Com Carinho, Kitty vive suas primeiras experiências

Cena da série Com Carinho, Kitty. Na imagem, vemos a personagem Kitty, com sacolas e uma mala amarela. Ela veste um uniforme azul escuro, com um uma camisa branca e um sobretudo de cor azul. Ela está em um jardim e está sorridente no centro da imagem.
Deixando de ser uma mera personagem coadjuvante, Anna Cathcart tem em Com Carinho, Kitty o seu primeiro papel como protagonista (Foto: Netflix)

Guilherme Machado Leal

Nas séries centradas em adolescentes, as primeiras experiências são o ponto de partida para que a história se desenrole. A partir delas, sentimentos amorosos, dificuldades do Ensino Médio e o crescimento inerente dessa fase participam do processo de formação de um indivíduo. Em Com Carinho, Kitty, spin-off da trilogia de livros Para Todos Os Garotos Que Já Amei – adaptados pela Netflix -, a autora Jenny Han utiliza o formato televisivo para contar a jornada de Kitty (Anna Cathcart) em busca das suas raízes coreanas.

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NYAD nada contra a corrente

Inspirado na história real da nadadora Diana Nyad, NYAD encontra abrigo em vencer à contragosto (Foto: Netflix)

Jamily Rigonatto 

Uma travessia de 180 km, Annette Bening e Jodie Foster, a soma equaliza uma das maiores produções inspiradas em histórias da vida real dos últimos anos: NYAD. A trama lançada pela Netflix em 2023 traz um combo de veracidade, suspense e uma atuação de primeira, com um equilíbrio bastante acertado. Dirigido por Jimmy Chin e Elizabeth Chai Vasarhelyi, o longa-metragem mixa tons de persistência e uma ousadia quase negligente.  

O filme conta a história da nadadora Diana Nyad (Annette Bening) que, aos 60 anos, vai em busca de refazer um feito que tentou aos 28: atravessar o oceano de Cuba até a Flórida nadando. O sonho que já parecia completamente insano na juventude, quando a protagonista persistiu por 42 horas no trajeto com uma gaiola de tubarão, mas não conseguiu aguentar, agora soa impossível. No entanto, quebrar as regras do lógico é uma das características desta história.

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Conheça a curta, mas Incrível História de Henry Sugar

Cena do curta A Incrível História de Henry Sugar. Na imagem, rodeiam uma mesa de pôquer, Benedict Cumberbatch, Ben Kingsley e Wes Anderson, da esquerda para a direita, respectivamente. Todos utilizam ternos, sendo o de Benedict preto, o de Kingsley cinza e o de Wes marrom. A sala em que estão possui paredes vermelhas com padrões geométricos quadrados e retângulos estampados. Ben Kingsley está em pé, centralizado atrás da mesa na qual apoia suas mãos, uma de cada lado da bandeja de fichas do jogo. Ele mantém uma expressão facial neutra, olhando para a câmera à sua frente e na parede atrás de si há um quadro abstrato. Benedict está sentado em um banquinho no lado esquerdo da mesa na qual apoia um antebraço enquanto o outro permanece levantado com o dedo indicador erguido enquanto fala se dirigindo a Wes. Esse, por sua vez, também está sentado em um banquinho, mas ao lado direito da mesa e mantém as mãos repousadas em seu colo enquanto mantém um diálogo com Cumberbatch.
A Incrível História de Henry Sugar pode ser a galinha dos ovos de ouro de Wes Anderson no Oscar de 2024 (Foto: Netflix)

Gabriela Bita

Para os fãs de Wes Anderson, A Incrível História de Henry Sugar é um espetáculo completo. Já para aqueles que não o admiram, pode ser um pouco difícil apreciar a obra, na qual as características que marcam o estilo de Anderson são maximizadas. Adaptado do conto do escritor britânico Roald Dahl, o curta-metragem é o primeiro de uma série de quatro produçõesA Incrível História de Henry Sugar, O Cisne, O Caçador de Ratos e Veneno –  realizadas pelo diretor em parceria com a Netflix.

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A Sociedade da Neve mostra a complexidade desesperadora da sobrevivência humana

A foto é uma cena do filme A Sociedade da Neve. A foto mostra 14 dos 16 sobreviventes sentados na frente da fuselagem do avião. Estão sentados na neve, alguns em cima da lataria ou de malas. O horizonte atrás do avião mostra as cordilheiras dos Andes
A tragédia já teve outras quatro adaptações para o audiovisual (Foto: Netflix)

Amabile Zioli

Adaptar a história de uma tragédia real para o audiovisual sempre envolve muita responsabilidade. Depois de reduzir os acontecimentos catastróficos da Tailândia de 2004 a um clichê dramático hollywoodiano em O Impossível,  J. A. Bayona se redimiu com A Sociedade da Neve, trazendo para as telas, mais uma vez, mas sob outra perspectiva, a tragédia ocorrida nos Andes em 1972. A produção espanhola foi aclamada internacionalmente, o que rendeu uma indicação ao Oscar de Melhor Filme Internacional e Melhor Maquiagem e Penteados.

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Em El Conde, A Opressão é escura como o sangue

Cena do filme El Conde(2023), O General Augusto Pinochet (Jaime Vadell), Um homem idoso, de estatura mediana está no centro de um enorme salão, ele usa uma capa longa e um quepe, a cena é em preto e branco, há uma névoa em todo o salão, que é iluminado por dois lustres, dispostos de maneira simétrica, e tem móveis muito antigos como um piano e cadeiras]
El Conde satiriza o horror da vida real usando um horror de fantasia (Foto: Netflix)

Guilherme Dias Siqueira

11 de Setembro marca o aniversário de uma das grandes tragédias ocorridas nas Américas, algo tão terrível e tão brutal que seria lembrado não só nas aulas de história, mas no profundo subconsciente de um povo inteiro. Há 50 anos, no Chile, um presidente era assassinado, o palácio presidencial bombardeado, uma ditadura se iniciava e por trás dela, um homem se tornava ditador. Embora todos eles sejam, sem exceção, meros mortais feitos de carne, osso e vísceras, como todos nós, quando tomamos conhecimento das barbaridades as quais esses mesmos humanos tiveram a capacidade de perpetrar, passamos a enxergá-los como monstros. 

Não há nada mais adequado que comparar alguém que suga vidas de seus oponentes a um vampiro, na visão dos roteiristas de El Conde, Pablo Larraín e Guillermo Calderón, Augusto Pinochet é um monstro dos clássicos filmes de terror dos anos 1930. Com mais de 200 anos de vida, o general viveu assombrando revoluções por décadas ao redor do mundo até parar no Chile e lá, após acusações de crime contra a humanidade e corrupção (aparentemente ele não se incomoda tanto com a primeira) ele decide se isolar com sua família em uma fazenda.

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Bradley Cooper orquestra o seu Maestro interior

Cena do filme Maestro. Na imagem, o protagonista Leonard Bernstein aparece conduzindo uma orquestra. Ele é interpretado pelo ator Bradley Cooper, um homem branco de cabelos escuros e olhos claros. A câmera captura em cores e a partir da cintura o maestro angulado para o lado com suas mãos realizando gestos para cima enquanto segura uma batuta com uma delas. Ele veste um terno preto por cima de uma camiseta branca. Ao fundo, é possível ver de forma desfocada os membros da orquestra tocando seus respectivos instrumentos e a esposa de Bernstein com seu vestido azul.
Bradley Cooper usou 137 próteses de nariz ao longo de Maestro (Foto: Netflix)

Nathalia Tetzner

Todo ator é, no fundo, movido pela atenção. Acostumado a esconder a ambição por trás de performances gloriosas, seu maior pesadelo é transparecer pela pele do personagem. Essa situação terrífica acontece com Bradley Cooper que – pela segunda vez assumindo o cargo de diretor em um filme que também protagoniza –, orquestra o seu maestro interior em uma cinebiografia que parece dizer bem mais sobre ele do que o objeto de estudo, o lendário Leonard Bernstein. Ainda que tenha bons momentos, Cooper não consegue desaparecer por completo na pele do compositor do musical West Side Story, fato previsto quando acusações de antissemitismo surgiram por todos os lados pelo uso questionável de uma prótese de nariz.

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Segredos de Um Escândalo prova que a Arte não passa a história a limpo

No Oscar 2024, May December concorre à categoria de Melhor Roteiro Original (Foto: Diamond Films)

Vitória Gomez

Pode a Arte imitar a realidade sem se basear nela? Pode a vida de alguém virar arte se não houver autorização? Todd Haynes prova que sim. Tão melodramático quanto bem-humorado, Segredos de Um Escândalo, inspirado em uma história real, mostra que o papel da arte não é necessariamente passar as coisas a limpo. Do contrário, a obra disseca os restos do que um dia foi um escândalo, reimaginando os ecos reais dele muito tempo depois que os noticiários se esqueceram. 

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A segunda temporada de De Volta aos 15 mergulha na nostalgia e no clichê romântico

 Cena de De Volta aos 15. No lado esquerdo, Camila Queiroz veste blusa xadrez vermelha e calça jeans. A atriz é branca e tem cabelos castanhos ondulados. Ao fundo, no lado direito, está o ator Gabriel Stauffer, que veste moletom marrom e uma blusa cinza. O ator é branco e tem cabelo e barba castanhos. Os intérpretes dentro de uma van.
Camila Queiroz e Gabriel Stauffer vivenciam aventuras temporais como Anita e Joel adultos na produção nacional De Volta aos 15 (Foto: Netflix)

Felipe Nunes

Maisa Silva e Camila Queiroz estão de volta para viajar no tempo como Anita na segunda temporada de De Volta aos 15, seriado nacional da Netflix baseado na obra literária homônima de Bruna Vieira. Dessa vez, a imatura personagem de 30 anos no corpo de uma menina de 15 passeia com mais complexidade pelos dramas e incertezas da fase adulta e é acompanhada por um parceiro inesperado, Joel, interpretado por Antônio Carrara (adulto) e por Gabriel Stauffer (jovem).

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No segundo ano de Heartstopper, o orgulho está mais vivo e radiante do que nunca

Cena da série Heartstopper. Na imagem, Joe Locke, um homem branco que interpreta Charlie, veste uma camisa xadrez de botão e Kit Connor, um homem branco que interpreta Nick, veste uma camisa rosa. Eles estão se beijando em frente a um arbusto.
No segundo ano, os garotos mais fofos do mundo têm o seu amor ampliado e escancarado da forma como deve ser: aos quatro cantos do mundo (Foto: Netflix)

Guilherme Machado Leal

Após o estrondoso sucesso da primeira temporada de Heartstopper, ficou claro que a criadora Alice Oseman possuía uma árdua tarefa pela frente: entregar ao público um segundo ano que não só mantivesse a série no mesmo nível da sua estreia, como também a superasse. Com um orçamento maior, novos personagens e locações, a história centrada no amor de Charlie Spring (Joe Locke) e Nick Nelson (Kit Connor) está mais viva do que nunca.

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O drama cômico da terceira temporada de Disque Amiga para Matar realmente é de matar

Cena da terceira temporada da série Disque Amiga para Matar. Na cena, vemos as personagens Jen Harding e Judy Hale de braços dados. Jen, uma mulher branca e loira, usa roupa preta e apresenta uma expressão séria. Judy, uma mulher branca com cabelos castanhos e franjas curtas, também usa roupa preta e tem um óculos posicionado em sua cabeça, como uma tiara. Ela parece estar segurando um pedaço de papel e apresenta uma expressão assustada. As personagens estão em um evento cujo espaço é aberto. Ao fundo, desfocado, é possível ver algumas cadeiras, plantas e pessoas que usam roupas na mesma paleta de cores que elas.
A 3º temporada de Disque Amiga para Matar conquistou 33,33 milhões de horas assistidas somente na primeira semana (Foto: Netflix)

Vitória Borges

Considerada uma das melhores séries de comédia produzidas pela Netflix, Disque Amiga para Matar conta com humor perverso em meio a ironia, exageros e muita sinceridade. O enredo do seriado é centrado na história de Jen Harding – papel interpretado por Christina Applegate – que perdeu o marido em um trágico acidente de carro e que, em meio a tanta desordem, conhece Judy Hale (Linda Cardellini), uma simples mulher que guarda segredos sombrios a respeito de seu passado.

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