O prêmio dos Sindicato dos Atores de Hollywood foi um bocado diferente em 2021. Começando pelos atrasos, consequência da pandemia, a premiação teve sua data inicial roubada pelo Grammy. A Academia de Música clamou para si aquele 14 de março, jogando o SAG para a primeira semana de abril.
Depois da exibição virtual do Globo de Ouro, o Sindicato decidiu que não faria sua entrega de troféus ao vivo, e sim gravaria com alguns dias de antecedência. No Dia da Mentira, começaram a rolar listas de supostos vencedores do ‘Actor’, como é apelidada a honraria. A singela cerimônia tomou parte na noite de domingo, 4 de abril, e rendeu 7 troféus à Netflix, destaque máximo de 2021. Com apenas uma hora de duração, a 27ª edição do SAG foi corrida, carente do charme característico do evento ao vivo e, no fim das contas, sem nenhum momento realmente marcante.
O palco do SAG é o local para a história ser feita. Ano passado, o elenco de Parasita foi ovacionado e aplaudido de pé. Pantera Negra foi celebrado em alto e bom tom. Spotlight continuou sua corrida ao Oscar lá e Três Anúncios para um Crime sonhou com um troféu que não veio.
Esse ano, o Elenco majoritariamente branco e exclusivamente masculino de Os 7 de Chicago venceu o maior prêmio da noite. Batendo as equipes etnicamente diversas de Minari, A Voz Suprema do Blues, Destacamento Blood e Uma Noite em Miami…, o filme de Aaron Sorkin finalmente venceu algo grande, depois de ver o Sindicato dos Roteiristas premiar Bela Vingança, o dos Produtores chamar ao palco (virtual) Nomadland e o nome do diretor não aparecer na lista final do Oscar.
Se os pálidos de Chicago vigoraram na categoria principal, pela primeira vez na história os ganhadores de atuação foram apenas atores não-brancos. A dupla dinâmica de A Voz Suprema do Blues venceu Ator e Atriz. Chadwick continuou sua varredura até a noite do Oscar, mas o prêmio de Viola Davis foi uma baita surpresa. A veterana, que encarna Ma Rainey com uma eficácia divina, não havia ganhado nenhum precursor até agora, e bota lenha na categoria. O próximo passo até o Oscar é o BAFTA, onde apenas Frances McDormand e Vanessa Kirby (das nomeadas à Academia) podem vencer.
Outro que continuou na onda dos prêmios vencidos foi Daniel Kaluuya. O Melhor Ator Coadjuvante do ano foi agraciado por sua atuação no visceral Judas e o Messias Negro, onde interpreta Fred Hampton, um das figuras mais importantes do movimento dos Panteras Negras. Em Atriz Coadjuvante, foi a vez de Yuh-Jung Youn se colocar com força na corrida para o Oscar. A vovó de Minari bateu sua principal concorrente, Maria Bakalova por Borat 2, e agora tem a vantagem para 25 de abril. Continuando a onda dos filmes de heróis perseverando na categoria de Dublês, Mulher Maravilha 1984 ganhou em 2021.
Na parte da TV, a Netflix confirmou uma porção de favoritismos. The Crown venceu Melhor Elenco em Drama pelo segundo ano consecutivo, se colocando na ponta da lista de apostas para o Emmy de setembro. Em Atriz, as 5 nomeadas representavam apenas 2 séries, é claro, da Netflix. Gillian Anderson colocou a competição no bolso, botando a Rainha, Lady Di e a dupla de Ozark para comer poeira. E falando em Ozark, Jason Bateman também comemorou um bicampeonato, vencendo o SAG de Ator em Drama.
As categorias de Comédia continuaram o jogo de batata-quente que Schitt’s Creek e Ted Lasso vem fazendo por todo o ano. A série canadense venceu Elenco e Atriz para Catherine O’Hara, enquanto a original da Apple TV+ coroou Jason Sudeikis como o Melhor Ator em Série de Comédia. O Screen Actor Guild Awards foi o último dos prêmios de Schitt’s Creek, que se despede da temporada vencendo tudo que teve chance.
Anya Taylor-Joy, por O Gambito da Rainha, continua sua caminhada até o Emmy de Atriz em Minissérie, enquanto Mark Ruffalo finaliza sua longa jornada. O Hulk já havia vencido o Emmy e o Globo de Ouro por sua performance em dose dupla em I Know This Much Is True. Ruffalo agora abre alas para outro ator dominar a categoria em setembro, na maior premiação da TV. Na parte de Dublês em Série, campo dominado por Game of Thrones na última década, The Mandalorian foi coroado.
Premiando apenas categorias de atuação individual, elencos e equipes de coreografias, o SAG tenta abrir espaço para o reconhecimento dos Dublês no Oscar, mas a burocracia impossibilita a agilidade do processo. A edição de 2021 reuniu seus indicados por formato (comédia, minissérie, drama), misturando homens e mulheres na mesma conferência online. Os discursos não passavam de 90 segundos, e os próprios atores apresentavam uns aos outros, reacendendo a chama de proximidade do Sindicato dos Atores.
O SAG 2021 foi pouco memorável, mas rendeu a distribuição mais justa dos prêmios até agora. Acendendo o fogo para o Oscar no fim do mês e pavimentando favoritos até o longínquo Emmy, o Sindicato dos Atores rendeu um Cineclube Especial, assinado pela Editoria do Persona, discutindo os indicados, os vencedores, as tendências e os novos recordes. Vida longa ao SAG, o prêmio com a estatueta mais bonita dos Estados Unidos da América.
Filmes
Melhor Elenco em Filme: Os 7 de Chicago
Termômetro do Oscar, o SAG Awards tem seu diferencial na categoria de Melhor Elenco, que substituí a sonhada e aguardada Melhor Filme, comum em todas as outras premiações. Acertando em cheio que Parasita levaria pra casa a estatueta dourada ano passado, o sindicato trouxe as indicações à Minari e Os 7 de Chicago iguais a da premiação do tapete vermelho. Os excepcionais Destacamento Blood, A Voz Suprema do Blues e Uma Noite em Miami… completam a lista de indicados e nos deixaram sonhar com uma vitória de mesmo sabor que teve a de Pantera Negra em 2019.
Com elencos diversos – e injustiçados – em gênero e etnia, o SAG Awards premiou o único filme com produção majoritariamente branca: Os 7 de Chicago. O trabalho da Netflix traz personagens sagazes em meio a um julgamento político, que conseguem manter um bom ritmo durante suas duas horas, e também garante o recorde de Michael Keaton, que se tornou a primeira pessoa a ganhar três SAGs na categoria Melhor Elenco. O grotesco erro que faz enojar da vitória está em sua ridícula campanha que divulgou fotos das mulheres do filme para mostrar a diversidade, mas não creditou nenhuma delas na indicação.
Seria lindo ter visto Uma Noite em Miami… ganhar o troféu. Trama que traz os imortais Muhammad Ali, Malcolm X, Sam Cooke e Jim Brown discutindo seus papéis na revolução cultural da década de 1960, teve a brilhante direção de Regina King, esnobada no Oscar. Minari também seria uma vitória de encher os olhos. Cativante, a simplicidade da história encanta até o último segundo, e coloca o longa como um dos favoritos da temporada. Já A Voz Suprema do Blues, apesar de não ter levado a principal, foi destaque em outras grandes categorias da noite. – A.J.T.
Melhor Atriz em Filme: Viola Davis (A Voz Suprema do Blues)
Uma das maiores surpresas da noite foi, sem dúvidas, a vitória de Viola Davis. Nossa eterna Annalise Keating ganhou um dos prêmios de atuação mais importantes da cerimônia, por sua interpretação da cantora Ma Rainey em A Voz Suprema do Blues. Esse já é o sexto SAG da atriz, sendo o segundo na categoria.
Até o prêmio do Sindicato, Davis havia sido deixada de escanteio nas premiações anteriores, e conquistou só agora a sua primeira vitória na temporada. Além do fato de concorrer com outras performances esplêndidas, muito disso pode se justificar por sua personagem disputar o protagonismo da produção da Netflix com a brilhante atuação de Chadwick Boseman. No entanto, independente da quantidade de tempo de tela, Viola Davis é magnífica em tudo que se propõe, e reconhecer seu trabalho nunca será demais.
E, se a categoria de Melhor Atriz no Oscar 2021 já estava em aberto, a premiação do Sindicato dos Atores a deixou ainda mais indefinida. A conquista de Davis superou Carey Mulligan, por Bela Vingança, que conquistou vários prêmios da crítica, incluindo o Critics Choice; além de deixar para trás as atuações de Frances McDormand, por Nomadland, e Vanessa Kirby, por Pieces of a Woman. A vencedora do Globo de Ouro, Andra Day, não foi indicada por sua atuação em Estados Unidos vs. Billie Holiday, mas concorre ao prêmio da Academia. Dessa forma, a intérprete de Ma Rainey se torna uma das favoritas na disputa, que promete trazer resultados imprevisíveis para qualquer bolão. – V.S.
Melhor Ator em Filme: Chadwick Boseman (A Voz Suprema do Blues)
Infelizmente Chadwick Boseman não esteve presente, fisicamente, para receber o prêmio por sua atuação em A Voz Suprema do Blues. A sua interpretação deixou um legado sobre seu talento que será impossível de esquecer. Com sua performance e história, esse prêmio foi merecidíssimo. Porém, o prêmio de Melhor Ator do SAG 2021 foi disputadíssimo. Anthony Hopkins surpreendeu mais uma vez no seu papel em Meu Pai. É um trabalho arrebatador com uma sutileza incrível para interpretar esse personagem.
Ainda temos o excepcional Riz Ahmed, que cativou em todos os momentos em O Som do Silêncio e também possuía grandes chances. Outro que se destacou perfeitamente em seu filme foi Steven Yeun no perfeito Minari. Interpretando Jason, com uma dose de talento imprescindível para uma história tão delicada e especial. Já Gary Oldman foi a salvação essencial para o tedioso e confuso Mank, mas apenas o que já conhecemos de homens brancos em filmes. – A.B.R.
Melhor Atriz Coadjuvante em Filme: Yuh-Jung Youn (Minari)
Das 4 categorias de atuação, a vitória de Yuh-Jung Youn em Atriz Coadjuvante foi a mais significante. A vovó de Minari se tornou a primeira mulher sul-coreana a vencer um SAG individual, fazendo história um ano depois do elenco de Parasita ganhar a honraria máxima do Sindicato.
Yuh-Jung dá um belo passo até o careca dourado, mostrando que os Atores votantes da Academia adoraram Minari e pretendem continuar votando nela para a noite de 25 de abril. O BAFTA, na semana que vem, deve dar um melhor direcionamento do futuro da categoria, seja indo para a veterana ou para Maria Bakalova.
Visivelmente surpresa com a vitória, Yuh-Jung Youn agradeceu o reconhecimento do Sindicato, feliz da vida com essa importante honraria para o belíssimo filme de Lee Isaac Chung, e que merecia também o SAG de Melhor Elenco. Youn venceu sua maior concorrente, Bakalova, além das brilhantes Helena Zengel, Olivia Colman e Glenn Close. – V.E.
Melhor Ator Coadjuvante em Filme: Daniel Kaluuya (Judas e o Messias Negro)
O Oscar de Daniel Kaluuya está cada vez mais próximo, se o destino permitir. Mesmo com uma campanha tardia da Warner, a atuação absurda de Kaluuya vem rendendo a ele todos os principais prêmios que concorreu como Ator Coadjuvante. No SAG não foi diferente: pelo papel preciso e extremamente importante como Fred Hampton em Judas e o Messias Negro, Daniel superou todos os seus concorrentes.
No ano passado, quem venceu foi Brad Pitt por seu papel em Era Uma Vez Em… Hollywood, que também rendeu um Oscar ao ator semanas depois. Em 2019, Mahershala Ali foi outro que recebeu um SAG e um Oscar pelo mesmo papel, o que indica que a premiação é um ótimo termômetro nessa categoria.
Em 2021, também disputavam em Melhor Ator Coadjuvante no SAG: Sacha Baron Cohen por seu papel em Os 7 de Chicago; Chadwick Boseman, que venceu na categoria Melhor Ator, por Destacamento Blood; Jared Leto por Os Pequenos Vestígios; e Leslie Odom, Jr. por Uma Noite em Miami…. – J.B.
Melhor Equipe de Dublês em Filme: Mulher Maravilha 1984
Um dos resultados já previstos para a cerimônia foi a vitória de Mulher Maravilha 1984 por Melhor Equipe de Dublês em Filme. As lutas bem coreografadas são um dos pontos altos da produção, e o ideal de se esperar de qualquer filme de super-herói. O vencedor anterior da categoria compartilhava a mesma temática, mas pertencia ao universo de heróis concorrente, o grandioso Vingadores: Ultimato.
A narrativa de Diana deixou para trás a produção do Disney+, da também heroína Mulan. Outro filme que poderia ter surpreendido na disputa é Destacamento Blood, de Spike Lee, por suas épicas cenas de batalha. Já as demais produções da Netflix que estavam concorrendo, Os 7 de Chicago e Relatos do Mundo, não chegaram nem perto de levar a estatueta para casa. – V.S.
Séries
Melhor Elenco em Série de Drama: The Crown
The Crown é imbatível, e no que tange aos atores e atrizes que sustentaram uma das melhores temporadas da série não seria diferente. No SAG Awards 2021, a superprodução da Netflix começou levando o prêmio de Melhor Elenco em Série de Drama pela dinâmica existente entre os personagens de Olivia Colman, Emma Corrin, Josh O’Connor, Gillian Anderson (até aqui, todos indicados nas categorias de atuação individuais), Tobias Menzies, Helena Bonham-Carter, Marion Bailey e Emerald Fennell.
Nem mesmo o fenômeno de Shonda Rhimes firmando no elenco queridíssimo de Bridgerton ou a força das interpretações de Lovecraft Country foram capazes de barrar a coroação do 4º ano da realeza britânica, que venceu a categoria pela segunda vez consecutiva. Carimbando a soberania da Netflix nas premiações, quem quase sempre chega lá é Ozark, presença frequente dentre os indicados que mais uma vez ficou na sombra de The Crown. – R.D.
Melhor Atriz em Série de Drama: Gillian Anderson (The Crown)
A hegemonia de The Crown é um fato, mas ninguém esperava que o Sindicato dos Atores direcionaria suas honrarias reservadas para a Melhor Atriz em Série de Drama à quem viveu Margaret Thatcher ao invés de Lady Di ou Rainha Elizabeth. Não que não existisse mérito, já que outra verdade sobre a série é sua absoluta excelência, em especial nas atuações dessa temporada. Mas a coadjuvante de Gillian Anderson ofuscou as queridinhas – provavelmente numa divisão entre os votantes – e redistribuiu os prêmios da superprodução da Netflix com sua vitória no SAG Awards 2021.
Em sua terceira vitória na premiação (a primeira foi em 1996 e a segunda em 1997, ambas por Arquivo X), Anderson concorria, como de costume, com atrizes de altíssimo calibre. Além de suas parceiras de cena Olivia Colman e Emma Corrin (que levou o Globo de Ouro e o Critics Choice Awards dessa temporada), figuravam também entre as indicadas Laura Linney e Julia Garner, ambas por Ozark, outra produção da plataforma de streaming que deve encontrar seu espaço assim que a geração mais aclamada da realeza britânica da TV sair de cena. Por ora, o efeito The Crown ainda não se dissipou. – R.D.
Melhor Ator em Série de Drama: Jason Bateman (Ozark)
Desbancando não só os favoritos dos fãs, mas também os favoritos da crítica, Jason Bateman levou para casa o troféu de Melhor Ator em Série de Drama para casa. O protagonista de Ozark, da Netflix, venceu sob o queridíssimo do público Regé-Jean Page, de Bridgerton e o amado pelo sindicato, Sterling K. Brown, de This Is Us.
O ator levou seu segundo troféu na categoria, após sua 3ª indicação, pela terceira temporada da série, que foi marcada por reviravoltas e um enredo emocionante sobre o comércio das drogas, agora na mão da família de Marty, ao longo de seus 10 episódios lançados em 2020. A vitória ainda foi surpreendente já que o ator desbancou o grande favorito Josh O’ Connor, de The Crown, ainda que a série levou os outros 2 prêmios de Drama da noite e o príncipe da Inglaterra já tinha ganho o Globo de Ouro e o Critics Choice da temporada.
A estreia de Bridgerton foi um grande sucesso da Netflix e poderosa para os fãs, mas a indicação de Regé-Jean foi inesperada dentro das categorias do SAG, já que a série ainda não tinha tido nenhuma indicação em outras premiações. A competição ainda contava com Bob Odenkirk, pela 5ª temporada de Better Call Saul, que não levou o prêmio pela terceira vez. Além das novas indicações, Jason concorria com o favorito do sindicato, Sterling K. Brown, de This Is Us, indicado todos os anos na categoria desde 2016, ano de estreia da série, e vencedor do prêmio em 2017. – L.V.
Melhor Elenco em Série de Comédia: Schitt’s Creek
A categoria de Melhor Elenco de Comédia adora um repeteco. The Office, Modern Family, Orange is the New Black, todas essas venceram mais de 1 troféu no passado. Dos indicados de 2021, entretanto, o Sindicato estava impossibilitado de repetir a tripla coroação de Mrs. Maisel, que não lançou temporada nova por conta da pandemia.
A saída foi repetir a Comédia que nesse ano ganhava até picolé com palito premiado, tamanha sua maré de sorte (e talento). Schitt’s Creek se despede da corrida dos prêmios vencendo sua máxima no SAG, rendendo também um Actor individual para Catherine O’Hara. Ainda disputavam o caneco de Elenco Ted Lasso (que vai brilhar no Emmy), Disque Amiga para Matar, The Great e The Flight Attendant. – V.E.
Melhor Atriz em Série de Comédia: Catherine O’Hara (Schitt’s Creek)
A Categoria de Melhor Atriz em Série de Comédia do SAG Awards costuma ser bem frequentada e reflete o melhor que a televisão teve a nos oferecer nos últimos tempos. Vencida pela maravilhosa e impecável Phoebe Waller-Bridge, por sua atuação em Fleabag, no ano de 2020, nessa edição vemos nomes do mesmo calibre concorrendo pelo prêmio. Com apenas três programas na disputa, dos quais um também se faz presente entre os indicados à Melhor Ator em Série de Comédia, o que podemos adiantar é que a qualidade das atuações esteve superconcentrada durante a última temporada.
Diretamente da Netflix, Linda Cardenilli e Christina Applegate, as protagonistas de Disque Amiga para Matar, disputaram o título com interpretações sinceras e engraçadas, responsáveis por salvarem o roteiro preguiçoso da segunda temporada da série. Outro nome de peso que disputou o título foi Kaley Cuoco. A eterna Penny de The Big Bang Theory entrega uma personagem muito mais madura e complexa em The Flight Attendant, mostrando que a atriz ainda tem muitas camadas para nos oferecer.
Entretanto, podemos dizer que a disputa esteve o tempo todo entre as estrelas de Schitt’s Creek. Annie Murphy roubou a cena por mais de uma vez dentre os numerosos episódios da série, nos cativando com sua atuação brilhante ao encarnar Alexis. Ainda assim, não tinha para ninguém. Quando falamos em qualidade e excelência em atuação cênica no SAG Awards de 2021 é impossível se desvincular do nome de Catherine O’Hara. Sua excêntrica Moira Rose nos presenteou com um show de dinamismo e presença com suas falas improvisadas, levando, mais do que merecidamente, a categoria. Assim, a atriz completa os 5 prêmios principais de televisão, sendo eles o Emmy, SAG, Globo de Ouro, Critics Choice Awards e o TCA com o seu papel em Schitt’s Creek. Feito esse conquistado por Waller-Bridge e Michelle Williams no ano passado. – A.L.F.
Melhor Ator em Série de Comédia: Jason Sudeikis (Ted Lasso)
Vivemos na era do bigodinho e dos fones sem fio de Jason Sudeikis, só nos resta aceitar. O astro de Ted Lasso desbancou a família Levy de Schitt’s Creek e venceu mais uma estatueta, somando um SAG à sua estante, já abarrotada com um Globo de Ouro e um Critics Choice, e guardando espaço para o Emmy.
Sem o clássico hoody, ou capuzinho, que o consagrou na internet nos últimos meses, Sudeikis foi sucinto em seu discurso, agradecendo ao elenco do seriado. Elenco esse que abriu o SAG 2021 numa esquete cômica digna do escopo da produção futebolística. Sudeikis venceu Dan e Eugene Levy, Ramy Youssef e Nicholas Hoult nesta edição. – V.E.
Melhor Atriz em Minissérie ou Telefilme: Anya Taylor-Joy (O Gambito da Rainha)
Parece que nessa temporada de premiações, Anya Taylor-Joy é realmente uma das preferidas. A atriz teve mais uma vitória, agora no SAG Awards 2021. Indicada por seu papel no sucesso da Netflix, O Gambito da Rainha, ela interpretou a complicada enxadrista Beth Harmon. Mas, não dá pra negar que a competição mais justa era com a sensacional Michaela Coel, que encantou por uma performance incrível na melhor série do ano, I May Destroy You, a qual também foi criadora.
Já a veterana Cate Blanchett, que inclusive já foi vencedora da categoria Melhor Atriz no SAG 2014 por Blue Jasmine, estava esse ano indicada por sua interpretação da ativista conservadora Phyllis Schlafly, na série Mrs. America, produção da emissora FX. Por seu desempenho em Pequenos Incêndios por Toda Parte, produção da Hulu, a atriz Kerry Washington foi outro destaque.
A atriz já foi indicada ao prêmio em anos anteriores por seus papéis em Scandal (2012-2018), Confirmation (2016) e no filme Ray (2004). Outro nome forte na disputa era a experiente Nicole Kidman, indicada por seu papel na série da HBO, The Undoing. Vale lembrar que a atriz possui outras indicações no SAG, sendo a mais recente em 2020 por sua atuação no filme Bombshell. – I.S.
Melhor Ator em Minissérie ou Telefilme: Mark Ruffalo (I Know This Much Is True)
E o imaginado aconteceu: a interpretação magnífica de Mark Ruffalo como os gêmeos Dominick e Thomas Birdsey levou a estatueta do Sindicato dos Atores. Garantindo mais um prêmio para o hall de séries incríveis da HBO, I Know This Much Is True é um drama angustiante que consagra Ruffalo como muito, muito além de um monstro verde e um par de comédias românticas. Já estava escrito, claro, mas que a competição de Mark em Melhor Ator em Minissérie ou Telefilme era boa, isso é fato. Bill Camp conseguiu a indicação por uma mínima participação no sucesso da Netflix, O Gambito da Rainha, como Sr. Shaibel, o mentor de Anya-Taylor Joy – a atriz levou o prêmio para casa na categoria feminina.
Hugh Grant também garantiu a participação na corrida por seu Dr. Jonathan Fraser, em The Undoing. Também acostumado com romances, Grant só topou o papel para ser o vilão assassino e dissimulado, companheiro de Nicole Kidman em tela. Mais um veterano conquistou a indicação para o SAG: Ethan Hawke viveu o abolicionista John Brown em The Good Lord Bird. A barba bagunçada e os olhares caóticos de Hawke nos sete episódios da produção, também assinada pelo ator, o transformaram em uma força da natureza, provando a potência absurda do 4-vezes-indicado-ao-Oscar.
Por fim, o único indicado por um telefilme foi o incrível Daveed Diggs, pela performance dupla em Hamilton. O ator rouba a cena tanto como seu revolucionário Marquês de Lafayette quanto pelo afrontoso Thomas Jefferson nas batalhas de rima do musical do Disney+. Quando Diggs está no palco, não há como desviar o olhar. Mas, apesar da categoria de 2021 gritar talento, no fim das contas só sobrou para ele: Mark Ruffalo foi o vencedor da noite. – C.C.
Melhor Elenco de Dublês em Série: The Mandalorian
A categoria de Dublês (ou Melhor Equipe De Coreografias em Séries Dramáticas ou Cômicas) teve um domínio exclusivo da trifecta Lannister, Stark e Targaryen nos últimos dez anos. Quando Game of Thrones tirou a rápida folga entre temporadas, foi Glow (descanse em poder) quem venceu. Agora, sem Westeros na jogada, os Atores continuaram honrando a ficção científica, dessa vez a espacial.
As acrobacias de Mando e Baby Yoda na segunda temporada de The Mandalorian não deram trégua para nenhum dos outros competidores. A dupla dinâmica de Star Wars venceu a terrível Westworld, a superestimada Cobra Kai, a querida Lovecraft Country e a vencedora moral, The Boys. – V.E.