Respire, pois a Fúria Primitiva de Dev Patel é de tirar o fôlego

Imagem do filme Fúria Primitiva. Na foto, a sombra do ator Dev Patel está em evidência em frente a uma pintura com as cores marrom e vermelho, que contém diversos guerreiros
Dev Patel atua, dirige e roteiriza em Fúria Primitiva (Foto: Diamonds Filmes)

Guilherme Machado Leal

Em 2008, um jovem ator britânico estrelou o drama adolescente Skins como um coadjuvante. No mesmo ano, protagonizou um sucesso que chegou ao Oscar, o longa-metragem Quem Quer Ser Um Milionário?. Esses são apenas dois dos trabalhos que marcam a carreira de Dev Patel. Agora, com Fúria Primitiva, o artista inicia sua carreira atrás das câmeras. Nos papéis de roteirista, diretor e ator principal, ele dá vida a Kid, um rapaz que luta em um clube clandestino com o codinome Monkey Man para sobreviver e pagar as contas.

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A Alegria é a Prova dos Nove: um mergulho de cabeça no raso

Cena do filme A Alegria é a Prova dos Nove. No centro da imagem, está a protagonista, uma mulher idosa, branca e de cabelos ruivos bem laranjas. Ela está com tinta azul espalhada por todo o rosto e colo e olha para cima com uma expressão de êxtase e a boca aberta em um sorriso. Atrás dela, tem um homem à sua direita e uma mulher à sua esquerda, ambos também com tinta em seus rostos e corpos.
Helena Ignez traz para o seu filme parceiros de longa data, com quem já trabalhou outras vezes, como o amigo artista Ney Matogrosso e sua filha, a atriz Djin Sganzerla (Fonte: Mercúrio Produções)

Giovanna Freisinger

Não se pode dizer que A Alegria é a Prova dos Nove não é uma experiência. Até os últimos minutos, paira a dúvida: é uma sátira, né? Por esses breves momentos, se torna genial, seria uma crítica afiada às cirandas de uma nova esquerda totalmente desorientada. Há momentos de frivolidades tão cômicos que só poderiam ser propositalmente irônicos. Mas, em seu desenrolar, o filme segue confirmando que não. Não é uma sátira, são só os devaneios de uma classe alheia à realidade do presente.

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Sem disfarçar, Evidências do Amor é uma comédia romântica razoável

Cena do filme Evidências do Amor. Na imagem, os personagens Marco Antônio e Laura estão em um karaokê. Antônio é interpretado por Fábio Porchat, um homem branco de cabelos e olhos claros, e Laura é vivida por Sandy, uma mulher branca de cabelos e olhos escuros. Ambos vestem jaquetas em tons escuros e são fotografados a partir dos ombros pela câmera. Eles se entreolham enquanto ao fundo podemos ver uma televisão com a letra de Evidências, música cantada pela dupla no karaokê.
O casal inesperado surpreende pela pouca química e muita afinação (Foto: Warner Bros. Pictures)

Maria Vitória Bertotti e Nathalia Tetzner

Lançado em Abril de 2024, Evidências do Amor é a mais nova comédia romântica brasileira banhada a humor e uma trilha sonora um tanto quanto inesquecível. Com Fábio Porchat e Sandy Leah protagonizando o longa e formando um casal mediano e sem química, o filme conta a história de amor dos dois e de como a música Evidências, de Chitãozinho e Xororó, acompanha essa jornada de (muitas) lembranças, visitas literais ao passado e reconquista.

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Em A Hora da Estrela, Macabéa representa a busca da própria identidade

Foto da atriz Marcélia Cartaxo, uma mulher branca de cabelos cacheados e castanhos. Ela está correndo e usa um vestido branco. A foto está em preto e branco.
Marcélia Cartaxo dá vida à Macabéa, protagonista do livro e da adaptação cinematográfica de A Hora da Estrela (Foto: Sessão Vitrine Petrobras)

Guilherme Machado Leal

A Hora da Estrela, filme de 1985 baseado no livro homônimo escrito por Clarice Lispector, conta a história da datilógrafa Macabéa, que pouco da vida conhece, mas vive com o mínimo porque foi ensinada dessa maneira. Dirigido por Suzana Amaral, o longa-metragem ganhou uma nova versão remasterizada com o apoio da Sessão Vitrine Petrobras como distribuidora e foi lançado nos cinemas em 2024, sendo a chance do público brasileiro conhecer ou revisitar uma das histórias nacionais mais emocionantes já feitas. 

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Quiz Lady une irmãs com comédia padrão e elenco incrível

Cena do Filme Quiz Lady. A imagem mostra duas mulheres asiáticas no centro. A da esquerda possui brincos rosa, cabelo preto, com franjas e mechas roxas presos no topo da cabeça. Ela veste uma blusa justa rosa com magas bufantes até o cotovelo e uma calça jeans clara com um cinto turqueza. No seu ombro direito se encontra uma bolsa prata e uma garrafinha presa em um cordão. Sua feição é alegre e sorriso largo com a boca aberta. A mulher da direita, possui cabelo preto liso e com franja. Sua feição é relaxada, com os olhos mais fechados e um sorriso largo. Ela veste um moletom tie dye e uma calça na cor creme. No fundo da imagem temos um prédio e uma rua com duas pessoas na calçada. Elas se encontram no meio da rua próximas a um carro prateado sedan localizado a direita da imagem.
A comédia Quiz Lady traz duas irmãs opostas e distantes em um programa de quiz que pode ser a solução dos problemas delas (Foto: Disney+)

Marina Iwashita Canelas

Com elenco de peso, Jessica Yu volta após seis anos desde o seu último longa-metragem com Quiz Lady, que tem como missão unir duas irmãs distantes para pagarem a dívida deixada pela mãe e salvarem o cachorro de Anne, Mr. Linguini. As atrizes Sandra Oh (Jenny) e Awkwafina (Anne) são escaladas nessa trama que dá papel à representatividade asiática, ressignificando e mostrando a força da família e do amor.

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Os curtas brasileiros do 29º Festival É Tudo Verdade

Os curtas brasileiros ficaram disponíveis gratuitamente na plataforma de streaming Itaú Cultural Play (Arte: Aryadne Xavier)

A 29ª edição do Festival É Tudo Verdade ocorreu entre os dias 03 e 14 de Abril de 2024, com programações que perduraram até dia 30. Entre mostras online e presenciais, o maior evento de reconhecimento às produções documentais exibiu 77 obras de diferentes países e diretores. Além das tradicionais categorias diversas que envolvem o cronograma do festival, este ano, ainda foram celebrados o centenário do brasileiro Thomaz Farkas e as obras do britânico Mark Cousins. 

Mergulhado em uma multiplicidade de temáticas, o evento alimentou o Cinema com uma curadoria recheada de nomes prontos para a ascensão. Imagens delicadas, relatos sensíveis, terras distantes e até mesmo pontos crus demais para o habitual palatável marcaram presença em salas de cinema de São Paulo e do Rio de Janeiro.

Considerado um dos maiores festivais culturais da América Latina, o It’s All True – nome dado para repercussão internacional – acontece desde 1996 e foi criado pelo crítico de cinema  Amir Labaki. Desde então, sua potência reconhece obras com um júri especializado que as premia em categorias específicas, além de tecer comentários sobre seu impacto social e estético. 

Uma das categorias é a Competição Brasileira de Curtas-Metragens. Em sua composição, filmes de até 30 minutos dirigidos por cineastas brasileiros fazem parte da mostra competitiva. Este ano, racialidade, identidade sertaneja, ancestralidade indígena e outras pautas ganharam protagonismo, com As Placas são Invisíveis levando o título. Com olhar apurado, a editoria do Persona explora as minutagens dos participantes e suas reflexões. 

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Já faz 5 anos que A Cinco Passos de Você tocou nossos corações

foto de uma jovem branca usando um vestido de alcinha rosa (Stella) e um garoto branco, de cabelos morenos, usando uma calça preta e camisa xadrez (Will), sentados à beira de uma piscina. Ao fundo, há algumas bolas de ginástica. Ao lado da menina, há um aparelho utilizado para o tratamento de doenças pulmonares e um par de sapatos. Entre eles, há um taco de sinuca. O ambiente é escuro, com a luminosidade vindo do reflexo da piscina. Temperatura fria]
O filme que conta a apaixonante história de Stella e Will, dois jovens que sofrem de fibrose cística, ainda emociona (Foto: Netflix)

Beatriz Apolari

A Cinco Passos de Você, obra cinematográfica lançada em 2019, completa cinco anos presente na memória afetiva de muitas pessoas. Dirigido por Justin Baldoni, o longa conta a história de dois jovens diagnosticados com fibrose cística que vivem uma história pura, mas dramática, de amor. O livro homônimo que inspira a produção audiovisual é escrito por Rachael Lippincott e Mikki Daughtry, e também foi lançado em 2019.

A película veio seguindo a tendência de romances teen trágicos iniciada por A Culpa É das Estrelas (2014), mas se mostra diferente por abordar a distância física entre os protagonistas, denotada no título, e discutir a necessidade do toque humano. Inclusive, a narrativa se inicia com essa ambientação: o quão importante é o contato com aqueles que amamos.

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O dilema de Suzane von Richthofen em A Menina Que Matou os Pais – A Confissão

Cena do filme A Menina Que Matou os Pais - A Confissão. O local é um cemitério, ao fundo, há algumas pessoas desfocadas e no centro, em evidência, está a atriz Carla Diaz, uma mulher branca de cabelos louros, longos e lisos. Ela usa uma calça jeans escura, um cropped preto e no ombro uma blusa de manga comprida preta. Ela está abraçando o ator Leonardo Bittencourt, um homem branco de cabelos pretos utilizando uma camisa social cinza e gravata longa preta. Ele também está utilizando uma calça social cinza escuro e um cinto preto.
Carla Diaz e Leonardo Bittencourt novamente protagonizam a representação do crime que chocou o Brasil (Foto: Amazon Prime Video)

Guilherme Barbosa

Em 2002, o caso Richthofen escandalizou o Brasil pela extrema brutalidade do crime, orquestrado por Suzane Von Richthofen e os irmãos Cravinhos. A indústria cultural, desde então, explorou diversas formas de recriar esse trágico evento, seja por meio de livros, podcasts ou no Cinema. Em 2021, dois filmes apresentaram uma nova abordagem, revelando a perspectiva de Suzane e a de Daniel Cravinhos, seu então namorado. Dois anos depois das primeiras adaptações cinematográficas, surge um novo capítulo com A Menina Que Matou os Pais – A Confissão, prometendo narrar os acontecimentos desde a noite do crime até o dia em que confessaram.

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Em Rye Lane, o amor é urbano

O longa foi um dos destaques do Festival de Sundance 2023, de onde saiu com os direitos de distribuição adquiridos pela Disney (Foto: Searchlight Pictures)

Nathan Nunes

Três personagens movem a trama de Rye Lane: Um Amor Inesperado, disponível no catálogo da Star+ (em breve Disney+). O primeiro é Dom (David Jonsson), um contador que, nos minutos iniciais, se encontra desolado pela traição da ex-namorada Gia (Karene Peter) com Eric (Benjamin Sarpong-Broni), melhor amigo do rapaz. A segunda é Yas (Vivian Oparah), uma aspirante a figurinista também recém-saída de um término com o pretensioso artista plástico Jules (Malcolm Atobrah). A situação dos dois parece a mesma, mas as personalidades são completamente diferentes. Ele é um ‘filhinho de mamãe’ introvertido, neurótico e com problemas de autoconfiança. Ela é extrovertida, de espírito leve e carisma imbatível. 

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Nem tudo está conectado às teias de Madame Teia

Cena de Madame Teia. Quatro mulheres estão paradas em uma plataforma entre metrôs, todas estão olhando para a frente, assustadas. Da esquerda para a direita: a primeira mulher é uma jovem negra de cabelos presos, fone de ouvido em volta do pescoço e mochila pendurada no ombro direito; ela veste uma calça cinza com bolsos e cós azul claro com um cinto preto, uma camiseta curta com decote em V branca e um casaco esportivo azul com listras vermelhas. A segunda personagem, uma mulher branca e mais velha que as outras, veste uma calça jeans com cinto preto, camisa preta e jaqueta de couro vermelho enquanto segura um skate com a mão direita, ela tem cabelo preto liso e franjas. A terceira figura presente é uma jovem latina de cabelos castanhos longos e lisos, ela veste uma calça jeans de lavagem escura, uma camiseta curta amarela, um casaco curto de veludo marrom claro e um colar e argolas pratas; ela segura uma mochila no ombro direito. A quarta e última mulher veste uma saia com pregas azul, camisa cinza com botões e detalhes pretos e um casaco de moletom cinza; a personagem é branca, loira e usa óculos de grau.
Um vilão, três adolescentes e uma mulher capaz de prever um futuro (quase) incerto fazem parte da teia de Cassandra Webb [Foto: Sony Pictures]
Agata Bueno

O thriller que nos apresenta uma das heroínas mais enigmáticas da Marvel não nos leva a lugar nenhum. Entre os segredos do passado e um futuro que envolve todos na teia de Cassandra Webb, lugar nenhum é um eufemismo perto do abismo em que o filme deixa o espectador. Afinal, Madame Teia prometeu uma viagem tão transcendental assim?

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