Quando Alien: O Oitavo Passageiro estreou nos cinemas em 1979, a audiência foi surpreendida com uma explosão vinda do peito de um homem. De dentro dele, uma nova criatura surgia repleta de sangue e ansiando, sedenta, por muito mais. Anos depois, sequências bem diferentes do filme original foram lançadas para expandir a história da protagonista Ellen Ripley, incluindo o também clássico dirigido por James Cameron, Aliens (1986). Durante muitos anos, os fãs mais assíduos do primeiro longa, dirigido por Ridley Scott, ficaram órfãos de obras que tivessem uma ambientação claustrofóbica e aterrorizante à altura. Alien: Isolation, jogo diretamente inspirado pelo pioneiro, foge desse cenário ao passo que é exatamente a experiência que os fãs tanto queriam de volta.
O herói, na definição clássica da literatura, é aquele capaz de se sacrificar pelo bem comum e mudar o cenário em que está inserido. Porém, mesmo tendo qualidades louváveis, ainda assim é preciso que existam falhas e defeitos em sua personalidade para torná-lo mais humano e realista. Não há nenhum personagem que se encaixe tão bem nessa definição quanto o Homem-Aranha, aquele que em sua origem aprendeu que “com grandes poderes, vem grandes responsabilidades”e na atualidade se tornou um símbolo do heroísmo. Poucas mídias conseguiram transpor essa sensação tão bem quanto o jogo Spider-Man, que completa cinco anos em 2023.
Após oito anos de atuação como Homem-Aranha, dessa vez Peter Parker terá que enfrentar a gangue liderada pelo Senhor Negativo, que busca matar o Prefeito Norman Osborn e causar o caos em Nova York. Ao mesmo tempo, o herói precisará lidar com questões pessoais, como o trabalho na Octavius Industries, a ação voluntária na organização F.E.S.T.A e a relação com sua ex-namorada Mary Jane.
Em 2016, durante o painel da Sony na E3, o público foi surpreendido com a imagem inusitada de um garotinho brincando na neve. Uma voz chamava a criança e ela, a contragosto, entrava de volta em casa, interrompendo a diversão. Então, uma figura surge das sombras. Barbudo, albino e mais forte do que nunca, o público do evento começa a exclamar palavrões felizes ao perceber que Kratos, o anti-herói da série God of War, está de volta. Em 2018, o game finalmente chegou nas mãos dos fãs e recebeu de braços abertos novos interessados na história do Fantasma de Esparta.
Em 2012, às vésperas do fim da sétima geração de consoles, um pequeno jogo de ação e furtividade em primeira pessoa foi lançado no dia 9 de outubro com o curto e simples nome “Dishonored”. O videogame foi disponibilizado inicialmente para PlayStation 3, Xbox 360 e PC, e a Crítica foi rápida em apontar suas semelhanças com Thief e Deus Ex, franquias famosas por formar as bases do gênero que hoje conhecemos como “immersive sims” (simuladores imersivos, em tradução livre), principalmente pela presença de Harvey Smith, diretor criativo de Dishonored e um dos designers do Deus Ex original. Desenvolvido pela Arkane Studios e publicado pela Bethesda Softworks (Fallout, The Elder Scrolls), o jogo angariou uma onda de resenhas positivas e se tornou o maior lançamento original do ano.
Um indie que não parece indie:com gráficos elaborados e uma narrativa intrigante,Stray convida o jogador a experienciar, na pele de um felino, um cenário enigmático com luzes neons, as quais o seduzem para uma aventura na cidade futurista e ao mesmo tempo apocalíptica. Assim, nosso gato protagonista deve desvendar os puzzles necessários para escapar de um submundo esquecido e retornar à vida anterior com sua família. Não é à toa que a Annapurna Interactive, estúdio famoso por publicar jogos comoSayonara Wild Hearts eOuter Wilds, viu também potencial emStray. Desenvolvido pela pequena equipe francesa BlueTwelve Studio, o game foi lançado em 2022.
Cada vez mais, o número de jogadores do Persona cresce, e ainda bem. Em 2021, a Editoria se movimentou com ânsia para dar novos passos dentro do mundo dos Games, e aumentar a produção de conteúdo acerca desse universo. É um caminho árduo, mas trabalhamos e estivemos ligados na Gamescom, a maior feira de jogos digitais que existe, acompanhando os lançamentos mais importantes do meio por 3 dias, das grandes distribuidoras até as independentes.
Depois, assistimos nossos jogos favoritos no The Game Awards, premiação reconhecida mundialmente, a maior e mais aguardada do universo dos games. Entre polêmicas, franquias retomadas, eboas surpresas, o ano foi apenas o começo do Persona nos Jogos. Assim, inspirados pela nova geração de consoles, apresentamos os Melhores Jogos de 2021.
Gabriel Oliveira F. Arruda e João Paulo de Oliveira
Mais de uma década após seu lançamento original no Xbox 360, o pesadelo cult da Remedy Entertainment toma nova forma em Alan Wake Remastered, entregando a experiência definitiva da obra idealizada por Sam Lake. Inicialmente amaldiçoado por um período de desenvolvimento caótico, uma janela de lançamento inoportuna e um grande número de versões piratas, o remaster chega como uma segunda chance para que a franquia alcance o sucesso que sempre mereceu.
Durante a EA Play Live de julho,foi anunciado que o primeiro jogo da franquia sci-fi de terror e sobrevivência Dead Space ganharia um remake completo. A obra do falecido estúdio Visceral (na época chamado EA Redwood Shores) será atualizada para a nova geração de consoles e PCs, entregando “melhorias na história, nos personagens e nas mecânicas de gameplay”, se utilizando da famosa Frostbite Engine. O clássico de 2008 será retrabalhado pelo EA Motive, o estúdio responsável por Star Wars: Squadrons, que está encarando o projeto como uma “carta de amor para a franquia”, segundo um comunicado oficial da empresa.
Mas será que Dead Space precisa mesmo de um remake? A primeira aventura do engenheiro Isaac Clarke estabeleceu, ou pelo menos ajudou a popularizar, várias das tendências observadas no gênero até hoje, muitas vezes sendo considerado como um dos melhores jogos de terror de todos os tempos. O que há no pesadelo espacial de Isaac que precisa ser revisado e, mais importante, como revisá-lo sem comprometer a experiência original?
Depois da jornada através do Cinema Fantástico que foi o Fantaspoa XVII, o Persona volta para o mundo dos festivais de Cinema, mas desta vez se aproximando ainda mais do experimental e incomum. A 5ª edição do Festival Ecrã de Experimentações Audiovisuais nos levou por caminhos dos mais abstratos, passando pelo intrigante, profundo, ou simplesmente incompreensível. De narrativas estruturadas à experiências puramente estéticas, o Ecrã foi online, gratuito e apresentou, além de longas e curtas, outras das inúmeras possibilidades proporcionadas pelo audiovisual: videoartes, performances, instalações, artes interativas e até mesmo games marcaram presença no festival que aceita tudo, menos o convencional e o conformista.
O Festival surgiu timidamente em 2017, com apenas 10 obras ao longo de 2 dias, e cresceu a cada ano até explodir em 2020, em sua primeira edição online, quando deu a uma enorme quantidade de cinéfilos, órfãos das salas de cinema e sedentos por novidades, a chance de descobrir dezenas de obras audiovisuais inovadoras. Em sua 5ª edição, realizada de 15 a 25 de julho, o jovem festival permanece independente de patrocinadores e sem cobrar um único centavo de seus espectadores, o que significa que o evento precisa buscar meios alternativos para se manter financeiramente. Por isso, o Ecrã abriu uma campanha de financiamento coletivo para esta edição, com a qual é possível contribuir até o dia 15 de agosto.
Através de uma plataforma própria, a quinta edição teve uma curadoria heterogênea como toda seleção de um Festival experimental deve ser. Trazendo desde obras de cineastas essenciais para o Cinema de vanguarda mundial, como James Benning e Ken Jacobs, à produções estudantis saídas diretamente das universidades brasileiras, o Ecrã ofereceu um panorama amplo de produções nacionais e internacionais das mais diversas, que buscam romper as fronteiras e arrebentar as caixinhas do tradicional e do óbvio.
Das 120 produções presentes na programação do Festival, o Persona assistiu 40, todas comentadas a seguir por Caio Machado, Caroline Campos, Gabriel Gatti, Gabriel Oliveira F. Arruda, João Batista Signorelli e Vitor Evangelista. Nos 10 dias de Festival, vimos um pouco de tudo: filmes macabros, engraçados, surpreendentes, incômodos, ou apenas abstratos demais para serem descritos. Se você quer sair do óbvio e passar longe do previsível, pode ter certeza que logo abaixo encontrará material de sobra para se interessar.
A jornada pela mente fragmentada de um protagonista não-confiável e a busca pela superação
Isabela Batistella
Com a produção do jogo datando desde 2014, OMORI foi publicado na Steam (plataforma de jogos online para PC/Mac) no dia 25 de dezembro de 2020, pela desenvolvedora e ilustradora independente OMOCAT. Baseado na webcomic da diretora,hikikomori – termo em japonês que se refere a um indivíduo que escolheu se isolar socialmente por extensos períodos de tempo – a história segue a trajetória de Sunny e seu alter ego Omori, explorando um mundo de sonhos surreais e a realidade.