Em BB/ANG3L, o número três mais uma vez se faz presente como um símbolo angelical (Foto: Nice Life Recording Company)
Henrique Marinhos e Leonardo Pulcherio
Tinashe é uma artista que nunca escondeu sua sede por autenticidade em tudo o que faz. Após dois projetos lançados de maneira independente, BB/ANG3L (pronuncia-se “Baby Angel”) é o primeiro disco da cantora sob o selo da gravadora Nice Life Recording Companydesde seu rompimento com a RCA Records, em 2019. Logo ao se ouvir o projeto completo pela primeira vez, sua liberdade para explorar a Arte livremente é perceptível. O grandioso álbum de sete músicas tem apenas 20 minutos de duração e mostra um lado mais vulnerável da artista, desde a capa sem grandes edições até composições que se comunicam com o ouvinte de maneira mais íntima.
Richard Curtis é o roteirista de comédias românticas famosas como Quatro Casamentos e um Funeral (1994), Um Lugar Chamado Notting Hill (1999) e Simplesmente Amor (2003) [Foto: Universal Pictures]Henrique Marinhos
Lançado em 2013, Questão de Tempo foi um experimento muito bem-vindo. Dirigida e roteirizada por Richard Curtis, a comédia romântica, que completa uma década em 2023, explora as possibilidades e os limites das viagens no tempo, tanto como um recurso narrativo quanto uma metáfora para as escolhas e os arrependimentos da vida. O maior acerto do clássico moderno e despretensioso é não se preocupar em explicar mirabolantemente as ciências da viagem no tempo, mas usar seu espaço para relacionar a temporalidade – que quase se personifica – aos afetos dos personagens e suas relações com o mundo.
Na semana de lançamento, Black Panther: The Album debutou em 1° lugar na Billboard 200 (Foto: Top Dawg Entertainment)
Henrique Marinhos
Black Panther: The Album, trilha sonora de Pantera Negra, é composto por 14 faixas e foi produzido pela Top Dawg Entertainment, mesma gravadora de Kendrick Lamar. A obra se consolidou como um dos aspectos mais elogiados do filme lançado cinco anos atrás, apresentando uma fusão de influências africanas e afro-americanas que resulta em uma sonoridade autêntica e independente da produção audiovisual.
No dia de lançamento, Sweetener quebrou o recorde do Spotify de maior abertura para uma artista feminina, com 15.1 milhões de reproduções (Foto: Republic Records)
Henrique Marinhos
Lançado após um atentado terrorista em um dos shows dacantora Ariana Grande, em Manchester, que resultou em 23 mortes e inúmeros feridos, Sweetener é claramente a cura de muitas feridas e uma carta aberta a novas chances e oportunidades, através de experimentação, criatividade e leveza. O projeto é o quarto álbum de estúdio da ex-act, lançado em 17 de Agosto de 2018 pela Republic Records. Com apenas três colaborações em um total de 15 músicas, Nicki Minaj, Pharrell Williams e Missy Elliott entram em sintonia com a cantora em faixas alegres e chicletes.
Kali Uchis começou a fazer música no banco de trás de um Subaru Forester depois de ter sido expulsa de casa aos 17 anos (Foto: Universal Music)
Henrique Marinhos
Em seu álbum de estreia, Isolation, lançado em 2018 pela Universal Music, a talentosa Kali Uchis se consolidou como uma das vozes mais interessantes e inovadoras do pop alternativo. Apesar da colaboração com artistas renomados, como Thundercat, Damon Albarn, Kevin Parker, Steve Lacy e Badbadnotgood, Uchis manteve sua identidade e brilho em destaque, recebendo elogios da crítica e do público. Não por menos, o trabalho foi indicado ao Grammy de Melhor Álbum de Música Alternativa em 2019 e certificado como ouro pela Recording Industry Association of America em 2020.
A ascendência de Uchis é uma das características mais marcantes em suas músicas. Ela nasceu nos Estados Unidos, mas é filha de imigrantes colombianos. Crescendo entre os dois países, suas inspirações se baseiam majoritariamente nas raízes latinas. Alternando entre o inglês e o espanhol, a cantora explora diferentes ritmos e influências musicais como o reggaetón, a cumbia e a salsa e, através de latinidades sensuais e apaixonadas, cria em Isolation um universo próprio onde pode viver seu amor sem interferências ou julgamentos.
Wolverine, a estrela dos mutantes, apareceu pela primeira vez como vilão – e não em uma história X-Men, mas em uma HQ do Hulk (Foto: Marvel Comics)
Henrique Marinhos e Henrique Rabachini
A história das HQs é datada desde o fim do século XIX, como uma evolução das tiras cômicas publicadas em jornais. Os primeiros quadrinhos eram voltados para o humor e a sátira, mas logo começaram a explorar outros gêneros como a aventura, o romance, o terror e a ficção científica. Um dos que se destacou foi o dos super-heróis, que se consolidou na década de 1930 com a criação de personagens como a dupla da DC Comics, Super-Homem e Batman, e Capitão América, pela Marvel. Esses heróis representavam os ideais de justiça, coragem e patriotismo, em um contexto de crise econômica, guerra mundial e ameaças totalitárias. Eles também refletiam as aspirações e os medos da sociedade norte-americana, que buscava escapar da realidade através da fantasia.
No entanto, nem todos os super-heróis eram tão simples e otimistas. Na década de 1960, surgiram os X-Men, uma equipe de mutantes que traziam uma nova perspectiva para os quadrinhos. Nessa época, o mundo passava por grandes transformações, com movimentos pelos direitos civis como a luta contra o racismo e o movimento hippie, em paralelo a Guerra Fria e a corrida espacial. Sean Howe, jornalista e autor do livro Marvel Comics: The Untold Story, descreve o grupo como provavelmente o mais explicitamente político dos quadrinhos da Marvel dos anos 1960, quando a cultura pop ganhava cada vez mais influência através da Música, do Cinema, da Televisão e, claro, das HQs. Os heróis mutantes são um importante exemplo refletor de seus valores e transformações que completam seu sexagenário aniversário em 2023, propondo questionamentos e a busca por mudanças, influenciando a cultura e a política até hoje.
Croma Kid esteve na 47ª Mostra de Cinema Internacional em São Paulo e também na seção Bright Future do Festival Internacional de Cinema de Roterdã (Foto: Aurora Dominicana)
Henrique Marinhos
Marcado pelo domínio da tecnologia analógica no cenário audiovisual, Croma Kid é uma viagem estonteante aos anos 1990. Dirigido por Pablo Chea e presente na seção Competição Novos Diretores da 47ª Mostra de Cinema Internacional em São Paulo, a ficção nos leva a acompanhar o encantador pré-adolescente Emi (Bosco Cárdenas), em todas as suas rebeldias e pensamentos inquietantes sobre sua família, que o envergonha por sua veia artística e televisiva.
Junto a Dulcineia, mais de 20 filmes portugueses integram a 47ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo (Foto: Bando à Parte)
Henrique Marinhos
Dirigido e roteirizado pelo cineasta português Artur Serra Araújo, Dulcineia conta a história de Hugo, um contrabaixista de jazz que decide tirar um ano sabático e voltar a Porto, sua cidade natal, em busca de equilíbrio e inspiração. No entanto, como o fio condutor da trama, a sinfonia se desenvolve lentamente em torno de um mistério como um pianista famoso, que toca uma música que o protagonista vem escrevendo na sua cabeça há anos, mas nunca conseguiu colocá-la no papel.
A obra está presente na 47ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, na seção Perspectiva Internacional, e mistura elementos de romance, suspense e uma quase fantasia. Suas referências também são diretas e bem-vindas, construindo uma base sólida para o desenvolvimento da narrativa: Dom Quixote, que influi o nome da personagem Dulcineia (Alba Baptista) e sua relação com Hugo (António Parra); a própria cultura de Porto, retratada em belas imagens e diálogos; e o jazz, a paixão e a expressão de Hugo e dos demais músicos que ele encontra em sua nova jornada de autoconhecimento.
El mal querer é baseado em um livro do século XIII de um autor desconhecido (Foto: Columbia Records)
Henrique Marinhos
A cantora, compositora e produtora Rosalía nasceu em Sant Esteve Sesrovires, na Catalunha, em 1992 e se tornou um fenômeno da música pop com o lançamento de seu segundo álbum, El mal querer, há 5 anos. A obra conceitual mistura elementos do flamenco, pop e urban com vocais e visuais esplendorosos e surpreendentes para um projeto de conclusão de curso na Escola Superior de Música da Catalunha.
O curta-metragem, além de estar disponível no Itaú Cultural Play para exibição na 47º Mostra Internaciona de Cinema em São Paulo, também está na íntegra no YouTube (Foto: Cultures of Resistance Films)
Henrique Marinhos
Do Lixo ao Tesouro: Transformando Negativos em Positivos é um documentário que mostra como a Arte pode ser uma forma de resistência, transformação e empoderamento de uma comunidade. O filme acompanha a trajetória de diversos artistas do Lesoto, um pequeno país nas montanhas da África do Sul, que usam o lixo como matéria-prima para suas obras, além de muitas outras atividades sociais. Através da criatividade, da reciclagem e principalmente da paixão pelo que fazem, eles criam peças e projetos que expressam suas identidades, culturas e lutas em um cenário que por muitos seria considerado infértil.