Toda a coragem do mundo mora na sala de aula do Sr. Bachmann e Seus Alunos

Cena do documentário Sr. Bachmann e Seus Alunos. A imagem mostra o professor Bachmann sentado em sua mesa na sala de aula. Ele é um senhor branco com barba rala branca, usa moletom cinza e touca preta. Na mesa dele há livros, violões encostados e ao fundo uma lousa.
A classe diversa de Sr. Bachmann e Seus Alunos faz parte da seleção dos premiados no Festival de Berlim, que chega na 45ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo na seção Perspectiva Internacional (Foto: Madonnen Film)

Nathália Mendes

Paulo Freire nos contou que para educar é necessário coragem, e ele de certo se orgulharia do desafio que Sr. Bachmann e Seus Alunos enfrentam no sistema educacional alemão. Amor e humanidade são as únicas linhas guias no documentário de Maria Speth, que acompanha uma classe de alunos por meio ano letivo, sem entrevistas ou roteiros pré-estabelecidos. E é com uma neutra observação que o longa de quase 4 horas chega à 45ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, para nos lembrar de que a educação não muda o mundo, a educação muda pessoas e pessoas mudam o mundo.

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Não há salvação para o homem problemático em Higiene Social

Cena do filme Higiene Social exibe um homem e uma mulher, brancos, parados no meio de uma grama alta. O homem, à esquerda, veste um terno preto e tem cabelo loiro curto. A mulher à direita, mais velha, tem cabelo ruivo comprido e veste um terno rosa. Carrega uma bolsa da mesma cor nas mãos.
O artista em crise no longa que integra a seção Perspectiva Internacional da 45ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo (Foto: Inspiratrice & Commandant)

Caio Machado 

Um homem e uma mulher estão parados em um campo. A grama verde reluz ao sol. Pela distância, não conseguimos ver direito o rosto de nenhum dos dois. Parecem estátuas paradas em um palco e conversam, imóveis. Esses são os minutos iniciais de Higiene Social, filme francês exibido pela 45ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo. 

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Má Sorte no Sexo ou Pornô Acidental sacaneia os caretas

Cena do filme Má Sorte no Sexo, mostra uma mulher branca atendendo o telefone. Ela usa máscara azul e uma blusa preta.
Exibido após a coletiva de abertura da 45ª Mostra de São Paulo, Má Sorte no Sexo ou Pornô Acidental foi o grande vencedor do Festival de Berlim 2021, levando para casa o Urso de Ouro (Foto: Imovision)

Vitor Evangelista

Com um título desse, é esperado que Má Sorte no Sexo ou Pornô Acidental tenha prazer em chocar, mas ninguém está preparado para o que vem logo que as luzes se apagam. Uma fita de sexo abre a produção romena, que se centra na ruína de uma professora de Ensino Fundamental, a estrela do vídeo adulto, sofrendo as consequências quando a gravação cai na internet e a escola em que trabalha a encontra.

E não havia filme mais propício para abrir os trabalhos da 45ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, que em 2021 adota um formato híbrido após sobreviver a um 2020 completamente virtual. Na coletiva de imprensa de abertura, realizada de maneira on-line em nove de outubro, a diretora do evento Renata de Almeida revelou que Pornô Acidental reflete muito como a população enxerga a pandemia e, embora seja rodado na Romênia, assistiríamos por quase duas horas ecos fortes do Brasil. Ela não mentiu.

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