Jimmy e Kim se despedem da mesma maneira que são introduzidos: dividindo um cigarro (Foto: Netflix)
Vitor Tenca
Convergir o que há muito tempo está fragmentado nunca seria uma tarefa fácil. Saul Goodman embarca em um capítulo de desafios contra vilões-heróis já consolidados para provar que uma mente do crime e da justiça pode precisar de uma mesma qualidade: saber cortar caminhos. Na sexta temporada de Better Call Saul, olhamos para os detalhes finais que constroem a narrativa ressentida e desenfreada da vida de um ex-advogado.
A segunda temporada de Emily em Paris tem looks que chamam mais atenção do que a forçação de barra do trio protagonista (Foto: Netflix)
Giovana Keiko
Emily em Paris, série de Comédia estrelada por Lily Collins, que interpreta a marketeira Emily Cooper, se passa quando, há alguns meses na cidade luz, novos dilemas aparecem no caminho da personagem. Mas nada muito preocupante. O seriado pode ser colocado na categoria de “Séries de Almoço”, aquelas de meia horinha, que assistimos com leveza, por puro entretenimento, sem precisar se preocupar com o conteúdo agregado de fato. Ou seja, a mais pura e bela distração. Se você procura por isso, a produção da Netflix é um prato cheio.
Indicada ao Emmy 2022, Barry se distancia ainda mais da Comédia em seu terceiro ano (Foto: HBO Max)
Bruno Andrade
É sempre curioso observar a forma como a violência é veiculada no Audiovisual. Historicamente, a ideia de um assassino de aluguel deprimido não é tão inovadora; na realidade, continua explorada após décadas de representação em videogames e filmes de adaptação. A bem da verdade, é algo sempre deixado nas entrelinhas dos roteiros do gênero, cujas cenas finais giram em torno das redenções platônicas e apaixonadas dos frios matadores, que se rendem ao sentimentalismo e à reivindicação das próprias condições individuais (O Justiceiro [2004], Hitman [2007], Max Payne [2008]).
Parece estar imposta, de forma silenciosa, uma condição depressiva na qual o sentido reside na incansável busca pela “justiça” – improvável, abstrata, distante e egoísta. Mas é aqui que Barry se distancia de todas essas realizações: a condição melancólica do protagonista se estabelece, desde o princípio, como o mote para suas ações, e o ato de cometer os crimes visa, na verdade, preencher seus dias para que ele não pense nos problemas que envolvem sua condição existencial.
Mais assustador que o futuro é o caminho até ele (Foto: Netflix)
Guilherme Veiga
Pensar na revolta das máquinas é naturalmente evocar elementos da Skynet, passando pelos andróides da saga Alien, a destruição estroboscópica da Família Mitchelle chegando nas ficções de Interstellar e 2001 – Uma Odisséia no Espaço. Por mais que essas produções de certa forma tratem também da condição humana, comum de toda boa ficção científica, muitas vezes a vilania da história está voltada aos seres formados por compostos eletrônicos. Em Love, Death + Robots, a carcaça metálica e (às vezes não tão) bem polida, reflete uma humanidade vilã, que, por falta de disputa na cadeia alimentar do poder, arranja um jeito de se voltar contra si própria.
Indicados ao Emmy 2022, Tico e Teco estão de volta no novo filme do Disney+ (Foto: Disney+)
Nathan Nunes
Em 1988, o diretor Robert Zemeckis (De Volta para o Futuro, Náufrago) e o lendário animador Richard Williams (Um Conto de Natal) lançaram ao mundo Uma Cilada para Roger Rabbit, filme que fez sucesso ao convencer o público de que humanos poderiam interagir de maneira convincente com personagens de animação. No ano seguinte, a Disney se preparava para estrear em seu canal a série Tico e Teco e os Defensores da Lei, uma revitalização da marca dos dois esquilos – existente desde os anos 40 – em forma de desenho animado, que também gerou bons resultados de audiência para a casa do Mickey.
Depois de dirigir um documentário sobre a Primeira Guerra Mundial, Peter Jackson se volta para o mundo da música em Get Back (Foto: Disney+)
Caio Machado
Em 1969, os membros do grupo musical The Beatles se reuniram para a produção do que viria a ser o álbum Let It Be. O cineasta estadunidense Michael Lindsay-Hogg foi chamado para filmar o processo de concepção do disco, o que deu origem ao documentário que leva o mesmo nome do álbum e contém também o famoso espetáculo no terraço, última aparição pública da banda. Mais de 5 décadas depois, foi lançada a série documental The Beatles: Get Back, dirigida e produzida por Peter Jackson (O Hobbit, King Kong), que se aproveita das imagens de arquivo produzidas em 1969 para dar origem a 3 episódios, totalizando aproximadamente 8 horas de duração.
A trilha sonora marcante de Clint Mansell e Kevin Kiner é um dos grandes destaques de Pacificador, que recebeu uma indicação ao Emmy 2022 (Foto: HBO Max)
Mariana Nicastro
Após décadas de filmes de super-heróis, obras subversivas desse tema nascem como algo novo, diferente das fórmulas surreais representadas sob o véu puro e íntegro das produções Disney. Porém, mais interessante do que assistir à jornada já conhecida de heróis quase perfeitos, de super-homens, é acompanhar o desenvolvimento, conflitos e contrastes de um anti-herói, sem pudor, honra ou valores e objetivos generosos. Afinal, dualidades e fortes conflitos internos os fazem mais humanos e reais.
Expressiva em mais uma edição da premiação, a série concorre em 16 categorias do Emmy 2022 (Foto: HBO Max)
Vitória Vulcano
Dê a Sam Levinson a chance de borrar as linhas entre o drama e o escárnio humanos, e ele voltará escrachando toda e qualquer camada da vida. Da produção de X, passando pela roteirização de Malcolm & Marie e atingindo a direção de País da Violência, essa tática marca seus passos em Hollywood. E foi participando dos três pilares da Sétima Arte, conjuntamente e pela primeira vez, que o cineasta criou a singular Euphoria. Vira e mexe empilhando aclamação e burburinho nas portas dos estúdios HBO, desde sua estreia avassaladora em 2019, a série redefiniu o sucesso televisivo e cultivou expectativas de sobra para sua segunda temporada.
Com quatro indicações no Emmy 2022, The Andy Warhol Diaries concorre na categoria de Melhor Série Documental ou de Não-Ficção (Foto: Netflix)
Enzo Caramori
As máquinas têm menos problemas. Eu gostaria de ser uma máquina, e você? – Andy Warhol
Entre retratos formais da teoria da Arte, colunas em páginas de fofoca e imagens em threads explicativas, sempre existiu o dilema de quem era Andy Warhol. Para muitos, a resposta pode ser simples e se resumir nos símbolos que ele construiu a si mesmo – como a famosa e espalhafatosa peruca branca. Essa era a pretensão de um homem que se tornou um ícone, que, diante da mídia, não abria espaço para nada além de uma leitura superficial de sua obra – uma ilustração aparentemente objetiva da sociedade de consumo – e de sua excêntrica personalidade.
Adele celebra o lançamento do álbum 30 com um show especial direto de Los Angeles (Foto: CBS)
Vinícius Rodrigues
Shh… Silêncio! Adele começou a cantar e o mundo inteiro está afim de ouvir. Exibido em novembro de 2021, no canal estadunidense CBS, e transmitido simultaneamente no Paramount+, Adele One Night Only contou com a interpretação de clássicos da cantora londrina e canções inéditas de seu quarto álbum de estúdio, 30. A apresentação musical ocorreu em outubro do mesmo ano, no Observatório Griffith, localizado em Los Angeles. Ao mesmo tempo, uma entrevista conduzida por Oprah Winfrey abriu as cortinas para o que seria o show de Adele.