O fim do semestre letivo se aproxima e, junto dele, o início do outono também. O ritmo acelerado e sufocante imposto pelos trabalhos finais, somada à alta tensão política que vivenciamos na modernidade líquida, só acentua o tom melancólico da estação. Neste cenário, não há trilha mais pontual que clássicos de cantautores solitários do folk – muitas vezes armados apenas de um violão e uma voz frágil. Continue lendo “A depressão na arte, nua e crua: Parte I”
Não é incomum ouvirmos expressões como “bom mesmo era antigamente, quando…”, mesmo que de pessoas jovens, sendo disparadas em debates sobre produtos culturais e midiáticos. Damien Chazelle, diretor de La La Land e atualmente com 32 anos, parece sofrer de uma sensação nostálgica do mais alto nível, sentindo saudades de uma era não vivenciada por ele. Continue lendo “La La Land: o sabor agridoce da nostalgia”
Artistas negros sempre estiveram entre os mais importantes e inovadores em todos os segmentos, ainda que o reconhecimento fosse tardio ou quase inexistente. Na década atual, porém, este cenário vem mudando, dado que as lutas sociais da população negra são cada vez mais constantes e visualizadas: mais do que nunca, exigem ser vistos, ouvidos e representados dignamente, especialmente na arte. Continue lendo “Moonlight: gay kid, m.A.A.d city”
Se o CBGB foi o grande templo da contracultura americana nos anos 70, sem o Television seria apenas um clube de música country em meio à pior vizinhança de Manhattan, como costumava ser antes de Tom Verlaine, Richard Lloyd e seu empresário Terry Ork convencerem o dono do local a liberar uma noite para a banda.
Nas décadas de 60 e 70, a indústria fonográfica lidou com o hedonismo entorpecido reproduzido na cultura. Em 1977, no entanto, a ressaca já havia chegado para alguns: concebido sob tretas homéricas entre os membros do Fleetwood Mac, Rumors é um desabafo sobre as implosões internas que, no fim das contas, não impediram a banda de conceber um clássico. Continue lendo “40 anos de Rumours: a corrente não se quebrou”
O Bad Brains é referência quando se fala em representatividade. Conversamos com integrantes da cena brasileira, que contaram um pouco de como a banda ajudou na construção da identidade negra no punk
Bárbara Alcântara e Gabriel Leite Ferreira
Desde sua origem, o movimento punk vendeu uma postura inclusiva e igualitária. Contudo, hoje seus ideais libertários são postos à prova pela falta de representatividade de minorias na cena. Uma das forças mais expressivas dessa reavaliação no contexto étnico é o Bad Brains, banda que é uma grande influência inclusive no Brasil.
Adriano Arrigo, Gabriel Leite Ferreira, Matheus Fernandes e Nilo Vieira
Férias? Praia? Que nada! Nossa incansável curadoria passou esses 31 dias escavando a interwerbs, a fim de trazer os destaques mensais da música para você.
O ano ainda não começou a engrenar, mas isso não significa que faltaram bons sons em janeiro – os nossos favoritos você pode conferir abaixo:
Depois de 17 anos, o American Football não quis sair da zona de conforto idealizada no primeiro disco da banda, em 1999. Porém, Mike Kinsella, o vocalista da banda, abre um pouco as portas da sua casa e nos mostra seus fantasmas, amadurecimento e nostalgias.
Adriano Arrigo
“Where Are We Now?” é a faixa magistral e emocionante que abre o novo álbum do American Football e denuncia, precisamente, o que os novos e os velhos admiradores da banda de Illinous podem esperar de seu retorno em um disco inédito em quase 18 anos. A voz arrastada de Mike Kinsella – o menino de 39 anos que aparentemente não envelhece – pergunta: estamos ambos sozinhos na mesma casa – você saberia disso se eu não tivesse dito? E, assim, American Football LP2 (AFLP2) continua a jornada em direção a essa casa que, para muitos já é familiar, mas, dessa vez, com a promessa da entrega da chave-mestra.
Em 1976, David Bowie fez sua primeira grande aparição no cinema, no papel do alienígena Thomas Jerome Newton, em O Homem Que Caiu Na Terra. Nenhuma grande novidade, visto que encarnar um extraterrestre já havia lhe rendido o estrelado anos antes e sempre fora, em essência, um artista visual. No entanto, o filme dirigido por Nicolas Roeg adiantaria não apenas a capa do próximo disco do britânico, como também realçou um aspecto peculiar em sua carreira até então: a fragilidade humana. Continue lendo “O homem que caiu em Berlim”