Gatilho: a rejeição irrita tanto quanto o ASMR

O filme, parte da Competição Novos Diretores da Mostra de SP, adora deixar seus personagens num silêncio constrangedor (Foto: Divulgação Imprensa)

Vitor Evangelista

A estreia de Pavel Ganin na direção vem para esclarecer algo: os vídeos ASMR são insuportáveis, independente do idioma. O filme debate outras questões, é claro, mas como alguém que detesta esse tipo de conteúdo, é bom dizer logo de cara. Parte da Competição Novos Diretores, na 44ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, Gatilho (Триггер) foi disponibilizado de graça na plataforma do Spcine Play, em parceria com o Looke

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Tiê nos acalenta no abraço de Kudra

“Você consegue me ver? Você me ouve? Eu estou chamando”

Foto de divulgação do novo álbum de Tiê, Kudra (Foto: Reprodução)

Carol Dalla Vecchia

Em 2014, a paulista Tiê lançava A Noite, canção que seria uma de suas mais bem sucedidas. A música tornou-se parte da trilha sonora da novela I Love Paraisópolis e fez com que o nome da cantora fosse reconhecido no território nacional. Mas em 2020, é possível afirmar que Tiê não é mais a mesma mulher que cantava sobre a noite em seu disco Esmeraldas (2014)

Após quatro álbuns de estúdio, Tiê lança Kudra em 2 de outubro, um EP com seis músicas inéditas produzidas durante o distanciamento social, que trazem reflexões místicas que prometem rever conceitos simples da vida. O próprio nome do álbum reforça esse conceito transcendental. Em entrevista ao jornal A Tribuna a cantora comentou que Kudra é a união de vários mistérios: é o nome de uma cidade na Índia, é um sobrenome de origem árabe, é um nome que significa amor e representa a família que esteve ao seu lado no desenvolvimento das canções.

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Os difíceis caminhos do Pequeno Refugiado

A ficção turco-iraniana traz a crise humanitária dos refugiados para a 44ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo e está disponível para ser assistido gratuitamente na plataforma de streaming Looke (Foto: Reprodução)

Raquel Dutra

Em setembro de 2015 o mundo conheceu Aylan Kurdi, um menino de 3 anos que fugiu com a família de uma cidade síria tomada pelo ISIS e morreu numa praia turística da Turquia. Sua situação foi capturada numa imagem que se tornou um símbolo da crise humanitária dos refugiados e fez com que a história da família de Aylan se tornasse internacionalmente conhecida. Mas, mesmo cinco anos depois do ‘despertar’ mundial para essa situação, pouco se sabe sobre os milhares de imigrantes que morrem às margens depois de deixarem seus países buscando condições mínimas de vida. E é exatamente esse ponto que O Pequeno Refugiado, longa exibido na 44ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, busca abordar. 

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A dor separa e consome em Pilatos

A obra, que aborda uma relação conturbada entre mãe e filha, faz parte da 44ª Mostra de SP na seção Novos Diretores (Foto: Reprodução)

Isabella Siqueira

Pilatos, dirigido por Linda Dombrovszky, é um filme que remete principalmente ao luto e as diferenças. O longa, que estreou na 44ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, é a aposta da Hungria para o Oscar 2021. Com sua premissa relativamente simples, ele desdobra perfeitamente relações familiares abaladas. A trama, baseada no romance psicológico de mesmo nome da escritora húngara Magda Szabó, conta a história de uma mãe e de uma filha, estremecidas pela dor e que não se encontram, mesmo morando na mesma casa.

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Ratched: a história colorida de uma enfermeira macabra

A nova série de Ryan Murphy explora o passado de uma das personagens mais temidas da cultura pop (Foto: Reprodução)

Nathalia Franqlin

Ratched é a nova série de Ryan Murphy que chegou em setembro na Netflix, com uma primeira temporada que conta com 8 episódios. Estrelada por Sarah Paulson como a enfermeira Mildred Ratched, a produção traz a assinatura de Murphy em cada camada. Com figurinos e cenários impecáveis, extravagantes e coloridos, a trama se passa, majoritariamente, em um hospital psiquiátrico de luxo numa cidadezinha no litoral dos Estados Unidos, no final da década de 1940, após a Segunda Guerra Mundial. Aqueles que já conhecem o trabalho do produtor podem identificar elementos comuns com outras de suas obras, como American Horror Story e até mesmo Pose

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Luz Acesa e a ilusão do vício

Transmutação, diz Zé Henrique, no filme que faz parte da 44ª Mostra de SP (Foto: Divulgação Imprensa)

Caroline Campos

A luta contra a dependência está longe de ser uma caminhada tranquila. De acordo com o levantamento de 2013 feito pela Universidade Federal de São Paulo, Unifesp, mais de 8 milhões de brasileiros são dependentes de drogas como o álcool, a cocaína e derivados. Luz Acesa, documentário do cineasta Guilherme Coelho, seleciona 5 dessas pessoas para coletar relatos sensíveis e acolhedores sobre o vício e sua recuperação – o começo, o fundo do poço, a busca por ajuda e o apoio da família. 

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Com humor e reflexão, Ninguém Tá Olhando mostra que a vida não é aleatória por acaso

Os angelus Úli, Chun, Greta e Fred, mais a humana Miriam, vão te fazer questionar (Foto: Netflix)

Mauê Salina Duarte

Lançada em novembro de 2019 pela Netflix e dirigida por Daniel Rezende, a série Ninguém Tá Olhando usa o humor para discutir temas existenciais, lembrando um pouco a aclamada The Good Place. No entanto, enquanto a produção americana explora a vida após a morte, a brasileira foca na vida mundana. Contando com a atuação de nomes bem conhecidos pelos jovens, entre eles Kéfera, que interpreta a personagem Miriam e Projota, que dá vida a Richard. Entretanto, o protagonista é o carioca Victor Lamoglia, intérprete de Úli, um anjo da guarda novato do Sistema Angelus De Proteção Aos Humanos.

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Em Mosquito, culpa não significa redenção

O longa, uma coprodução de Portugal, Brasil e França, faz parte da Competição Novos Diretores da 44ª Mostra (Foto: Reprodução)

Vitor Evangelista

Exibido na 44ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, o português Mosquito reúne dois importantes componentes dos filmes de guerra. Primeiro, apresenta uma figura central que passa por todos os infortúnios, próprios e dos demais, para chegar ao tão sonhado objetivo, nesse caso alcançar seu pelotão na selvagem Moçambique de 1917, passando por entre as entranhas da Primeira Guerra Mundial. E em segundo lugar, o longa faz uso da mente humana como inimiga de si mesma, pregando peças tanto no protagonista quanto no espectador.

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A ousadia de sobreviver em Lovecraft Country

Horrores cósmicos e sociais perseguem os protagonistas do show, que fez tremer os últimos dez domingos da HBO (Foto: Elizabeth Morris/HBO)

Leonardo Teixeira

Em Lovecraft Country, é constante o diálogo entre passado e futuro. “Quando meu neto nascer, ele será minha fé transformada em carne e osso”, uma personagem diz, em um dos muitos climaxes da trama. Aqui, ícones e referências da cultura negra dão liga a uma trama sobre ancestralidade. Não só sobre as qualidades e ensinamentos passados de mãe para filha, mas também as feridas. A inspiração na obra de um babaca eugenista, em uma história protagonizada por pessoas pretas, adiciona mais força ao texto, que explora a monstruosidade como característica inerente ao ser humano. 

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Upload: um alerta sutil e bem humorado de precaução para o futuro

Capa promocional Amazon Prime (Foto: Reprodução)

Leandro Oliveira

Upload, a esperada nova série de Greg Daniels vem para nos dizer que no céu tem Mcdonald’s. Carregando o nome por trás de sucessos como a versão americana de The Office (2005-2013), Parks and Recreation (2009-2015) e a atual Space Force (2020) da Netflix, a série teve todo o seu marketing em torno do seu criador, deixando os fãs com altas expectativas para a comédia do Amazon Prime Video, que estreou em maio. Recheado de críticas sociais, novas tecnologias e debates sobre os rumos das relações humanas, o show nos assusta e nos conforta nessa primeira temporada.

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