Há 30 anos, Jurassic Park marcava a história do Cinema e a memória de gerações

Cena do filme Jurassic Park. A foto mostra o elenco principal. John Hammond, um idoso com barba e cabelos grisalhos, usa uma camisa branca, óculos de grau e um chápeu. Mais para trás, Ian Malcolm, usa camisa e casaco pretos e óculos escuros. Depois, Alan Grant, de camisa jeans, chapéu e uma bandana vermelha no pescoço e Ellie Satler, de camisa azul, blusa rosa por cima, óculos de grau e cabelo preso, loiro. Todos com uma expressão de surpresa no rosto.
Jurassic Park: O Parque dos Dinossauros completa 30 anos em 2023 (Foto: Universal Pictures)

Lara Fagundes

Bem vindos ao Jurassic Park!” É com essa frase que o casal de apaixonados por dinossauros, Alan Grant (Sam Neil) e Ellie Satler (Laura Dern), é recebido na Ilha Nublar. Também é dessa forma que Jurassic Park: O Parque dos Dinossauros foi apresentado ao público nos cinemas em 1993, por Steven Spielberg. O grande cineasta, já conhecido por Tubarão, E.T.: O Extraterrestre e os primeiros Indiana Jones, dirigiu o filme que revolucionou a história do Cinema com uma equipe de efeitos visuais dedicada em levar o telespectador de volta a 66 milhões de anos atrás, quando os dinossauros ainda habitavam o planeta. 

Em 11 de Junho de 1993, o mundo parou para assistir a icônica história das novas atrações da Ilha Nublar, que se tornou uma das mais famosas assinaturas do diretor. Baseado no livro de ficção científica escrito por Michael Crichton, que também ajudou nas filmagens, o clássico dos anos 1990 retrata a tão conhecida terra remota onde criaturas jurássicas são colocadas como exibições em um parque temático. Com o roteiro de David Koepp, Jurassic Park traz tudo de melhor do romance de Crichton, além de adicionar mudanças que trouxeram ainda mais vida para a história e conquistaram telespectadores com personagens carismáticos e uma trama inteligente. 

Cena do filme Jurassic Park. A foto mostra o elenco principal observando os ovos de dinossauro. Da esquerda para a direita. Ian, de casco preto e óculos escuros. John, de camisa branca e óculos de grau. Ellie, de camisa rosa e óvulos de grau. E Alan, de camisa jeans. Todos fascinados por nove ovos de dinossauro em um grande ninho. Uma mão robótica segura um dos ovos.
“Sangue, uma gota contém bilhões de cadeias de DNA: o elemento básico da vida” (Foto: Universal Pictures)

No filme, John Hammond (Richard Attenborough), um empresário rico, utiliza uma equipe de cientistas para trazer dinossauros de volta à vida a partir do fóssil de um mosquito pré-histórico. Antes da abertura das atrações, ele convida os dois doutores paleontologistas e um matemático (Jeff Goldblum) para serem os profissionais que iriam analisar as criaturas pré-históricas. Acreditando na segurança do local, também permite que seus dois netos, Tim (Joseph Mazzelo) e Lex (Ariana Richards), visitem o parque como as primeiras crianças a terem a sensação de estarem rodeadas de dinossauros. Porém, o que era para ser apenas uma visita a um parque temático, se torna uma caótica aventura fugindo dos enormes predadores jurássicos. 

Conforme a trama acontece, os personagens demonstram suas personalidades, permitindo que conheçamos seus passados e como suas interações uns com os outros refletem na história. John é colocado como um personagem otimista e positivo, com ideias cheias de expectativa para o parque. Em contraposição, temos o matemático Ian, que é sarcástico, falando bastante de sua obsessão pela teoria do caos. Além deles, temos Alan, que é rude, impaciente e faz questão de mostrar que não gosta da presença das crianças na ilha, enquanto Ellie tem uma postura mais materna em relação aos mais novos. Ela está ali por causa do amor por seu trabalho e poderia fazer qualquer coisa para salvar as criaturas pré-históricas, como demonstra ao encontrar um triceratops doente e enfiar as próprias mãos em uma pilha de fezes.

Os personagens principais possuem personalidades que se complementam e geram situações e diálogos divertidos e interessantes para o telespectador, que pode entender  melhor a vida de cada um conforme assiste. Steven Spielberg, como na maioria dos filmes que dirigiu, explora o lado emocional dos  protagonistas, dando atenção para as relações entre eles e as conexões que podem surgir durante a história. Em Jurassic Park, isso é bem observado nas interações entre Alan e as crianças, Tim e Lex, que se desenvolvem lentamente, indo de completa impaciência para um vínculo profundo, fazendo o personagem ter um arco de amadurecimento durante o longa.

Cena do filme Jurassic Park. Lex, menina loira, usa regata e calça jeans, suja de lama por todo o corpo. Ao lado dela, Alan, homem de camisa jeans, cinto preto, calça bege, uma bandana vermelha no pescoço, sujo de lama, e com um relógio no pulso. E Tim, menino de camiseta listrada e blusa azul por cima, coberto de lama. Os três olham em volta, cercados de grama e folhas.
“A vida encontrou um meio” (Foto: Universal Pictures)

Além de um grande marco para a indústria cinematográfica, Jurassic Park conquistou a memória de mais de uma geração de pessoas com filmagens que permitem que o público sinta todo o medo e a adrenalina dos personagens durante as cenas. O filme arrecadou mais de 900 milhões de dólares e se tornou a maior bilheteria do Cinema até o lançamento de Titanic em 1997 e, quando foi relançado em 3D, em Abril de 2013, conseguiu arrecadar mais de 100 milhões de dólares. A imensa repercussão permitiu que o longa continuasse até hoje entre os 50 filmes mais assistidos da história e conquistou três estatuetas no Oscar de 1994, vencendo as categorias de Melhor Som, Melhor Edição de Som e Melhores Efeitos Visuais. 

Com texturas e movimentos impensáveis para a época, Jurassic Park abriu portas para os efeitos especiais ao permitir que os telespectadores pudessem ver dinossauros ganharem vida nas telonas. O filme também foi conhecido por unir gêneros de forma a agradar todo tipo de público: a incrível mistura de terror, suspense, aventura, ficção científica e comédia conquistou fãs pelo mundo todo, além da trama que vai muito além de apenas monstros. Spielberg fez de tudo para retratar os dinossauros como mais do que os vilões da história, já que eles são claramente construídos para mostrar os instintos de uma espécie extinta há milhões de anos, que precisa se adaptar a um mundo completamente novo, em que seu habitat natural já não existe mais. 

Cena do filme Jurassic Park. Ellie, mulher loira com camisa rosa e bermuda cinza, cuids de um triceratops doente deitado na grama. Alan, homem de camisa jeans e calça bege, também tenta ajudar o dinossauro. Atrás, Tim, menino de camisa azul, bermuda e tênis brancos, observa os três.
Jurassic Park possui seis continuações, sendo divididas em duas trilogias: primeiro a do arco do Parque dos Dinossauros e depois a do mundo dos dinossauros, com Jurassic World (Foto: Universal Pictures)

Spielberg traz pro Cinema uma crítica na qual os dinossauros são os protagonistas. Os cientistas estavam tão preocupados com o experimento de conseguir ou não trazê-los de volta à vida que não pensaram se deveriam fazê-lo, ocasionando todo o ambiente caótico da ilha durante a trama. Jurassic Park: O Parque dos Dinossauros sempre fará parte da história do Cinema, seja pelos efeitos visuais revolucionários do início dos anos 1990, seja pela trama que cativou milhares de pessoas ou por tudo que derivou. Sendo uma obra inspirada por um romance de um escritor best-seller, o longa traz a perfeita mistura de uma grande aventura com um contexto inteligente, podendo agradar desde crianças, que se impressionam com os grandes monstros jurássicos, até quem acompanha o contexto com maior fervor crítico ou cinematográfico.

Desde o primeiro filme, Spielberg e a equipe de efeitos visuais da Industrial Light & Magic conquistaram um espaço na história cinematográfica com um misto de inovações tecnológicas bem à frente da época, cenas cheias de emoção e aventura e uma trama fascinante. O longa-metragem que iniciou a franquia se destaca entre todas as continuações e foi uma das maiores produções da carreira de Steven Spielberg. Além disso, conseguiu um espaço reservado nos parques da Universal Orlando Resort, que, este ano, está comemorando o aniversário de 30 anos do filme no parque Islands of Adventure, com uma área imersiva que conta até com os característicos portões de entrada.

Uma marca na ficção científica e entre as obras que conseguem trazer o telespectador para dentro das telas, Jurassic Park traz a sensação de passar pelas mesmas emoções caóticas de adrenalina e ansiedade durante as fugas e perseguições dos dinossauros. O Parque dos Dinossauros marcou o Cinema da melhor forma possível: conquistando a memória de mais de uma geração de pessoas. Mesmo depois de 30 anos, o longa-metragem se mantém nas lembranças de adultos, jovens, adolescentes e até mesmo de crianças que conheceram a franquia a menos tempo. 

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