Nada é confiável em Sem Remorso

Cena do filme Sem Remorso exibe um homem negro que está olhando para o lado. Ele tem cabeça raspada e usa uma blusa preta, camuflada e de gola alta. Ao fundo, vemos uma parede preta.
Sem Remorso é mais uma das adaptações dos livros de Tom Clancy (Foto: Universal Pictures)

Caio Machado

Xadrez é um dos jogos de tabuleiro mais antigos de todos os tempos. Caracterizado pela estratégia e controle, é um elemento temático importantíssimo em Sem Remorso, filme lançado diretamente no Amazon Prime Video e baseado no romance homônimo de Tom Clancy lançado em 1993. Na trama, o fuzileiro naval John Kelly (Michael B. Jordan) se vê em meio a uma grande conspiração internacional enquanto busca vingança pelo assassinato de sua esposa, Pam (Lauren London).

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Love, Death & Robots: nada coeso, obrigatoriamente inovador, quase sempre divertido

Cena do episódio Atendimento automático ao cliente de Love, Death & Robots. Na imagem, uma animação, a frente de uma porta de vidro que revela um quintal com árvores, flores coloridas e palmeiras, uma mulher branca de meia idade, de cabelos curtos e brancos, blusa branca listrada e calça branca abre espacate no chão e aponta uma espingarda. Ao lado direito dela, vemos um cachorro pequeno e de pelos brancos.
Dois anos depois da aclamada estreia de Love, Death & Robots e das vitórias no Emmy 2019, a segunda temporada chegou em 2021 e foi novamente indicada em Melhor Programa Curto de Animação (Foto: Netflix)

Vitória Lopes Gomez

A sonhada adaptação da revista em quadrinhos Heavy Metal proposta pelos diretores David Fincher (Seven, Mank) e Tim Miller (Deadpool) ficou na gaveta por anos até a Netflix topar o desafio. No streaming, os dois se juntaram a Jennifer Miller e Joshua Donen (Mindhunter, House of Cards) na produção e a ideia virou Love, Death & Robots, inédita e inovadora na farofa de conteúdos originais da plataforma. O sucesso e a aprovação dos curtas metragens animados garantiram a continuação: mais curta, a segunda temporada da série volta para mais amores, mortes e robôs.

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Um Lugar Silencioso – Parte II surpreende e prova que continuações no terror podem ser excelentes

É uma imagem retangular. Há três pessoas na imagem, aparecendo do joelho para cima. Da direita para a esquerda temos: Evelyn, uma mulher branca, olhos verdes e cabelo loiro e liso na altura do ombro, ela usa um vestido verde com detalhes em amarelo, ela carrega um bebê enrolado em um lençol azul em seu colo, um pouco ao fundo  tem Marcus, um adolescente branco, ele tem olhos castanhos, cabelo cacheado e castanho escuro, ele usa um casaco cinza com detalhes em preto, por último tem Regan, uma adolecente branca, de olhos verdes e cabelos castanho claro ondulado na altura do ombro, ela usa uma camiseta roxa com listras horizontais, um casaco azul e uma saia com listras verticais rosa, azul e branco, ela carrega uma arma em sua mão esquerda.
Tanto o primeiro quanto o segundo filme se destacam por usarem de maneira criativa o silêncio (Foto: Paramount Pictures)

Nathan Sampaio 

Um Lugar Silencioso, de 2018, foi um sucesso inesperado. Com sua proposta intrigante de extrair o terror do silêncio absoluto, a produção faturou mais de 340,7 milhões de dólares na bilheteria, além de dar a Emily Blunt o prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante no SAG Awards de 2019. Então, havia uma grande expectativa para a sua sequência, que, infelizmente, teve seu lançamento adiado por causa da pandemia de covid-19, e estreou mais de um ano depois do planejado. Mas fica a dúvida, será que a sequência foi tão boa quanto o filme original?

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É assim que se perde a guerra do tempo é uma história do amor

Capa do romance ‘É assim que se perde a guerra do tempo’ de Amal El-Mohtar e Max Gladstone, apoiada em um piso azul ao lado de uma parede vermelha com um pôster em preto e branco inspirado na obra, ilustrando ambas as personagens. A capa é azul clara, com dois pássaros opostos, um vermelho para cima, e um azul para baixo, ligados por suas patas. O vermelho olha para a direita enquanto o azul olha para a esquerda. Ambos os pássaros são segmentados por linhas invisíveis, deixando-os com um aspecto fora de sincronia. No topo, o nome de Amal El-Mohtar, em letras maiúsculas e azuis, com o selo da editora no canto direito. Na parte de baixo, o nome de Max Gladstone, em letras maiúsculas e vermelhas, com um anúncio diretamente acima dizendo ‘Vencedor dos prêmios Hugo, Nebula e Locus’ em letras azuis.
A capa simbólica de ‘É assim que se perde a guerra do tempo’ traduz perfeitamente os temas do livro sem entregar nada de sua trama (Foto: Suma)

Gabriel Oliveira F. Arruda

Lançado em fevereiro de 2021 no Brasil sob o selo da Editora Suma, o título críptico de É assim que se perde a guerra do tempo, de Amal El-Mohtar e Max Gladstone, esconde tanto a simplicidade quanto a grandiosidade de sua narrativa romântica espaço-temporal. Parte épico de ficção científica, parte romance epistolar, o livro vencedor dos prêmios Locus, Nebula e Hugo narra a correspondência ilícita entre Red e Blue, espiãs inimigas de futuros rivais, e as batalhas travadas secretamente ao longo do tempo para a conquista desses futuros.

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Tina: a chave de ouro de uma lenda

Fotografia retangular da cantora Tina Turner. Ao fundo, vemos um estádio de futebol. No centro, sentada em uma cadeira, a artista se dispõe de lado, com pernas dobradas e boca levemente aberta. Ela é uma mulher negra, com sandálias gladiadoras, esmalte e batom vermelhos, um anel e outros adereços.
Tudo que é bom acaba: Tina Turner se despede da vida pública em documentário indicado três vezes ao Emmy 2021; na foto, a cantora esbanja estilo em solo brasileiro (Foto: Dave Hogan)

Eduardo Rota Hilário

Sucesso, fama e uma multidão de fãs. Se a abertura contagiante do documentário Tina parece dimensionar muito bem a figura de Tina Turner, verdadeira lenda do rock’n’roll, poucos minutos são necessários para que surjam pontos contrastantes em relação a esse clima festivo. Decerto, são as dores dessa artista mundialmente venerada que protagonizam, na maior parte do tempo, a narrativa de um filme honesto, memorialístico e quase melancólico. Dividido em cinco partes, o longa-metragem dirigido e roteirizado por Daniel Lindsay e T.J. Martin é uma boa escolha para quem se despede da vida pública

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Solar Power: Lorde não se importa mais em estar certa

Fotografia quadrada. A câmera está no chão, e fotografa a cantora Lorde, uma mulher branca de cabelos ondulados, que olha de cima para a câmera. Ela está de cabelos soltos e veste uma camisa branca de decote. Acima dela, há um céu azul.
Além da produção principal de Jack Antonoff, o álbum conta com contribuição de Malay em alguns instrumentais (Foto: Universal Music)

Jho Brunhara

Lorde é imprevisível. Após o Pure Heroine, era difícil imaginar que ela cantaria sobre festas e um coração partido, mas contrariou as expectativas e fez nascer o precioso Melodrama. Quatro anos depois, um casulo na maritimidade da Nova Zelândia e uma viagem para a Antártida, Solar Power está entre nós. Vamos ser sinceros: Ella Yelich-O’Connor se colocou numa posição difícil. Como superar o antecessor? Como manter o posto de voz da geração? A resposta vem através de um álbum que não quer ser nada disso. “Se você está procurando por uma salvadora, bom, não sou eu”.

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O Papai chegou: em Daddy’s Home, Annie Clark toma controle da própria narrativa

Capa do álbum Daddy’s Home, de St. Vincent. Imagem quadrada com bordas laterais pretas. Ao centro, está St. Vincent como Papai, de peruca loira chanel, plumas brancas, vestido de cetim e meia 4/8. A artista está sentada sobre uma poltrona e ao fundo podemos ver um cômodo com papel de parede florido desgastado. A fotografia possui filtro sépia, comum de câmeras analógicas. No canto superior direito, é possível ler o título do álbum Daddy’s Home, em amarelo com bordas verdes. A tipografia do título é arredondada e comum da década de 70.
Presa em casa em meio a uma pandemia, St. Vincent, vulgo Annie Clark, retorna como Papai e nos convida a viajar através do espaço-tempo numa aventura psicodélica sob o Sol escaldante (Foto: Loma Vista Recordings)

Ayra Mori

Conhecida por sua habilidade bowiana de se metamorfosear, St. Vincent retorna em seu sexto álbum solo como nunca, anunciando: o Papai chegou. Da assexual Pollyannaa líder de culto de um futuro próximo” a “dominatrix em instituição psiquiátrica”, Annie Clark assume em Daddy’s Home uma nova persona a quem chama de Papai. De peruca loira, plumas extravagantes e plataformas altas – claramente inspirados em Candy Darling, musa de Andy Warhol e ícone trans –, Clark se entrega inteiramente à temática e sonoridade setentista, mesclando ficção à autobiografia.

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Os 45 anos de Cría Cuervos perpetuam uma narrativa melancólica, psicológica e política

A imagem apresenta Ana Torrent, uma criança branca, de cabelos castanhos, lisos e curtos, usando um casaco vermelho. Um pouco atrás, mais para a esquerda da foto está Geraldine Chaplin, uma mulher branca, de cabelos castanhos, lisos, na altura dos ombros, que usa uma vestimenta verde. A expressão de ambas é neutra e o fundo exibe uma parede cinza.
Carlos Saura mistura o passado e o presente da personagem Ana em Cría Cuervos (Foto: Elías Querejeta Producciones Cinematográficas S.L.)

Gabriel Gatti

O corvo é uma ave comumente apresentada como algo negativo. Na Espanha, por exemplo, a frase “cría cuervos y te sacarán los ojos”, utilizada para designar ingratidão, é muito conhecida. Nesse raciocínio, o diretor Carlos Saura faz alusão ao dito popular em Cría Cuervos, que conta a história de três irmãs criadas pela tia após o falecimento dos pais. O longa, de 1976, foi lançado no período da redemocratização espanhola, após 36 anos sob domínio da Ditadura Franquista. Esse contexto histórico serviu de inspiração para Saura na produção do filme. 

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Atypical se despede em grande estilo

Cena da série Atypical. Imagem estática. Os quatro personagens estão em um aquário observando os pinguins. No lado esquerdo está Elsa, interpretada por Jennifer Jason Leigh. Ela é uma mulher branca de cabelos loiros presos em um rabo de cavalo. Utiliza uma blusa marrom clara e calças pretas. Está sentada no chão. Ao lado de Elsa está Doug, personagem de Michael Rapaport. Ele é um homem branco de cabelos loiros grisalho. Veste uma blusa de manga comprida cinza e calça jeans azul escuro. Está sentado no chão. A frente de Doug está Sam, interpretado por Keir Gilchrist. Ele é um homem branco de cabelos pretos. Utiliza uma camiseta verde e calça cinza. Tem um headphone em volta de seu pescoço. Está sentado no chão. Do lado de Sam, no canto direito da imagem está Casey, personagem de Brigitte Lundy-Paine. É uma pessoa branca de cabelos castanhos claro e curto na altura do rosto. Veste uma camiseta amarela, e um casaco esportivo azul e branco por cima, está de short preto. Está sentade no chão.
A família Gardner reunida no aquário de Connecticut, onde Sam adotou a pinguim Stumpy (Foto: Netflix)

Andreza Santos

Mais uma grande série da Netflix chega ao fim, e dessa vez a comédia Atypical se despede das telinhas com muita emoção e ternura. Desde 2017, acompanhamos a história de Sam Gardner (Keir Gilchrist, de United States of Tara), um garoto autista com uma família muito amável que cuida dele e o apoia a todo custo. Nas três primeiras temporadas, vimos a forma como Sam vê a vida, o seu amor por pinguins e a evolução de seu espectro através das sessões de terapia com a Dra. Julia (Amy Okuda, de How To Get Away With Murder), sua ouvinte fiel por quem ele sente um amor platônico no início da série.

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A segunda temporada de Legendary fez o que precisava ser feito

Foto promocional de Legendary. No centro está um homem negro, magro de cabelo crespo penteado para cima. Ele veste terno e luvas brancas, com as mãos para cima perto do rosto das mulheres ao seu redor. Na esquerda está uma mulher magra de pele clara e cabelo preto na altura do ombro, e na esquerda uma mulher negra de cabelo liso comprido. Em cima deles estão uma dupla. Um homem negro vestindo terno roxo, óculos brilhante e cabelo liso longo, e uma mulher de pele clara, cabelo castanho e vestido rosa volumoso. O fundo é preto e a iluminarão é arroxeada.
A segunda temporada de Legendary foi indicada a duas categorias no Emmy 2021 (Foto: HBO Max)

Mariana Chagas

Se hoje já não é fácil ser negro, latino e parte da comunidade LGBTQIA+, era muito pior nas ruas dos Estados Unidos nos anos 80. Desrespeitados e segregados, a solidão atormentava o dia a dia desses grupos. Então, de forma política, mas ao mesmo tempo divertida, foi no peito dolorido de um povo tentando transformar sua exclusão em união que surgiu a cultura do ballroom.

Foram nos subúrbios nova-iorquinos que, pela primeira vez, pessoas trans, pretas, latinas e homossexuais tiveram sua existência celebrada em forma de dança. Aos poucos foi se estabelecendo um cenário constituído por regras, estilos e características tão ricas e próprias que até hoje fazem parte desses bailes.

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