O longa foi pré-selecionado para representar a Itália na disputa do Oscar de Melhor Filme Internacional em 2024 (Foto: Vision Distribution)
Henrique Marinhos
EnquantoBarbie levava multidões trajadas de rosa aos cinemas em 2023, Ainda Temos o Amanhã (C’è Ancora Domani,no original) alcançou otopo das bilheterias na Itália só com o preto e branco. O debut como diretora de Paola Cortellesi encantou ao construir uma narrativaneorrealista ambientada em 1946, em uma Itália devastada após o fim da Segunda Guerra, na qual todo e qualquer homem é coadjuvante.
Motel Destino é o primeiro filme de Aïnouz rodado inteiramente no Ceará desde O Céu de Suely, de 2006 (Foto: Pandora Filmes)
Giovanna Freisinger
Efervescente, colorido e quente, Motel Destino propõe um noir no calor do Ceará. O novo longa do diretor Karim Aïnouz chega aos cinemas após celebrada estreia no Festival de Cannes, onde concorreu à Palma de Ouro. Aïnouz repete a parceria com a diretora de Fotografia francesa Hélène Louvart, que também trabalhou ao seu lado em A Vida Invisível. É o olhar dela que define o tom da história, através das cores saturadas e texturas granuladas que levam ao visual frenético.
Além do retorno da nova equipe, filme tem participação especial dos caça-fantasmas originais (Foto: Sony Pictures)
Leonardo Gimenes
Em uma franquia de filmes, enquanto o primeiro tem a missão de estabelecer um universo e seus personagens, o segundo precisa desenvolvê-los a partir de um novo desafio. Nesse sentido, Ghostbusters: Apocalipse de Gelo (2024) apresenta mais uma ameaça fantasmagórica que precisa ser derrotada pelos caça-fantasmas, que ainda contam com a ajuda de novos rostos.
No entanto, é justamente o acréscimo desses ajudantes para a missão que parece atrapalhar o desenvolvimento da equipe apresentada em Ghostbusters: Mais Além (2021). Isso porque, além de perder tempo com personagens totalmente descartáveis, o roteiro de Gil Kenan e Jason Reitman apresenta problemas desinteressantes para os membros da família Spengler.
Em algum momento você não está mais crescendo, você está envelhecendo, mas ninguém consegue identificar exatamente esse momento (Foto: Universal Studios)
Leticia Stradiotto
A primeira cena de Boyhood: Da Infância à Juventude é um céu nublado, mas muito azul. Yellow, do Coldplay, toca ao fundo. Logo, somos apresentados a um menino que observa o céu, deitado na grama com o braço dobrado sob a cabeça. Essa criança nos introduz a um rosto que não conhecemos e se torna familiar em pouco tempo, pois enquanto ela observa o céu, nós a observamos crescer e abraçar o mundo – entre os céus claros e escuros.
Você já se perguntou como as pessoas envelhecem nos filmes? Normalmente, essas impressões são realizadas através de maquiagens bem elaboradas, técnicas avançadas de edição e efeitos especiais para simular a passagem do tempo. No entanto, em Boyhood (no original), Richard Linklater optou por uma abordagem radicalmente diferente e autêntica: a obra foi gravada ao longo de 12 anos consecutivos, permitindo que o envelhecimento dos personagens acontecesse de forma completamente natural.
Po enfrenta um desafio inédito em Kung Fu Panda 4 ao buscar pelo próximo Dragão Guerreiro (Foto: DreamWorks Animation)
Gabriela Bita
Após 16 anos sendo o Dragão Guerreiro, Po volta às telas com a missão de se tornar Líder Espiritual do Vale da Paz. Em Kung Fu Panda 4, o jovem panda enfrenta uma jornada dupla enquanto busca um sucessor e luta contra a nova vilã da franquia. Divertido para as crianças e para aqueles que cresceram acompanhando a saga do protagonista, o filme é um ótimo acréscimo para o acervo da Sessão da Tarde, mas, infelizmente, não alcança o patamar consolidado por seus predecessores.
Anne Hathaway e Jessica Chastain têm uma química que deveria ter sido ainda mais explorada (Foto: Imagem Filmes)
Ana Clara Archanjo
No primeiro ato de Instinto Materno, que se passa na década de 1960, as casas vizinhas e os filhos da mesma idade são o pano de fundo para a amizade entre Céline (Anne Hathaway) e Alice (Jessica Chastain). Como ponto de tensão, ocorre um acidente que transforma a relação entre as duas e desperta o que há de mais instintivo entre essas mulheres. O desenrolar, em um suspense fraco e previsível, é pautado em desconfiança e inveja, que interferem na amizade entre as protagonistas. Não é um exercício de criatividade muito complexo imaginar o final de Mothers’ Instinct (no original). Então, é preciso se esforçar para capturar os únicos acertos do filme: as atuações.
Um Lugar Chamado Notting Hill recebeu três indicações ao Golden Globes (Foto: Polygram Filmed Entertainment)
Raquel Freire
O que você faria se uma estrela de Hollywood entrasse em sua vida enquanto estivesse cumprindo sua simples rotina? Você se exaltaria ou agiria normalmente e até tentaria fazer uma brincadeira casual, sabendo que provavelmente nunca mais se encontrariam? Quando William Thacker (Hugh Grant), dono de uma pequena livraria em Londres, olha através da caixa registradora e vê que a superestrela do Cinema norte-americano, Anna Scott (Julia Roberts), está procurando por livros de viagem, ele não pensa duas vezes antes de escolher a segunda opção. É assim que Um Lugar Chamado Notting Hill começa a ficar interessante.
O novo longa-metragem é uma sequência direta de Godzilla vs Kong, filme lançado em 2021 (Foto: Legendary Entertainment)
Pedro Henrique Vogt
Em meio a tantas apostas questionáveis de Hollywood para a criação de universos ficcionais compartilhados, é surpreendente que o MonsterVerse da produtora Legendary Entertainment tenha sido um acerto tão grande. A mais nova adição para essa narrativa é Godzilla e Kong: O Novo Império e, apesar de não ser livre de defeitos, o longa entrega uma aventura divertida, com cenas de ação monumentais dignas dos dois monstros gigantes mais icônicos da cultura pop.
Vidro arrecadou 247 milhões de dólares em bilheteria ao redor do mundo (Foto: Universal Studios)
Davi Marcelgo
Em 2019, enquanto o mundo se encantava com Vingadores: Ultimatodurante o verão americano, em Janeiro daquele mesmo ano, Vidro de M. Night Shyamalan chegava aos cinemas, porém com a recepção bem menos calorosa em comparação ao apogeu do MCU. Sem pirotecnia ou confrontos de seres megalomaníacos, a terceira parte da trilogia encabeçada pelo ‘novo Spielberg’ se manteve no cerne da filosofia de super-heróis e regressou às origens das histórias infantis. Distraídos pela viagem no tempo de Capitão América e equipe, o público não soube ‘dar muita corda’ ao filme, mas por quê?
Aviso: Lisan al Gaib profetiza que haverá spoilers no texto a seguir
O universo de Duna revolucionou a Literatura de ficção científica e, agora, revoluciona o Cinema do gênero (Foto: Warner Bros. Pictures)
Íris Ítalo Marquezini e Nathan Sampaio
Um dos exemplos mais utilizados em escolas para representar o conceito de uma história épica é A Odisseia, de Homero. A trama de voltar para casa, ficar distante da família e reclamar dos sacrifícios que são de heróis por direito fundou muito do que se entende pelo ocidente hoje. Acontece que não só de histórias monumentais viviam os gregos. As tragédias, compostas por pessoas paralisadas pelas teias do destino e de erros fatais irreparáveis, colocavam a audiência na linha tênue entre entretenimento e choque pelo que era representado nos palcos dos teatros.
Ésquilo, em A Casa de Atreus, demonstra um exemplo de como determinadas crenças, ganância e crueldade podem condenar gerações de uma família a sofrer um ciclo de violência interminável. Duna: Parte 2 continua a mostrar a tragédia que acomete essa mesma linhagem dezenas de milhares de anos depois. A graça do filme é o diretor Denis Villeneuve somar o épico e o trágico igualmente, de uma forma que, como alguns diriam anos atrás, seria impossível. Para uma história com tanto peso na religião, Duna: Parte 2 faz a audiência acreditar que é possível ir ao cinema para presenciar um milagre.