do laranja na parte superior até um amarelo esverdeado, na parte inferior. O cenário remete a uma estação de metrô, como uma foto tirada do movimento dos trens. Ao centro da imagem, está o cantor Joe Jonas, somente da cintura para cima. Ele é branco, tem cabelos pretos curtos nas laterais, sobrancelhas grossas, barba e bigode raspados. Ele possui uma expressão séria, olhando para frente, com a boca semicerrada. Ele veste uma camisa xadrez azul e preto, com um casaco preto de couro por cima. Sobre seu peito, afastado, está escrito Joe Jonas em letras brancas e maiúsculas. Logo abaixo, está escrito Fastlife em letras verdes claras e maiúsculas. No canto inferior esquerdo, está o selo de Parental Advisory - Explicit Content, em preto e branco.
“Eu quero te levar para um lugar/Onde o amor é algo mais do que você imagina” (Foto: Jonas Brothers Recording LLC)

Júlia Paes de Arruda

Sim, é isso mesmo que você está pensando: Joe Jonas tem um álbum solo e ele está completando uma década este ano. Ainda que seja completamente esquecível para muitos de nós, Fastlife foi a grande chance do irmão do meio longe dos holofotes da Disney e um dos primeiros indícios da separação da banda que o impulsionou nesse meio. Com poucos acertos, seu trabalho buscou trazer alternativas ousadas e versões desconhecidas do artista até aquele momento, distantes da imagem do querido intérprete de Shane Gray

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A Pele que Habito abriga um interior sórdido

 Cena do filme A Pele que Habito apresenta uma mulher branca, careca, usando uma máscara branca de recuperação após fazer uma cirurgia plástica e um casaco preto. Suas mãos estão no rosto, o que transmite a sensação dela estar impressionada. Mais à esquerda da foto há um homem branco, de cabelos curtos e grisalhos, vestindo uma camiseta preta. O fundo da imagem exibe uma parede acinzentada com um círculo de vidro.
Romance, drama e terror se fundem na mesa de cirurgia de A Pele que Habito, que completa 10 anos dia 6 de outubro (Foto: El Deseo)

Gabriel Gatti

A busca incessante pela boa aparência é muito marcante no século XXI. Pessoas buscam procedimentos estéticos para alcançar o padrão de beleza desejado. Mas imagine ser submetido a uma série de cirurgias contra a sua vontade, como uma cobaia. Essa é a premissa do filme A Pele que Habito, dirigido por Pedro Almodóvar, uma lenda do Cinema Espanhol. O longa, inspirado no livro Tarântula de Thierry Jonquet, se desenvolve como um thriller angustiante, cuja peça central da trama é a vingança.

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