Melancolia: 10 anos de colisão emocional

Cena do filme Melancolia em que há uma mulher vestida de noiva à esquerda, uma criança de terno preto no centro e uma mulher de vestido cinza à direita. Os três estão em um gramado e ao fundo há uma mansão.
Melancolia aborda em sua narrativa a objetificação das emoções (Foto: Zentropa Entertainments)

Gabriel Gatti

A melancolia é um estado de morbidez em que a pessoa apresenta abatimento físico e emocional. Esse sentimento tão comum é capaz de afetar qualquer pessoa independente das condições em que esta se encontra. Com o pensamento na escatologia, a trama se aproveita dessa condição emocional abstrata objetificando-a em um gigante planeta azul em rota de colisão com a Terra. A partir dessa premissa, a obra apresenta uma análise comportamental sobre duas irmãs e suas percepções com o fim da vida.

Essa aproximação entre psicologia, morbidez e arte é muito comum na cinematografia do repulsivo diretor dinamarquês Lars Von Trier, que ficou conhecido por suas polêmicas. Seus filmes costumam representar mulheres em estado de vulnerabilidade e inferioridade aos homens, sendo retratado diversas vezes de forma asquerosa o abuso e a violência contra a figura feminina.

Continue lendo “Melancolia: 10 anos de colisão emocional”

Nós comeremos bolo em frente ao mar para comemorar os 5 anos de DNCE

Capa do álbum DNCE. Os integrantes estão em uma sala amadeirada, com uma lareira antiga em cinza e tapete claro. Joe está mais próximo da câmera, sentado numa poltrona marrom com um acolchoado verde claro. Ele é branco, de cabelos curtos pretos com barba e bigode curtos. Ele veste uma camisa de manga longa e uma calça preta e está descalço, sentado com a perna esquerda cruzada. Ele segura uma xícara com pires brancos e está olhando para a câmera. Ao seu lado, está uma mesa pequena, redonda e alta com um prato com frutas. Em sua frente, está uma mesa de centro branca pequena, com alguns pratos com comida. Apoiada na lareira, está JinJoo Lee, mulher sul-coreana de cabelos pretos e rosas pretos em um coque. Ela veste um body preto sensual e botas pretas até metade da coxa. Seus pés estão apoiados numa pequena escada de madeira. Junto à lareira, estão três porta retratos pequenos e um quadrado grande de uma pintura antiga, com DNCE escrita em tinta verde fluorescente. Na ponta esquerda da lareira, há ainda um castiçal com 5 velas acesas. Atrás de JinJoo, está uma mulher mais velha, com roupas de faxineira pretas e brancas, limpando uma estante alta de livros. A mulher é branca, com a mão esquerda segura um espanador limpando uma prateleira e a mão direita está apoiada na cintura. Ela olha com indignação para JinJoo. Ao lado de JinJoo, mais abaixo, está Cole Whittle, sentado numa poltrona marrom com um acolchoado verde claro. Ele é branco e grita eufórico com um livro laranja aberto na mão direita. Ele veste uma camisa aberta preta estampada, meias azuis escuras até a canela com três listras vermelhas e uma bota preta. Ele está com a perna direita cruzada sob a outra. Apoiado na cadeira de Cole, está Jack Lawless. Ele é branco, de cabelos castanhos claros compridos até o ombro. Ele veste uma camisa preta com detalhes em branco e uma calça preta. Ele segura uma xícara branca com a mão direita e sua perna direita está levemente dobrada. Ao seu lado, está uma mesa pequena e baixa, com um telefone antigo e um vaso com flor vermelha.
“Coloque seus pés acima das mãos e D-N-C-E” (Foto: Republic Records)

Júlia Paes de Arruda

Depois de um impetuoso começo na carreira solo, Joe Jonas decidiu tentar outra forma de permanecer nos holofotes da Música. Com o término dos Jonas Brothers ainda recente, ele se uniu com seu amigo de longa data Jack Lawless para formar o DNCE, junto com a guitarrista JinJoo Lee e o tecladista Cole Whittle. Ainda que seu primeiro lançamento tenha sido uma incógnita, somente em 2016 que o quarteto sentiu seu deleite com a chegada de um álbum autointitulado. 

Continue lendo “Nós comeremos bolo em frente ao mar para comemorar os 5 anos de DNCE”

10 anos de Up All Night: tinha que ser você para o começo do One Direction

Capa do álbum Up All Night, do One Direction. A foto é quadrada, com uma borda branca e possui um aspecto amarelado. No canto superior esquerdo, está um adesivo vermelho escrito 1D em branco, com uma listra branca em cima e outra embaixo. Na parte superior, está escrito One Direction em letras pretas e maiúsculas. Abaixo, em tamanho menor, está escrito Up All Night em letras maiúsculas e pretas. Ocupando o centro da imagem, estão Harry, Zayn, Liam, Louis  e Niall, da esquerda para a direita. Harry é um homem de olhos claros e cabelos cacheados curtos. Ele veste uma camisa listrada branca e amarela e uma calça jeans bege. Ele está sorrindo e possui duas covinhas. Os dois braços estão à frente do corpo. Zayn é um homem com traços árabes, possui olhos e cabelos escuros, com corte estilo topete. Ele veste uma camisa azul piscina e uma calça bege. Zayn está sorrindo, com a língua entre os dentes e abraça Harry na cintura com o braço direito. Liam é um homem de cabelos castanhos claros e curtos ondulados. Ele veste uma camisa de moletom bege. Liam abraça Louis, que está em sua frente, com a mão direita no peito de Louis e também apoia a mão esquerda no ombro de Niall, ao seu lado. Louis é um homem de cabelos castanhos lisos. Ele veste uma camisa branca, uma calça bege e uma jaqueta jeans. Louis está levemente abaixado, sorrindo, sendo segurado por Niall e Liam. Niall é um homem de cabelos loiros curtos. Ele veste uma camisa branca, um moletom azul claro e uma calça jeans. O dia na foto está ensolarado e possui matas pequenas atrás dos integrantes. 
“Palavras serão apenas palavras,/Até que você as traga para a vida” (Foto: Simco Limited/Sony Music Entertainment UK)

Ana Laura Ferreira e Júlia Paes de Arruda

Pegue qualquer lista de maiores hits da década de 2010 e é certo que terá um salpicado aqui e ali de uma banda britânica muito famosa. Se você não conhece o One Direction por nome, tenho certeza que pelo menos já escutou uma vez na vida o maior single dos cantores europeus, What Makes You Beautiful. Parece que foi ontem, mas o primeiro álbum do grupo, Up All Night, já está completando 10 anos de história e de recordes. Para além dos diversos caminhos tomados por seus cinco integrantes, nada poderia ser mais nostálgico do que o início de tudo.

Continue lendo “10 anos de Up All Night: tinha que ser você para o começo do One Direction”

Deus Salve a Rainha: os 5 glamourosos anos de The Crown

Cena da série The Crown. É uma imagem com as bordas escura e bem iluminada ao centro para destacar, em plano médio, a personagem principal: Elizabeth II, uma mulher branca, magra, de cabelos castanhos presos para trás em um penteado baixo com uma grande coroa acima, prateada e composta de cristais. Ela tem grandes olhos azuis e está em pé andando para a esquerda, olhando para a direita e sorrindo sem mostrar os dentes. Ela veste um vestido de tecido brilhante branco e prata, com um pequeno detalhe aparente de tecido azul turquesa na saia e um pedaço de um detalhe em prata na cintura do vestido. Ela cruza os braços na direção da cintura para enrolar um estola de pelos braços pela parte superior do corpo, que cobre toda a frente da roupa e deixa apenas um pequeno pedaço dos ombros e do colo à mostra. Ela usa luvas brancas que cobrem até acima dos cotovelos, já no braço esquerdo, carrega uma pequena bolsa branca, em seu pescoço há um grande colocar brilhante com pérolas e nas orelhas, há brincos compridos e brilhantes. Atrás dela e levemente ao fundo, do lado direito da imagem e levemente desfocado está Philip, um homem branco, magro e alto, de cabelos loiro médio, ele se encontra na mesma posição de corpo que ela, ele veste um smoking preto, com um lenço branco no bolso, e por baixo uma camisa branca com uma gravata borboleta da mesma tonalidade, ele aparenta estar com os braços atrás do corpo. Ao fundo atrás da personagem há dois grandes pilares cor de areia, e em frente a eles, à esquerda da imagem, há um pequeno grupo de pessoas, da esquerda para a direita: uma mulher branca, magra, de cabelos castanhos com um lenço cor de areia escuro cobrindo-os, deixando apenas o topo aparente, ela usa batom vermelho e veste um sobretudo marrom de estampa xadrez, ela sorri sem mostrar os dentes e aplaude. Um pouco atrás dela há um homem alto, branco de cabelos loiro escuro, usa um terno preto com uma camisa branca e uma gravata bege clara, só é possível ver a a parte superior do corpo acima da cintura; em frente a ele há um homem um pouco mais baixo, branco, de cabelos pretos e sobrancelhas grossas, ele veste um sobretudo cinza azulado e na cabeça usa uma boina da mesma cor, embaixo do sobretudo, veste uma camada um pouco mais escura acima de uma blusa branca, as duas mãos estão juntas em frente ao corpo. Atrás de Elizabeth é possível ver apenas o rosto de um homem branco de cabelos castanhos que olha em sua direção, assim como todos os figurantes. Ao fundo à esquerda há mais algumas pessoas não distinguíveis e a direita um prédio pouco iluminado com paredes cinzas, janelas grandes e de pelo menos dois andares.
“O país precisa ser liderado por alguém forte” (Foto: Netflix)

Júlia Caroline Fonte

Há 5 anos, os portões do Buckingham Palace foram abertos ao público, revelando os segredos obscuros e os dramas da família real britânica, como também nos aproximando de uma das figuras mais conhecidas da história. The Crown, série criada por Peter Morgan, que, de início, não tinha tanta aclamação e atenção do público, logo tornou-se um sucesso e, prestes a lançar sua quinta temporada, a série da Netflix conta com o maior orçamento da plataforma, a altura de suas personagens e de sua luxuosa produção. 

Continue lendo “Deus Salve a Rainha: os 5 glamourosos anos de The Crown”

Após 30 anos, A Família Dinossauros continua sendo a série jurássica mais atual já feita

Cena da série A Família Dinossauros exibe uma família de quatro dinossauros vestindo roupas em volta de um ovo.
Com répteis gigantes como protagonistas, A Família Dinossauros apresentava a cada episódio uma história nova dos Silva Sauro (Foto: Jim Henson Productions)

Gabriel Gatti 

Há milhões de anos, as formas de vida que habitavam a Terra eram outras. Os registros geológicos chamam de pré-cambriano a fase em que começaram a surgir os primeiros seres vivos. Com o passar do tempo, apareceram outros animais mais complexos, como os dinossauros, répteis gigantes que dominavam o planeta. Esse é o contexto histórico em que se passa a série A Família Dinossauros, criada por Jim Henson, uma sitcom que de arcaica não tem nada. O show jurássico ganhou notoriedade por apresentar de forma humorística a reconstrução do estilo de vida contemporâneo por meio de dinossauros. 

Continue lendo “Após 30 anos, A Família Dinossauros continua sendo a série jurássica mais atual já feita”

Os 5 anos de The Good Place nos deixam uma pergunta: o que devemos uns aos outros?

Cena da série The Good Place. A imagem mostra os seis personagens principais dentro de um balão, eles sorriem e olham para a câmera.
Seis narrativas diferentes que trazem uma história única (Foto: NBC)

Gina Zapparoli

Nunca é esperado que alguém tome notas de ações boas e ruins que fazemos durante o tempo em que as pessoas passam na Terra, correto? Talvez colar em uma prova importante a qual você queira muito passar ou comprar uma “mistura de margarita para mulheres solitárias” para passar o fim de semana não parecem ser opções tão ruins vez ou outra.

No entanto, The Good Place mostra que há sempre uma pessoa anotando seus erros e acertos e que, bem, isso poderá te dar uma futura dor de cabeça. A narrativa da série se baseia em como as decisões dos personagens principais Eleanor Shellstrop (Kristen Bell), Tahani Al-Jamil (Jameela Jamil), Jason Mendoza (Manny Jacinto) e Chidi Anagonye (William Jackson Harper), por mais bobas que sejam, tragam grandes consequências para os mesmos.

Continue lendo “Os 5 anos de The Good Place nos deixam uma pergunta: o que devemos uns aos outros?”

Lavoura Arcaica: tradições podem destruir uma família

Cena do filme Lavoura Arcaica em que aparece toda a família sentada à mesa, com quatro membros de cada lado e o pai ao centro como o patriarca.
20 anos depois de seu lançamento, os simbolismos familiares de Lavoura Arcaica permanecem fortes (Foto: Núcleo Luiz Fernando Carvalho)

Gabriel Gatti

Toda família se constrói em cima de tradições e costumes passados de geração em geração. Muitos desses hábitos sofrem modificações conforme os tempos avançam, mas em alguns casos há resistência daqueles cegados pelas crenças pavimentadas em sua mente. Essa relação familiar complicada é o que motiva André (Selton Mello) a abandonar o lar e partir rumo ao desconhecido em busca daquilo que realmente acredita. A premissa de Lavoura Arcaica se desenvolve em uma trama complexa e profunda durante 2 horas e 43 minutos de filme.

Continue lendo “Lavoura Arcaica: tradições podem destruir uma família”

Ceremonials: há uma década, Florence exorcizava seus demônios e dançava com eles

Ensaio para promoção do álbum Ceremonials. Fotografia retangular em fundo preto. No centro, está Florence acompanhada de dois de seus reflexos em cada lado como se estivessem de costas uma para outra. Uma mulher branca de cabelos ruivos. Ela veste um vestido de gala coberto de esmeraldas. Florence segura seu cotovelo direito com a mão esquerda, enquanto a mão direita está sobre seu peito na altura do coração.
Após sucesso de disco de estreia, Florence vê em um trabalho grandioso a chance de se consolidar (Foto: Tom Beard)

Guilherme Veiga

Os dias de cão acabaram, mas alguns traumas ficaram. Em seu segundo álbum de estúdio, a banda britânica Florence + The Machine tem a difícil missão de conviver com eles além de manter o alto nível que seu disco de estreia Lungs (2009) proporcionou. Para isso, Florence apostou na grande produção e em sua já consolidada poesia e voz. Tal aposta resultou em um grito muito bem afinado com aspirações megalomaníacas, que flerta com o gótico e o gospel ao mesmo tempo, e que demonstra excelência, além de evidenciar a notável evolução do grupo dois anos após seu debut.

Continue lendo “Ceremonials: há uma década, Florence exorcizava seus demônios e dançava com eles”

Em Grave, Julia Ducournau está faminta por você

Cena do filme Grave. Justine (Garance Marillier) está no colo de Adrien (Rabah Nait Oufella), com a cabeça apoiada em seu ombro esquerdo, mordendo fortemente seu próprio braço direito. Justine é caucasiana, de cabelos pretos e longos. Ela está nua, e a câmera captura seu olhar animalesco conforme sangue se acumula em seu braço e escorre para a cama. Adrien é caucasiano, tem o cabelo escuro raspado e sua expressão não é visível, sua cabeça apoiada na cama. Ele gentilmente alisa o cabelo de Justine com a mão esquerda. Atrás deles, o resto do quarto está desfocado, mas podemos identificar alguns livros empilhados e roupas espalhadas.
Sim, você (Foto: Focus Features)

Gabriel Oliveira F. Arruda

Antes de adentrarmos mais uma vez na cabeça da diretora e roteirista Julia Ducournau para falar sobre Titane, vale a pena olhar cinco anos para trás e comentar seu poderoso filme de estreia, Grave. A mistura elegante de drama coming-of-age com terror corporal dá um sabor inteiramente próprio à obra, subvertendo clichês dos dois gêneros e clamando para si seu lugar na cultura cinematográfica como um dos filmes mais perturbadores dos últimos tempos.

Continue lendo “Em Grave, Julia Ducournau está faminta por você”

45 anos de um clássico do Terror: Carrie, a Estranha se consagra como uma obra atemporal

 Cena do filme Carrie, a Estranha. Nesse cenário, a protagonista está no baile de formatura, que é decorado com um fundo azul e algumas luzes brancas. Na parte central está Carrie, com seus cabelos, roupas e corpo completamente banhados de sangue.
Essa cena mostra Carrie totalmente encharcada de sangue, após uma ação maldosas de seus colegas de turma que tinham a intenção de humilhá-la na frente de toda escola (Foto: Redbank)

Livia de Figueredo

Completando 45 anos de lançamento, a obra cinematográfica Carrie, a Estranha foi inspirada no primeiro romance do lendário autor Stephen King, e tornou-se um clássico do Terror, mudando assim, a história da Sétima Arte. Assinada pelo diretor Brian de Palma, em 1976, a obra aborda questões que ainda hoje se mantêm impregnadas na conjuntura da sociedade, como o fanatismo religioso, bullying, abuso parental e a descoberta da sexualidade. 

Continue lendo “45 anos de um clássico do Terror: Carrie, a Estranha se consagra como uma obra atemporal”