A Maldição da Casa Winchester e a saturação de filmes de assombração

Longa se passa em 1906 e aborda questões de âmbito social ainda em vigor nos Estados Unidos do século XXI (Foto: Reprodução)

Vitor Evangelista

Nos Estados Unidos, a era Trump, além de marcada pelo caos político
e por um festival de intolerância, trouxe também à tona a velha discussão sobre o controle do uso de armas pelos cidadãos. Esse debate, que se intensificou após uma série de tiroteios que mancharam de sangue escolas e universidades do país, gera um número exorbitante de pontos de vista; no Ccinema, um deles foi abordado recentemente no último longa dos Irmãos Spierig: A Maldição da Casa Winchester.
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O legado interiorano de Tonico & Tinoco

Muito antes do grunge: camisas xadrez e canções que eram pura angústia desde a década de 30 (Reprodução)

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A dupla Tonico & Tinoco é considerada das mais seminais no gênero da moda de viola. Os irmãos começaram sua carreira na região do centro-oeste paulista, cuja rota inclui Botucatu – cidade natal deste que vos escreve. Mesmo assim, sua obra musical sempre esteve distante do meu curto repertório até este ano, que marca 60 anos de aniversário de seu disco de estreia. Antes tarde do que nunca, não? Continue lendo “O legado interiorano de Tonico & Tinoco”

Test e Deaf Kids na Casa Orates: o barulho salva

O apocalipse virá de Kombi (Foto: Gabriel Leite Ferreira)

Gabriel Leite Ferreira

Na última sexta, uma Kombi estacionou em frente à Casa Orates. Anteriormente conhecido como Exílio, um dos poucos nichos underground de Bauru passou por reformulação esse ano, mas a proposta continua a mesma: fomentar a cena alternativa da região e inserir a cidade na rota de nomes proeminentes. Por isso a clássica Kombi do Test, que também trouxe o Deaf Kids para perfurar tímpanos bauruenses.

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A vida, a morte e o Pink Floyd

David Gilmour, Roger Waters, Nick Mason e Rick Wright no Live 8 em 2005: o epílogo de uma era (Reprodução)

Gabriel Leite Ferreira

O dia 2 de julho de 2005 marcou a primeira vez em mais de 20 anos em que a formação clássica do Pink Floyd se reuniu em um palco. Roger Waters, David Gilmour, Richard Wright e Nick Mason se apresentaram na edição britânica do Live 8, série de eventos beneficentes ao redor do globo. Foi o último show dos ídolos máximos do rock progressivo. Se tal ocasião foi tão simbólica, é por conta do clássico The Dark Side of the Moon.

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Melhores discos de Fevereiro/2018

RIP

Sobrevivemos aos memes do Carnaval e à chatice do Oscar, mas ainda não superamos a perda do poeta Alexandre Magno – CHORÃO. Neste dia, que marca o quinto ano sem o eterno líder do Charlie Brown Jr., vamos de papo reto: nenhum dos discos abaixo é do mesmo nível dos clássicos da banda santista, mas foram os mais legais que ouvimos no último mês. Confere aí: Continue lendo “Melhores discos de Fevereiro/2018”

Cineclube Persona – Fevereiro/2018

Equipe do filme Uma Mulher Fantástica recebendo o Oscar por Melhor Filme Estrangeiro: dentre os poucos momentos dignos na cerimônia de ontem (Reprodução)

O evento cinematográfico mainstream mais impactante do último mês foi a estreia de Pantera Negra. Goste ou não de filmes de heroi, não há como negar que este ao menos conseguiu gerar comoção autêntica e fomentar o debate social sem pregações engessadas – tudo o que a nonagésima edição do Oscar não conseguiu ontem. De qualquer forma, a seleção de indicados da premiação foi sólida o suficiente, e nesta edição do Cineclube Persona damos alguns pitacos sobre títulos que não foram contemplados por nosso especial. Confira: Continue lendo “Cineclube Persona – Fevereiro/2018”

A poesia erótica e violenta de A Forma da Água

Leonardo Teixeira

A relação entre homens e “monstros” parece sempre ter fascinado Guillermo del Toro. O diretor fez fama mundial em 2006 com o horror fantástico O Labirinto do Fauno, mas a verdade é que a contraposição entre humanidade e a falta dela é tema onipresente em sua obra. Celebrado por tudo e todos, A Forma da Água (The Shape of Water) é mais uma adição ao clube. Continue lendo “A poesia erótica e violenta de A Forma da Água”

A utopia que Me Chame pelo Seu Nome ensina

Elio (Timothée Chalamet) e Oliver (Armie Hammer) em Me Chame pelo Seu Nome. (Crédito: Sony Pictures Classics)

Adriano Arrigo

“Tudo é tão incrivelmente sensual”, diz Oliver (Armie Hammer) quando observa os fotolitos de esculturas gregas mostradas por  Mr. Perlman (Michael Stuhlbarg), professor de arqueologia antiga.  As esculturas do período helenístico com forte influência de Praxíteles, o maior escultor da antiguidade, segundo o professor Perlman, são esguias, de músculos rígidos e perfeitamente proporcionais. Elas retratam o ideal de beleza grega e são as referências estéticas de Me Chame pelo Seu Nome. Continue lendo “A utopia que Me Chame pelo Seu Nome ensina”

The Post – A Guerra Secreta: um filme fraco para uma personagem forte

Hanna Queiroz

The Post – A Guerra Secreta, o novo filme de Steven Spielberg, retrata um episódio da imprensa norte-americana que denunciou pela primeira vez as contradições da participação dos Estados Unidos na Guerra do Vietnã. Expondo mentiras, omissões e manipulação, o The New York Times publica documentos secretos e é processado pelo governo Nixon. Mesmo com o jornal na corda bamba da justiça e a liberdade de imprensa sendo ameaçada, o jornal The Washington Post tem a chance de publicar mais material de teor privado e denunciativo. É aí que entra o importante dilema de Kay Graham (Meryl Streep), dona do jornal: decidir publicar e correr o risco de afundar seu amado jornal de família em um processo judicial, ou não publicar e deixar que a repressão do governo censure a imprensa.  

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Churchill e a língua inglesa

Eli Vagner F. Rodrigues

Bertrand Russel desmascarou os grandes metafísicos do século XIX como autores de monstruoso embuste aplicado a gerações ansiosas por serem enganadas. A crítica à hipocrisia e à estupidez de um certo espírito vitoriano foi inspiração para a literatura posterior e se inspirava na postura niilista do final do século XIX. Desde então, na literatura como nas artes em geral, se cultivou o valor da contestação ao status quo. De Joyce aos beatniks, de Orwell à Salinger a hipocrisia do discurso é um alvo comum. Continue lendo “Churchill e a língua inglesa”