Há 30 anos, Jurassic Park marcava a história do Cinema e a memória de gerações

Cena do filme Jurassic Park. A foto mostra o elenco principal. John Hammond, um idoso com barba e cabelos grisalhos, usa uma camisa branca, óculos de grau e um chápeu. Mais para trás, Ian Malcolm, usa camisa e casaco pretos e óculos escuros. Depois, Alan Grant, de camisa jeans, chapéu e uma bandana vermelha no pescoço e Ellie Satler, de camisa azul, blusa rosa por cima, óculos de grau e cabelo preso, loiro. Todos com uma expressão de surpresa no rosto.
Jurassic Park: O Parque dos Dinossauros completa 30 anos em 2023 (Foto: Universal Pictures)

Lara Fagundes

Bem vindos ao Jurassic Park!” É com essa frase que o casal de apaixonados por dinossauros, Alan Grant (Sam Neil) e Ellie Satler (Laura Dern), é recebido na Ilha Nublar. Também é dessa forma que Jurassic Park: O Parque dos Dinossauros foi apresentado ao público nos cinemas em 1993, por Steven Spielberg. O grande cineasta, já conhecido por Tubarão, E.T.: O Extraterrestre e os primeiros Indiana Jones, dirigiu o filme que revolucionou a história do Cinema com uma equipe de efeitos visuais dedicada em levar o telespectador de volta a 66 milhões de anos atrás, quando os dinossauros ainda habitavam o planeta. 

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Longe dos altares, Elvis faz seu espetáculo nos conflitos e contrastes

Cena do filme Elvis. A imagem é retangular e mostra o cantor Elvis no centro da foto, em um primeiro plano. Ele está representado do quadril para cima, com o corpo inclinado para trás e olha diretamente para a câmera enquanto canta, com a sua mão direita segurando o microfone. Ele usa uma jaqueta preta de couro e sua guitarra vermelha está pendurada no pescoço. Elvis é interpretado por Austin Butler. Ele tem cabelos escuros, lisos e penteados para trás, olhos azuis e uma pele clara, mas bronzeada. Em segundo plano é possível ver a plateia assistindo ao show. A maioria dos presentes é composta por mulheres que observam Evis encantadas.
Retorno de Baz Luhrmann às telonas após um hiato de nove anos, a cinebiografia de Elvis Presley arrematou indicações nas principais premiações dos Sindicatos estadunidenses da Sétima Arte (Foto: Warner Bros. Pictures)

Mariana Nicastro e Vitória Vulcano

Como se dá a ascensão de uma estrela? E sua queda? Representar uma figura real respeitando seus contrastes não é uma tarefa simples, nem contar uma história desse calibre com originalidade. Baz Luhrmann poderia facilmente ter encaixado Elvis nos moldes narrativos típicos do gênero: lineares, focados na perspectiva do artista e, como se isso garantisse um selo de aprovação, investindo em uma homenagem. Mas o longa – que disputa oito estatuetas no Oscar 2023 – se inspira no próprio ídolo ao procurar problemas. Revelando conflitos profundos, perspectivas que fogem do unidimensional e muita identidade, a cinebiografia avessa do rei do Rock n’ Roll constrói seu espetáculo entre linhas dramáticas, sensíveis e indiscutivelmente musicais.

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Avatar: O Caminho da Água oferece um banquete aos olhos, mas não ao coração

Cena do filme Avatar : O Caminho da Água. O mar está rodeado de pedras flutuantes enquanto o sol e seu reflexo brilham no horizonte. Na água estão cinco alienígenas da raça Na’vi do Planeta Pandora. Seus olhos são grandes e amarelos, e uma estrutura corporal que equivale a dois humanos com uma cauda longa e fina. Seu corpo é coberto por uma pele azul brilhante com listras mais escuras, e seu cabelo é longo e preto. A fisionomia do rosto do avatar tem características como testa alta, nariz achatado e bochechas salientes.
O primeiro Avatar ajudou a popularizar produções em 3D estereoscópico de alta definição, sendo um dos pioneiros na utilização (Foto: 20th Century Studios)

Henrique Marinhos

Em Avatar: O Caminho da Água, não há como negar uma qualidade técnica impressionante, que nos leva ainda mais fundo no mundo de Pandora que revolucionou o Cinema com a tecnologia CGI em 2009. O diretor James Cameron e o produtor Jon Landau criaram um marco ao proporcionar um nível de realismo nunca antes visto. A sequência de 2022 é também uma experiência cinematográfica única, com uma meticulosa atenção aos detalhes e uma riqueza de elementos visuais que são aprimorados pelos efeitos em 3D, imergindo o espectador e garantindo indicações ao Oscar 2023 nas categorias de Melhores Efeitos Visuais, Melhor Fotografia e Melhor Design de Produção.

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Top Gun: Maverick prova que ainda queremos voar com Tom Cruise

Cena do filme Top Gun: Maverick. Na imagem, o protagonista Maverick, um homem branco de cabelos e olhos escuros, está pilotando um avião de caça. Ele veste um uniforme militar na cor verde escura e equipamentos de segurança, entre eles, dois cintos, um máscara de oxigênio e um capacete decorado com o seu nome e as cores da bandeira dos Estados Unidos: branco, azul e vermelho. Ao fundo, o cenário é o céu azul em cima das nuvens brancas, onde três outros aviões o perseguem com mísseis.
Dono de uma indicação ao Oscar 2023 de Melhor Filme, Top Gun: Maverick já é a 12ª maior bilheteria da história do Cinema (Foto: Paramount Pictures)

Nathalia Tetzner

36 anos após tirar o fôlego de uma geração inteira com Top Gun: Ases Indomáveis, Tom Cruise está de volta na direção dos aviões de caça, dessa vez, apontando o alvo da trama diretamente para si na pele do protagonista e dono de um dos codinomes mais conhecidos do Cinema, Maverick. A sequência do clássico coloca nas lentes de Joseph Kosinski a missão de dar continuidade ao legado do falecido diretor Tony Scott. Assim, com quase 1,5 bilhão de dólares arrecadados em bilheteria mundial e 6 indicações ao Oscar 2023, Top Gun: Maverick revive os tempos de glória do audiovisual e prova que ainda queremos voar com Cruise.

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Nada de Novo no Front: um filme de guerra humanista em que falta humanidade

Cena do filme Nada de Novo no Front. No lado direito da imagem, temos um homem branco não identificado, vestindo blusa preta, touca cinza e uma máscara facial branca. Ele está abraçando o ator Felix Kammerer, um homem branco de expressão triste, vestindo um casaco cinza e um capacete preto. Ao fundo, temos algumas estacas e o resto do cenário está desfocado. A cena acontece durante o dia, mas a foto está tratada em preto e branco.
Na 46ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, a nova versão de Nada de Novo no Front, exibida na seção Perspectiva Internacional, mantém a mensagem anti-guerra do material original (Foto: Netflix)

Nathan Nunes 

Nada de Novo no Front é um livro escrito por Erich Maria Remarque, baseado nas suas próprias experiências como veterano alemão na Primeira Guerra Mundial. Publicado em 1929, o texto não demorou a ser transposto para o Cinema, com a adaptação Sem Novidade no Front sendo lançada um ano depois. Dirigido por Lewis Milestone, o longa fez tanto sucesso que venceu o Oscar de Melhor Filme em 1931, consagrando-se como a primeira adaptação literária a conquistar essa honraria, bem como a primeira vitória conjunta da categoria principal com o prêmio de Melhor Diretor. Agora, 91 anos depois, o diretor Edward Berger (Patrick Melrose e Your Honor), em parceria com a Netflix, traz uma nova versão de mesmo nome do material base para o streaming, exibida na programação da 46ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo na seção Perspectiva Internacional. 

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O Batman de Matt Reeves se vinga dos filmes de super-heróis

Cena do filme Batman. O Batman (Robert Pattinson) olha através de um vidro molhado, para frente. A metade superior de seu rosto é coberta por um capacete preto que mostra apenas os olhos. Ele usa uma capa preta com um colarinho alto. Ele é um homem caucasiano, de olhos azuis. Uma luz amarela vem detrás dele, iluminando as gotas no vidro, fora de foco. Está de noite e tons escuros e amarelos aparecem atrás dele, também fora de foco.
O novo Batman pertence aos bissexuais emos que só usam couro (Foto: Warner Bros. Pictures)

Gabriel Oliveira F. Arruda

O anúncio de Robert Pattinson como o novo vigilante noturno da DC Comics provocou intensas reações entre os entusiastas mais fanáticos, desinteressados em separar o currículo extenso e impressionante do ator de seu papel como galã da saga Crepúsculo. No entanto, para aqueles de nós maduros o suficiente para não se importar com tal associação (o que é um morcego para quem já foi vampiro?), a expectativa para o novo longa só aumentou: afinal de contas, o que seria o Batman de Pattinson?

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Sob um olhar sublime, Steven Spielberg refaz o amor perfeito

Cena do filme Amor, Sublime Amor. A cena mostra um close-up dos rostos de Mike Faist e David Alvarez, e no meio deles está o ator Ansel Elgort.
No filme de Steven Spielberg indicado a 7 Oscars, a vida tenta ser mais importante que o amor (Foto: 20th Century Studios)

Vitor Evangelista

Algo está vindo, algo bom… Para o cineasta que já realizou de tudo (dos tubarões assassinos aos soldados resgatados e os cavalos de guerra), o desafio de recriar seu musical favorito foi ideal para Steven Spielberg modelar, com as mãos e o coração, uma história clássica. A reimaginação de Romeu e Julieta, que foi batizada de West Side Story em referência ao cenário nova-iorquino e periférico da obra, surgiu em 1957 nos palcos do teatro. Quatro anos depois, Jerome Robbins e Robert Wise fizeram da peça um filme.

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007 – Sem Tempo Para Morrer entrega uma missão impossível para próximo James Bond

Cena do filme 007 - Sem Tempo para Morrer. Nela, James Bond, personagem de Daniel Craig, aparece em um baile de gala. Centralizado na imagem e aparecendo do tronco para cima, Bond, um homem loiro, olhos claros e meia idade, veste um smoking preto, uma camisa branca e uma gravata borboleta preta. Atrás de Bond, seis pessoas o rodeiam, quatro homens e duas mulheres, todos também vestidos para um evento de gala. Na cena, um holofote está voltado para Bond, onde seu lado direito está iluminado e o lado esquerdo não, de forma a criar um contraste.
Com quase 60 anos de franquia e depois de 25 filmes, o Bond de Craig é o único que tem uma despedida oficial, com direito a cerimônia de despedida graças as suas indicações ao Oscar 2022 (Foto: Universal Pictures)

Guilherme Veiga

Sem tempo para morrer, e com menos tempo ainda para estrear. Inicialmente planejado para vir ao mundo no longínquo último ano normal da terra, 2019, pelas mãos de Danny Boyle (Trainspotting, Quem Quer Ser um Milionário?), o último capítulo da era Craig sofreu de inúmeros adiamentos. Primeiro, Boyle abandonou o projeto por diferenças criativas e Cary Joji Fukunaga (Beasts of No Nation, True Detective) assumiu o longa, fazendo com que ele fosse jogado para 2020, e azaradamente fosse o primeiro a puxar a fila de adiamentos por conta da pandemia de covid-19. Isso fez com que o filme só conhecesse as salas de cinema em setembro de 2021, 6 anos depois do capítulo anterior, maior intervalo de tempo entre filmes do agente desde 007 contra GoldenEye.

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Belfast: vá agora e não olhe para trás

Cena do filme Belfast. Na cena, em preto e branco, da esquerda para a direita, vemos a personagem de Judi Dench, Buddy e o personagem de Ciarán Hinds sentados em um sofá, em uma sala de estar de uma casa. Judi Dench é uma mulher branca de cerca de 80 anos, com cabelos curtos e lisos, usando óculos de grau, um casaco escuro e um vestido claro, sentada na ponta esquerda do sofá e segurando um jornal aberto. Sentado no meio do sofá, vemos Buddy, um menino de cabelos claros, aparentando cerca de 9 anos, vestindo um suéter e um casaco escuro. Ele tem seus pés esticados sob uma mesa, à frente dele. Na ponta direita do sofá, vemos o personagem de Ciarán Hinds, um homem branco, de cerca de 70 anos, vestindo um casaco, suéter e calça escuros. Ele encara Buddy e tem um jornal aberto sob suas pernas.
Vencedor do importante Prêmio do Público no Festival de Toronto, Belfast chega como um forte concorrente no Oscar 2022 (Foto: Universal Pictures)

Vitória Lopes Gomez

Belfast ainda estará aqui quando você voltar”. Dito e feito: o bom filho à casa torna e o ator, diretor, roteirista e produtor Kenneth Branagh usou seu espaço na Sétima Arte para reviver a infância na sua familiar vizinhança. Irlandês, o cineasta se mudou para a Inglaterra aos nove anos de idade, em um período em que seu país e cidade natal enfrentavam os conflitos entre católicos e protestantes. Branagh, um dos principais entusiastas shakespearianos da indústria cinematográfica, entre outras diversas produções no currículo, se voltou, agora, à sua própria história. Com um molde autobiográfico, Belfast relembra os dias de seu idealizador na cidade, mesmo que a nostalgia não seja tão simples.

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O Duna de Villeneuve reanima a ficção científica com suas próprias raízes

Cena do filme Duna de 2021. Nela vemos Paul em destaque no centro, cabisbaixo, enquanto está cercado por soldados Atreides. Ao seu lado e um pouco mais a frente, uma figura dá contraste à imagem devido as cores de suas vestes esvoaçantes.
Duna chega finalmente às telonas com nomes de peso envolvidos na produção (Foto: Warner Bros.)

Ernesto Rangel

A mais nova adaptação da obra-prima Duna, escrita por Frank Herbert, chegou aos cinemas com uma grande responsabilidade em suas mãos: agradar aos fãs do livro, de 1965; corrigir os erros da primeira adaptação cinematográfica, de 1984; e ainda conquistar um novo público que nunca ouviu falar da saga em 2021, apesar de sua contribuição massiva para a ficção científica. Uma avaliação do filme deve se estender por esses três aspectos, nos quais o longa se apresenta: como adaptação de uma obra literária renomada; como remake de um filme falho; e como uma nova produção, lutando por espaço na cultura atual. É necessário ainda dedicar algumas passagens às qualidades necessárias para todo bom longa-metragem.

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