Big Brother Brasil 21: o melhor e o pior que um reality tem a oferecer

Cena do Big Brother Brasil 21. Os participantes Juliette e Gil estão se abraçando na Academia. Ambos estão com expressão de choro.
Não tinha para mais ninguém: eles foram os maiores (Foto: Rede Globo)

Jho Brunhara

Dizem as línguas que o entretenimento é uma subcategoria da cultura. Que reality show é a maior porcaria que a TV pode transmitir. Será mesmo? Em anos como 2020 e 2021, que fomos forçados a ficar trancados em casa, assistir um bando de subcelebridades, famosos e desconhecidos conviverem com todas as glórias e percalços da índole humana preencheu nosso tempo ocioso e nos devolveu um pouco do sentido de viver.

E é disso que se alimentam os realities: ninguém assiste mais pelos corpos sarados e os casais claramente calculados, muito menos esperando mentes brilhantes e evolução espiritual. Guillermo del Toro já disse sobre os monstros, eles são fascinantes e identificáveis pois não tem a obrigação de serem perfeitos. E é por esse mesmo motivo que assistimos os BBBs e Fazendas da vida, porque podemos transformar humanos reais em nossas próprias personagens. 

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Amor de Mãe e a ruptura da teledramaturgia brasileira

Cena da novela Amor de Mãe. Nela, vemos a família de dona Lurdes reunida no sofá da casa, sorrindo para a foto. À esquerda e atrás de todos, está Ryan, de cabelo descolorido e regata cinza. Abaixo dele, da esquerda à direita, vemos Camila, mulher negra vestindo roupa vermelha; Danilo, homem branco, de cabelos castanhos e camiseta cinza. Dona Lurdes está ao centro, sorrindo, de óculos com acessório que impede de cair, e cabelos pretos. Ao lado dela, estão Érica e Magno.
A produção de Manuela Dias chegou ao fim, mas deixa marcas eternas na televisão (Foto: Globo)

Vitória Silva

O meio cultural está em constante mutação. Com o passar dos anos, fomos alterando e desenvolvendo as nossas formas de consumir conteúdo, seja pelo meio impresso, radiofônico ou televisivo. Assim como os meios mudam, o seu público também muda. Temas que no século passado eram tratados com normalidade não são mais cabíveis nos dias atuais. Dessa forma, os produtos culturais foram recebendo novas vestimentas. Hoje, já sabemos que nem toda narrativa precisa ter uma mocinha que vai atrás do seu par romântico, assim como estereotipar personagens homossexuais não é (e nunca deveria ter sido) motivo de piada.

Essa revolução iria se estender, é claro, para o mundo das novelas. Uma das principais formas de entretenimento do público brasileiro, grande adepto do sofá. Com a ascensão dos streamings e a concorrência cada vez maior de seriados, a teledramaturgia precisou se modificar. Assistir histórias com desfechos sem pé nem cabeça já havia se tornado algo rotineiro, “coisa de novela”, como se o gênero tivesse que ser sinônimo de algo mal feito. Não dava para sustentar um público cada vez mais em busca de abordagens sérias e profundas com os mesmos temas batidos de sempre. 

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