Melhores discos de Maio/2018

Egberto Santana Nunes, Gabriel Leite Ferreira e Leonardo Santana

Isso é uma cilada, Bino! O mês de maio não foi dos mais empolgantes. Apesar do barulho feito pela trupe de Alex Turner e da mais nova rivalidade do rap, o holofote ficou para a preocupante doideira em que o Brasil se encontra. Pra acalmar a alma, o Persona vem com o pouco que deu pra enxugar dentre os últimos lançamento do mundo da música. PS.: ouçam Daddy Yankee.
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O Túmulo dos Vagalumes e Meu Vizinho Totoro: na tristeza e na alegria

Os protagonistas de ambas animações: as crianças, o Totoro e os vagalumes (Foto: Nerdist)

Egberto Santana Nunes

As animações do Estúdio Ghibli sempre foram conhecidas por terem em seu escopo mundos de fantasia que aparentemente são infantis, quase sempre protagonizados por crianças, mas com um fundo de dramaticidade que afasta os pequenos. Não chega a ser uma regra, mas grandes clássicos como A Viagem de Chihiro e Princesa Mononoke carregam discussões problemáticas que nos deixam fascinados e até mesmo assustados. Bem nos primórdios da companhia, Isao Takahata e Hayao Miyazaki lançaram Meu Vizinho Totoro e O Túmulo dos Vagalumes, uma estreia dupla que trouxe um clássico dominado por toda a cultura pop e um drama de sobrevivência que emociona até hoje.
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PAESE Corp., Mitolorgia e a periferia na cena cultural

Logo da PAESE (Foto: Divulgação/PAESE)

Egberto Santana Nunes

Há 21 anos, o grupo de rap RZO lançava o clássico single O Trem, cujo seguinte trecho “Pegar o trem é arriscado, Trabalhador não tem escolha, Então enfrenta aquele trem lotado”  iria grudar nas mentes do público, chegando até a virar sample da banda de hardcore paulistana Discarga. Quando o problema nos trens descrito na letra se agrava, a Companhia de Transportes Metropolitano (CPTM) invoca a PAESE – Plano de Apoio entre Empresas em Situação de Emergência. Além disso, é também o nome pensando entre quatro amigos para designar a mais nova produtora musical independente da Zona Leste.

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Os melhores álbuns de 2017

Quando decidimos que nossas listas de melhores do ano seriam compostas por escolhas pessoais, em vez de votações e colocações, o objetivo era atingir uma maior multiplicidade de gostos. O que não esperávamos era que alguns dos maiores figurões das listas de toda a imprensa ficassem de fora da nossa. Desculpa, Lorde e Kendrick Lamar.

Mas também, qual a necessidade de bater na tecla dos consensos quando temos outras tantas obras interessantes para ouvir? Do rock ao hip hop, passando pelo eletrônico, esses são nossos destaques de 2017:

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Os melhores filmes de 2017

Não é exagero dizer que o cinema teve um ano de renovação em 2017. Velhas franquias tiveram coragem de ignorar os fãs mais chatos e propor ideias novas. Os cinemas comerciais receberam com amor e ódio diretores antes relegados a nichos. Até o tão estagnado cinema de terror recebeu um polêmico prefixo “pós”, tamanha a diferença das temáticas abordadas nos filmes.

As escolhas pessoais dos participantes do Persona refletem esse ânimo por discutir cinema nas mais distintas áreas. Continue lendo “Os melhores filmes de 2017”

Kimi No Na Wa: quando o enredo faz a diferença

Egberto Santana Nunes

Troca de corpos sempre foi um tema razoavelmente explorado pela sétima arte. É difícil não pensar em filmes como De Repente 30 e Se eu fosse você, clássicos do estilo “sessão da tarde”, quando se trata dessa temática. Mais difícil ainda é inovar e entreter ao mesmo tempo, sem se apegar à fórmula já desgastada desse lugar comum. Esse é um dos desafios enfrentados pelo diretor Makoto Shinkai em seu mais recente longa-metragem animado, Your Name (Kimi no na Wa, no original em japonês), lançado nos cinemas japoneses em 2016, adaptação do mangá homônimo lançado no mesmo ano.

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Cineclube Persona – Agosto/2017

Esta é a primeira postagem do Cineclube Persona! Trata-se de uma seleção mensal dos filmes que foram lançados no Brasil no último mês. Porém, diferente da nossa seleção mensal de discos, o Cineclube Persona busca encontrar produções relevantes, mas que não necessariamente agradaram nossos colaboradores.

Para começar, temosas adaptações de Death Note e Valerian para o cinema, a refilmagem do clássico O Estranho que Nós Amávamos e a presença do cinema brasileiro com João, o Maestro e O Filme da Minha Vida.

Confira abaixo nossa seleção.

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Arcade Fire: tudo e nada ao mesmo tempo

everything now

Egberto Santana

De uma forma inusitada, o sexteto canadense Arcade Fire anunciava em sua conta do Twitter o comercial de uma caixa de marshmallows com o nome da quarta faixa do novo álbum, “Creature Comfort”. Colorido e infantilizado, o vídeo é rápido e acompanha a voz de Régine Chassagne cantando o refrão da música. Voltando no tempo e acompanhando essa jogada de marketing, era possível perceber a forte oposição entre o eletrônico e letras carregadas de críticas sociais e reflexivas que a banda entregou no seu quinto álbum de estúdio, Everything Now. Continue lendo “Arcade Fire: tudo e nada ao mesmo tempo”

Realidade e ficção em 20 anos de Princesa Mononoke

 

PRINCESS MONONOKE - ANEXO 01 - PÔSTER RETIRADO DO ANDB

Egberto Santana Nunes

Alguns anos antes de levar a estatueta de melhor animação no Oscar de 2003 com o clássico A Viagem de ChihiroHayao Miyazaki batia recordes de bilheteria japonesa há um tempo com Princesa Mononoke. Não é para menos. Completando 20 anos esse ano, o longa procura discutir, sob uma perspectiva fantasiosa, agressiva e dramática, a ação do homem na natureza através de sua guerra ecológica.

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Corra! não assusta, mas incomoda

corra! filme poster

Egberto Santana Nunes

Apropriação cultural, racismo institucional, a solidão da mulher negra, relacionamentos inter-raciais. Podemos dizer que, pelo menos nos últimos 20 anos, nunca essas questões foram tão debatidas e tiradas do tabu quanto tem sido agora. E é claro que tais pautas seriam usadas – como sempre foram – pela sétima arte. Os últimos bons exemplos foram Moonlight: Sob a Luz do Luar (2016) que debate a busca por identidade enquanto homem negro e gay e o documentário indicado ao Oscar Eu Não Sou Seu Negro, que conta a história de James Baldwin a partir de um manuscrito inacabado do escritor, tal como a trajetória de luta de Malcolm X, Medgar Evers e Martin Luther King Jr., ativistas pelos direitos dos negros nos EUA. Agora o mais novo lançamento nos cinemas americanos inova ao debater o racismo disfarçado e os relacionamentos inter-raciais por uma ótica diferente, o terror.

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