A 3º temporada de Disque Amiga para Matar conquistou 33,33 milhões de horas assistidas somente na primeira semana (Foto: Netflix)
Vitória Borges
Considerada uma das melhores séries de comédia produzidas pela Netflix, Disque Amiga para Matar conta com humor perverso em meio a ironia, exageros e muita sinceridade. O enredo do seriado é centrado na história de Jen Harding – papel interpretado por Christina Applegate – que perdeu o marido em um trágico acidente de carro e que, em meio a tanta desordem, conhece Judy Hale (Linda Cardellini), uma simples mulher que guarda segredos sombrios a respeito de seu passado.
Às vezes uma família é composta por três vampiros centenários, uma criança vampira de energia e um familiar que está esperando há 13 anos para se tornar um sanguessuga (Foto: FX)
Dante Zapparoli
A quarta temporada de What We Do in the Shadows tinha a faca e o queijo na mão, desde os colegas de quartos vampiros voltando de suas jornadas separadas que os fariam evoluírem como mortos-vivos até a apresentação de conceitos como família, amor e outras construções sociais as quais estamos acostumados – e que são estranhas para seres centenários. No entanto, o queijo foi jogado fora e a faca parece mirar em uma desvalorização ainda maior dos subplots femininos de Nadja (Natasia Demetriou) e em temáticas com contextos racistas, como com Marwa (Parisa Fakhri).
“No fundo, todos nós gostaríamos que houvesse uma maneira de saber que estamos vivendo os bons e velhos tempos antes da gente ter que deixá-los”. (Foto: NBC)
Agata Bueno
Nove gerentes regionais, três casamentos, seis festas de Halloween, sete festas de Natal, duas edições do Dundies, um atropelamento, um filme e um documentário. A adaptação estadunidense da série de Ricky Gervais e Stephen Merchant reproduziu a rotina de uma empresa de papel no interior da Pensilvânia entre Março de 2005 e Maio de 2013. Em meio às inúmeras ameaças de fechamento, as nove temporadas de The Office mostraram o dia a dia das pessoas que se encontram das 9h às 17h na Dunder Mifflin. Ou melhor, de uma família que se formou diante das câmeras no decorrer dos 201 episódios e acumulou uma audiência que se tornou mais do que clientes interessados em papel.
“Quero quebrar cada regra que existe” (Foto: Amazon Prime Video)
Costanza Guerriero
Há cinco anos, The Marvelous Mrs. Maisel nos conta como é ser uma mulher comediante nos anos sessenta. Não apenas uma mulher, mas uma mulher divorciada que decide trabalhar. Não apenas trabalhar, mas trabalhar com comédia. O fim da série confirma que a produção sempre tentou trazer uma mensagem para além do que é conviver com o machismo, sendo sobre a possibilidade de quebrar as regras que a sociedade nos impõe – não porque se deve, mas porque se deseja. A produção conta uma história sobre ter coragem de fazer o que deve ser feito, para chegar nos lugares que se deseja, mesmo carregando um enorme fardo: ser uma mulher ambiciosa. Vencedora de vinte Emmys, este ano a produção chegou mais uma vez na premiação concorrendo a quatorze prêmios, incluindo Melhor Série de Comédia, e tornando-se uma das preferidas pelo seu brilhante desfecho.
Vencedor do Prêmio do Júri no Festival de Cannes, Folhas de Outono integrou a seção Perspectiva Internacional da 47ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo (Foto: O2 Play)
Vitória Gomez
Em um dia cinza, uma trabalhadora de um supermercado é demitida por furtar uma refeição vencida, que iria para o lixo. Pouca diferença faz, já que um serviço tão mecânico poderia ser melhor aplicado em qualquer outro lugar. Na mesma cidade, mas aparentemente sem conexão nenhuma, um homem alcoólatra é dispensado por beber no trabalho. Para ele, a mesma coisa: com exceção do salário no fim do mês, pouco importa. É nesse cenário de desilusão e desesperança total que ambos se encontram, e Folhas de Outonomostra que é possível fazer comédia romântica sem nenhuma paixão ou graça.
Presente na 47ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo e no Festival de Cannes, o longa do finlandês Aki Kaurismäki parte de um lugar comum: uma demissão – ou melhor, duas demissões. No entanto, com a constante frieza do trabalho assombrando o dia a dia, as risadas se fazem no absurdo e na solidão compartilhada entre dois protagonistas que igualmente buscam por conexão humana (ou animal) em meio a um cotidiano de sobrevivência.
O longa-metragem é um dos melhores de 2023 e precisa da sua atenção (Foto: Sony Pictures)
Guilherme Machado Leal
Estrelas de Hollywood e o incrível percurso de uma montanha-russa são o combo perfeito para se estudar a trajetória da carreira de um ator. Todos, sem exceção alguma, possuem seus altos e baixos, períodos em que são muito requisitados e tempos sombrios nos quais são esquecidos. Tal caminho, inerente à fama, também encontrou a atriz Jennifer Lawrence (Jogos Vorazes). A nossa eterna Katniss Everdeen, que já foi o talento mais bem pago por dois anos seguidos, se afastou dos holofotes para se concentrar na maternidade. No entanto, após ler o roteiro de um certo filme, a ganhadora do Oscar decidiu retornar ao mundo da atuação. Afinal, o que em Que Horas Eu Te Pego? a colocaria de volta às telonas?
Barry chegou ao fim em uma nota fria, dura e irônica, que garantiu o lugar da série na corrida pelo Emmy 2023 (Foto: HBO Max)
Giovanna Freisinger
A quarta e última temporada de Barry responde às perguntas existenciais levantadas pela obra até então e leva a história, que parecia estar em uma rua sem saída, ao seu desfecho. Seus momentos finais a consolidam como uma das melhores produções de televisão dos anos recentes. Os fãs da série estão na torcida para que esse seja o ano em que ela finalmente conquiste o título de Melhor Série de Comédia no Emmy2023, após três indicações nesta categoria, mas nenhuma vitória até então. O obstáculo é a concorrência pesadíssima da categoria, com Abbott Elementary, A Maravilhosa Sra. Maisel, Jury Duty, Only Murders in the Building, Ted Lasso, The Beare Wandinha.
Em Vai Ter Troco, Nany People e Evelyn Castro esbanjam carisma com suas personagens Zildete e Tonha (Foto: Amaia Produções)
Guilherme Machado Leal
A música Xibom Bombom do grupo As Meninas é marcada pelo padrão de vida de pobres e ricos. Nela, os versos “Quero me livrar dessa situação precária” e “onde o pobre cada vez fica mais pobre e o rico cada vez fica mais rico” explicitam um tema recorrentemente abordado na cultura brasileira: a desigualdade social. Produtos audiovisuais sobre esse assunto são vastos, mas o que diferencia Vai Ter Troco de tudo que já foi explorado? O filme dirigido por Maurício Eça (A Menina que Matou os Pais) é centrado em duas protagonistas carismáticas: Tonha (Evelyn Castro), uma mulher com pavio curto, e Zildete (Nany People), uma senhora dócil e piedosa. Juntas, elas trabalham na casa dos ricaços Sarita (Miá Mello) e Afonso (Marcos Veras) – um casal superficial à décima potência.
A carreira da showrunner Quinta Brunson começou quando ela viralizou com uma série de vídeos em seu Instagram enquanto ainda era funcionária de uma loja da Apple (Foto: ABC)
Guilherme Veiga
Se existe uma coisa que é intrínseca à grande parcela de nós, é a escola. Presente em uma parte considerável de nossas vidas, é nela que desenvolvemos a totalidade de quem somos. Dos professores que amamos aos que odiamos, dos amigos que duram para a vida inteira aos que nos despedimos a cada formatura, dos discursos de ‘vocês são a pior sala da escola’ às provas aparentemente impossíveis de ciências para a época; sem dúvidas, aquele ambiente quase que fabril a láTempos Modernos, das filas, do hino nacional antes da aula e das decorebas de fórmulas, é um dos grandes responsáveis por nos moldar.
Um ambiente tão factível também é uma faca de dois gumes nas telas. Se, por um lado, a representatividade é quase instantânea – vide os corredores das séries teen da Nickelodeon como ICarly e Victorious ou as aulas da Srta. Morello em Todo Mundo Odeia o Chris -, por outro, é extremamente complicado ir além dessa visão comum de tantos. Porém, é exatamente esse desafio que Abbott Elementary, o novo e já queridinho nome das sitcoms, se propõe.
Sob as subjetividades de suas protagonistas, A Vida Sexual das Universitárias repousa em um retorno maduro e coerente (Foto: HBO Max)
Jamily Rigonatto
Quatro meninas de personalidades completamente diferentes em um quarto de universidade e a possibilidade de explorar o que o desejo permitir? Já vimos algo parecido antes, mas a receita de A Vida Sexual das Universitárias tem um tempero a mais. Com dramas sinceros e o sopro da juventude contemporânea, a série original da HBO Max chegou ao seu segundo ano pronta para conquistar os corações e corpos da Essex College.