Nota Musical – Os Vencedores do Grammy 2021

Arte retangular de fundo na cor azul vivo. Do lado esquerdo, foi adicionado o texto "nota musical - grammy 2021" e o desenho de um gramofone, na cor laranja vivo. Foi adicionado também o logo do Persona, estilizado de forma com que a íris do olho fique azul. Do lado direito, foi adicionado um acrílico de CD com um disco dentro. Dentro do disco foram adicionadas 4 fotos: de Beyoncé, Taylor Swift, Megan Thee Stallion e Dua Lipa.
Destaques entre os vencedores do Grammy 2021: Beyoncé, Taylor Swift, Megan Thee Stallion e Dua Lipa (Foto: Reprodução/Arte: Ana Júlia Trevisan/Texto de Abertura: Jho Brunhara)

A cerimônia do Grammy Awards 2021 foi delas. Beyoncé quebrou o recorde de artista feminina com mais gramofones ao receber o prêmio de Melhor Performance de R&B, pela importantíssima BLACK PARADE, somando 28 estatuetas no total. Taylor Swift também quebrou um recorde ao receber o prêmio de Álbum do Ano, por folklore, ao se tornar a primeira mulher com três gramofones na categoria.

Praticamente ninguém saiu de mãos abanando: diferentemente do ano passado, quando Billie Eilish rapou as quatro categorias principais de uma vez – fato que só tinha acontecido uma vez na história até então, em 1981 –, em 2021 assistimos uma diversidade maior de premiados. Eilish levou para a casa a estatueta de Gravação do Ano pela segunda vez consecutiva, e em uma surpresa muito positiva, H.E.R. venceu o gramofone de Canção do Ano, com a tocante e política I Can’t Breathe.

Megan Thee Stallion derrotou as fortes competidoras Doja Cat e Phoebe Bridgers e foi consagrada a Artista Revelação de 2021, de forma muito merecida. A dança da chuva de Lady Gaga e Ariana Grande deu certo e as queridinhas do pop venceram a categoria Melhor Performance de Pop Duo/Grupo, se tornando a primeira dupla feminina a alcançar tal feito. E Dua Lipa, que perdeu AOTY, ROTY e SOTY pelo menos pôde levar o gramofone de Melhor Álbum de Pop Vocal para a casa.

Fiona Apple, ao vencer o gramofone de Melhor Álbum de Música Alternativa por Fetch the Bolt Cutters, se tornou a terceira mulher na história a realizar tal feito. Nas categorias Melhor Álbum de Country e Melhor Canção de Rock também assistimos mulheres fazerem história: pela primeira vez mais da metade dos indicados eram artistas femininas.

Porém, competições também dão margem para injustiças: infelizmente alguns grandes nomes não levaram para casa nem um mísero gramofone. É impossível não citar The Weeknd, que nem indicado foi e denunciou a corrupção e racismo dos votantes do Grammy. Mesmo com quatro indicações, a genial Phoebe Bridgers perdeu todas as estatuetas que concorria. Jhené Aiko, Chloe x Halle e Doja Cat, com três cada, também perderam tudo. As talentosíssimas irmãs da banda HAIM também foram embora da cerimônia principal só com os salgadinhos do buffet no estômago.

Pelo menos o quesito apresentação compensou a ida das três irmãs ao Centro de Convenções de Los Angeles. Elas cantaram a excelente The Steps, que concorria a Melhor Performance de Rock. Assistimos também Dua Lipa entregar um eletrizante medley de Levitating (com o rapper DaBaby) e Don’t Start Now. Taylor Swift, Megan Thee Stallion e Cardi B também apostaram no modelo. A loirinha cantou as suaves cardiganaugust willow, com participação especial de Jack Antonoff e Aaron Dessner. Já a dupla Megan e Cardi colocou todo mundo para dançar com BodySavage (Remix)Up e a lendária WAP, que ganhou trecho especial com o remix do brasileiro Pedro Sampaio.

Outro representante da América Latina que cantou e encantou no Grammy foi o maravilhoso Bad Bunny, com DÁKITI, que contou com participação de Jhay Cortez. Do outro lado do mundo, os meninos do BTS explodiram o palco com o hit Dynamite. Doja Cat não aguenta mais cantar Say So, mas ainda sim entregou tudo em sua apresentação. Harry Styles e Billie Eilish abriram a premiação com performances individuais de Watermelon Sugar e everything i wanted, e os Black Pumas transbordaram talento com Colors.

Também assistimos apresentações de Silk Sonic, DaBaby, Roddy Rich, Anthony Hamilton, Mickey Guyton, Miranda Lambert, Maren Morris, John Mayer, Post Malone, Lil Baby, Tamika Mallory e Killer Mike. E as homenagens para os que já nos deixaram ficaram na voz de Lionel Ritchie, Brandi Carlile, Brittany Howard e Chris Martin.

A Editoria do Persona se reúne num Nota Musical Especial, e comenta os méritos, deméritos, prós e contras dos principais indicados e vencedores do Grammy 2021, em forma de resumão. Falamos das categorias da premiação, chances de vencer, campanhas na imprensa e, no caso de injustiças, quem merecia ter ganho. Fique por dentro do que rolou na premiação mais importante do mundo da música com o Persona.

Continue lendo “Nota Musical – Os Vencedores do Grammy 2021”

Em tempos de amnésia seletiva, Cidade Invisível entrega esperança e suscita discussões

Cena da série Cidade Invisível. Fotografia retangular do ator Marcos Pigossi, dos ombros até o topo da cabeça. Ele é um homem de cabelos castanhos, barba e bigode. Ele está sentado numa poltrona azul claro e possui uma borboleta sobre os olhos. Ela é roxa azulada com manchas pretas nas bordas das asas. Na parte inferior de cada asa, tem um círculo branco com um círculo roxo dentro, imitando dois olhos. Marcos possui a boca semiaberta, com a parte debaixo dos dentes da frente aparecendo, como se estivesse num cochilo. Ao fundo, há um aparador de madeira. A imagem possui uma tonalidade amarela acentuada.
“As pessoas são cruéis, elas têm medo de tudo que é diferente porque a gente revela como elas são absurdamente iguais e entediantes” (Foto: Reprodução)

Júlia Paes de Arruda

Como seria se o nosso folclore se materializasse e convivesse todos os dias conosco, com seus personagens despercebidos e infiltrados na sociedade? Se as histórias de infância fossem realmente verdade? Essa é a proposta de Carlos Saldanha (diretor das franquias Rio e A Era do Gelo) em Cidade Invisível. Diferentemente do que estamos acostumados, o novo sucesso da Netflix ganha um teor adulto ao unir-se com um suspense investigativo. Apesar da narrativa envolvente e provocante, a execução das ideias traz algumas problemáticas que merecem ser destacadas. 

Continue lendo “Em tempos de amnésia seletiva, Cidade Invisível entrega esperança e suscita discussões”

Madison Beer procura por vida em Life Support

Capa do álbum Life Support. Em um fundo preto, Madison Beer se encontra deitada no centro da capa, com uma roupa cinza e seus cabelos morenos soltos. A mulher é branca e magra e está com o rosto levantando, olhando para o lado esquerdo da imagem. Há uma iluminação na área em que ela está na foto. Embaixo dela, há um quadrado preto com “parental advisory explicit content” escrito.
Capa do álbum de estreia de Madison Beer (Foto: Reprodução)

Laís David e Mariana Chagas 

Uma marca dos anos 2000 foi a introdução do YouTube na  indústria da música. Além do grande consumo de videoclipes, a plataforma foi palco para a descoberta do que viriam a se tornar grandes nomes da música, como Justin Bieber e Shawn Mendes. E foi este o berço de Madison Beer, que lança em 2021 seu álbum de estreia, Life Support.

Continue lendo “Madison Beer procura por vida em Life Support”

Cineclube Persona – Fevereiro de 2021

Arte retangular em cor azul bebê. No canto superior esquerdo foi adicionado o texto "cineclube persona" em fonte branca. Ao centro, está o logo do Persona. No canto inferior direito, foi adicionado o texto "fevereiro 2021" em fonte preta. Espalhadas pela arte, foram adicionadas quatro fotografias, dentro de molduras em tom roxo: uma foto do filme Malcolm & Marie, uma foto da cantora Karol Conká, uma foto do filme Nomadland, e uma foto da série Cidade Invisível.
Destaques de Fevereiro de 2021: Cidade Invisível, Nomadland, Malcolm & Marie e a passagem de Karol Conká pelo BBB 21 (Foto: Reprodução/Arte: Ana Júlia Trevisan/Texto de Abertura: Vitória Silva)

Em um contexto ainda atingido pela pandemia de covid-19, a largada da temporada de premiações foi dada mais tardiamente em 2021. O mês de Fevereiro se encerrou com o polêmico, e nem tão aclamado, Globo de Ouro. Nesse ano atípico, os filmes elegíveis poderiam ter sido lançados no próprio mês do evento, e muitos dos que chegaram nos minutos finais acabaram concorrendo e, até mesmo, levaram a estatueta para casa. Foi o caso de Nomadland, que conquistou duas das categorias principais e é uma das principais apostas para o Oscar 2021.

Mais uma vez, a Netflix está com tudo entre os concorrentes da temporada, mas com candidatos nem tão promissores. Relatos do Mundo, produzido pela Universal Pictures, chegou esse mês ao catálogo e ganhou duas indicações ao Globo, porém sem sucesso, enquanto o complicado Malcolm & Marie não conquistou nem uma nomeação. Por outro lado, I Care A Lot (Eu Me Importo) foi um dos grandes lançamentos do mês e surpresas da noite, e deu a primeira estatueta de Rosamund Pike.

Fora do universo dos tapetes vermelhos, o serviço de streaming entregou o controverso capítulo final da saga de Lara Jean, com Para Todos Os Garotos 3: Agora e Para Sempre, e seu maior produto nacional até agora, com a estreia da série Cidade Invisível. Fevereiro também foi um mês para a Apple TV+ trazer grandes lançamentos, a nova temporada de Dickinson foi mais uma vez bem recepcionada pela crítica, assim como o documentário Billie Eilish: The World’s a Little Blurry, que se aprofunda na vida da estrela em ascensão Billie Eilish.

Nesse extenso período de isolamento, observar o cotidiano alheio nunca foi tão interessante. Pudemos ver novamente Selena Gomez se estabanar na cozinha com seu reality show Selena + Chef, da HBO Max. E, em terras brasileiras, a luta pela saída da Karol Conká do BBB 21 conseguiu unir a nação de uma forma nunca antes vista nos últimos tempos.

Cineclube de Fevereiro traz os grandes lançamentos do mês do mundo audiovisual. Aqui você confere os filmes aclamados e massacrados pelo público, séries que terminaram de ter seus episódios exibidos (WandaVision há de aguardar o seu momento), e grandes produções televisionadas. Tudo isso com a curadoria da Editoria e colaboradores do Persona.

Continue lendo “Cineclube Persona – Fevereiro de 2021”

Oito de Março, a mulher na mídia brasileira e o real sentido da representatividade

No Dia Internacional da Mulher, o Especial da Globo Falas Femininas e o Roda Viva colocaram mulheres em frente e por trás de suas câmeras para debater questões que cercam a nossa existência

O especial Falas Femininas foi a contribuição da Globo para o Dia Internacional da Mulher (Foto: Rerpodução)

Raquel Dutra

Maria Sebastiana da Silva, Carol Dall, Gleice Araújo, Cristiane Oliveira e Tina dos Santos foram os nomes que protagonizaram um documentário especial na TV Globo no Dia Internacional da Mulher. A alguns canais de distância da maior emissora do país, ia ao ar a edição semanal de um dos programas jornalísticos mais tradicionais do Brasil pautada unicamente por mulheres. Assim, a grade da programação principal da televisão brasileira na noite de 8 de março de 2021 não só não escapou ao assunto do dia, como foi tomada por quem o constituía.

Continue lendo “Oito de Março, a mulher na mídia brasileira e o real sentido da representatividade”

Com uma xícara de chá, poção ou uma boa taça de vinho, venha celebrar junto a AURORA os poderes místicos do luar

Fotografia da cantora AURORA. No centro da imagem, vemos a cantora, uma mulher branca de cabelos loiros e olhos azuis, sentada de pernas cruzadas com os braços e mãos à frente do corpo, com o olhar fixado à sua frente. Ela está com os cabelos presos para trás e usando uma tiara com flores e joia ao centro. Vestindo uma blusa de renda, luvas compridas e calça, ambas as peças na cor preta, além de uma saia de tule branco.
Em compilados temáticos de suas produções, a cantora norueguesa apresenta a forte conexão que há entre suas músicas, trazendo mais valor ao significado de cada uma delas para nós, seus ouvintes (Foto: Reprodução)

Gabriel Brito de Souza

A dona da voz suave e encantadora que nos acompanha em MUSIC FOR THE FELLOW WITCHES OUT THERE é Aurora Aksnes, mais conhecida apenas por AURORA. A cantora, compositora e produtora norueguesa, iniciou sua carreira em 2012 com seu primeiro single Puppet, mas foi em 2015 que realmente estreou na indústria musical com Runaway, alcançando um milhão de streams no Spotify do Reino Unido, e Runaway with The Wolves, que após seu lançamento disparou nas rádios locais, recebendo atenção principalmente pela BBC Radio. Agora em seu atual projeto, AURORA está complementando sua discografia com o mais novo EP de compilados de sua trajetória.

Continue lendo “Com uma xícara de chá, poção ou uma boa taça de vinho, venha celebrar junto a AURORA os poderes místicos do luar”

O feitiço de WandaVision se dissipa rápido demais

Cena da série WandaVision. Nela, vemos Elizabeth Olsen no papel de Wanda e Kathryn Hahn no papel de Agnes. Elas estão uma ao lado da outra, olhando para a frente. Wanda é uma mulher branca, adulta, ruiva e que veste um moletom vermelho. Agnes é uma mulher branca, adulta, de cabelos pretos e que veste roupas escuras. Ela está com a mão direita no queixo e tem um olhar de dúvida.
Agatha Harkness mandou avisar que WandaVision é minissérie e não tem planos para uma eventual segunda temporada (Foto: Reprodução)

Vitor Evangelista

Antes mesmo de lançar sua primeira série de TV, o Universo Cinematográfico da Marvel já usava a estrutura da telinha para contar histórias. Kevin Feige, a mente por trás do império, ligava os filmes entre si, como capítulos na grade semanal. Por conta disso, ao anunciarem a migração do início da Fase 4 para o Disney+, a empresa suscitou a curiosidade: como eles se comportariam frente ao formato propriamente dito? A Marvel seria capaz de sustentar uma narrativa difusa e não condensada nas duas horas e meia que acostumou o público a assistir, com óculos 3D e um baldão de pipoca com manteiga? O fim de WandaVision responde algumas dessas questões.

Continue lendo “O feitiço de WandaVision se dissipa rápido demais”

The Highlights: uma aula de marketing para além do fim de semana

Capa do CD The Highlights. Fotografia quadrada com fundo preto. O perfil de The Weeknd está localizado no centro do quadro. Um homem negro de cabelo crespo. Ele veste um paletó vermelho vivo, cravejado de brilhantes. A luz é quase inexistente, iluminando principalmente sua testa, nariz e queixo e fazendo o contorno de seu corpo. Na parte superior está escrito: The Weeknd, The Highlights, tem o selo da gravadora e as músicas do álbum.
Capa do álbum The Highlights – The Weeknd, a própria personificação de poder (Foto: Reprodução)

Juliana Silveira Pollato 

Às vésperas do Super Bowl LV, The Weeknd lançou o álbum The Highlights. Esse trabalho, como o próprio nome diz, relança ao público as músicas que marcaram a sua brilhante carreira musical. Abel – nome de batismo do canadense – compilou sucessos desde sua mixtape House of Balloons até seu último álbum After Hours, ainda contando com músicas de parcerias grandiosas com Ariana Grande e Kendrick Lamar.

Continue lendo “The Highlights: uma aula de marketing para além do fim de semana”

Nota Musical – Fevereiro de 2021

Destaques do mês de fevereiro: Gal Costa, Taylor Swift, Isaac Dunbar e Daft Punk (Foto: Reprodução/Arte: Ana Júlia Trevisan/Texto de Abertura: Raquel Dutra)

No mês que antecede o evento mais importante da música ocidental, alguns dos grandes nomes do Grammy 2021 aproveitaram para agitar a campanha para a premiação, que acontece no dia 14 de março. A dupla Chloe x Halle vestiu tons frios para Ungodly Hour (Chrome Edition) e para o clipe futurista da canção-título. Dua Lipa juntou novos singles com a tracklist mais famosa de 2020 em Future Nostalgia (The Moonlight Edition). Doja Cat e Megan Thee Stallion comandaram um remix de Ariana Grande, e a banda HAIM cantou mais uma vez – e agora pra valer – com Taylor Swift.

Falando nela, a artista que protagonizou a maior polêmica do mundo pop dos últimos anos iniciou sua volta por cima. Depois de jogar a ***** no ventilador e suscitar uma discussão importante sobre a relação complicada que existe entre direitos autorais, artistas jovens e a indústria musical, Swift alertou que não deixaria barato e que faria o possível para tornar seus trabalhos, que foram vendidos sem a sua permissão, obsoletos, regravando-os. É fato que a cantora de reputation é firme com sua palavra, e assim ela apresentou ao mundo Love Story (Taylor’s Version), anunciando que a nova versão de Fearless, seu segundo álbum, também chegará aos nossos ouvidos em breve.

O maior injustiçado da temporada, por sua vez, brilhou forte em sua performance no intervalo do Super Bowl promovendo The Highlights. A coletânea reforça a relevância e impacto do trabalho de The Weeknd, que não engoliu a desonestidade da Recording Academy. Quem também superou cenários hostis foi Rebecca Black, o assunto da internet e alvo de um episódio de cyberbullying massivo em 2011, que dez anos depois do fatídico clipe de Friday, retorna àquele lugar para um remix da música original.

Ascensão também é uma palavra que se aplica aos artistas brasileiros, que mantiveram a atividade em um fevereiro sem carnaval. Pabllo Vittar voou alto ao interpretar o remix de Man’s World com MARINA e Empress Of. Ludmilla, que sabe pregar o funk como ninguém, colaborou com o trio Major Lazer e ainda encontrou espaço para trazer visibilidade ao grupo baiano ÀTTOOXXÁ e ao artista jamaicano Suku Ward. Luísa Sonza mostrou mais uma vez sua versatilidade num pagode ao lado de Thiaguinho, e Papatinho fez o mesmo ao misturar samba, funk e rap com Seu Jorge e Black Alien.

Já na MPB, celebramos a vida e a carreira de Gal Gosta. Não exatamente como gostaríamos, num show ao vivo lotado de apaixonados por uma das maiores vozes do Brasil, mas da melhor maneira que os moldes pandêmicos podem nos proporcionar, com o disco Nenhuma Dor. Assim como nossa musa, sempre atento e forte, Gilberto Gil se uniu aos seus filhos e netos em Refloresta para fortalecer uma campanha a favor da conservação de nosso bem mais precioso.  

A notícia triste foi o fim de Daft Punk. Depois de 28 anos de carreira, o duo composto por Guy-Manuel de Homem Cristo e Thomas Bangalter deixa um legado incalculável e uma influência que vai muito além da música eletrônica, lar da dupla. Tudo isso e muito mais sobre as movimentações do mundo da música foi registrado no Nota Musical de Fevereiro pela Editoria e colaboradores do Persona, que dessa vez, além de CDs, EPs, singles, clipes e performances, inventaram de falar também sobre as trilhas sonoras de alguns dos filmes mais importantes do mês.

Continue lendo “Nota Musical – Fevereiro de 2021”

Cineclube Persona – Os Vencedores do Globo de Ouro 2021

 Uma imagem amarela, com molduras pretas de quadro. Uma com a foto de Daniel levy, homem negro apontando para a camera; outra com a roterista Chloe, sorrindo. Embaixo, as fotos são de Emma, segurando o próprio rosto, e Sacha Baron, ao lado de Isla Fisher. No canto superior direito está escrito “cinemaclube persona”, de branco. Logo embaixo, há o desenho de uma estatueta e está escrito “globo de ouro”, ambos em preto. Por último, no canto inferior direito, há o logo do Persona.
Os destaques do Globo de Ouro 2021 foram Nomadland e a estonteante Chloé Zhao, o trabalho primoroso de Sacha Baron Cohen em Borat 2, Daniel Kaluuya pegando fogo em Judas e o Messias Negro e a avalanche The Crown (Foto: Reprodução/Arte: Ana Júlia Trevisan/Texto de Abertura: Vitor Evangelista)

Nós damos valor demais ao Globo de Ouro. Esse ano, o grupo votante lamenta a morte de seu antigo presidente, Lorenzo Soria, ao mesmo tempo que enfrenta acusações de fraude e uma investigação que revelou o óbvio: a Associação da Imprensa Estrangeira de Hollywood (HFPA) não tem diversidade alguma. Reportagens no Los Angeles Times e no The New York Times estouraram poucos dias antes da 78ª edição do prêmio. Além de descobrirem que a HFPA não tem membros negros, foi escancarado um lobby poderosíssimo ao redor de Emily em Paris, uma das questionáveis indicadas ao Globo de Série de Comédia ou Musical.

É de suma importância relembrar que o GG não é prévia do Oscar de maneira nenhuma. Em questões de marketing e campanha, uma vitória no Globo alavanca sua visibilidade, mas o corpo votante da Academia é composto por mais de 7 mil membros, todos trabalhadores da indústria. A HFPA, por outro lado, é formada por 87 jornalistas, residentes de Los Angeles e que não têm ligação com o Oscar

Todavia, o que acontece é o Globo de Ouro tentando ditar tendências na temporada. Às vezes, as coisas dão ‘certo’: Green Book e Bohemian Rhapsody começaram ganhando aqui e percorreram solenes seu caminho até as estatuetas douradas e carecas. Ano passado, o amor por 1917 e por Sam Mendes caiu por terra quando Parasita e Bong Joon-ho saíram com os louros.

Continue lendo “Cineclube Persona – Os Vencedores do Globo de Ouro 2021”