Do amor à política, a importância da memória é infinita para Maite Alberdi

O longa venceu como Melhor Filme Ibero Americano no Goya Awards, considerado o principal prêmio do Cinema espanhol (Foto: MTV Documentary Films)

Nathan Nunes

Em Agente Duplo (2020), a diretora Maite Alberdi deixou clara a sua metodologia: partir de um objeto de estudo do cotidiano para refletir sobre temas mais profundos. Indicado ao Oscar de Melhor Documentário naquele ano, em que perdeu para o inferior Professor Polvo, o longa acompanhava Sérgio, um senhor viúvo que era incumbido da missão de se infiltrar em um lar de idosos para investigar uma denúncia de maus tratos. No desenrolar dos acontecimentos, observamos ele se afeiçoar progressivamente aos hóspedes do local, ao compartilhar com eles seus sentimentos de solidão. 

Agora, Alberdi retorna ao Oscar com A Memória Infinita, também indicado na categoria de Melhor Documentário. O método continua o mesmo, mas o objeto de estudo é bem menos pitoresco que o anterior. Trata-se do casal chileno Augusto Góngora e Paulina Urrutia. Ele foi jornalista, cineasta e apresentador da Televisão Nacional do Chile, a única rede televisiva estatal do país. Ela é uma atriz de renome, cuja influência a levou ao cargo de ministra da cultura da ex-presidente Michelle Bachelet, durante o seu primeiro mandato, entre 2006 e 2010. Ainda que tivessem enorme reconhecimento popular, ambos enfrentaram, em sua vida privada, um triste dilema: o mal de Alzheimer, com o qual Augusto foi diagnosticado em 2014. 

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