Giles Corey: 10 anos de uma visita pelos cantos mais sombrios de uma mente desesperada

Aviso de prevenção de gatilho: Giles Corey pode contar com elementos possivelmente prejudiciais aos que sofrem com pensamentos suicidas ou depressão.

Capa do disco Giles Corey. A imagem é uma pintura em preto e branco, de uma pessoa, vestindo um terno com um pedaço de pano cobrindo a cabeça e o escrito Giles Corey na parte central da imagem.
Capa do disco Giles Corey (Foto: The Flenser)

Frederico Tapia

Em 2011, Dan Barrett, membro da banda Have A Nice Life, lançou o primeiro e único LP sob o nome Giles Corey. A origem do nome adotado por Barrett é de um fazendeiro com o mesmo nome que viveu no século 17 e foi morto durante os julgamentos das bruxas de Salem. Ao longo dos 56 minutos que constituem o álbum, ele fala abertamente sobre suas lutas internas, principalmente contra a depressão e o suicídio. Ele mesmo afirma em seu perfil no Bandcamp: Giles Corey são músicas acústicas sobre depressão, suicídio e fantasmas”.

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Melancolia: 10 anos de colisão emocional

Cena do filme Melancolia em que há uma mulher vestida de noiva à esquerda, uma criança de terno preto no centro e uma mulher de vestido cinza à direita. Os três estão em um gramado e ao fundo há uma mansão.
Melancolia aborda em sua narrativa a objetificação das emoções (Foto: Zentropa Entertainments)

Gabriel Gatti

A melancolia é um estado de morbidez em que a pessoa apresenta abatimento físico e emocional. Esse sentimento tão comum é capaz de afetar qualquer pessoa independente das condições em que esta se encontra. Com o pensamento na escatologia, a trama se aproveita dessa condição emocional abstrata objetificando-a em um gigante planeta azul em rota de colisão com a Terra. A partir dessa premissa, a obra apresenta uma análise comportamental sobre duas irmãs e suas percepções com o fim da vida.

Essa aproximação entre psicologia, morbidez e arte é muito comum na cinematografia do repulsivo diretor dinamarquês Lars Von Trier, que ficou conhecido por suas polêmicas. Seus filmes costumam representar mulheres em estado de vulnerabilidade e inferioridade aos homens, sendo retratado diversas vezes de forma asquerosa o abuso e a violência contra a figura feminina.

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10 anos de Up All Night: tinha que ser você para o começo do One Direction

Capa do álbum Up All Night, do One Direction. A foto é quadrada, com uma borda branca e possui um aspecto amarelado. No canto superior esquerdo, está um adesivo vermelho escrito 1D em branco, com uma listra branca em cima e outra embaixo. Na parte superior, está escrito One Direction em letras pretas e maiúsculas. Abaixo, em tamanho menor, está escrito Up All Night em letras maiúsculas e pretas. Ocupando o centro da imagem, estão Harry, Zayn, Liam, Louis  e Niall, da esquerda para a direita. Harry é um homem de olhos claros e cabelos cacheados curtos. Ele veste uma camisa listrada branca e amarela e uma calça jeans bege. Ele está sorrindo e possui duas covinhas. Os dois braços estão à frente do corpo. Zayn é um homem com traços árabes, possui olhos e cabelos escuros, com corte estilo topete. Ele veste uma camisa azul piscina e uma calça bege. Zayn está sorrindo, com a língua entre os dentes e abraça Harry na cintura com o braço direito. Liam é um homem de cabelos castanhos claros e curtos ondulados. Ele veste uma camisa de moletom bege. Liam abraça Louis, que está em sua frente, com a mão direita no peito de Louis e também apoia a mão esquerda no ombro de Niall, ao seu lado. Louis é um homem de cabelos castanhos lisos. Ele veste uma camisa branca, uma calça bege e uma jaqueta jeans. Louis está levemente abaixado, sorrindo, sendo segurado por Niall e Liam. Niall é um homem de cabelos loiros curtos. Ele veste uma camisa branca, um moletom azul claro e uma calça jeans. O dia na foto está ensolarado e possui matas pequenas atrás dos integrantes. 
“Palavras serão apenas palavras,/Até que você as traga para a vida” (Foto: Simco Limited/Sony Music Entertainment UK)

Ana Laura Ferreira e Júlia Paes de Arruda

Pegue qualquer lista de maiores hits da década de 2010 e é certo que terá um salpicado aqui e ali de uma banda britânica muito famosa. Se você não conhece o One Direction por nome, tenho certeza que pelo menos já escutou uma vez na vida o maior single dos cantores europeus, What Makes You Beautiful. Parece que foi ontem, mas o primeiro álbum do grupo, Up All Night, já está completando 10 anos de história e de recordes. Para além dos diversos caminhos tomados por seus cinco integrantes, nada poderia ser mais nostálgico do que o início de tudo.

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Ceremonials: há uma década, Florence exorcizava seus demônios e dançava com eles

Ensaio para promoção do álbum Ceremonials. Fotografia retangular em fundo preto. No centro, está Florence acompanhada de dois de seus reflexos em cada lado como se estivessem de costas uma para outra. Uma mulher branca de cabelos ruivos. Ela veste um vestido de gala coberto de esmeraldas. Florence segura seu cotovelo direito com a mão esquerda, enquanto a mão direita está sobre seu peito na altura do coração.
Após sucesso de disco de estreia, Florence vê em um trabalho grandioso a chance de se consolidar (Foto: Tom Beard)

Guilherme Veiga

Os dias de cão acabaram, mas alguns traumas ficaram. Em seu segundo álbum de estúdio, a banda britânica Florence + The Machine tem a difícil missão de conviver com eles além de manter o alto nível que seu disco de estreia Lungs (2009) proporcionou. Para isso, Florence apostou na grande produção e em sua já consolidada poesia e voz. Tal aposta resultou em um grito muito bem afinado com aspirações megalomaníacas, que flerta com o gótico e o gospel ao mesmo tempo, e que demonstra excelência, além de evidenciar a notável evolução do grupo dois anos após seu debut.

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Uma década depois, toda a magia de Once Upon a Time veio com um preço

Capa retangular da série Once Upon a Time. O cenário é uma floresta sombria, com árvores de troncos finos e altos. Ao fundo, sai uma luz azulada clara iluminando o título em letras maiúsculas, ao centro, em prata. A palavra Once está no meio, Upon a está dentro da letra C e Time substitui o traço do meio da letra E.
Os criadores Adam Horowitz e Edward Kitsis escreveram a série em 2004 antes de fazerem parte da equipe de roteiro de Lost, mas só depois da finalização deste seriado que eles se dedicaram ao primeiro projeto (Foto: ABC)

Júlia Paes de Arruda

Em 2011, Once Upon a Time trazia uma premissa em efervescência: a retomada dos contos clássicos. Conhecidas histórias ganharam remakes, como A Garota de Capa Vermelha e A Fera. O clima era promissor para que seu sucesso alavancasse e, sem dúvidas, foi essencial para a constituição das demais temporadas. Porém, como tudo que é bom dura pouco, a ganância falou mais alto, e a série, que já dava indícios de tribulações, viu seu fiasco bater na porta. É por isso que, após 10 anos, lembrar de Era Uma Vez é um misto de tristeza com felicidade. 

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Chegou Quem Faltava veio para mostrar que Um Dia a Gente Se Encontra

Capa do álbum Chegou Quem Faltava da banda Charlie Brown Jr. Desenho de uma lula vermelha, em um fundo com tom de vermelho mais escuro. A lula segura três skates e um microfone, cada qual envolvido em um de seus tentáculos. No canto superior direito está escrito em letras maiúsculas “Chegou Quem Faltava”, em amarelo. No canto inferior direito pode-se ler “Charlie Brown Jr.” na cor branca.
Chegou Quem Faltava, show ao vivo gravado em 2011 chega às plataformas em 2021 em comemoração ao dia mundial do rock (Foto: Sony Music Entertainment Brasil)

Raquel Sampaio

“Charlie Brown não é meu emprego, Charlie Brown é minha vida”. São com palavras diretas como essas, nos intervalos entre as músicas do Chegou Quem Faltava, show gravado em 2011 e publicado em dois volumes em 2021, que Chorão coloca para fora toda a paixão e intensidade dedicadas ao maior projeto de sua história, a banda Charlie Brown Jr.. Carregado de muita nostalgia e um astral contagiante, o disco de 29 faixas chega para celebrar um legado e matar as saudades.

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10 anos de Fastlife: a vida rápida de um Joe Jonas sem os “brothers”

Capa do álbum Fastlife. O fundo possui um degradê decrescente, do laranja na parte superior até um amarelo esverdeado, na parte inferior. O cenário remete a uma estação de metrô, como uma foto tirada do movimento dos trens. Ao centro da imagem, está o cantor Joe Jonas, somente da cintura para cima. Ele é branco, tem cabelos pretos curtos nas laterais, sobrancelhas grossas, barba e bigode raspados. Ele possui uma expressão séria, olhando para frente, com a boca semicerrada. Ele veste uma camisa xadrez azul e preto, com um casaco preto de couro por cima. Sobre seu peito, afastado, está escrito Joe Jonas em letras brancas e maiúsculas. Logo abaixo, está escrito Fastlife em letras verdes claras e maiúsculas. No canto inferior esquerdo, está o selo de Parental Advisory - Explicit Content, em preto e branco.
“Eu quero te levar para um lugar/Onde o amor é algo mais do que você imagina” (Foto: Jonas Brothers Recording LLC)

Júlia Paes de Arruda

Sim, é isso mesmo que você está pensando: Joe Jonas tem um álbum solo e ele está completando uma década este ano. Ainda que seja completamente esquecível para muitos de nós, Fastlife foi a grande chance do irmão do meio longe dos holofotes da Disney e um dos primeiros indícios da separação da banda que o impulsionou nesse meio. Com poucos acertos, seu trabalho buscou trazer alternativas ousadas e versões desconhecidas do artista até aquele momento, distantes da imagem do querido intérprete de Shane Gray

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A Pele que Habito abriga um interior sórdido

 Cena do filme A Pele que Habito apresenta uma mulher branca, careca, usando uma máscara branca de recuperação após fazer uma cirurgia plástica e um casaco preto. Suas mãos estão no rosto, o que transmite a sensação dela estar impressionada. Mais à esquerda da foto há um homem branco, de cabelos curtos e grisalhos, vestindo uma camiseta preta. O fundo da imagem exibe uma parede acinzentada com um círculo de vidro.
Romance, drama e terror se fundem na mesa de cirurgia de A Pele que Habito, que completa 10 anos dia 6 de outubro (Foto: El Deseo)

Gabriel Gatti

A busca incessante pela boa aparência é muito marcante no século XXI. Pessoas buscam procedimentos estéticos para alcançar o padrão de beleza desejado. Mas imagine ser submetido a uma série de cirurgias contra a sua vontade, como uma cobaia. Essa é a premissa do filme A Pele que Habito, dirigido por Pedro Almodóvar, uma lenda do Cinema Espanhol. O longa, inspirado no livro Tarântula de Thierry Jonquet, se desenvolve como um thriller angustiante, cuja peça central da trama é a vingança.

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10 anos de I’m with You: o álbum do Red Hot sem o Chili Peppers

Capa do CD I'm with You. Fotografia quadrada com o fundo cinza claro. A esquerda inferior está uma pílula de remédio rosa e branca. Na parte branca da pílula tem uma mosca pousada. Na parte rosa da pílula está escrito I'm With You. Na parte superior pode-se ler “Red Hot Chili Peppers” na cor branca.
I’m with You, lançado em 2011, é o primeiro álbum com o guitarrista Josh Klinghoffer após a saída de John Frusciante (Foto: Warner Bros Records)

Leticia Stradiotto 

E agora, será que John Frusciante vai voltar assim como na primeira vez? Esse era o questionamento dos ouvintes de Red Hot Chili Peppers após a segunda saída do tão querido guitarrista em 2009. No entanto, a resposta para tal pergunta é simples: não. John Frusciante não voltou e, agora, depois do grandioso Stadium Arcadium (2006), temos um novo álbum: I’m with You. Sem Frusciante, mas com o fofíssimo Josh Klinghoffer. A expectativa era grande, e apontar o dedo para a nova performance da banda é inevitável.

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10 anos de Super 8: uma extraordinária homenagem aos filmes de ficção científica dos anos 70

Fotografia do filme Super 8. Nela estão retratados os personagens principais, seis pré-adolescentes, que ocupam toda a foto. É noite. Eles estão ao ar livre e são iluminados por uma fraca luz alaranjada, vinda de trás da câmera. Em contraste, há uma luz azulada que vem do fundo. Da esquerda para a direita: Preston é interpretado por Zach Mills, que é um garoto branco de cabelos pretos. Ao seu lado está Martin, interpretado por Gabriel Basso, um menino branco, ruivo e alto. Ele usa óculos escuros e um chapéu de época. Em sequência está Alice, personagem da Elle Fanning, que é uma garota branca e loira. Seus cabelos são lisos e estão presos em um coque. Ela usa um sobretudo bege. Um pouco mais à sua frente está Cary, papel de Ryan Lee, um garoto branco, baixo, de cabelos loiros que vão até os ombros. Atrás dele está Joe, interpretado por Joel Courtney, um garoto branco, de cabelos castanhos e lisos. Por último, ao seu lado, está Charles, um menino branco, de cabelos curtos e castanhos. Ele usa uma jaqueta amarela. Todos estão olhando levemente para a esquerda, com expressões preocupadas. Eles têm os rostos cobertos por fuligem.
Super 8 se inspira acertadamente em obras clássicas de Spielberg que retratam a amizade dentro das histórias de fantasia, como Os Goonies e E.T. O Extraterrestre (Foto: Paramount Pictures)

Mariana Nicastro

Ohio, 1979. Joe (Joel Courtney), Alice (Elle Fanning), Charles (Riley Griffiths), Cary (Ryan Lee), Martin (Gabriel Basso) e Preston (Zach Mills) deixavam suas casas a caminho de uma estação de trem antiga. Era uma madrugada de verão. Os seis carregavam consigo a euforia da pré-adolescência, o desejo de gravarem um filme independente e uma câmera super 8. O plano do diretor mirim Charles era capturar boas atuações dos amigos. Se tivessem sorte, um trem ao fundo complementaria o cenário. E foi o que aconteceu. Mas, ao invés de sorte, eles ganharam passagens só de ida para uma aventura inesquecível, ao tornarem-se testemunhas de um enigmático acidente envolvendo a locomotiva em questão. 

Lançada em agosto de 2011 pela Paramount Pictures, Super 8 é uma produção de ficção científica e mistério que chama a atenção desde os nomes de seus realizadores. Escrita e dirigida por J.J. Abrams, e produzida por ninguém mais, ninguém menos, do que Steven Spielberg, a obra entrega de forma excepcional tudo o que se busca ao assistir um filme do gênero. O nome traduz sua essência, já que Super 8 era uma câmera de 8mm muito utilizada para produções cinematográficas até a década de 80. Assim, o diretor não apenas desejava reproduzir a experiência dos filmes de ficção dos seus tempos de criança, como visava homenagear o inventor de muitos deles, Spielberg. 

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