Cineclube Persona – Janeiro de 2021

Arte retangular vermelha. No canto superior esquerdo, foi adicionado o texto "cineclube persona". No centro, foi adicionado o logo do Persona. No canto inferior direito, foi adicionado o texto "janeiro de 2021". Espalhados pela imagem foram adicionados quatro fotos inseridas dentro de molduras de pinturas antigas: uma foto da série Cobra Kai, da série Shippados, da série Fate: A Saga Winx e do filme Promising Young Woman.
Destaques de Janeiro de 2021: Cobra Kai, Shippados, Fate: A Saga Winx e Promising Young Woman (Foto: Reprodução/Arte: Jho Brunhara/Texto de Abertura: Vitor Evangelista)

Em um ano livre da pandemia, janeiro é considerado o mês dos descartes. A temporada 2020 jogou todas as regras pela janela, entretanto, e lançar filmes no primeiro mês do ano ainda qualifica-os para a glória do Oscar. Dito isso, a Netflix continua sua linha de produção massiva em busca da estatueta dourada, e finalmente disponibilizou sua compra mais importante do Festival de Veneza: o brutal Pieces of a Woman. Na vizinhança ao lado, a Amazon nos agraciou com Uma Noite em Miami…, estreia de Regina King como diretora de longas.

No mundo televisivo, a Netflix reina soberana. O formato de maratona impera no mercado, e novas temporadas de (Des)encanto, o fenômeno Cobra Kai, e as avassaladoras estreias de Lupin e da controversa Fate: A Saga Winx foram pautas de conversas acaloradas nesse início de ciclo. Mas todos os olhos foram vidrados pela aparente esquisitice vintage de WandaVision, primeira investida televisa do Universo da Marvel e que, semanalmente, tem surpreendido pelo delírio.

O Cineclube voltou em 2021 para recapitular o melhor e o pior que passou na TV e no cinema. Para filmes, a regra é simples: entra na Curadoria do Mês o que foi lançado nas salas, no streaming ou o que vazou online. Quando falamos das séries, as que aparecerem aqui devem ser transmitidas por completo no mês (como a Netflix faz), ou finalizar a exibição da temporada (por isso a série da Feiticeira Escarlate só aparecerá em março, quando acabar seu percurso na TV). Por enquanto, vamos descobrir o que Janeiro de 2021 nos proveu em termos audiovisuais.

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Cansei de sentir culpa por gostar de Riverdale

Cena da cena Riverdale. Na cena, vemos uma porção de pessoas sentadas num gramado, sorrindo, enquanto fogos de artifício queimam à frente deles.
Os episódios finais da 4ª temporada não foram concluídos a tempo, então o desfecho da treta das fitas só acontece no início do ano 5 (Foto: Reprodução)

Vitor Evangelista

“O quão funda tem que ser essa cova?”, pergunta um adolescente sarado, para o que outro jovem trincado responde: “bem funda, aqui é Riverdale!”. O que isso quer dizer, você pode se questionar, assistindo à quarta temporada do programa? Eu me prontifico a responder: absolutamente nada, não tem sentido algum. O que, por si só, virou costume em Riverdale, a falta de sentido, coesão e continuidade, e, mesmo assim, o seriado exala um charme inigualável, adocicado para nos viciar.

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As Five chegou revolucionando a maneira de lançar séries

Foto de divulgação de As Five, ambientação com paredes de cor cinza, um biombo e uma decoração rústica marrom à esquerda, no canto superior direito há um quadro de divulgação da décima sexta bienal. No centro da imagem as cinco atrizes estão posicionadas, três delas sentadas à frente e duas delas em pé atrás. Da esquerda para a direita, Manoela Aliperti que interpreta Lica, ela veste uma blusa preta e uma jaqueta de couro preta e azul, é branca de cabelo liso castanho médio e sorri com os dentes para a foto. Daphne Bozaski que interpreta Benê, veste uma blusa de mangas longas cinza com gola branca, é uma mulher branca de cabelo castanho liso e curto, usa óculos de armação redonda marrom, sorri para a foto e mantém os braços cruzados. Gabriela Medvedovski que interpreta Keyla, usa uma blusa moletom verde com uma jaqueta jeans clara por cima, é uma mulher branca de cabelo liso castanho médio e sorri para a foto, mantém as mãos com os dedos entrelaçados sobre a perna. Ana Hikari que interpreta Tina, veste um suéter de gola alta preto com uma blusa de crochê cinza claro por cima, é uma mulher amarela com olhos puxados, possui cabelos lisos pretos médios com franja que se encontram presos por duas marias chiquinhas baixas. Heslaine Vieira que interpreta Ellen, veste uma camiseta amarelo mostarda e um cachecol estampado, é uma mulher negra com cabelo castanho cacheado, usa óculos de armação bege e sorri com os dentes para a foto.
As atrizes já caracterizadas como as protagonistas de As Five (Foto: Reprodução)

Nicole Saraiva

Uma grande aposta da Globo, As Five acaba de finalizar a sua primeira temporada no Globoplay e com certeza se consagra como uma das melhores ideias que o autor Cao Hamburguer já teve. A série chega no streaming como um spin-off de Malhação: Viva a Diferença e se passa 5 anos após o fim da novelinha. 

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Entre presente e passado, a terceira temporada de Cobra Kai nos lembra que “ser fodão não é o mesmo que ser um babaca”

Dois amigos ao centro tirando uma selfie, fazendo sinal de rock n’ roll com as mãos e mostrando a língua. Ao fundo, um grupo de pessoas aproveitando um show de música
Miguel e Johnny tirando uma selfie (Foto: Reprodução)

Victória Rangel

Cobra Kai está de volta como um presente de ano novo para seus fãs! Lançada pela Netflix em janeiro de 2021, a terceira temporada da série baseada no filme Karatê Kid (1984) traz de volta importantes personagens do passado. E, se você, como eu, não se lembrou de alguns detalhes da série, não se preocupe! A gente tem um texto especial aqui no site e a Netflix também oferece um breve resumo da segunda temporada antes da próxima começar.

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Black is King traz ao mundo a luz de um continente um dia esquecido

A imagem é uma foto do filme Black Is King. Nela, a cantora Beyoncé está sentada em cima de um carro com estampa de oncinha. Beyoncé é uma mulher negra, com cabelos longos em tranças, ela veste uma calça, blusa de manga comprida e um salto de estampa de oncinha e usa um óculos escuro no rosto. Ao redor do carro, estão vários homens negros com terno e calça de estampa de oncinha.
Black is King estreou no Disney+ no dia 31 de julho de 2020 e nos mostra Beyoncé como a artista multifacetada que é; com figurinos deslumbrantes e um roteiro de tirar o fôlego, ela nos leva a uma viagem ao continente-mãe da humanidade (Foto: Reprodução)

Felipe Bascope

Em 2016, Beyoncé lançou o álbum visual Lemonade, trazendo para o topo grandes discussões sobre questões raciais, e revolucionando a indústria da música de muitas formas. Em sua nova obra visual, Black is King, ela cria uma linda ponte entre a cultura pop e o continente africano, entre as gerações anteriores e as novas. E mostra um lado do continente antes desconhecido, cheio de cores, vida, bem vibrante, como podemos ver nos primeiros minutos do filme, onde são mostradas diversas regiões da África. A narrativa de O Rei Leão serviu como inspiração para uma linda e repaginada história tão marcante em nossas vidas.

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Em Shippados, o amor não precisa ser perfeito

A imagem é de uma das cenas da série Shippados. Nela, os personagens de Tatá Werneck, à esquerda, e Eduardo Sterblitch, à direita, estão caminhando juntos em uma praça, é possível visualizar o corpo deles da cintura para cima. Tatá é uma mulher branca, de cabelos castanhos escuros e compridos, ela está vestindo uma blusa branca com detalhes azuis e está usando uma mochila da cor vinho. Tatá está com o olho esquerdo fechado e o rosto virado em direção ao Eduardo, e segurando as duas alças de sua mochila. Eduardo é um homem branco de cabelos castanhos escuros ondulados, ele veste uma camisa cinza de manga curta e está usando uma mochila preta nas costas. Eduardo está com o rosto virado em direção à Tatá.
Série do Globoplay aponta as falhas da conectividade virtual a partir de uma perspectiva romântica e bem-humorada (Foto: Reprodução)

Vitória Silva

O amor em tempos modernos. As primeiras trocas de olhares foram substituídas por matches em aplicativos de relacionamento. As conversas deram espaço para emojis e figurinhas do Whatsapp. Chegamos num ponto em que até ouvir a voz da outra pessoa se tornou um grande ato de intimidade à primeira vista. Essa digitalização do romance é apenas mais um exemplo de como nos reconstruímos no meio virtual e somos cada vez mais dependentes dele para criar e manter nossas relações. 

Há quem diga que essa mediação tecnológica não é tão vantajosa quanto parece, Fernanda Young e Alexandre Machado decidiram mostrar isso. O casal de roteiristas que deu origem a séries grandiosas, como Os Aspones e Os Normais, decidiu encarar uma comédia-romântico-dramática no contexto dos tempos atuais. Quase que sucessores da dupla Vani e Rui, surgiram Rita (Tatá Werneck) e Enzo (Eduardo Sterblitch). E, dessa combinação, nasceu Shippados.

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Lupin é uma reinvenção com charme e autenticidade de sobra

Foto promocional da série Lupin. Assane, um homem negro interpretado por Omar Sy, se apoia contra uma escrivaninha. Assane usa um casaco escuro e uma boina que se mesclam com o fundo. Uma única fonte de luz fria o ilumina diagonalmente. Atrás dele há uma estante com livros e alguns papéis presos contra a parede.
Protagonizada por Omar Sy, a nova versão do clássico entrou para o catálogo da Netflix em 8 de janeiro de 2021 (Foto: Reprodução)

Gabriel Oliveira F. Arruda

Uma quasi adaptação dos livros publicadas por Maurice Leblanc entre 1905 e 1935, a nova série francesa da Netflix busca tanto resgatar a figura misteriosa do infame ladrão de casaca, Arsène Lupin, quanto reinventá-la. Quem assume o manto nessa versão da história é Omar Sy, interpretando não o personagem homônimo, mas um ladrão igualmente astuto chamado Assane Diop que se inspira nos contos escritos por Leblanc para elaborar suas próprias escapadas mirabolantes.

Há um elemento de autoconsciência em Lupin que a separa de premissas similares, como Sherlock, da BBC. A existência das obras de Leblanc serve de um ponto chave na narrativa tanto pelas referências que ela proporciona quanto pela importância que o personagem original tem para Assane. Assim, é aberto um caminho para que os roteiristas busquem inspiração no texto original ao mesmo tempo em que tecem uma narrativa autêntica ao redor de um novo personagem.

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Na Parte 2 do Especial, Euphoria transforma a culpa de Jules em combustível fóssil

Cena do episódio Part 2: Jules de Euphoria. Jules está sentada na cama com as pernas em posição de índio. Jules é uma adolescente de pele clara e cabelos loiros quase brancos. Ela os tem preso num coque, e usa uma camiseta verde com detalhes azuis que formam uma rua na estampa. Ela veste shorts curtos e claros, e tem as mãos em cima dos pés. Ao fundo, vemos um abajur branco, um travesseiro branco e a janela do quarto, está de noite.
O episódio especial de Euphoria, Part 2: Jules, recebeu o título oficial de Fuck Anyone Who’s Not a Sea Blob, nome inspirado num poema escrito por Hunter Schafer (Foto: Reprodução)

Vitor Evangelista

Jules é a personagem mais interessante de Euphoria. São muitos os fatores que confirmam essa máxima, e o principal deles recai no carisma de Hunter Schafer, a jovem modelo que debutou atuando na série da HBO. Podendo ser facilmente ofuscada pelo estrelato e pelo nome de Zendaya, ela construiu sua adolescente fragilizada pelas beiradas, sempre mostrada pelos olhos de Rue. Tanto é que, quando Euphoria transmitiu seu final de temporada, Jules saiu como a vilã da coisa toda.

Num mundo ideal sem a pandemia e os atrasos de gravação, o ano dois da narrativa lidaria com o pepino de prosseguir sua estreia fenomenal. Para isso, além da escrita e direção precisas de Sam Levinson, a série precisaria sair do comum e cortar sua trama na carne. Para sentirmos a ausência de Jules como Rue a sente, a produção deveria tirar Hunter de vista. O que não aconteceu, é claro que estamos longe de viver num mundo ideal. 

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Zoey e sua fantástica habilidade de nos fazer apaixonar por sua história

Imagem de divulgação da série Zoey e Sua Extraordinária Playlist. Ela apresenta a protagonista Zoey no canto esquerdo da imagem, posicionada de lado, olhando para o lado direito. Zoey é uma mulher branca e ruiva, com cabelos levemente encaracolados e olhos azuis, e veste uma blusa de lã vermelha. Ela está na frente de uma parede de tijolinhos branca, onde alguns dos principais personagens da série estampam capas coloridas de discos de vinil organizados em duas prateleiras.
Apesar de não ser muito comentada, a nova série da NBC, disponibilizada no Brasil pelo Globoplay, tem tudo o que é preciso para ser um grande sucesso (Foto: Reprodução)

Milena Pessi

Quais são as chances de ocorrer um terremoto no momento em que você está fazendo um exame na ressonância magnética? Na vida real, poderia dizer que as probabilidades são bem pequenas, mas não para Zoey Clarke, a protagonista de Zoey e sua Fantástica Playlist. Tudo começou por causa de uma dor de cabeça interminável e terminou da maneira mais estranha possível: ela ganhou a capacidade de ouvir o pensamento das pessoas a partir de números musicais, porém, somente ela conseguia ouvi-los. No começo, a programadora via seu novo poder como uma maldição ou até mesmo um castigo, mas com o passar dos episódios, Zoey entende que foi por causa dele que se tornou uma pessoa melhor, mais empática e disposta tanto a ouvir quanto a ajudar aqueles que estão à sua volta. 

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A família Bridgerton sai das páginas para ganhar as telas e seu coração

Foto de divulgação da série Bridgerton. Na imagem vemos oito personagens que pertencem à família protagonista da série. Eles estão posando para a foto na escada da frente de sua casa. As roupas e o cenário reproduzem características de 1800. Na extrema esquerda temos Hyacinth, que é uma menina de 13 anos, branca e com cabelos castanhos encaracolados, usa um vestido rosa claro com babados e luvas brancas, está de pé com as mãos em frente ao corpo. Ao seu lado está Colin, que é um homem de 23 anos, branco e com cabelos castanhos escuros e curtos, usa um casaco azul marinho sobre camisa e colete brancos e uma calça preta, está em pé, com as mãos ao lado do corpo e com o pé esquerdo apoiado sobre um degrau. Alguns degraus acima, está Violet, que é uma mulher de 54 anos, branca e com cabelos castanhos escuros presos em um coque, usa um vestido branco com apliques florais e uma faixa rosa, usa luvas brancas, um colar, brincos e uma tiara no penteado, está de pé com as mãos em frente ao corpo. No topo da escada, à direita de Violet, vemos Eloise, que é uma mulher de 31 anos, branca e com cabelos castanhos escuros que emolduram o rosto com uma franja, usa um vestido rosa claro com botões na frente e uma flor, usa luvas brancas e um adorno floral rosa na cabeça, está de pé com as mãos em frente ao corpo. Em sua frente, na base da escada, está Daphne, que é uma mulher de 25 anos, branca e com cabelos castanhos claros presos em um coque e com uma pequena franja, usa uma capa azul claro sobre um vestido azul claro e usa luvas brancas, está de pé com as mãos em frente ao corpo. À sua direita, alguns degraus acima, está Anthony, que é um homem de 32 anos, branco e com cabelos castanhos escuros e curtos, usa um casaco azul escuro sobre camisa e colete brancos e uma calça preta, está em pé com a mão direita ao lado do corpo e a mão esquerda apoiada no corrimão da escada. Na sua frente, na base da escada, está Gregory, que é um menino de 14 anos, branco e com cabelos castanhos claros curtos, usa um casaco azul marinho sobre um colete azul ciano e uma camisa branca e usa calças azul acinzentadas, está em pé, com as mãos atrás do corpo. Na extrema direita, temos Benedict, que é um homem de 32 anos, branco e com cabelos castanhos escuros curtos, usa um casaco preto fechado sobre camisa e colete brancos e calças cinza escuro, está de pé, com o braço direito apoiado sobre o corrimão da escada e o braço esquerdo ao lado do corpo, sua perna direita está cruzada sobre a perna esquerda. Ao redor da família vemos partes de sua casa, algumas flores azuis, duas janelas bege que emolduram a porta verde no topo da escada cinza, o corrimão é de cimento cinza largo com dois vasos de cimento com flores brancas, alguns tijolos expostos aparecem ao redor da escada. A imagem é clara, com tons frios.
A família mais aclamada dos romances de época ganha vida no serviço de streaming (Foto: Reprodução)

Carol Dalla Vecchia

Em 2000, Julia Quinn (pseudônimo de Julie Pottinger) dava um dos maiores passos de sua carreira como escritora ao lançar o primeiro livro da série Os Bridgertons. Mais tarde, ela seria mundialmente reconhecida como um dos maiores nomes no gênero romance de época, com seus diálogos efervescentes, personagens petulantes e intrigas polêmicas que estavam presentes desde O Duque e Eu, volume que dá início à coleção. Mesmo com tanto sucesso, foram necessários vinte anos para que a autora realizasse o sonho de ver sua obra adaptada para outras plataformas: a série Bridgerton chegou à Netflix em 25 de dezembro de 2020 e já divide opiniões.

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