Há muito tempo, dizem que por trás de todo homem há uma mulher. Beckham, série documental sobre um dos maiores jogadores de futebol da história da Inglaterra – e uma das figuras mais propagadas em campanhas globais para marcas gigantescas –, coloca a prova esse ditado. Demonstrando, também, que a razão pelo insucesso de muitos seja, talvez, por não ter uma Spice Girl como Victoria Beckham em suas trajetórias.
Em 1969, os membros do grupo musical The Beatles se reuniram para a produção do que viria a ser o álbum Let It Be. O cineasta estadunidense Michael Lindsay-Hogg foi chamado para filmar o processo de concepção do disco, o que deu origem ao documentário que leva o mesmo nome do álbum e contém também o famoso espetáculo no terraço, última aparição pública da banda. Mais de 5 décadas depois, foi lançada a série documental The Beatles: Get Back, dirigida e produzida por Peter Jackson (O Hobbit, King Kong), que se aproveita das imagens de arquivo produzidas em 1969 para dar origem a 3 episódios, totalizando aproximadamente 8 horas de duração.
As máquinas têm menos problemas. Eu gostaria de ser uma máquina, e você? – Andy Warhol
Entre retratos formais da teoria da Arte, colunas em páginas de fofoca e imagens em threads explicativas, sempre existiu o dilema de quem era Andy Warhol. Para muitos, a resposta pode ser simples e se resumir nos símbolos que ele construiu a si mesmo – como a famosa e espalhafatosa peruca branca. Essa era a pretensão de um homem que se tornou um ícone, que, diante da mídia, não abria espaço para nada além de uma leitura superficial de sua obra – uma ilustração aparentemente objetiva da sociedade de consumo – e de sua excêntrica personalidade.
No dia 18 de agosto de 1992, o cineasta Woody Allen convocou uma coletiva de imprensa no saguão do The Plaza Hotel, em Nova York, para confirmar que estava tendo um romance com a jovem Soon-Yi Previn. Para quem esse nome possa soar desconhecido, a coreana é a filha adotiva da atriz Mia Farrow, que também era namorada de Allen até o ocorrido. Esse fator quase transposto de uma novela de Walcyr Carrasco foi apenas o estopim de uma batalha que perdura anos, e é retratada na série documental Allen contra Farrow.
A aspiração de homens brancos pela política é um dos fatos mais óbvios deste mundo. Dos números às suas interpretações, algo é compreendido: não há lugar melhor para indivíduos criados como os donos do futuro darem vazão às suas síndromes de poder do que um ambiente institucional deliberativo. Os Parlamentos sabem bem disso, as Câmaras sabem bem disso, os Palácios, Tribunais, Prefeituras e Senados, todos ocupados por uma maioria masculina branca na em boa parte dos governos do mundo, sabem muito bem disso.
O trabalho de base é forte, começando com a própria existência destes numa sociedade racista e patriarcal. E na chamada maior democracia do mundo, o processo é favorecido por algumas iniciativas, que junto da ação das estruturas de poder do século 21, trabalham para evocar nesses futuros líderes as suas noções políticas. Uma delas é o Boys State, um programa de verão realizado desde 1937 em cada um dos estados dos EUA pela Legião Americana, entidade formada por veteranos de guerra estadunidenses. Todo ano, os membros da instituição escolhem 1.200 jovens para participar do projeto que cria o estado dos meninos, onde eles vivem a experiência de construir um governo do zero.
Sucesso, fama e uma multidão de fãs. Se a abertura contagiante do documentário Tina parece dimensionar muito bem a figura de Tina Turner, verdadeira lenda do rock’n’roll, poucos minutos são necessários para que surjam pontos contrastantes em relação a esse clima festivo. Decerto, são as dores dessa artista mundialmente venerada que protagonizam, na maior parte do tempo, a narrativa de um filme honesto, memorialístico e quase melancólico. Dividido em cinco partes, o longa-metragem dirigido e roteirizado por Daniel Lindsay e T.J. Martin é uma boa escolha para quem se despede da vida pública.
O documentário recém-lançado da Netflix, O Dilema das Redes,dirigido por Jeff Orlowski, se inicia com um questionamento a todos os personagens dessa história. “Qual é o problema?” parece ser a pergunta que guia os entrevistados e, embora todos apontem os erros com certa facilidade, não conseguem manter a mesma assertividade quando tentam apontar a solução do problema.