Wagner Moura faz de Marighella uma experiência coletiva

Cena do filme Marighella, mostra Seu Jorge, um homem negro e adulto, com o filho no colo, uma criança que usa camisa branca e se abraça ao pescoço do pai. A cena é de dia e ao fundo vemos árvores e carros.
A coletiva de imprensa de Marighella ocorreu no Cine Marquise, na Avenida Paulista, à duas quadras de distância do local onde o Guerrilheiro foi assassinado em 1969 (Foto: O2 Filmes)

Vitor Evangelista

52 anos se passaram desde que Carlos Marighella foi alvejado por tiros em uma emboscada, dentro de um carro na Alameda Casa Branca, em São Paulo. O momento, marcado para sempre nos livros de História como mais um dos massacres políticos e sociais da Ditadura Militar, agora é transposto às telas da ficção, na dolorosa constatação de que o Brasil de 1969 dialoga com eloquência e pesar com o país de 2021. Marighella, cinebiografia do Guerrilheiro que Incendiou o Mundo, aposta no Cinema de ação e revolta para, em meio ao banho de sangue e lágrimas, exprimir esperança.

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Dois Papas nunca salga suas feridas

Anthony Hopkins ganhou a cultura pop na pele de Hannibal Lecter, que lhe rendeu um Oscar, e Jonathan Pryce deu vida ao Alto Pardal, em Game of Thrones (Foto: Reprodução)

Vitor Evangelista

‘Que hino é esse que você está assobiando?’ pergunta um carrancudo Papa Bento XVI (Anthony Hopkins) ao carismático Jorge Bergoglio (Jonathan Pryce). O futuro Papa Francisco sorri ao responder, ‘é Dancing Queen, do Abba’. É nesse marasmo lírico que Fernando Meirelles decide versar sobre religião, legado e sobre desavenças. O embate ideológico entre dois homens, idosos, membros da mesma Guilda. Dois Papas pode ser esmiuçado e desmontado na representação de uma longa prosa, amena e chapa branca. Seria ilógico procurar na Netflix, essa grande corporação que tenta agradar a todos, um estudo potente e doloroso sobre os crimes da Igreja Católica ao longo do tempo. 

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