Neguinho da Beija-Flor no desfile da escola ao lado de Betinho Santos, cavaquinista da Beija-Flor (Foto: Alex Ferro)
Lucas Barbosa
No espaço democrático do samba, quem o cantava com amor e carinho era valorizado nas ruas e na avenida. O Jovem Luiz Antônio sabia muito bem disso, filho de músicos, aos 10 anos, ganhou um concurso de Música cantando um samba do seu ídolo Jamelão, o prêmio foi uma lata de goiaba. Ali, ele entendeu que o samba não seria seu maior amor e, sim, a sua vida.
Jorge Ben Jor incorporou influências árabes, africanas e outros estilos como baião, rock e samba em sua Música, resultando em uma sonoridade única e inovadora (Foto: Philips)
Leticia Stradiotto
A Bossa Nova surgiu em 1958 no Rio de Janeiro, nas melodias de João Gilberto, que simplificou a batida do samba, dando origem a um estilo musical único e característico. Logo em 1962, Tom Jobim e Vinicius de Moraes juntam a beleza lírica e a melodia suave do estilo musical para originar o pote de ouro da música brasileira: a canção Garota de Ipanema.De fato, a chegada da década de 1960 trouxe efervescência ao cenário brasileiro, e quase parece que entre a Bossa Nova e o movimento da Tropicália não existia mais nenhum lugar de destaque no País Tropical. Mas ainda há um sobrando e que, graças aos deuses de outras galáxias ou de um planeta de possibilidades impossíveis, foi preenchido por Jorge Ben Jor.
O Glorioso Retorno de Quem Nunca Esteve Aqui foi o primeiro disco de estúdio de Emicida (Foto: Laboratório Fantasma Produções)
Tharek Alves
Em 2013, com duas mixtapes e dois EPs lançados, Emicida já tinha grande impacto dentro do cenário do rap e era reconhecido como um grande músico e compositor. Contudo, foi apenas com o lançamento de seu primeiro álbum de estúdio que ele atingiu o público geral e consagrou seu nome dentro da música nacional. Após dois anos sem lançar novas composições, O Glorioso Retorno de Quem Nunca Esteve Aqui foi uma volta do cantor para os fãs e, ao mesmo tempo, uma estreia para aqueles que ainda não conheciam suas obras.
Lançado em 21 de Agosto daquele ano, Emicida buscou no álbum a inovação, para evitar a mesmice e a repetição daquilo que já havia lançado. O rapper conseguiu isso através da mistura do rap com outros estilos musicais, como samba, rock e funk. Com letras pesadas e impactantes como Bang!, que relata as dificuldades de não se desviar de seu caminho e o racismo escancarado de nossa sociedade, e faixas suaves e românticas como a declaração de amor que é Alma Gêmea, o debute do artista veio para alcançar variados públicos e mostrar sua versatilidade musical.
Maior estreia nacional em 2023, Mussum, o Filmis integrou a programação da 47ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo (Foto: Downtown Filmes)
Vitória Gomez
Mussum, o Filmis chegou às telas em uma safra fértil para as personalidades brasileiras: alguns meses depois de Nosso Sonho, junto do documentário Elis e Tom, Só Tinha de Ser com Você e Meu Nome é Gal, e pouco antes de Meu Sangue Ferve por Você. Haja cultura e diversidade em um ano em que, independentemente dos desempenhos individuais de cada obra, o Cinema nacional mostrou a potência que é – e que poderia ser ainda maior com políticas públicas que verdadeiramente valorizassem esse potencial. Para melhorar, a envolvente cinebiografia do sambista, ator e comediante Mussum, eternamente conhecido pelo seu papel como um dOs Trapalhões, arranca risadas fáceis e, não por menos, estreou com seis Kikitos do Festival da Gramado na bagagem, além de passagens pelo Festival do Rio 2023 e pela 47ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, na seção Mostra Brasil.
A Semana de Arte Moderna terminou ontem, mas as perguntas que o movimento cultural brasileiro deixou são para mais de 100 anos
“Que esperem o centenário. Se no ano de 2022 ainda se lembrarem disso, então sim.”, respondeu Manuel Bandeira quando questionado sobre a necessidade de relembrar a Semana de Arte Moderna em 1952 (Foto: Reprodução)
Raquel Dutra
18 de fevereiro de 1922. As cortinas do salão de concertos já se fecharam, as luzes do saguão de exposições já se apagaram, e as portas do Theatro Municipal de São Paulo já se trancaram. Lá fora, pelas ruas da cidade, corre uma promessa de novos ares, criada pelos artistas que estiveram reunidos durante os últimos cinco dias no centro cultural mais tradicional da capital paulista. A ideia é transformar a Arte nacional através do que existe no nosso próprio país, buscando, assim, uma expressão artística 100% brasileira. “Genial e revolucionário!” exclama quem cruza com essa energia pelo caminho, porque ali, alguém testemunhou o início do modernismo no Brasil. É o primeiro dia pós-Semana de Arte Moderna, e sua força tem o potencial de influenciar todo o resto do país a procurar pelas suas raízes e colocá-las para fora, sem depender nunca mais de referências externas. Pelo menos, é o que eles dizem.
Em 2021, o mundo de Marisa Monte dividido entre Infinito Particular e Universo Ao Meu Redor completou 15 anos (Foto: Marisa Monte)
Raquel Dutra
O planeta Terra não era habitado por Marisa Monte quando este iniciava o ano de 2006 ao completar mais um ciclo ao redor do Sol. Depois de dar à luz ao fenômeno romântico filho de Vênus batizado de Memórias, Crônicas e Declarações de Amor em 2000, a jovem deusa da música pop brasileira se recolheu. Para bem longe do brilho, grandiosidade e tudo mais que envolvia a ideia de sua ascensão escrita nas estrelas, cuja concretização nesta galáxia lhe era prometida desde os anos 90, Marisa Monte passou seis anos orbitando o seu próprio universo.
Lançado em 2011, Elo é o quarto disco da cantora Maria Rita (Foto: Vicente de Paulo)
Ana Júlia Trevisan
Partir para outro trabalho após uma grandiosa, desafiadora e bem sucedida turnê pode ser uma tarefa dificílima, e Maria Rita sabe muito bem disso. O fim do Samba Meu assombrava as noites de sono da cantora mesmo antes do show de encerramento acontecer. A saída para o problema seriam seis meses de merecidas férias, mas, retomando, estamos falando de MR, rata de palco, e por mais doloroso que o desligamento com o projeto anterior fosse, até os menos céticos desconfiavam que ela aguentaria esse período sem produção.
Passeando por botequins, Curtas Jornadas Noite Adentro chega na 45ª Mostra de Cinema em São Paulo (Foto: Memória Viva Cine)
Ana Júlia Trevisan
Um dos ritmos mais ricos do mundo, o samba é uma expressão artística e um patrimônio cultural imaterial brasileiro. No samba, até as composições mais tristes são encantadoras por sua melodia que conversa diretamente com a alma brasileira. Popular, negro, por muitos anos renegado e criminalizado, o gênero é espelho de um sociedade quase sempre esquecida, ou pelas palavras da madrinha Beth Carvalho: “O samba é do povo, que sofre, que sabe o que é a fome”. E, na 45ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, o samba é representado na Mostra Brasil por Curtas Jornadas Noite Adentro.
O Pai da Rita foi exibido na Mostra Brasil da 45ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo (Foto: O2 Play)
João Batista Signorelli
“A Rita levou meu sorriso/No sorriso dela/Meu assunto/Levou junto com ela/E o que me é de direito/Arrancou-me do peito/E tem mais…” cantava Chico Buarque em uma de suas primeiras gravações. Mas, afinal, quem foi essa Rita que arrasou os sentimentos do artista? Em O Pai da Rita, novo longa de Joel Zito Araújo que estreou na Mostra Brasil da 45ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, a tal da Rita não roubou somente o coração de Chico, como também de dois sambistas da Vai-Vai, em um filme leve e divertido, que celebra a paternidade e o reencontro de gerações.
As irmãs Tasha e Tracie, filhas de pai nigeriano e mãe brasileira, lançam o EP Diretoria e levam todo o poder de Peri, Zona Norte de SP, para o mundo (Foto: Tasha e Tracie/Ceia Ent.)
Geovana Arruda
Os dias de glória e as rimas sem censura das gêmeas Tasha e Tracie Okereke tornaram Diretoria uma obra-prima do começo ao fim. Desde o lançamento, no dia 19 de agosto de 2021, as paulistanas da Zona Norte conquistaram os fãs e as paradas das plataformas de streaming com verdadeiros hits que ilustram suas conquistas como as poderosas “pretas, chave da favela”. Após o lançamento de Rouff em 2018, as irmãs apresentam majestosamente Diretoria,composto por 7 faixas com o selo da Ceia Ent., coletivo de hip hop que possui grandes lançamentos como JOVEM OG, do rapper Febem, e NU, de Djonga.