Tudo Bem no Natal que vem é o primeiro filme de Natal brasileiro da Netflix (Foto: Reprodução)
Letícia Depiro
Quando Jorge, personagem de Leandro Hassum, acorda no dia 24 de dezembro de 2010, tudo parece errado para ele, que se levanta e passa o dia resolvendo todas as pendências para a festa de Natal daquela noite, enfrentando calor, trânsito e lugares lotados. Depois de uma introdução em que o protagonista expõe toda sua complicada relação com a festa, que coincide com seu aniversário, o filme faz um bom trabalho em apresentar o conflito entre Jorge, a data e as relações familiares que o permeiam. Tudo Bem no Natal Que Vem é um filme que mistura todos os clichês natalinos com a típica comemoração brasileira.
On the Rocks acompanha Laura e seu pai Felix investigando a suposta traição do marido Dean, numa Nova Iorque mais triste e idealizada que o comum (Foto: Reprodução)
Vitor Evangelista
On the Rocks é uma expressão em inglês indicando que uma bebida, normalmente alcoólica, deverá ser servida com gelo. É também o nome do sétimo filme de Sofia Coppola, diretora experiente em contar histórias calmas na superfície, mas recheadas de drama e ventanias por debaixo dos sorrisos amarelos e jardins ensolarados. Na incongruente filmografia da norte-americana, o filme de 2020 é um anexo a temáticas passadas, mas abre o leque para a sutilidade do inevitável e a magia do ordinário.
A princípio, o título do filme seria “Rapunzel”, porém, Enrolados surgiu como uma alternativa para afastar a adaptação da obra original (Foto: Reprodução)
Júlia Paes de Arruda
Os versos poéticos e dançantes das músicas de Enrolados marcaram a geração que viveu as propagandas do seu lançamento, 10 anos atrás, no Disney Channel. Era impossível trocar de canal ao ouvir qualquer canção promocional. Essa paixão, na época, fez a adaptação do conto de Rapunzel superar o sétimo filme de Harry Potter nos Estados Unidos e ganhar o coração dos fãs apaixonados pelas histórias de princesas Disney.
“A grandeza não é o que você pensa” (Foto: Reprodução)
Ana Laura Ferreira
“Diana de Themyscira, filha de Hippolitya, Rainha das Amazonas”. Mas e se ela fosse mais do que isso? O que aconteceria se ela saísse definitivamente do santuário destas guerreiras gregas e se mudasse para o “reino dos homens”? Mesmo tendo provado um gostinho dessa adaptação da heroína à um novo cotidiano em Mulher Maravilha (2017), Patty Jenkins torna a trazer Gal Gadot no papel da matadora de deuses, mas dessa fez de forma muito mais habituada, orgânica e organizada em Mulher Maravilha 1984.
É quase impossível repetir ‘Scooby-Doo, cadê você meu filho?’ sem fazer a voz de Salsicha Rogers (Foto: Reprodução)
Júlia Paes de Arruda
‘É, turma… Parece que temos um novo mistério nas mãos’. A frase tão emblemática de Fred Jones tornou-se ainda mais nostálgica com a divulgação de um filme em 3D do dogue alemão mais querido por adolescentes e adultos que cresceram assistindo os desenhos do Scooby-Doo. Nem mesmo a pandemia e a tímida reabertura das salas de cinema impediu que os fãs pudessem apreciar a animação Scooby!, que logo conquistou o topo das bilheterias.
Jagshemash! – expressão utilizada por Borat provinda do polonês “Jak sie masz” que quer dizer “olá, como você está?” (Foto: Reprodução)
Vitor Tenca
No longínquo ano de 2006, um jornalista cazaque recebia a missão de gravar um documentário em solo americano, com o intuito de trazer costumes e conhecimentos de uma nação “mais avançada” para seu país natal. No entanto, digamos que os resultados não saíram conforme o esperado. Em Borat – O Segundo Melhor Repórter do Glorioso País Cazaquistão Viaja à América, que só foi lançado no Brasil em 2007,nosso querido jornalista, mais conhecido como Borat Sagdiyev, sofreu algumas represálias diante o fracasso nacional da produção, desde humilhação em público, cassação de seu direito jornalístico e até o sentenciamento à prisão perpétua nos gulags do Cazaquistão.
(In)felizmente, suas missões não pararam por aí. Borat: Fita de Cinema Seguinte, fruto da Amazon Prime Video, vem, em 2020, nos mostrar o porquê do personagem interpretado – ou melhor dizendo, vivido – por Sacha Baron Cohen precisar viajar para os EU e A novamente, dessa vez para aproximar seus líderes ao glorioso McDonald Trump: o responsável por restaurar todos os valores do americano de bem. E, mais uma vez, lá ia nosso esquisito repórter em direção as terras ianques, levando consigo o Ministro da Cultura, Johnny the Monkey – exatamente, um macaco – como presente para aproximar os dois países em níveis diplomáticos.
Björk no set de Dançando no Escuro (Foto: Reprodução)
Humberto Lopes
Dançando no Escuro, Dancer in the Dark no idioma original, completa 20 de anos de legado como o musical mais triste de toda a história do cinema. A obra lançada em 2000 é a primeira produção do gênero da carreira de Lars Von Trier, polêmico diretor dinamarquês que assinou o roteiro e direção do longa-metragem estrelado pela cantora islandesa Björk.
O filme encontra uma brecha divertida para prever 2021: mutações por conta da vacina e a posse da presidente Harris são dois pontos levantados por 2020 Nunca Mais (Foto: Reprodução)
Vitor Evangelista
Alguns anos atrás, quando as tramoias de Frank Underwood não chocavam tanto quanto as de Donald Trump, percebemos que a modernidade não deve nada aos roteiros de Hollywood. São muitos os fatores que colocam 2020 num radar dramático e narrativo para a ficção se esbaldar. No contexto da pandemia e das eleições norte-americanas, Charlie Brooker e Annabel Jones decidiram que não liberariam uma temporada nova de Black Mirrorno momento, mas eles fizeram melhor: optaram por lançar um especial de comédia recapitulando o ano. Eis que surge 2020 Nunca Mais.
Uma lhama?! Era pra ele morrer! (Foto: Reprodução)
Caroline Campos
Todos nós conhecemos o padrão Disney de clássicos irrefutáveis – um protagonista justo e merecedor que passa por um grande desafio contra um vilão maquiavélico e acaba retomando a paz de seu insira aqui: vilarejo, país, reino, entre outros. No entanto, logo após o fim da Era da Renascença no início do séc. XXI, surge uma sequência de filmes que não se encaixaram muito bem com o que o ratinho nos apresentava anteriormente e encabeçaram a chamada Era da Experimentação. Entre eles, talvez o que faz mais jus ao nome do período em que pertence, está A Nova Onda do Imperador, que completa 20 anos no ano de 2020.
Bravura Indômita (em inglês True Grit) carrega tons cômicos finos, mas é o tempo todo regado de um tom de realidade cruel, trazendo um conjunto de cenas que chegam a ser brutais (Foto: Reprodução)
Vinícius Siqueira
Coragem. Sangue. Orgulho. Vingança. Crueldade e, finalmente, bravura. Palavras que carregam significados tão profundos. Termos que carregam histórias – sejam elas boas ou cruéis. Palavras que carregam em si cargas emocionais muitas vezes incompreensíveis, que contaram uma história de vingança, de perseguição, de derrocada moral e de justiça. Palavras essas que, por fim, teceram o primor da trama de Bravura Indômita (True Grit, no original).
Lançado no ano de 2010, mas só chegando aos cinemas brasileiros em 2011, a obra dirigida pelos Irmãos Coen (Ethan Coen e Joel Coen) representa um marco no gênero de faroeste e um grande tributo para os clássicos do gênero. Tendo sido capaz de construir uma trama que foge a grande parte dos clichês e estereótipos comuns ao gênero western (faroeste), Bravura Indômita nos dá um enredo surpreendente e recheado de cenas de tensão, suspense ou pura reflexão. Além de algumas cenas de ação e tiroteio que trazem o charme inerente aos clássicos do cenário do Velho Oeste.