Há 5 anos, Linn da Quebrada cristalizou o Pajubá

Capa do CD Pajubá, de Linn da Quebrada. Imagem quadrada e colorida. Em foco, está uma travesti negra, usando um vestido branco florido e chinelos brancos nos pés. A câmera a capta somente do pescoço para baixo, de forma que seu rosto não esteja à mostra. Ela se apoia em uma mesa branca, enquanto passa uma peruca de cabelos escuros e lisos com um ferro de passar. O cenário é uma casa humilde, com chão e portas de madeira.
Aniversariante do mês de outubro, Pajubá é o primeiro álbum de estúdio da cantora, rapper, atriz e agitadora cultural Linn da Quebrada (Foto: Linn da Quebrada)

Enrico Souto

Não adianta pedir, que eu não vou te chupar escondida no banheiro”. É com este primeiro verso, na faixa (+ Muito) Talento, que Linn da Quebrada abre as cortinas de Pajubá, instituindo desde o princípio o tema central que perdura por todo o projeto: ela não será mais escusa. Rejeitando um posicionamento conciliador e desafiando o conservadorismo, é declarado que, não interessa o incômodo e constrangimento que lhe cause, a sociedade será obrigada a enxergá-la. Lançado em 6 de outubro de 2017, o primeiro álbum de estúdio da artista completa cinco anos em 2022 e, depois de fazer seu nome na Música, reivindicando espaços que corpos trans nunca ocuparam, se ressignifica no próprio tempo.

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reputation: 5 anos da inquisição de Taylor Swift

A imagem mostra Taylor Swift, mulher branca e loira. Ela está de perfil e tem os cabelos médios e cacheados, e usa um batom escuro. A foto é em preto e branco e não há nada ao fundo.
“Eles estão queimando todas as bruxas, mesmo que você não seja uma” (Foto: Mert and Marcus)

Ana Laura Ferreira

O mundo gira, outro dia, outro drama” é apenas uma das frases do single de abertura da era reputation que, há 5 anos, revolucionou tudo que sabíamos – ou pensamos saber – sobre Taylor Swift. E ela não poderia ser mais franca. Drama é uma palavra recorrente na vida da cantora, mas que ganhou novos fins ao ser transformado em um dos maiores álbuns pop de todos os tempos. A fama de reputation foi um tanto tardia, com a crítica especializada da época defendendo que ela poderia ter feito mais. Mas como qualquer grande obra de arte, foi apenas depois de anos que nos encontramos maduros o suficiente para apreciar sua grandeza.

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FEELS: o mar de sentimentos do Soul Cinematográfico

Capa do álbum de FEELS, é um design gráfico de uma mulher astronauta, que parece estar flutuando pelo espaço. Ela leva sua mão direita ao capacete. O desenho de um arco-íris atravessa o desenho na diagonal desde o canto inferior esquerdo ao canto superior direito
FEELS, primeiro álbum da cantora Snoh Aalegra, foi lançado em outubro de 2017 (Foto: Joseph McDermott)

Isabela D’Avila

Quando Prince te convida para comer donuts, mesmo que seja às quatro da manhã em uma cidade totalmente desconhecida, você vai. Essa foi a primeira das  muitas outras experiências inesperadas vividas por Snoh Aalegra com o artista, que decidiu por espontânea vontade orientar a cantora, depois de se apaixonar por sua voz. Assim como ele, talvez depois de ler esse texto e ouvir algumas músicas de Aalegra, você também se apaixone por uma das vozes mais envolventes da cena do R&B atual. 

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5 anos de Ctrl: o diário secreto de SZA continua exposto para o mundo

Capa do álbum Ctrl, da cantora Sza. Sentada em um gramado, Sza está ao centro, olhando diretamente para a câmera, com um amontoado de computadores quebrados atrás dela no chão. No último plano, uma floresta. Sza, que é uma mulher negra de pele escura, aparece com suas pernas cruzadas, uma meia branca, uma regata branca e um casaco verde escuro. Não é possível ver o que usa em baixo. Sua mão esquerda está apoiada em sua perna esquerda. E sua mão direita está se apoiando no gramado.
Ctrl, primeiro álbum da cantora SZA, foi lançado em junho de 2017 (Foto: RCA Records)

Isabela D’Avila

Apesar de cedo já ter aberto espaço no mundo da Música com suas composições e seus vocais encantadores, ninguém tinha ideia do impacto que o primeiro álbum de Solána Rowe, ou, como é conhecida mundialmente, SZA, faria na indústria musical. Nem mesmo ela imaginava o que a esperava depois da estreia de Ctrl, disco lançado em 9 de junho de 2017. Disponibilizado pela RCA Records e Top Dawg Entertainment, gravadora de Kendrick Lamar, na qual a cantora foi a primeira mulher a entrar, o CD recebeu aclamação da crítica e estreou em terceiro lugar na Billboard 200

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Há males que vêm para o bem: 5 anos da catarse de Katy Perry em Witness

Capa do álbum Witness de Katy Perry. Na imagem que captura do pescoço para cima, a cantora de pele branca e cabelos claros tampa os seus olhos com as mãos. A sua boca aberta revela um olho azul. Na esquerda, uma assinatura onde se lê “Katy”. Ao fundo, um plano branco com bordas roxas.
A arte de capa do Witness foi inspirada no surrealismo de Salvador Dalí (Foto: Capitol Records)

Nathalia Tetzner

O ano era 2017 e Katy Perry dava início ao seu tão ansiado quarto álbum de estúdio com o seguinte questionamento: “se eu perdesse tudo hoje, você ficaria?”. E, não é que ela perdeu tudo mesmo? Autêntico, inovador e coeso; todos esses adjetivos são o que Perry e a sua equipe esperavam que o seu mais novo projeto fosse. A realidade é que a artista e a sua obra passaram a coexistir em um só estado de espírito e, naturalmente, seus conflitos foram refletidos em suas composições. Vicioso, genérico e confuso: Witness é o registro da catarse pessoal e artística de uma das maiores hitmakers do século que, depois de tamanho sucesso, ainda não havia experimentado o gosto traumático e amargo da quebra de expectativa.

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Em Versions of Me, Anitta se envolve, mas não se apega

Capa do álbum Versions of Me. Na imagem quadrada de fundo magenta. De forma centralizada e numa disposição piramidal estão seis bustos da cantora Anitta com diversas expressões faciais, cores de cabelo, penteados, com e sem maquiagem. No canto inferior direito está escrito o nome da artista em cima do nome do projeto em diferentes tons de magenta.
Como uma equipe de milhões deixa passar uma capa de centavos? Mistérios do pop (Foto: Warner Record)

Leonardo Oliveira

Que o Rio de Janeiro ficou pequeno demais para a Anitta, já se sabe faz tempo. A morena de Honório Gurgel agora quer a terra do Tio Sam para si e tem se dedicado de forma ferrenha para alcançar seus novos objetivos. Talvez o maior deles seja se tornar uma estrela mundial e nisso Versions of Me é apenas mais um passo em uma longa jornada. O quinto álbum de estúdio traz uma boa mistura sonora e algumas ideias requentadas para introduzir o fenômeno brasileiro em um dos maiores mercados fonográficos do mundo. A artista sabe o que quer e não tem medo de encarar os desafios, o que se materializa nesse seu novo projeto.

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As Mulheres do Grammy 2022

Onde estamos depois de tantas mudanças para contemplar as mulheres no lugar de reconhecimento mais importante da Música mundial? Uma seleção de 12 nomes para entender o passado, o presente e o futuro das mulheres no Grammy

Arte retangular. O fundo é lilás. No lado esquerdo, existe uma foto de Nathy Peluso. Ela é uma jovem branca, de cabelos castanhos presos, e usa uma franjinha sobre a testa. Nathy veste uma blusinha branca de alças e uma jaqueta preta por cima. Do lado esquerdo dela, existe uma foto de Olivia Rodrigo. Ela é uma jovem de cabelos castanhos longos e usa um vestido lilás. Ao lado dela, existe uma foto de H.E.R.. Ela é uma jove negra, de cabelos longos ondulados e pretos, e usa um vestido cor de vinho e óculos transparentes roxos. Por fim, no lado direito da imagem, existe uma foto de Arooj Aftab. Ela é uma mulher paquistanesa, de cabelos escuros curtos, e está usando uma jaqueta prateada.
O Persona preparou uma seleção de 12 artistas que se destacaram nas indicações do Grammy 2022, que se revela com uma temporada complexa para o avanço das mulheres na Música (Foto: Reprodução/Arte: Jho Brunhara/Texto de abertura: Raquel Dutra)

Se a edição de 2022 da premiação mais importante da Música mundial apresenta um cenário interessante para as mulheres, é como o resultado árduo de uma longa caminhada. Em 2019, o Grammy inaugurou um marco para as artistas reconhecidas pela Academia de Gravação sediada na Califórnia: vindo de um controverso 2018, onde era possível contar nos dedos de uma mão as artistas consideradas para as 4 categorias principais da premiação, assim como as dos gêneros de mais destaque, como rap, rock, R&B e country, a premiação se envergonhou de seu conservadorismo e atraso em se adaptar ao novo ambiente musical. Para trabalhar a situação, a premiação mudou sua forma de reconhecer “o melhor da Música”, ampliando o número de indicados em suas categorias centrais (o chamado ‘Big 4’: Álbum do Ano, Gravação do Ano, Canção do Ano e Artista Revelação) e instaurando comitês específicos para acompanhar as nomeações nichadas.

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Billie Eilish nos deixou mais felizes do que nunca

Capa do álbum Happier Than Ever. Nela, a cantora Billie Eilish está com os braços ao redor do seu corpo e o olhar voltado para cima, o fundo possui tom creme. Billie é uma jovem branca, loira, de cabelos lisos e compridos, ela veste uma blusa branca de mangas compridas, e está com os ombros aparentes. No seu rosto, lágrimas escorrem em suas bochechas. Ao lado direito, um pouco acima de sua cabeça, está escrito Happier Than Ever em letra cursiva branca.
Não surpreendendo ninguém, Billie Eilish vem com força no Grammy 2022, com 7 indicações ao todo (Foto: Darkroom)

Vitória Silva

O céu não é o limite para Billie Eilish. Aos 20 anos, a jovem californiana já coleciona 7 gramofones dourados, incluindo o da almejada categoria de Álbum do Ano, por seu disco de estreia. Mais recentemente, ainda celebrou um prêmio da Academia para a sua prateleira, sendo a primeira artista nascida nos anos 2000 a conseguir esse feito. No show business desde 2016, tudo que Billie Eilish Pirate Baird O’Connell toca vira ouro – e não é nem brincadeira. Sua grande máquina de sucessos, movimentada em conjunto com seu irmão FINNEAS, foi a responsável por lhe render a aclamação de WHEN WE ALL FALL ASLEEP, WHERE DO WE GO?. 

Após percorrer o lado mais sombrio de seus próprios pensamentos e sonhos perturbadores, Billie finalmente aterrissa em terra firme. Se emancipando dos delírios da juventude e a pose irreverente da adolescência, a cantora de fato assimilou a entrada da vida adulta em Happier Than Ever. E o ponto de partida do novo disco já apresenta essa comprovação: “Estou ficando mais velha, acho que estou bem/Gostaria que alguém tivesse me dito que estaria fazendo isso sozinha”

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star-crossed: a feliz tragédia de Kacey Musgraves

As míseras duas indicações ao Grammy 2022 colocam o novo disco de Kacey Musgraves num lugar não tão reluzente quanto o de seu antecessor, mas para a história da artista, é uma obra perfeitamente acertada (Foto: Jasmine Safaeian)

Raquel Dutra

O brilho dourado da juventude, do amor e do sucesso era o que reluzia em Kacey Musgraves desde 2018. Em seu quarto disco, a artista country se aproximou do pop para louvar o auge de sua vida e oportunamente nomeou o momento de Golden Hour. Superando seu nicho e os tabus de seu gênero, a glória da paixão plena e da ascensão da carreira a levou aos lugares de mais prestígio da Música, onde ela superou todas as adversidades e se consagrou como a detentora do Álbum do Ano no Grammy 2019. Mas nos anos seguintes, acabou-se o que era doce. O seu relacionamento com o também cantor country Ruston Kelly chegou ao fim em 2020 e a opulência de seu auge tão aclamado havia se desfeito na volatilidade da Indústria da Música. E agora, Kacey? Perguntaram-se as palavras da própria compositora, que ao fim de sua festa em 2021, assumiu para o mundo, ansioso pelo sucessor de seu melhor disco, tudo o que poderia entregar naquele momento: a sua era desafortunada. 

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Eu não sei você, mas Luísa Sonza se delicia com DOCE 22

Capa do álbum DOCE 22. Luísa Sonza está apoiada no chão, de quatro, com a parte superior do corpo mais próximo ao assoalho. Ela é branca, loira platinada, possui olhos verdes claros e está maquiada. Com os cotovelos no chão, ela cruza as mãos e apoia na testa. Ela está com unhas longas, pintadas de preto. Luísa veste um conjunto de lingerie branco de faixa preta.
“Como é ser cantora no Brasil? Ah, é uma honra, né? É muito incrível o carinho de todo mundo. E é isso” (Foto: Universal Music)

Júlia Paes de Arruda

Taylor Swift pode ter cantado as delícias de se completar 22 anos lá em 2013, mas, no cenário atual, Luísa Sonza vira essa chavinha para vomitar todo o azedume que sentiu ao celebrar tal data. Vítima de um casamento inquieto e alvo de diversos ataques de ódio, a gaúcha mergulhou em suas próprias emoções para tentar digerir todos os comentários ofensivos a seu respeito. Por isso, fomos agraciados com as 14 músicas de DOCE 22, álbum lançado no dia 18 de julho de 2021, em seu aniversário de 23 anos, para louvar o novo ciclo de renovação.

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