A juventude é a fase da intensidade. De dramas, sensações, desejos e sonhos. Nela, as amizades são eternas, os amores são infinitos num dia, efêmeros no outro, e os problemas são o fim do mundo. É a fase da rebeldia e das descobertas. Há 15 anos, Skins (UK), ou Juventude à Flor da Pele, explorou tudo isso de forma intimista, sob perspectivas de distintos jovens ingleses que tinham uma coisa em comum: a consciência de que crescer não é fácil, mas que amizades, família e empatia tornam o processo menos cruel.
Lançado em 2006, O Diabo Veste Prada continua gerando rixa na internet (Foto: DR)
Ana Júlia Trevisan
O que esperar quando dois grandes nomes da cultura pop como Meryl Streep e Anne Hathaway se juntam em um filme? Nada menos que uma produção tão calorosa quanto o inferno. Dirigido por David Frankel e adaptado de um livro de mesmo nome (esse escrito por Lauren Weisberger), O Diabo Veste Prada é um dos maiores marcos de 2006, eternizando a toda-poderosa Miranda Priestly, a jornalista recém-formada Andrea Sachs e os corredores da revista Runaway.
Em 2021, o mundo de Marisa Monte dividido entre Infinito Particular e Universo Ao Meu Redor completou 15 anos (Foto: Marisa Monte)
Raquel Dutra
O planeta Terra não era habitado por Marisa Monte quando este iniciava o ano de 2006 ao completar mais um ciclo ao redor do Sol. Depois de dar à luz ao fenômeno romântico filho de Vênus batizado de Memórias, Crônicas e Declarações de Amor em 2000, a jovem deusa da música pop brasileira se recolheu. Para bem longe do brilho, grandiosidade e tudo mais que envolvia a ideia de sua ascensão escrita nas estrelas, cuja concretização nesta galáxia lhe era prometida desde os anos 90, Marisa Monte passou seis anos orbitando o seu próprio universo.
Claire, Aquamarine e Hailey conversam sobre o plano de ajudar a sereia a encontrar seu verdadeiro amor (Foto: Storefront Pictures)
Marcela Zogheib
Das profundezas dos anos 2000, emerge o filme que mistura seres mitológicos, drama adolescente e músicas do Weezer, e faz dar certo. Aquamarine conta a história de Claire (Emma Roberts) e Hailey (JoJo), duas amigas que moram numa cidade praiana e, antes do verão acabar, encontram uma sereia (Sara Paxton). Agora, ambas precisam ajudá-la a realizar seu plano para que ela as recompense com um desejo.
Maria Antonieta no estado “se não tem bolo, que comam brioches”, porém Sofia Coppola deixa bem claro que a monarca nunca disse isso (Foto: Columbia Pictures)
Layla de Oliveira
Ah, a Revolução Francesa. Marcada em nossas memórias do Ensino Médio como o momento de estrelato da guilhotina, mas ela é claramente muito mais do que isso. A grande desigualdade social e econômica resultou em um nível de pobreza nunca antes visto no país, enquanto os aristocratas esbanjavam em festas e novos palacetes. Resultando na Queda da Bastilha, um símbolo da opressão francesa, a Revolução determinou o fim da monarquia absolutista na França, e influenciou muitos outros países a seguirem o exemplo, além de dar início à Idade Contemporânea na história ocidental.
Mas Sofia Coppola não poderia ligar menos para tudo isso. O filme Maria Antonieta, que completa 15 anos desde sua estreia (conturbada) no Festival de Cannes neste 24 de maio, não conta a história de Maria Antonieta (Kirsten Dunst), a rainha absolutista e Madame Déficit como muitos outros filmes, séries, livros e documentários fazem; ela simplesmente nos faz acompanhar a vida de Maria Antonieta, uma jovem de 14 anos que foi obrigada a adaptar-se em um novo ambiente, com muitas expectativas e deveres a rondando sempre. E muitas cores pastéis, também.
Uma das cenas mais emocionantes da última temporada – Miley relembra os momentos cativantes que viveu entre sua vida dupla e pensa em revelar seu segredo (Foto: Reprodução)
Vinícius Santos
Here we go everybody! Quem nunca se divertiu cantando a música de abertura e se imaginando vivendo o melhor dos dois mundos? Não é novidade que Hannah Montana foi um sucesso fenomenal. A franquia, que completa 15 anos em 2021, foi criada por Michael Poryes, Rich Correll e Barry O’Brien e conseguiu render ao canal de TV Disney Channel onze DVDs, dezessete discos, dois filmes, vinte e quatro livros e seis jogos eletrônicos oficiais, além de ser indicada a 4 prêmios Emmy.
O clássico do PS2 completou 15 anos em outubro (Foto: Reprodução)
Gabriel Oliveira F. Arruda
Lançado inicialmente para o PlayStation 2 em 2005 e mais tarde remasterizado para o PlayStation 3 e inteiramente refeito para o PlayStation 4, Shadow of the Colossus possui um legado especial na história dos videogames. Estreando próximo de jogos clássicos de mundo aberto como Grand Theft Auto: San Andreas, considerado um dos formadores do gênero, a obra prima de Fumito Ueda e do Team Ico permanece tão influente hoje quanto foi 15 anos atrás. Inspirando incontáveis análises de sua narrativa trágica e de seu game design que vai de contrapartida a muitas tendências atuais.
Há 15 anos, Harry Potter e o Cálice de Fogo chegava às telas dos cinemas (Foto: Reprodução)
Júlia Paes de Arruda
Não há dúvidas quanto ao sucesso das histórias emocionantes envolvendo o mundo de Harry Potter. O quarto filme da saga britânica, Harry Potter e o Cálice de Fogo, já deixa isso claro 15 anos atrás, quando faturou mais de 100 milhões de dólares em apenas três dias em cartaz nos Estados Unidos. É plausível dizer que essa conquista não veio dos novos cortes de cabelos que os atores, como Daniel Radcliffe e Rupert Grint, adotaram na época. Na verdade, é a partir desse filme que a trama mais sombria adentra no universo mágico com a chegada de Lord Voldemort.
Uma sirene corta a noite, enquanto carros buzinam no que parece ser uma rua movimentada. Mas não é só o ruído urbano que se ouve. Vem vindo um compasso, seco e sintetizado, que se aproxima aos poucos. Logo, a cidade é engolida pela batida eletrônica. Estamos na pista de dança. É assim que é introduzida I Love New York, faixa 5 do décimo disco de estúdio de Madonna, Confessions on a Dance Floor (2005). A música homenageia não só a cidade que acolheu a aspirante a dançarina, quando ali ela desembarcou – com apenas 35 dólares no bolso, reza a lenda -, mas também o tipo de estado de espírito noturno e eufórico que resiste nas ruas e explode sob a luz de estrobo.
“É estranho pensar que todas as grandes mulheres da ficção tenham sido, até o advento de Jane Austen, não só retratadas pelo outro sexo, mas apenas de acordo com sua relação com o outro sexo”. (Virginia Woolf)
Da esquerda para a direita: Kitty, Sra. Bennet, Elizabeth, Lydia, Jane e Mary, ao fundo (Foto: Reprodução)
Vanessa Marques
Orgulho e Preconceito (2005), dirigido por Joe Wright, é a adaptação para o cinema da obra famosa de Jane Austen. Sob uma capa de aparente inocência, a trama retrata os costumes rígidos e patriarcais da aristocracia rural inglesa do século 19. Estrelado por Keira Knightley (Elizabeth Bennet) e Matthew Macfadyen (Darcy), o longa-metragem, que retornou ao catálogo da Netflix em seu ano de debutante, mergulha o espectador numa estética delicada e sensorial, fruto da tríade indicada ao Oscar — produção, direção de arte e trilha sonora.