Depois de 20 anos, Homem-Aranha 2 continua um novelão melodramático

Cena do filme Homem-Aranha 2Na imagem, estão penduradas com cabides em uma barra de aço, o uniforme do Homem-Aranha e um terno com gravata, no meio dos dois há um cabide vazio. O uniforme está do lado esquerdo, ele é vermelho, mas possui detalhes em azul na parte inferior do braço e antebraço e também nas costelas. Ele possui uma aranha prateada no peito e teias em alto relevo por toda roupa. O terno é na cor azul. O armário é todo branco e tem aspecto de velho, no canto direito há uma luminária acesa apontada para cima
Homem-Aranha 2 teve uma versão estendida lançada para DVD em 2007, chamada de Homem-Aranha 2.1, com oito minutos a mais que a versão de cinema (Foto: Sony Pictures)

Davi Marcelgo

É muito difícil falar algo novo de Homem-Aranha 2 (2004) vinte anos depois de seu lançamento. Todo mundo já teceu algum comentário: sobre ele ser a adaptação definitiva de um quadrinho de super-herói, sobre suas cenas de ação de tirar o fôlego ou do enredo espetacular. De tudo já dito a respeito, pouco se fala – principalmente no meio nerd, que foca apenas em fidelidade para com a obra original – do melodrama. Para comemorar as duas décadas do filme que marcou e ainda marca gerações, ligue a Televisão e lembre-se do horário das nove, porque a sequência de Sam Raimi é um ‘novelão’.

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Entre os mais rasos, Asteroid City é o mais belo

 Imagem do filme Asteroid City. A atriz Scarlett Johansson, interpretando a personagem Midge Campbell. Ela está com os braços apoiados na janela de um banheiro, e apoia o rosto na mão esquerda. A atriz é uma mulher branca, possui cabelos curtos e castanhos, olhos azuis e lábios corados, e olha para frente com sobrancelhas levemente curvadas. Ao fundo, dentro do banheiro, ve-se uma banheira na cor azul tiffany, que está em partes cobertas por um biombo de madeira. A moldura da janela é branca e é possível ver a paisagem do pôr do sol, no canto esquerdo da imagem.
Asteroid City é uma comédia, quase romântica, de ficção científica (Foto: Universal Pictures)

Costanza Guerriero

No primeiro semestre de 2023, as redes sociais foram invadidas por vídeos de composições simétricas, cores pastéis, filtros saturados e rostos inexpressivos. Ao som de Obituary, do compositor Alexandre Desplat, os internautas retratavam  os  seus dias cotidianos, no que parecia ser uma viralização do estilo característico do diretor Wes Anderson. O fascínio da mídia espontânea pelo visual característico do cineasta prova o encantamento que suas produções podem causar no telespectador, por meio da intrínseca relação que suas  narrativas encontram com sua estética. Asteroid City, a última obra de Anderson, entrega um pouco desse fascínio. 

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Açúcar e violência: Pobres Criaturas é sobre devorar o mundo para experimentá-lo

Cena do filme Pobres Criaturas. A personagem Bella Baxter (branca e com os cabelos pretos e compridos até o quadril e as sobrancelhas cheias) está vestindo ombreiras grandes em azul claro sobre a blusa branca, combinadas com um shorts alto amarelo claro. A personagem olha para cima com um olhar curioso. Atrás dela, a cidade é decorada com o comércio de pães e outros alimentos na rua
Pobres Criaturas prova que histórias livres para imaginar, ousar e ser um pouco estranhas ainda movimentam audiências (Foto: Searchlight Pictures)

Giovanna Freisinger

Eu me aventurei e não encontrei nada além de açúcar e violência”. Essas são as palavras de Bella Baxter em Pobres Criaturas após andar pelas ruas de Lisboa sozinha, vendo o mundo com os próprios olhos pela primeira vez. Adaptado do romance vitoriano Pobres Criaturas de Alasdair Gray, com o roteiro assinado por Tony McNamara, a nova obra de Yorgos Lanthimos é um banquete sensorial. 

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O Homem do Norte: a vingança fria e brutal de Robert Eggers

Cena do filme O Homem do Norte. No centro da imagem, temos o ator Alexander Skarsgard, um homem alto, branco e loiro, de cabelos longos, barba grande, abdômen e músculos definidos. Ele está segurando dois machados em suas mãos e vestindo uma calça com uma bainha preta amarrada na cintura, sem camisa. Ao fundo, temos uma vila de camponeses, com casas cujos telhados são feitos de palha amarela e as portas de madeira marrom escura. A cena acontece durante o dia.
Alexander Skarsgård é uma besta enjaulada com ódio em O Homem do Norte (Foto: Focus Features)

Nathan Nunes

Poucos nomes são tão aclamados dentro do Cinema atual como o do diretor Robert Eggers. Seu primeiro filme, A Bruxa, foi um interessante sleeper hit, isto é, aquele caso onde o sucesso é construído no boca a boca. Tendo também revelado ao mundo a excepcional atriz Anya Taylor-Joy, o debute de Eggers fez em bilheteria o equivalente a dez vezes do seu orçamento de modestos quatro milhões de dólares, colocando-o no mapa e deixando altíssimas expectativas para o seu próximo projeto. Felizmente, ele superou todas elas com O Farol, onde já trabalhou com atores mais conhecidos como Willem Dafoe e Robert Pattinson. Notório pela fotografia em preto e branco e aspecto 4×3, o segundo longa do cineasta foi mais um sucesso de crítica, mas nem tanto de público. 

Agora, três anos depois de seu último lançamento, Eggers retornou às telas com O Homem do Norte (The Northman), de uma forma que não poderia ser melhor e mais significativa. Eggers, discípulo de uma geração de diretores independentes catapultada pela produtora queridinha dos cinéfilos A24, chega em seu épico viking ostentando um orçamento de noventa milhões de dólares, do qual ele se apropria para contar uma história nos mesmos moldes do Cinema autoral dessa mesma geração. Em outras palavras, o filme, que é sobre vingança, é também uma vingança ao sistema atual de produção dos grandes estúdios de Hollywood. 

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20 anos depois, Homem-Aranha continua sendo o coração dos filmes de herói

Cena do filme Homem-Aranha. Tem uma pessoa na imagem. No centro da imagem aparecendo de corpo inteiro está o Homem-Aranha. Ele usa seu uniforme,que é vermelho no torso, nos braços e nos pés e azul na cintura e nas pernas, no peito tem um símbolo de uma aranha e toda a roupa é coberta por quadrados vazados, parecendo teias. Ele usa uma máscara vermelha que tem dois visores amarelados. Ele está agarrado a um mastro.No fundo aparece a cidade de Nova York.
Nesse mesmo dia, há 20 anos, chegava às telonas brasileiras o primeiro filme do Homem-Aranha (Foto: Sony Pictures)

Nathan Sampaio

O que faz um personagem ser popular? A sua história sofrida ou sua personalidade marcante? O visual icônico ou as falas de impacto? Talvez seja a mistura disso tudo. É o caso do Homem-Aranha, personagem da Marvel que teve seu primeiro filme lançado 20 anos atrás, e que alçou o herói a fama ao unir um roteiro simples, porém muito bem construído, com cenas memoráveis e um visual excepcional. 

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Todos os caminhos levam ao Beco do Pesadelo

Imagem retangular é uma cena de O Beco do Pesadelo. Centralizado e ao fundo da imagem está Bradley Cooper, um homem branco, adulto, de olhos claros, cabelos castanhos e médios e barba rala, que usa um terno marrom batido com um chapéu da mesma cor. Ele está dentro de um tubo que possui um padrão em espiral vermelho e branco. Ao redor do cano e nos cantos da imagem há uma parede forrada de olhos abertos com íris azuis claras.
Com 4 indicações ao Oscar 2022, o novo filme de Guillermo del Toro é fascinante (Foto: Searchlight Pictures)

Caroline Campos

Guillermo del Toro sempre teve uma predileção pelo inóspito e o bizarro. Conforme sua carreira foi amadurecendo, o diretor se viu cada vez mais confortável em meio às suas criações monstruosas com olhos nas mãos, chifres reluzentes e escamas pelo corpo, buscando reforçar que, no final das contas, o estranho pode ser um convite para uma vida fantástica. No entanto, em O Beco do Pesadelo, sua nova empreitada, del Toro prende as criaturas no baú, fecha o livro de histórias mágicas e assume uma roupagem realista à sua maneira para provar, mais uma vez, que o ser humano é bem mais perigoso que o pior dos monstros.

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Sem Volta para Casa, o Homem-Aranha busca refúgio em si mesmo

Cena do filme Homem-Aranha: Sem Volta para Casa. A cena mostra o Homem-Aranha, um jovem branco, se jogando para pegar uma bolha laranja e verde. Ele usa o uniforme vermelho, com detalhes em preto e o cenário ao seu redor é de escombros e destruição.
Leia com cautela, pois o texto abaixo contém spoilers graves dos acontecimentos centrais de Homem-Aranha: Sem Volta para Casa (Foto: Sony/Marvel)

Vitor Evangelista

O que significa ser um super-herói? O senso de justiça, o dever a ser cumprido e o regozijo em fazer o bem podem estar na ficha técnica de qualquer mascarado que pirueteia pelas vielas escuras de uma cidade recheada de crimes. O Homem-Aranha, mais do que qualquer outro advento quadrinhesco, ganha novas camadas quando analisamos suas características mais específicas: ele é um adolescente passando pela puberdade, alguém efervescendo e encontrando seu lugar no mundo, em adição a picada do aracnídeo e o combo de grandes responsabilidades que chegam junto dos grandes poderes. 

Em 2018, Homem-Aranha no Aranhaverso soube destacar as particularidades do personagem-título com astúcia, deixando claro que, além do trauma de perder alguém, ser o Cabeça de Teia está muito ligado a ideia de sacrificar seu próprio espaço pessoal em prol de um parente, um amigo ou mesmo uma metrópole. Em 2021, chegou a vez do Peter Parker de carne e osso (Tom Holland) perder o chão e se firmar como o Amigão da Vizinhança que tanto lhe cobraram de ser desde que assumiu o manto em um aeroporto alemão

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A Liga da Justiça de Zack Snyder não foi feita para você

Cena do Snyder Cut. Na cena, vemos Diana segurando uma flecha. Ela é branca, tem pele clara e cabelo escuro preso num coque, veste roupas pretas e olha para o horizonte com expressão de preocupação. O cenário ao fundo está desfocado mas podemos ver ruínas de templos de mármore branco.
Lançada 4 anos depois de sua concepção, a Liga da Justiça de Zack Snyder é mais que um reles exercício de ego, é uma demonstração de empatia (Foto: Reprodução)

Vitor Evangelista

A Liga da Justiça de Zack Snyder não foi feita para você. E nem para mim. Por mais que a liberação do filme tenha acontecido pelo apoio massivo dos fãs do diretor, as quatro horas e dois minutos de exibição não são destinadas a ninguém além de Autumn Snyder. A jovem filha do cineasta se suicidou enquanto os pais trabalhavam na primeira versão da aventura da Liga. A tragédia familiar afastou Zack do controle criativo dos personagens, logo em seguida veio a contratação do crápula Joss Whedon e a finalização do longa de 2017 naquele misto de martírio e bugiganga defeituosa.

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Aquaman mergulha na visão espalhafatosa de James Wan e revigora a DC no cinema

Dois terços do filme se passam embaixo d’água e a preocupação do diretor em tornar críveis essas sequências é enorme: atente-se ao cabelo dos personagens nas cenas no mar (Foto: Reprodução)

Vitor Evangelista

Nadando contra a corrente do fracasso comercial dos últimos trabalhos da DC, Aquaman chega repaginado, reimaginado e nas mãos de um cineasta experiente, dono de uma visão revigorante para os Mundos da DC nas telonas. O filme do Rei de Atlantis discute problemas já vistos no gênero, mas triunfa nas cores e na escolha certa de James Wan em expandir toda a cenografia, beirando a breguice mas acertando em criar o filme de super-herói mais bonito do mercado.
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