Entre erros e acertos, Elementos tenta manter a fórmula através de um romance

Cena do filme Elementos. A imagem apresenta em primeiro plano as personagens principais da história, Faísca, uma chama com aparência humanizada feminina, de cor laranja vibrante com tons amarelos e vermelhos, cabelo que se assemelha a uma labareda, olhos com íris na cor âmbar, sobrancelhas, nariz em pé e que veste uma roupa preta com detalhes dourados. Ela estica a mão em direção a mão de gota, uma gota de água humanizada, com o corpo azul quase transparente, olhos azuis claros e um sorriso sutil no rosto, que veste uma camiseta lilás com listras brancas na manga. Enquanto ele a encara sereno, ela parece preocupada. Atrás deles, é possível ver a cidade Elemento, sede do filme, pela qual se espelham prédios altos, alguns azuis (do elemento água), alguns mais esverdeados (do elemento terra), além de um lindo lago com cristais coloridos.
Com um visual estonteante, digno de encher os olhos do espectador, Elementos cativa muito mais no que se vê do que se lê na história (Foto: Disney+)

Aryadne Xavier

Ao lançar Toy Story 1 em 1995, a Pixar foi muito além da proeza de fabricar o primeiro filme de animação longa-metragem totalmente produzido em um computador. Após quase 30 anos, o longa segue sendo um dos maiores clássicos do Cinema e um marco em toda uma geração que cresceu assistindo aos desenhos do estúdio. Anos e sucessos de bilheteria depois, a fórmula do sucesso pode ser descrita, de maneira simplória, como um casamento entre a inovação visual e a profundidade de suas histórias. Indo além de apenas um show técnico, as jornadas de seus personagens sempre foram cativantes e relacionáveis com o público, trazendo aquilo que era contado na tela próximo de quem assistia, emocionando e conectando com multidões.

Com o tempo, a técnica foi se transformando, deixando de focar em apenas uma jornada e ambicionando a criação de um universo inteiro em duas horas de produto final em que, entre erros e acertos, muitas coisas poderiam ser pontuadas. Talvez o maior sucesso nessa lógica tenha sido Divertida Mente (2015), acompanhando de perto a mente da pequena Riley.  Tentando replicar o mesmo método de sucesso em Elementos, o estúdio foi pego então pela sua maior armadilha: a balança desigual entre técnica e humanidade. E na tentativa de conciliar os gráficos e a química impecável por trás do seu visual, o filme peca ao deixar de lado sua premissa original em prol de um romance que brilha aos olhos e até emociona, mas não leva muito ao coração.

Continue lendo “Entre erros e acertos, Elementos tenta manter a fórmula através de um romance”