E o Grammy vai para…Daisy Jones & The Six!

Aviso: o seguinte texto discursa sobre temas que podem se tornar gatilhos para algumas pessoas que sofrem/sofreram com dependência química e violência sexual.

Fotografia da série Daisy Jones & The Six. Na foto, os personagens Billy Dunne e Daisy Jones estão centralizados. Da esquerda para a direita, temos Daisy. Ela é ruiva, tem cabelos longos e cacheados nas pontas, usa um brinco redondo e roupas brancas com transparência. Ela está de olhos fechados. Ao seu lado, Billy possui cabelos castanhos e ondulados na altura dos ombros, usa uma jaqueta marrom e uma camisa branca. Ele olha para o horizonte. O cenário atrás dos dois é de um céu azul límpido, e a luz amarelada do pôr do sol os ilumina.
Entre brigas, farpas e composições, Billy e Daisy nos hipnotizaram com a famosa fórmula enemies to lovers (Foto: Amazon Prime Video)

Clara Sganzerla e Letícia Stradiotto

Separe sua calça boca de sino, seu óculos escuro, uma blusa com a estampa mais divertida do seu armário e entre na atmosfera dos anos 70 com a banda mais incrível que, até então, não existia. A nova série do Amazon Prime Video, baseada no livro de mesmo nome da autora Taylor Jenkins Reid, nos apresenta, com muito drama, romance e emoção, a ascensão e queda do grupo mais polêmico e amado do Reidverso. Antes de mergulhar na Los Angeles regada a drogas, sexo e rock n’ roll, não esqueça seus fones de ouvido e prepare-se para se apaixonar, chorar e voltar no tempo com Daisy Jones & The Six

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A 2ª temporada de Hunters aproveita as brechas da liberdade criativa

Texto Alternativo: Cena da série Hunters. Nele estão 4 pessoas. Dois homens e duas mulheres.Estão andando com roupas de gala em um salão ornamental. A esquerda, um homem e uma mulher brancos, vestem um terno vermelho e amarelo e um vestido prateado respectivamente. A direita, um homem branco e uma mulher negra. Vestem um terno vermelho de veludo e um vestido marrom
David Weil, showrunner de Hunters, subiu ao estrelato com a série que o representa pessoalmente por ser neto de sobreviventes do Holocausto (Foto: Amazon Prime Video)

Henrique Marinhos

Há três anos estreava a dualista primeira temporada de Hunters. Aos que conseguiram terminá-la, hoje podem apreciar o segundo – e maior – ato do enredo, desenvolvido por David Weil, Mark Bianculli, Nikki Toscano e David Rosen, que divide opiniões. Com um exímio elenco, a série traz Al Pacino de volta às telas, já que seu último papel em uma produção para televisão foi em 2003, em Angels in America. Agora, o ator interpreta Meyer Offerman, um líder de caçadores nazistas à procura de fechar as feridas deixadas pela Segunda Guerra Mundial.

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1899 tenta, mas está longe de superar Dark

Cena da série 1899. Nela, há um homem branco com cabelos pretos vestindo sobretudo preto olhando para a esquerda, lado em que está na foto. No centro, há uma mulher branca com cabelos ruivos e que veste um vestido na cor marsala. À direita, está um homem branco, com cabelo castanho liso e barba. Ele veste um colete preto sobre uma camisa de manga cinza. O fundo da cena é desfocado.
Em 1899, Baran bo Odar e Jantje Friese repetem fórmula na tentativa de se consagrarem novamente com uma das séries mais assistidas da gigante do streaming (Foto: Netflix)

Felipe Nunes

Drama, artefatos misteriosos que moldam a realidade, o espaço e o tempo, ficção científica e um casal alemão que revolucionou a história da Netflix ao lançar uma das séries de língua não inglesa mais consumidas na plataforma. Essa é a receita de Dark e quase foi a do novo lançamento do streaming, 1899. As comparações são sempre injustas, mas o tempo de produção e investimento superior para a segunda obra de Baran bo Odar e Jantje Friese fez o seriado prometer mais do que podia cumprir. A associação é inevitável. 

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A segunda temporada de A Vida Sexual das Universitárias canta em notas lascivamente cômicas

Cena da série A Vida Sexual das Universitárias. Na imagem estão Whitney, Leighton, Bela e Kimberly, da esquerda para a direita. Whitney é uma mulher negra de tranças castanhas, ela veste uma camiseta branca e uma jaqueta rosa. Leighton é uma mulher branca de cabelos longos e lisos. Bela é uma mulher indiana de cabelos longos, pretos e lisos, ela veste uma camiseta vermelha com um casaco bege. Kimberly é uma mulher branca de cabelos curtos, lisos e castanhos claros, ela veste uma camiseta listrada com uma jaqueta laranja. Todas fazem cara de surpresa.
Sob as subjetividades de suas protagonistas, A Vida Sexual das Universitárias repousa em um retorno maduro e coerente (Foto: HBO Max)

Jamily Rigonatto 

Quatro meninas de personalidades completamente diferentes em um quarto de universidade e a possibilidade de explorar o que o desejo permitir? Já vimos algo parecido antes, mas a receita de A Vida Sexual das Universitárias tem um tempero a mais. Com dramas sinceros e o sopro da juventude contemporânea, a série original da HBO Max chegou ao seu segundo ano pronta para conquistar os corações e corpos da Essex College.

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A 2° temporada de Only Murders in the Building mostra que o Edifício Arconia é mais misterioso do que parece

Cena da série Only Murders in the Building. Os três personagens principais - Oliver, Charles e Mabel - aparecem nessa ordem, atrás de uma gaiola, na sala de estar de Oliver. Oliver é um homem branco, de cabelos castanhos desbotados. Charles é um homem branco, de cabelos brancos e óculos. Mabel é uma mulher branca, de cabelos castanhos e usa um brinco de argola grossa e dourada.
“Eu sei quem foi”, disse Senhora Gambolini (Foto: Hulu)

Laura Hirata Vale

Quem matou Bunny Folger? É essa a pergunta que abre a segunda temporada de Only Murders in the Building, série da Hulu lançada no Brasil em Junho de 2022 pelo streaming Star+. Depois de solucionarem o assassinato de Tim Kono (Julian Cihi), os moradores Mabel Mora (Selena Gomez), Charles-Haden Savage (Steve Martin) e Oliver Putnam (Martin Short) se juntam novamente após o corpo da mais querida e detestada síndica do edifício Arconia ser encontrado com uma agulha de tricô no peito, no apartamento de Mora. Em dez episódios, o público descobre informações sobre a história dos três protagonistas e do prédio, enquanto tenta desvendar o mistério da morte de Bunny (Jayne Houdyshell).

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Ms. Marvel devolve o altruísmo ao MCU

Cena da primeira temporada de Ms. Marvel. Kamala (Iman Vellani) está vestida em sua fantasia caseira de Capitã Marvel, no topo de um edifício, semi-ajoelhada numa pose heróica, com o braço esquerdo erguido para o lado e o direito no chão. Sua fantasia é composta por um uniforme vermelho com detalhes azuis e dourados, uma estrela dourada no peito e um capacete vermelho que deixa apenas seus olhos e boca visíveis. No topo do capacete, um moicano amarelo de plástico brilha com luz amarela. Kamala é uma jovem paquistanesa de pele marrom e cabelos longos e pretos saindo por baixo do capacete que mostra seu sorriso animado. Atrás dela, podemos ver a dois prédios urbanos altos na frente do céu noturno de Nova Jérsei.
Todos precisamos começar de algum lugar (Foto: Disney+)

Gabriel Oliveira F. Arruda

É até um pouco difícil acreditar que demorou mais de uma década para que a Marvel introduzisse uma personagem obcecada com seu próprio universo. Diferente de Kate Bishop (Hailee Steinfeld), que viveu o sonho de encontrar seu herói e assumir seu manto em Gavião Arqueiro, Kamala Khan (Iman Vellani) precisa aprender a se virar sem a ajuda de nenhum dos Vingadores que passou a vida admirando, nem mesmo de seu ídolo, Carol Danvers. Mas isso não significa que Ms. Marvel esteja sozinha, já que seus verdadeiros super-poderes são a família e a comunidade.

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A comunidade queer invade sua mente em Sense8

Cena da série Sense8. Na imagem, os oito protagonistas da série estão um ao lado do outro se abraçando e com expressões de carinho e felicidade. Todos estão na faixa dos 30 anos. Da esquerda para a direita: Capheus é um homem queniano, negro, é careca e veste uma camiseta cinza de mangas azuis, e está com a cabeça encostada em Nomi. Nomi é uma mulher americana, branca, seu cabelo é loiro na altura abaixo dos ombros e usa um óculos quadrado preto. Acima de Nomi, está Will, que também é americano, branco, está vestindo uma camiseta marrom e tem o cabelo loiro. Ao lado de Nomi está Sun, que é uma mulher coreana, veste uma regata preta de gola alta e com detalhes amarelos, e tem o cabelo preto na altura do queixo. Riley é uma mulher islandesa, veste uma regata que não é possível identificar a cor pois outra pessoa está na frente, e seu cabelo é loiro na altura do pescoço. Abaixo, está Kala, que é uma mulher indiana e está de costas para a foto, podendo ser possível ver apenas seu cabelo preso em um rabo de cavalo e um brinco de várias argolas unidas na orelha. Lito é um homem mexicano, está vestindo uma camiseta de manga curta com estampa militar e seu cabelo é curto e castanho escuro. Por último, Wolfgang é um homem alemão, veste uma camiseta de manga curta cinza e seu cabelo é curto e castanho claro. A iluminação é muito forte e amarelada, eles estão contra a luz. Ao fundo, é possível ver um cemitério vertical, com várias gavetas enfeitadas com guirlandas de flores.
O apoio e compreensão dos amigos nunca foram tão necessários quanto em Sense8 (Foto: Netflix)

Maria Vitória Bertotti 

Compartilhando as mentes uns dos outros e vivendo experiências de maneira onipresente, a série estadunidense Sense8 inova na ficção e nos mostra que o espaço é apenas um detalhe para se viver inteiramente. Lançada em junho de 2015, a produção trouxe a temática LGBTQIA+ para o mundo do streaming, o que chocou parte do público da Netflix. Por essa razão, tantas pessoas se renderam à trama revolucionária dos sensates e suas habilidades de conexão mental.

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Genera+ion trata do amadurecimento na língua da Geração Z

cena da série Generation, com todo o elenco principal da série: Chloe East, Uly Schlesinger, Nathanya Alexander, Haley Sanchez, Lukita Maxwell, Chase Sui Wonders, Justime Smith, e Sydney Mae Diaz. Todos olham na direção do espectador.
Genera+ion retrata um grupo de adolescentes que exploram suas relações e sexualidade enquanto se aproximam dos novos amigos (Foto: HBO Max)

Maju Rosa

Pesquise no Google: como dar à luz?”. É assim que somos apresentados ao caótico episódio piloto da série teen do HBO Max, Genera+ion (escrita dessa forma mesmo). Lançado em março de 2021 (e em junho, no Brasil), é uma aposta para captar o público jovem LGBTQIA+, e levá-lo para a fase que todos passamos em algum momento: os dramas adolescentes sobre dificuldades adolescentes – e que apenas os adolescentes entendem. E apesar de ter conquistado um espectador que se identificou com a história de Chester, interpretado por Justice Smith (também protagonista de Detetive Pikachu e The Get Down), e seus novos amigos, a produção não foi renovada pelo streaming.

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Inventando Anna é tão inacreditável que parece completamente ficcional

Cena da série Inventando Anna. Na cena, há 4 mulheres uma ao lado da outra em uma rua movimentada de Nova Iorque. A primeira, no canto direito, é uma mulher negra de cabelos castanhos que veste calça marrom, blusa preta sobreposta por um sobretudo preto e bolsa bege com alça preta e vermelha. Ao seu lado, há uma mulher branca com vestido preto e sobretudo cinza, olhando com expressão admirada para o alto. A terceira mulher é branca com cabelos castanhos claros, ela veste um sobretudo preto com estampas floridas em vermelho e segura uma bolsa preta. A quarta mulher, no canto esquerdo, é negra, possui cabelos pretos cacheados e olha para o alto com um sorriso, enquanto veste uma saia bege, uma blusa laranja com estampas pretas e um sobretudo preto.
Em múltiplas camadas, o quarteto liderado por Anna Delvey entregou diversos momentos catárticos durante a trama (Foto: Netflix)

Felipe Nunes

Como uma jovem golpista adentra os eventos e círculos sociais da mais alta elite nova-iorquina sem ter um sobrenome conhecido e nem mesmo um dólar no bolso? E como ela ainda consegue desembolsar empréstimos com quantias inimagináveis das instituições bancárias mais conservadoras dos Estados Unidos? São as respostas dessas indagações que a produção Inventando Anna traz. E embora pareçam casos irreais, essas situações estão longe de serem apenas um enredo ficcional. Esses acontecimentos realmente ocorreram e serviram como base para a minissérie jornalística, que traz situações tão surpreendentes que, de fato, parecem inventadas.

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As verdades oblíquas de Dickinson

Cena da série Dickinson. Emily (Hailee Steinfeld) está sentada em sua escrivaninha, de frente para uma janela no centro da imagem. É dia, e uma cortina transparente cobre a janela. Emily se vira para a esquerda para observar alguma coisa, preocupada. Ela é uma mulher jovem, caucasiana e magra, de cabelos castanhos-escuros longos amarrados num coque. Ela usa um longo vestido azul marinho de mangas longas. Do seu lado esquerdo, vemos a ponta de um guarda roupa de madeira com alguns livros empilhados no topo e vários outros espalhados ao chão, apoiados num caixote. Ao seu lado direito, mais livros espalhados no chão e outros guardados numa pequena estante que vai até a altura da cintura e outra, acima dela, fixada na parede. Em uma pequena mesa ao seu lado, vemos dois livros maiores apoiados. No canto inferior direito, folhas verdes de uma planta aparecem. O papel de parede do quarto é coberto de flores e folhas sob um fundo bege.
“Conta toda a verdade, mas de viés —/O melhor caminho é o Círculo/Nosso frágil Prazer se ofusca/Se a Verdade vêm de súbito” (DICKINSON, 1872, p. 327)² [Foto: Apple TV+]
Gabriel Oliveira F. Arruda

O que esperamos de histórias biográficas? Quando olhamos para o passado e para as pessoas que viveram nele, buscamos nos identificar com elas? Ou apenas recontextualizar suas vidas e seus modos para inferir sobre nossa própria contemporaneidade? Buscamos fundo em seus registros para demarcar a fidelidade com nossa atual realidade ou apenas nos contentamos em preencher as lacunas de suas vidas para servir às histórias que desejamos contar, usando suas carcaças como figurinos e suas faces como máscaras?

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