O Papai chegou: em Daddy’s Home, Annie Clark toma controle da própria narrativa

Capa do álbum Daddy’s Home, de St. Vincent. Imagem quadrada com bordas laterais pretas. Ao centro, está St. Vincent como Papai, de peruca loira chanel, plumas brancas, vestido de cetim e meia 4/8. A artista está sentada sobre uma poltrona e ao fundo podemos ver um cômodo com papel de parede florido desgastado. A fotografia possui filtro sépia, comum de câmeras analógicas. No canto superior direito, é possível ler o título do álbum Daddy’s Home, em amarelo com bordas verdes. A tipografia do título é arredondada e comum da década de 70.
Presa em casa em meio a uma pandemia, St. Vincent, vulgo Annie Clark, retorna como Papai e nos convida a viajar através do espaço-tempo numa aventura psicodélica sob o Sol escaldante (Foto: Loma Vista Recordings)

Ayra Mori

Conhecida por sua habilidade bowiana de se metamorfosear, St. Vincent retorna em seu sexto álbum solo como nunca, anunciando: o Papai chegou. Da assexual Pollyannaa líder de culto de um futuro próximo” a “dominatrix em instituição psiquiátrica”, Annie Clark assume em Daddy’s Home uma nova persona a quem chama de Papai. De peruca loira, plumas extravagantes e plataformas altas – claramente inspirados em Candy Darling, musa de Andy Warhol e ícone trans –, Clark se entrega inteiramente à temática e sonoridade setentista, mesclando ficção à autobiografia.

Continue lendo “O Papai chegou: em Daddy’s Home, Annie Clark toma controle da própria narrativa”