Um Forte Clarão não passa de uma fagulha

 Cena do filme Um Forte Clarão exibe uma pessoa, à distância, parada em uma rua vazia durante a noite. Ela está de costas, levando uma mala em uma das mãos. As poucas luzes dos postes estão acesas, iluminando somente parte da rua. À esquerda, vemos casas enfileiradas e, à direita, um muro branco.
Ruas escuras são uma constante no longa que integra a Competição Novos Diretores da Mostra de SP (Foto: Tentación Cabiria)

Caio Machado 

Morar em cidade pequena pode ser pacífico, sem o estresse e o ritmo frenético das capitais, mas também pode ser um verdadeiro tédio por causa da rotina limitante e da falta de coisas diferentes para fazer. No caso de Um Forte Clarão, filme exibido na 45ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, o marasmo serve como um pretexto para que os personagens contem histórias e tenham experiências inexplicáveis. 

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A Lenda de Candyman: os terrores da realidade são piores que os da ficção

Cena do filme A Lenda de Candyman. Imagem retangular. No centro da imagem tem um menino negro, cabelo raspado e olhos castanhos, ele usa uma camiseta vermelha com gola azul. Na imagem há apenas o torso do garoto. Ele olha assustado através da fresta de uma porta de madeira. A porta e a parede verde do lado dela estão cobertas de sangue.
Candyman não economiza no sangue e na violência para chocar os seus espectadores (Foto: Universal Pictures)

Nathan Sampaio

Lendas urbanas sempre existiram na sociedade. Elas servem para nos dar explicações, para assustar, entreter e, em alguns casos, tentar abrandar uma realidade dura demais. Tendo isso como base, chegou aos cinemas em setembro de 2021 A Lenda de Candyman, sequência de O Mistério de Candyman, lançado em 1992. O novo longa busca reviver a franquia, já esquecida pelo grande público, e atualizar as discussões propostas na primeira parte.

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A Grande Família de Clark: Superman & Lois abre espaço para o lado humano do Homem de Aço

Cena da série Superman & Lois. Na imagem é possível ver Clark Kent, um homem alto de pele clara, barba rala, cabelo castanho e óculos, usando uma camisa xadrez vermelha. A esquerda está Lois Lane, uma mulher de altura mediana, cabelos castanhos longos, olhos claros, usando um blazer preto com blusa branca. No fundo da foto se encontra uma caminhonete vermelha e o horizonte com árvores.
Superman & Lois começou a ser exibida no dia 13 de fevereiro de 2021 pela CW Television Network, e chegou ao Brasil no catálogo do HBO Max (Foto: HBO Max)

Ana Nóbrega

Nem mesmo o Superman (Tyler Hoechlin) conseguiu se esquivar das dificuldades da vida real. Demitido de seu trabalho como jornalista no Planeta Diário, Clark Kent decide tomar um novo rumo em sua vida ao lado dos filhos e da esposa em Superman & Lois. A nova série do herói, que está disponível no HBO Max, renova a imagem que vem se formando nos últimos anos do Homem de Aço. A trama se constrói quase como uma versão estadunidense e heróica de  A Grande Família, dividida entre as relações familiares e os empresários que querem dominar o mundo.

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I Comete – Um Verão na Córsega é uma viagem ensolarada

Cena do filme Um Verão Na Córsega exibe um homem negro e uma mulher branca sentados à mesa em um jardim na França. Uma árvore faz sombra neles. O homem tem barba grande, cabelo preto e veste uma camiseta, acompanhada de uma bermuda cinzenta. Usa um all star nos pés. A mulher tem cabelo loiro comprido, usa regata preta e está à esquerda do homem. Ambos vestem roupas adequadas para o clima quente da região. Os dois tomam café da tarde enquanto conversam. Ao fundo, vemos um pouco do mar.
Lugares belíssimos inundam o longa que integra a Competição Novos Diretores da Mostra de SP (Foto: 5à7 Films)

Caio Machado

O verão é um terreno fértil bastante explorado pelo Cinema. Os lugares bonitos e ensolarados já foram palco de histórias intensas de amadurecimento, discussões sobre o amor e até mesmo terrores arrepiantes. I Comete – Um Verão na Córsega, filme exibido na 45ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, aproveita a estação do ano para elaborar um mosaico fascinante da vida das pessoas que moram em uma pequena vila da ilha francesa. 

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Pegando a (tortuosa) Estrada da despedida

Cena do filme Pegando a Estrada. A foto mostra uma mulher persa de meia idade, segurando uma tesoura próxima a um carro à um carro à direita. De dentro da janela do carro, vemos um jovem persa de cabelo escuro, barba e óculos, apoiado na janela de costas, com a cabeça caída para trás.
A produção integra a Competição Novos Diretores da 45ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo (Foto: Celluloid Dreams)

João Batista Signorelli

Sair da casa dos pais é um acontecimento natural em qualquer lugar. O evento pode vir acompanhado da sede por independência, da síndrome de ninho vazio, de saudade ou alívio. Alguns mudam de cidade, estado, país, saindo para trabalhar, estudar, ou se casar, com consentimento dos pais ou às escondidas. Em Pegando a Estrada, longa de estreia de Panah Panahi exibido na 45ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, vemos uma família lidando com a partida do filho mais velho, mas em circunstâncias nada costumeiras ou desejáveis.

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CALL ME IF YOU GET LOST: Tyler, The Creator assume que é perdendo que se encontra e convida quem ouve para essa viagem

Capa do disco CALL ME IF YOU GET LOST, de Tyler, The Creator. A imagem tem um fundo branco, onde está o que parece um passaporte plastificado. Nele, Tyler usa uma touca azul clara, no estilo chapéu soviético. Ele veste uma camisa da mesma cor, com golas estampadas com oncinhas e camiseta branca por baixo. O passaporte contém os dados e assinatura de Tyler Baudelaire, personagem do novo álbum. O título do projeto, “Call me If You Get Lost”, aparece em azul claro como um carimbo no passaporte.
O novo álbum de Tyler, The Creator já é considerado forte concorrente ao Grammy de Álbum do Ano, sendo, segundo o próprio artista, o seu melhor trabalho, “executado num nível que jamais tinha sido atingido” (Foto: Columbia Records)

Andrezza Marques

O sexto álbum do multiartista Tyler, The Creator, lançado em 25 de junho de 2021, coroa a sua melhor fase, escalada a cada lançamento, tanto em técnica e produção, como na autenticidade da execução. Em CALL ME IF YOU GET LOST, o rapper protagoniza uma odisseia de dor e glória compilada em 16 faixas, diferentes de tudo o que já ouvimos – mais uma vez. “Me chame de Sr. sempre em alguma merda que você nunca viu” e “Encontre outro mano como eu, porque eu não vi nenhum”, ele canta ácido na efervescente CORSO, e prova seu ponto.

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Coisas Verdadeiras é lotado de vazios

Cena do filme Coisas Verdadeiras, mostra uma mulher adulta branca de vestido vermelho em pé de dia. Ao seu redor, vemos moitas e um muro de pedra cinza.
Com produção de Jude Law e Ruth Wilson e parte da primorosa Competição Novos Diretores da Mostra de SP, Coisas Verdadeiras oferece um prato para os fãs de um drama indie (Foto: BBC Films)

Vitor Evangelista

Uma silenciosa Ruth Wilson em total estado de êxtase abre Coisas Verdadeiras, filme que dá à 45ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo um viés mais poético. Não à toa, o ato sexual que ela recebe deixa de ser o foco da rápida sequência, que logo nos situa no presente. A personagem Kate, sonhando com um passado que nem mesmo sabemos ser real, deseja mesmo é o afeto, o conforto e o toque, e não importa se é íntimo ou superficial, ela só precisa de certezas.

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A radicalidade acolhedora de Juçara Marçal em Delta Estácio Blues

Capa do CD Delta Estácio Blues. A cantora Juçara Marçal está no centro da fotografia, sobre um fundo azul. As mãos dela estão dispostas sobre a face de forma que só conseguimos ver um dos olhos, cabelo, parte da boca e orelha.
O segundo disco solo de Juçara Marçal aponta novos caminhos musicais (Foto: Aline Belfort)

Gabriel Leite Ferreira

No princípio era o beat. O primeiro aperitivo que o público teve da nova fase de Juçara Marçal foi em uma live, no dia 7 de abril de 2021. Como parte de um ciclo de transmissões que o Metá Metá fez naquele mês, Juçara veio à frente só, munida de samplers, percussão, piano e voz. Mais uma ruptura em uma carreira repleta de rupturas. Iyalode mbé mbé, a última faixa de Delta Estácio Blues, lançado em 30 de setembro, já marcava presença.

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A harmonia da vida em Armugan

Cena do filme Armugan, em preto e branco. Vemos um homem baixinho, careca e barbudo sentado em uma cama. À esquerda, vemos um homem com cabelo comprido, barba grande e alto também sentado na cama. Ambos são brancos e estão na meia idade. Vestem roupas adequadas para o clima da região montanhosa.
Duas pessoas vivem isoladas no filme que integra a seção Perspectiva Internacional da 45ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo (Foto: Shaktimetta, La Bendita Produce)

Caio Machado

Vivemos a vida à sombra do grande mistério da morte. Por mais que as religiões tentem explicar o que acontece conosco depois que o coração para de bater, só saberemos a verdade quando chegar a hora. Armugan, filme exibido na 45ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, utiliza a sutileza visual para elaborar um conto impactante sobre como o ser humano se apoia em lendas para conseguir lidar com a finitude da existência. 

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You Signed Up for This: o caos e a euforia dos vinte e poucos anos

Capa do álbum You Signed Up For This - Maisie, jovem branca, magra e de olhos azuis, está sentada de forma despojada em um dos trens da cidade de Londres. Ela veste uma camisa branca com estampa de unicórnio, uma jaqueta de couro preto, uma calça xadrez branca e vermelha e uma bota de plataforma preta. Ela está usando fones de ouvido azul e uma de suas mãos segura uma mecha de seu cabelo castanho liso que vai até o ombro e cobre a testa com sua franja. Pela janela atrás dela podemos ver as ruas de Londres e uma placa de trânsito com o nome do álbum: You Signed Up For This. A imagem tem um efeito granulado como se tivesse sido tirada por uma câmera antiga.
You Signed For This, álbum de estreia de Maisie Peters, comprova porque seu talento atraiu a atenção de astros como Taylor Swift e Ed Sheeran (Foto: Maisie Peters)

G. H. Oliveira

Muitos produtos da cultura pop retratam o período do Ensino Médio e a evolução dos adolescentes até sua graduação (só em 2021, já tivemos as continuações dos sucessos Eu Nunca…, Elite, Para Todos Os Garotos, A Barraca do Beijo e High School Musical: The Musical: The Series, entre tantos outros). Um dos motivos dessa popularidade está na fácil identificação: a pressão de entrar numa faculdade, arranjar amigos, as primeiras vezes, as mudanças no corpo… Mas, e o depois? O que acontece quando se completa vinte anos?

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