evermore: Taylor Swift cria suas próprias regras

Capa do álbum 'evermore' de Taylor Swift. A imagem apresenta Taylor de costas, fotografada da metade das costas para cima. Ela tem a pele branca e seus cabelos loiros, na altura do meio das costas, estão presos numa trança embutida. Ela usa uma blusa de flanela com uma estampa xadrez grande, de fundo azul bem escuro e os quadrados são laranja, amarelo e bege. Ela está de frente para um um gramado e logo à frente uma parede de árvores longas, de troncos finos e folhagens abertas. A paisagem ao fundo da imagem para onde Taylor olha está desfocada.
“Parece que estávamos na orla da floresta folclórica e tínhamos uma escolha: virar e voltar para trás ou viajar adentro da floresta dessa música” (Foto: Beth Gabarrant)

Laís David

Enquanto a população ainda estava se ajustando aos dias melancólicos de quarentena, Taylor Swift lançou folklore, seu oitavo álbum de estúdio. A atmosfera da obra capturou essencialmente o escapismo e o conforto necessário no momento da pandemia. Oscilando entre colaborações inéditas e participações de velhos amigos, ela agradou a crítica especializada e garantiu a vaga (já recorrente) na categoria de Álbum do Ano no Grammy 2021. Mas, para a Swift, isso não foi o suficiente. Assim, nasceu evermore.

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Blue Neighbourhood e a segunda adolescência LGBTQ+

A imagem mostra o desenho de Troye Sivan, de frente. Ele olha para a esquerda. Em tons pastéis, ao fundo podemos ver os dois lados de uma rua e um céu do entardecer, em tons azuis e laranjas. Acima de Troye foi adicionado o escrito Blue Neighbourhood em letras cursivas. Acima do escrito, foi adicionado TROYE SIVAN em letra de forma.
Capa do álbum (Foto: Reprodução)

Jho Brunhara

Quando eu era adolescente, tinha medo de me expressar por ser gay. Tinha medo ir em festas, ficar bêbado com meus amigos e revelar acidentalmente que não era hétero. Pela necessidade de esconder minha sexualidade por proteção, tinha medo de vestir as roupas que gostava, de dizer o que que pensava, de colocar um “nós” antes de “pessoas LGBTQ+”.

Eram, de certa forma, problemas banais, mas ao mesmo tempo questões muito importantes no ecossistema do colégio e na mente de alguém com 15 anos. Não me sentia verdadeiramente seguro em casa, nem na escola, nem em nenhum lugar. Me assumi nos últimos meses do Ensino Médio, um pouco antes de completar 18 anos. Enquanto a maioria das pessoas da minha idade que eu conhecia já tinham vivido suas próprias aventuras, eu pude, pela primeira vez, me sentir livre, e experimentar a adolescência que idealizava na minha cabeça.

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Dançando no Escuro: 20 anos do musical mais triste do mundo

Cena do filme Dançando no Escuro. A imagem mostra Björk vestida de funcionária de fábrica, no meio de um corredor com aparência industrial. Ela veste um avental preto, touca branca e óculos.
Björk no set de Dançando no Escuro (Foto: Reprodução)

Humberto Lopes

Dançando no Escuro, Dancer in the Dark no idioma original, completa 20 de anos de legado como o musical mais triste de toda a história do cinema. A obra lançada em 2000 é a primeira produção do gênero da carreira de Lars Von Trier, polêmico diretor dinamarquês que assinou o roteiro e direção do longa-metragem estrelado pela cantora islandesa Björk.

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2020 Nunca Mais é o derivado mais óbvio de Black Mirror

Lisa Kudrow, uma mulher loira na faixa dos 50 anos, olha com desdém para a câmera. À sua frente vemos um microfone, e atrás dela a bandeira dos EUA
O filme encontra uma brecha divertida para prever 2021: mutações por conta da vacina e a posse da presidente Harris são dois pontos levantados por 2020 Nunca Mais (Foto: Reprodução)

Vitor Evangelista

Alguns anos atrás, quando as tramoias de Frank Underwood não chocavam tanto quanto as de Donald Trump, percebemos que a modernidade não deve nada aos roteiros de Hollywood. São muitos os fatores que colocam 2020 num radar dramático e narrativo para a ficção se esbaldar. No contexto da pandemia e das eleições norte-americanas, Charlie Brooker e Annabel Jones decidiram que não liberariam uma temporada nova de Black Mirror no momento, mas eles fizeram melhor: optaram por lançar um especial de comédia recapitulando o ano. Eis que surge 2020 Nunca Mais.

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20 anos de A Nova Onda do Imperador: a experiência inusitada da Disney

Uma lhama?! Era pra ele morrer! (Foto: Reprodução)

Caroline Campos

Todos nós conhecemos o padrão Disney de clássicos irrefutáveis – um protagonista justo e merecedor que passa por um grande desafio contra um vilão maquiavélico e acaba retomando a paz de seu insira aqui: vilarejo, país, reino, entre outros. No entanto, logo após o fim da Era da Renascença no início do séc. XXI, surge uma sequência de filmes que não se encaixaram muito bem com o que o ratinho nos apresentava anteriormente e encabeçaram a chamada Era da Experimentação. Entre eles, talvez o que faz mais jus ao nome do período em que pertence, está A Nova Onda do Imperador, que completa 20 anos no ano de 2020.

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Bravura Indômita: um tributo aos clássicos do western, mas único em seu realismo cruel

Trecho do filme Bravura Indômita. Na imagem, três pessoas estão montadas em três cavalos, que cavalgam na neve. No primeiro cavalo da frente, um homem usa um tapa-olho. No cavalo do meio, um homem veste roupa de cowboy normal. No último cavalo quem está em cima é uma garotinha.
Bravura Indômita (em inglês True Grit) carrega tons cômicos finos, mas é o tempo todo regado de um tom de realidade cruel, trazendo um conjunto de cenas que chegam a ser brutais (Foto: Reprodução)

Vinícius Siqueira 

Coragem. Sangue. Orgulho. Vingança. Crueldade e, finalmente, bravura. Palavras que carregam significados tão profundos. Termos que carregam histórias – sejam elas boas ou cruéis. Palavras que carregam em si cargas emocionais muitas vezes incompreensíveis, que contaram uma história de vingança, de perseguição, de derrocada moral e de justiça. Palavras essas que, por fim, teceram o primor da trama de Bravura Indômita (True Grit, no original).

Lançado no ano de 2010, mas só chegando aos cinemas brasileiros em 2011, a obra dirigida pelos Irmãos Coen (Ethan Coen e Joel Coen) representa um marco no gênero de faroeste e um grande tributo para os clássicos do gênero. Tendo sido capaz de construir uma trama que foge a grande parte dos clichês e estereótipos comuns ao gênero western (faroeste), Bravura Indômita nos dá um enredo surpreendente e recheado de cenas de tensão, suspense ou pura reflexão. Além de algumas cenas de ação e tiroteio que trazem o charme inerente aos clássicos do cenário do Velho Oeste.

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Homossexualidade e racismo velado: os 125 anos do pioneiro e controverso Bom-Crioulo

 Capa do livro Bom-Crioulo. O desenho de um homem da cabeça até a altura da metade da barriga trajando uma regata preta. Sua pele está pintada em tons laranjas em contraste dos sombreados pretos. Na altura de seu peito, o título do livro ‘Bom-Crioulo’ e abaixo o nome do autor ‘Adolfo Caminha’ a fonte é branca e de tamanho médio. O fundo da imagem é escuro, pintado de preto com algumas manchas brancas
A obra naturalista foi publicada em 1895 pelo escritor brasileiro Adolfo Caminha (Foto: Reprodução)

Giovanne Ramos

Desde a primeira manifestação literária no Brasil, o Quinhentismo, muitos temas foram inspirações para nortear clássicos da literatura. Os indígenas, a vida interiorana, o adultério, a miséria e a decadência humana são apenas algumas das premissas que se repetiram em diversas obras brasileiras. Mas ao que se diz respeito à homossexualidade, poucos foram os autores renomados a ousarem em se aventurar em escrever algo próximo do cotidiano romântico entre dois homens ou duas mulheres. Até 1895, no Brasil, era praticamente impossível. Mas foi Adolfo Ferreira dos Santos Caminha, um dos expoentes da escola naturalista, o pioneiro em retratar sobre o assunto com a obra Bom-Crioulo, até hoje considerada por muitos como o primeiro romance desta temática em toda literatura Ocidental.

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A Dama e o Vagabundo segue a sina de A Bela e a Fera

Com poucas mudanças em relação ao filme original, o remake ainda possui tempero o bastante para cativar o público (Foto: Reprodução)

Maju Rosa

Quem é que não gosta de um amor clichê? Acompanhar em duas horas o desenvolvimento de desconhecidos que se tornam amigos e se apaixonam é uma reconfortante dose de fuga da realidade. Narrativas românticas são um coringa em qualquer obra, ela pode ser protagonista ou secundária, mas sempre conquistará seguidores que depositam suas esperanças para que o final feliz aconteça. E está enganado quem acredita que a trajetória cativante acontece apenas no universo humano! A Dama e o Vagabundo, que foi originalmente lançado pela Disney em 1955 e transformado em live action ano passado, já retratava o amor inesperado… Entre cães.

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His Dark Materials e o dilema de adaptações

A personagem de Ruth Wilson, Marisa Coulter, está ajoelhada no chão de uma sala com pouca luz. Ela olha direitamente para os olhos de seu daemon, um macaco dourado, que olha de volta. Com sua mão esquerda ela acaricia o rosto do animal.
Marisa e Ozymandias, os maiores (Foto: BBC One/HBO)

Jho Brunhara

Quando George R. R. Martin decidiu escrever o primeiro livro de As Crônicas de Gelo e Fogo, ele não queria apenas mais uma história de ficção. Ele queria um mundo fantasioso tão complexo que seria considerado “infilmável”. Mesmo assim, os terríveis D&D foram atrás do pepino e transformaram a obra na gigantesca Game of Thrones. Se ignorarmos muitos fatores, é uma adaptação ok, que consegue transferir parte da genialidade do livro para as telas.

Fronteiras do Universo, de Philip Pullman, pode não ser um universo tão detalhado quanto o de Martin, mas ainda sim é um desafio de ser adaptado. A Bússola de Ouro (2007) tentou, mas o apelo não foi suficiente para que a trilogia fosse concluída no cinema. Em 2019, a BBC One, em parceria com a HBO, lançou a primeira parte da versão em formato de série, His Dark Materials. Agora, com o fim da segunda temporada, podemos ter uma dimensão um pouquinho melhor dos méritos da adaptação. 

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O Replay de Acabou Chorare e o legado dos Novos Baianos

Capa do disco Replay Acabou Chorare. Na esquerda, há um fundo alaranjado claro, com diversos copos, talheres, uma chaleira com tampa, um livro verde, um coador de café, um prato branco e pacote de papel, com açúcar. Na direita, o fundo é branco, com letras grandes onde é possível ler o nome do álbum.
Capa do Replay – Acabou Chorare (Foto: Carolina Vianna e Polar)

Marina Ferreira

“Acho que você nasce no Brasil, você tem que ouvir Acabou Chorare”. É com essa frase certeira e carregada de brilho no olho que Letrux abre o décimo vídeo da série Replay, traduzindo em pouquíssimas palavras a grandiosidade do álbum que é, até hoje, considerado pela revista Rolling Stones como o maior disco brasileiro de todos os tempos. Com um título dessa importância, é natural que Acabou Chorare, o clássico dos Novos Baianos de 1972, seja também um dos maiores influenciadores daqueles que trazem consigo a missão de manter viva a MPB, ou como recentemente intitulada, Nova MPB.

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