Animação não é coisa de criança, mas para a Academia…

Homenagem tendenciosa? Woody e Buzz apresentam o Oscar de Melhor Animação em 2016 para Divertida Mente, do mesmo estúdio que lhes deu vida (Capa: Ana Clara Abatte)

Nathan Nunes

Na manhã do dia 15 de Janeiro de 2015, Hollywood ficou em polvorosa com a falta do então favorito Uma Aventura Lego entre os indicados ao Oscar de Melhor Animação. Lembrado, ainda assim, na disputa de Canção Original com Everything is Awesome, o longa de Phil Lord e Christopher Miller (que seriam premiados anos depois por Homem-Aranha no Aranhaverso) foi preterido em razão de dois candidatos menos conhecidos: O Conto da Princesa Kaguya, do cultuado Studio Ghibli, e A Canção do Oceano, da pequena produtora irlandesa Cartoon Saloon. Completavam a lista Como Treinar o Seu Dragão 2, da DreamWorks, Os Boxtrolls, da LAIKA Studios, e o eventual vencedor Operação Big Hero da Disney. Apesar do esnobe, é notável que havia um equilíbrio na disposição dos estúdios por trás dos concorrentes naquele ano, abraçando tanto os gigantes quanto os independentes e estrangeiros

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Wolfwalkers é mais do que só um filme de fantasia para crianças

Cena do filme Wolfwalkers. Em meio a uma floresta, ao centro, vemos Mebh, uma menina baixa, branca, de cabelos ruivos volumosos e decorados com folhas coloridas, vestindo roupas verdes e de braços cruzados, encarando Robyn. Ao seu lado, vemos Robyn, uma menina alta, branca, de cabelos loiros compridos, presos em uma trança e decorados com uma flor vermelha, vestindo roupas verdes, uma capa preta e botas marrons, com as mãos na cintura. Entre as árvores ao redor delas, vemos, do pescoço para cima, lobos marrons as encarando e sorrindo.
Indicado ao Oscar 2021, Wolfwalkers é fruto da parceria do estúdio irlandês Cartoon Saloon com a Apple TV+, streaming onde foi lançado um mês após a estreia (Foto: Reprodução)

Vitória Lopes Gomez

Nunca esteve tão claro que filmes de animação não são sinônimos de infantilidade. Soul talvez seja o exemplo mais popular e atual disso: o visual é apenas a técnica escolhida para um filme que explora o metafísico e desperta o existencial. Um pouco mais fantasioso, um pouco menos alegórico (ou vice-versa), da Pixar aos Estúdios Ghibli às irreverentes séries americanas, os ‘desenhos’ comportam uma multiplicidade que alcança diferentes faixas etárias. E é em meio a diversidade de narrativas e a crescente predileção por computações gráficas que chega Wolfwalkers, que se destaca pelo visual 2D cada vez mais raro e, desde o seu lançamento no Festival de Cinema de Toronto, aproveita a atenção para encantar todos os públicos.

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